DO FUNDO DO BAÚ -- 04: DEFICIÊNCIA



Saindo do momento Watchmen...




E a saga dos desenhos na parede que aparentemente saem da parede em uma semana continua. Se na semana anterior o tema foi "liberdade", dessa vez foi "deficiência". Esse projeto é bem interessante. O professor como sempre fez seu desenho, e os alunos acompanharam. Isso tá parecendo uma crônica, é involuntário por eu ter lido mais de 200 páginas delas nos últimos dias, mas continuando, é um excelente teste de percepção, de como o aluno enxerga algo, mesmo na inocência de seus 11- 14 anos.





Dessa vez não fiz o desenho de imediato, não tinha muita coisa na cabeça para desenhar. Comecei desenhando um pirata. Na minha mente veio um pirata, na minha imaginação com o traço de Brian Bolland ou Glen Fabry, um pirata erguendo um gancho de sua mão como uma conquista, daí vi que seria muita provocação... Já que o cara tava careca, iria puxar para ou o Professor Xavier que não se limita a própria deficiência, ou o Lex Luthor e sua deficiência moral.

Errei o traço várias vezes, e fui me desconcentrado por uns alunos passando e perguntando se era o Flash Reverso (??!!), que tava parecido, e se não fosse ele, que fizesse ele, outro veio dizer que era o Dr. Manhattan. Mas a principal questão ainda permeava vindo de muitos:

"O que tema ver isso que você ta fazendo com o tema da deficiência?"

Hmmm.

De súbito, desenhei um soco inglês na mão do cara e disse que o que tinha a ver era que colocaria ele dizendo que acabou de quebrar o braço de alguém.

Eles riram e duvidaram. "O senhor não tem coragem", disseram.

Acabei então desenhando um cara que lembra um capanga da máfia, ao mesmo tempo que lembrava algum lutador de arcade. Talvez alguma vaga lembrança de alguém que eu tenha escolhido para lutar no "The King of Fighter 98". "Ele vai ser um mafioso, vou fazer ele como um cara que acabou de ver a ascenssão de poder do Don Corleone (Como mostrado em Poderoso Chefão Parte II), um cara que pretende mata-lo por este ter tomado o lugar de seu antigo chefe (O Don que Robert de Niro mata durante festividades em uma cena brilhante).

Apareceram tarefas para fazer, depois voltei e mudei um pouco a história e não citei Poderoso Chefão, essa é a versão final, tire suas próprias conclusões pelo texto garrancho que eu escrevi, bem como a própria ilustração:



"Diário de Karlos Bukus, 05 de abril de 1933. Eu nasci manco, mas meu pai disse que isso não seria motivo para tropeçar e se agarrar nos outros. Cresci em meio a imigrantes italianos e chineses, divididos entre trabalhadores e mafiosos.


Eu era do primeiro grupo, até levar uma surra por ter sido confudido. Agora sou eu, meu mais bonito terno e mais polido "soco inglês" contra a sorte.

Quem sabe eu estivesse fora das consequências da "Grande Depressão" eu disse-se palavras mais bonitas."

Mas seria injusto não mostrar as ilustrações dos demais. Um deles se inspirou no meu Ulisses e melhorou a ideia, fazendo uma divisão no meio da folha, representando o Demolidor. eu devia ter pensado nisso ao invés de ficar desenhando carecas




A maioria dos desenhos foi mais "We are the world", o meu desenho no meio deles fica quase uma peça fora do lugar, algo que a gente olha e coça os olhos pela ausência de padrão, algo que pode se tornar incômodo.














Postar um comentário

0 Comentários