10.5 melhores capas dos quadrinhos (Round do Joker)


Fazendo quase um ano que o ausente Ozymandias me sugeriu fazer um post de melhores capas dos quadrinhos, aqui está a minha lista! Ano passado o Ozy havia feito inspirado em um outro cara, você pode conferir o dele no link abaixo.


Am... acho que todas as palavras-chave são de conhecimento público... "capas", "quadrinhos", "melhores", então não tenho o que explicar, vamos logo. Claro que o conteúdo das HQs faz diferença, ou seria um post meio repetitivo (Bolland, Ross, Bolland, Ross, Bolland, Ross), e isso vai bem do lado pessoal, que eu explicarei em cada curta definição. Mas a prioridade não deixa de ser a ilustração nas capas.




10.The Amazing Spider-Man #192 - Keith Pollard


O décimo lugar é um dos poucos que eu deixo quase 100% pelo enredo. Mas a capa não deixa de ter ficado na minha cabeça. Lembro que mencionei essa HQ brevemente quando escrevia sobre cultura """"nerd"""" há uns meses. Na estória o cientista Smythe, que criou os robôs caça-aranha, está para morrer, mas antes quer se vingar das duas pessoas que mais odeia: o Homem-Aranha e Jameson, que o pagava para o trabalho que acabou proporcionando um câncer maligno por causa da exposição à substâncias tóxicas. Nisso ele prende uma bomba-algema nos dois, uma que explodirá em 24 horas! A versão que eu tinha no Brasil era da revistinha "A Teia do Aranha", não lembro qual edição e não dá pra eu procurar agora. Além de ter uma trama intensa que acontecia um monte de coisas legais, o final era mó surpreendente com um monólogo do Jameson admitindo que seu caricato ódio ao herói aracnídeo é uma defesa sua, em forma de inveja. Era uma estória muito boa, mesmo sem se tratar de um clássico de graphic novel, ou coisa assim. É legal pra cacete, pois ambos os personagens são muito divertidos, e vê-los grudados por 24 horas enquanto tentam se livrar do dispositivo ficou muito bem construído.


9.The Fantastic Four #1 - Jack Kirby


Desde pequeno conheço essa capa como clássica, pois ela não foi só a primeira edição do Quarteto Fantástico, foi basicamente a primeira edição do Universo Marvel! Stan Lee e Jack Kirby criavam o primeiro super-grupo da Marvel, muito amado até hoje. Não só pela nostalgia e o vintage, eu realmente acho bacaninha a colocação dos personagens junto ao monstro saindo do chão.


8.The Last Temptation - Michael Zulli


Quando eu descubro que existe um gibi baseado em um dos melhores álbuns conceituais do Alice Cooper... e quem cuidou dele foi o Neil Gaiman. É... É uma descoberta que guardo com carinho. A capa é simples, mas é perfeita.


7.Batman: The Dark Knight Falls - Frank Miller


Esse eu tenho estórinha pra contar. Desde quando eu nasci existia a compilação de "O Cavaleiro das Trevas" na minha casa. Um amigo do meu pai tinha emprestado pra ele e... bem, já deu mais de 20 anos, é oficialmente meu agora. Mas quando eu era criança só gostava de olhar a capa, mas mesmo assim achava absurdo colocar o Batman contra o Superman, mesmo estando com uma metralhadora e uma aparente espada, eu achava ridículo. Eu abria, aqueles desenhos horríveis do Frank Miller, uma Robin feiona, conclusão: faixa zero de interesse. Depois que com uns 14 ou 15 anos eu fui pegar pra ler. Maluco... Simplesmente meu gibi preferido, sem qualquer dúvida uma das melhores experiências com arte que eu já tive e essa capa aí é muito digna.


6.Swamp Thing #53 - John Totleben


Acho que essa só não ficou mais pra cima porque não sou tão apegado assim ao Monstro do Pântano, porque pelo impacto que causa ela podia ficar até em primeiro por mim. A estória é ótima, da fase do sr. Alan Moore, quando o Monstro faz um ataque poderosíssimo contra Gotham City. O embate contra o Batman em si nem ocupa tanto tempo, mas é uma estória muito boa, cara. E essa capa é super-charmosa. Não só o Monstro do Pântano, que eles sempre estavam ilustrando dessa forma curiosa conforme ele tinha se estabelecido como um ser quase que celestial, e não mais apenas um monstro; mas também a Gotham City ao redor que ficou extremamente característica. Soma com o Batman nessa pose de vigilante. Mano, se eu curto tanto ver essa capa hoje, imagino como deve ter sido ver essa HQ pra vender na época que se tratava de uma aventura inédita!


5.Daredevil #184 - Frank Miller


Frank Miller novamente. Um dos meus artistas preferidos. E a capa é a cara dele. O seu estilo direto de narrativa se reflete até na capa, o Demolidor com um grande revólver grosseiro apontado na direção do leitor. E quanto ao texto na capa, "No More Mr. Niceguy", acho que já comentei sobre meu gosto com... Alice Cooper...


Apesar da icônica arma na mão, essa é da época que o vigilante estava enfrentando o Justiceiro, não é a edição da famosa Roleta Russa, melhor estória do Demolidor na minha opinião e, tranquilamente, uma das melhores que o Frank Miller já fez também. Se eu não me engano esse negócio de "ponto cinco" no título significa que eu posso fazer uma dobradinha em alguma colocação, então vou aproveitar pra fazer aqui.

5.5.Daredevil #191 - Frank Miller


Não é lá a capa mais legal de todas, tem umas melhores envolvendo a Elektra e o Mercenário, mas essa é tranquilamente a que tem a melhor trama. Não falo mais dela porque qualquer dia tiro um post só pra isso. E o textinho passa bem a introdução dramática que a estória sem dúvida merece: "Como um homem procura pela própria alma?"


4.Batman: Harley Quinn - Alex Ross


Esse eu tenho o original em inglês que veio com essa capa. Apesar da arte dispensadora de críticas do Alex Ross, a estória é bem decepcionante, viu? É a primeira estória da Arlequina, nos Anos 90. Ela havia sido criada pelo roteirista Paul Dini no desenho animado da Warner, e aqui ela era migrada aos quadrinhos na super-série "Terra de Ninguém". O problema é que em contraste ao extremo realismo do Alex Ross, a estória tem ilustrações extremamente infantis, lembram até o próprio desenho. É como jogar Final Fantasy depois de ver a CG, cara. Mas eu ainda amo essa arte. O Alex Ross é o rei de expressões faciais, tem até um toque diabólico. O Coringa tá com uma palidez fantasmagórica, ainda fazendo contraste com o terno preto que se mescla ao fundo escuro. Já a palhacinha, completamente apaixonada. O que sempre me atraiu no relacionamento dos dois personagens, infelizmente, é algo que pouco foi explorado: o lado trágico, e essa capa me passa bem isso. Hoje ela ficou super-popular imitando o Deadpool, mas a mudaram bastante. Quando eu era pequeno sempre a via como uma personagem que é idiota da cabeça, tipo que não tem como ser apaixonada pelo Coringa, sempre sinto falta de uma abordagem séria e obscura que a torne mais crível, algo como se fizessem uma "Piada Mortal" dela. Mas do jeito que ela tem sido representada ultimamente acho que essa abordagem nunca vai acontecer. Uma pena. Vou ter que ficar com a capa só.


3.Wolverine #72 - Steve McNiven


Primeiramente, essa capa é um puta de um spoiler, já que até então não tínhamos visto essa versão do nosso nazista favorito. E algumas estórias do Millar, muitas vezes mais comerciais, mas algumas ainda assim muito boas, se apoiam no choque completamente. "Velho Logan" é um dos melhores exemplos, ela te prende te deixando sem reação! Mas o visu do Caveira na capa não chega a estragar a sua memorável aparição contra o Wolverine em sua sala de troféus.

"Minha esposa acha que sou mórbido, Heinz... Mas considero este uniforme o mais glorioso de todos os prêmios. Os povos antigos usavam a pele de seus adversários derrotados, por que não posso ter minhas excentricidades?"


2.Wolverine #1 - Frank Miller


Quem esquece dessa capa, xará? Mais uma vez, a cara do Miller, mesmo aqui os roteiros sendo do Chris Claremont, dá pra notar claras influências que Frank colocou. É uma capa que te provoca, cara, recusa explicações. Um Wolverine bem sacana, sem deixar de ser carismático; perfeito para o que foi um novo nascimento do personagem em uma série que é consagrada até hoje, conhecida como "Eu, Wolverine".


1.Batman: The Killing Joke - Brian Bolland


"Sorria!"

Não tem como ser mais terrível. É Alan Moore + Brian Bolland buscando fazer uma das versões mais chocantes do Palhaço do Crime. O cara já é um capista sem igual, ainda colocou dedicação extra pra nos trazer esse terrível Coringa pedindo um sorriso pra foto. Claro que quando eu nasci essa estória já existia, mas, curiosamente, eu não curtia muito comprar gibis novos como a linha Ultimate que era a novidade quando eu comecei a ler. Veja que irônico, eu achava muito pesado e adulto, não via graça, então comprava gibis de colecionadores por apenas 1 real, eram mais fáceis de acompanhar por causa do tipo de sequência que faziam na época e eu ainda achava bem melhores. Nisso eu lembro de ver várias vezes HQs que tinham propaganda da "Piada Mortal", sempre mostrando essa capa do psicopata com a câmera fotográfica dizendo "Sorria!". Um dia baixei no meu computador, lembro que na época achei que tava sem o final, hahaha. Gosto muito; não chega a ser minha estória preferida do Batman, do Alan Moore, ou mesmo do Coringa, mas considero essa capa insuperável. E o irado é que sendo o Bolland o ilustrador, a sequência toda faz jus a capa, o que nem sempre acontece quando temos as estonteantes artes do Alex Ross de abertura, por exemplo.



Menção (extremamente) honrosa

Batman: The Long Halloween #1 - Tim Sale


Acho que essa é a primeira menção honrosa que coloco não por não ser tão boa quanto os selecionados, mas sim por ser melhor que todos eles! Por mim eu deixava em primeiro lugar tranquilo, então por que não o fiz e não deixei nem em décimo? Então... vou explicar. É que cara... Se eu colocasse essa capa do "Longo Dia das Bruxas" eu ia acabar colocando mais umas outras seis do resto da série e ia ficar chato, então achei melhor deixar de fora logo. Mas analisando a arte de Tim Sale... É GENIAL! O desenho é tão simples, com o objeto focado no meio, mas mesmo assim o simbolismo fisga a sua atenção, se a pessoa não conhece é impossível não ficar curiosa em saber do que se trata a estória. E vale dar atenção aos detalhes! O gato preto tem os olhos vermelhos e os bigodes todos tortos, digno do tema de Halloween; e se você prestar atenção dá pra notar que o sorriso macabro da abóbora tem o formato de um morcego, assim como o gato deixou um arranhão na região do olho, como a Mulher-Gato faz com o Falcone na trama. Referências a diversos pontos do início dessa estória que se tornaria uma das mais consagradas do Cavaleiro das Trevas. Se mistura os personagens da mitologia do Batman que já são cult e charmosos com elementos de datas comemorativas... não tinha como não acertar! Tim Sale esculacha em cada edição!

COMENTÁRIO PESSOAL: Quando o Ozy fez a sugestão do post ano passado, não sei porque, mas juro que veio nada na minha cabeça. Mas com o tempo meio que eu fui lembrando capas sozinho, até que deu vontade de fazer o top. Curioso, às vezes acontece. Eu gostei de montar, prestem atenção nas capas. Tem sempre uma comunicação bem direta, como se ao olhar na capa, meio que parcialmente você já tivesse entrado na estória. É algo que não se repete em capas de livros, filmes, jogos, algumas muitas vezes são bem sem graça. Parece que HQs costumam ter mais esse comprometimento com a "primeira página", talvez por se tratar de algo tão essencialmente gráfico? Acho que não. Acho que tem mais a ver com a essência de como elas comunicam seus conteúdos mesmo, que é sempre bem direta, acredito que isso acaba refletindo no estilo das capas. Logo mais, quando eu tiver a oportunidade, farei um de capas de álbuns de música também.

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