TOP 10 HQs com Histórias Fechadas – Parte 2

  Aceitando o ilustre convite do Ozymandias Realista, gostaria de compartilhar minha lista de 10 HQs com histórias fechadas – Parte 2.
Antes, leia a Parte 1 aqui.



10) Motoqueiro Fantasma #10, com roteiro de Gary Friedrich e desenhos de Mike Ploog, lançado em 1974.


Um clássico do terror que foi muito marcante para mim, pois ainda era garoto quando li essa história que conta a origem do Motoqueiro Fantasma.
A vida de Johnny Blaze sempre foi marcado por tragédias desde sua infância quando ele perdeu seu pai num acidente de show de motos. Ele é “adotado“ pela família de Roxanne Simpson, seu amor de infância. Mesmo assim, as tragédias continuam a marcar a vida do jovem motoqueiro – a mãe “adotiva” também morre, e o pai “adotivo” é diagnosticado com uma doença mortal e só tem um mês de vida.
Desesperado, Johnny faz um pacto com o diabo, que promete que o pai adotivo não iria de morrer “por causa da doença”. Esse detalhe é importante depois que outra tragédia acontece na vida de Johnny, e ele, mesmo contra sua vontade, é transformado no espírito da vingança do diabo.
Relendo hoje, até achei uma história que poderia ter sido mais desenvolvida com uma narrativa um pouco mais lenta, mas ainda tem momentos marcantes, principalmente quando você pensa em tudo que o jovem Johnny Blaze passou desde que era uma criança, e o que teria que passar se transformando numa caveira flamejante todas as noites, depois de ser enganado pelo diabo.
Nota: 8,0


09) Monstro do Pântano #1 – Gênese Negra, com roteiro de Len Wein e desenhos de Bernie Wrightson, lançado em 1972.


Uma típica história de terror que não fica devendo em nada para qualquer clássico do gênero. Um casal de cientistas – Alec e Linda Holland – são levados a um laboratório no pântano para terminar uma fórmula biorrestauradora que poderia transformar desertos em jardins. Um empresário, cuja identidade ainda é um mistério, tenta ter essa fórmula em mãos, mas Alec recusa a oferta. Por conta disso, é brutalmente assassinado, e retorna como o Monstro do Pântano. Como se não bastasse essa tragédia, sua esposa também tem um destino cruel e o Monstro do Pântano parte em busca de vingança contra aqueles que tiraram tudo de sua vida.
Daria um grande roteiro de filme de terror, com todos os elementos básicos necessários.
Até mesmo a forma do narrador contar a história é clássica. Veja esse trecho:
“Imagine uma dor... tão grande que desafia qualquer descrição... como se incontáveis substâncias químicas inclassificáveis penetrassem profundamente na carne humana pulsando, envolvida em fumaça...”.
Os desenhos de Wrightson combinam muito bem com o clima soturno e de suspense. Uma verdadeira obra-prima.
Nota: 8,2


08) Vingadores Anual #7 – A Ameaça Final, com roteiro e desenhos de Jim Starlin, lançado em 1977.

Thanos resolve dar uma investida final, usando o poder das joias espirituais para criar um dispositivo fatal que iria destruir todas as estrelas do firmamento, como uma oferenda à sua Amanda Morte.
Adam Warlock descobre os planos do vilão e pede ajuda aos Vingadores (Capitão América, Thor, Homem de Ferro, Fera, Visão, Feiticeira Escarlate). Juntam-se a esse grupo, os heróis Capitão Marvel e Serpente da Lua.
Nessa história, também é contada uma rápida origem de Thanos e sua motivação em causar um genocídio estelar.
Os heróis conseguem impedir temporariamente os planos de Thanos ao custo da morte de um dos heróis. Um grande embate, digno de Thanos contra grandes heróis do universo da Marvel, e com os desenhos bem realistas e detalhistas do mestre Jim Starlin.
Nota: 8,5








07) Questão #1 – O Começo do Fim, com roteiro de Dennis O’Neil e desenhos de Denys Cowan, lançado em 1987.


A história simplesmente começa com a seguinte citação: “Charles Victor Szasz tem exatamente 25 horas e 15 minutos de vida”, se referindo à identidade secreta do Questão, um vigilante violento, arrogante e sarcástico, que não mede esforços para acabar com a corrupção na cidade de Hub City.
Como Vic Sage (pseudônio que o Questão usa no lugar de seu verdadeiro nome), ele é um repórter investigativo que denuncia a corrupção da cidade encabeçada pelo prefeito Fermin, mas a verdade é que Fermin parece ser apenas uma marionete nas mãos do verdadeiro arquiteto, o reverendo Hatch.
O Questão tem aliados em sua guerra contra o crime, como Aristóteles Rodor, criador de sua máscara, onde ficamos sabendo a origem do uso da máscara.
No final da história, Questão entra em combate direto com a mortal Lady Shiva. Depois de ser derrotado por ela, há um final surpreendente, que realmente me chocou e consegui entender a citação no começo da história.
Há uma cena que mostra um bandido chamado Big Gun atirar à queima-roupa em outro capanga chamado Mitty. É uma típica cena que mostra que um quadro desenhado não precisa ter litros de sangue jorrando para mostrar o quão violento uma cena pode ser, além de outras cenas no final da história mostrando alguns capangas acertando a cabeça do Questão com um cano de ferro enquanto ele está inconsciente (desculpe para quem gosta de ver sangue jorrando nas HQs, mas essas cenas que eu citei, conseguem mostrar toda a dramaticidade e violência num quadrinho desenhado).
Se você quer ler uma história sombria e violenta sobre a luta de um homem contra todo um sistema sujo que parece impossível de vencer, leia Questão #1.
Nota: 8,9



06) Homem-Animal #6 – Aves de Rapina, com roteiro de Grant Morrison e desenhos de Chas Truog e Doug Hazlewwod, lançado em 1988.


Essa história faz parte da fase em que Grant Morrison revolucionou o personagem e está interligada com a saga Invasão – onde seres de vários planetas fazem uma alianças para invadir a Terra.
Aqui, o grande inimigo é o thannagariano Rokara Soh. Ele não é guerreiro, mas pertence à casta dos artistas de Thannagar. Seu plano é simples – detonar uma bomba com informações fractais que destruiria a humanidade, ao mesmo tempo em que toda a história do “artista” seria revelada. O grande problema é que, o inimigo alado se suicida enquanto a bomba entra em contagem regressiva, e o Homem-Animal não faz ideia de como desativá-la.
Até aí, apenas uma boa história, a não ser pela forma como Morrison mostrou o clímax, com a contagem regressiva em andamento, enquanto algumas imagens mentais da história de Rokara Soh eram mostradas, mescladas com o desespero estampado no rosto de Buddy Baker. Os desenhos tiveram um papel importante também, e à medida em que você vai lendo, começa a se desesperar também, até o final surpreendente.
Há até um trecho da história bem sacada, quando a nave alienígena se aproxima. Um amigo do Buddy diz que isso é um trabalho para o Homem-Animal e pergunta por que ele está parado. Buddy diz que precisa pegar seu uniforme que está no carro.
Daí o amigo diz: “Eu pensei que vocês sempre usassem o uniforme por baixo da roupa”.
Buddy responde: “Nunca ouviu falar de higiene”?
Nota: 9,0


05) Surfista Prateado #1 – A Origem do Surfista Prateado por Stan Lee e Jack Kirby, lançado em 1968.


Nessa edição, vemos a origem do Surfista Prateado, desde quando Norrin Radd era um pacifista, porém ávido por novas descobertas, um astrônomo ativo e incansável que faz um enorme sacrifício para salvar seu planeta da destruição por parte de Galactus.
No dia em que o Devorador de Mundos chegam em Zenn-la, Norrin Radd se oferece para ser um arauto, e singrar o cosmo à procura de mundos inabitados para que seu mestre possa sugar a energia do planeta.
Mas, por estar com muita fome, e o planeta Terra estar bem no caminho de Galactus, o Surfista se volta contra seu mestre e ajuda o Quarteto Fantástico a salvar a Terra. O preço dessa traição é ficar exilado nos arredores da Terra – um preço muito alto para alguém que tinha à sua disposição a liberdade de viajar entre as galáxias, além de nunca mais poder rever sua amada Shalla Bal.
Um herói solitário e incompreendido, cujas reflexões sobre as insensatez dos seres humanos sempre renderam boas histórias.
“Se sua vida dependesse de pisar num formigueiro, você hesitaria?”
Galactus disse a citação acima quando Norrin Radd questionou o fato dele querer destruir seu planeta. O que você acha? Galactus está certo?
Nota: 9,2


04) Contagem Regressiva para Crise Infinita, lançado em 2005.


Basicamente o foco dessa longa história está numa investigação do Besouro Azul.
Quatro dias atrás, o Besouro Azul descobre que está havendo uma lavagem de dinheiro em suas indústrias. Há três dias atrás, um galpão das Indústrias Kord é assaltado. Mesmo com tantos incidentes, o Besouro não consegue a ajuda da Liga da Justiça. Dois dias atrás, enquanto investigava, o computador de Ted Kord explode, ferindo gravemente o Gladiador Dourado (único herói que resolveu ajudar seu companheiro).
No final, Kord descobre a fonte desses incidentes e se dirige ao quartel general do Xeque-Mate. Lá, ele faz descobertas avassaladores e que pode comprometer todo o futuro do universo DC, além de saber quem é o responsável.
Um final surpreendente e chocante que abre as portas para a continuação da Contagem Regressiva que levará à Crise Infinita.
Outro aspecto interessante na narrativa da história está na apresentação da Guerra entre Rann e Thannagar, a criação da Sociedade dos Vilões, A guerra pela magia e o misterioso Projeto OMAC, que são os quatro títulos de minisséries que antecede a saga principal. Essa história foi particularmente marcante pois foi o segundo material que eu li quando voltei a ler histórias da DC (a primeira foi Crise de Identidade).
Nota: 9,3


03) X-Factor #13, com roteiro de Peter David e desenhos de Pablo Raimondi, lançado em 2007.


Depois de um confronto violento e dramático contra os vilões das Investigações Bizarras, os integrantes do X-Factor visitam um psiquiatra (cuja identidade só é revelada no final) para desabafar e tentar encontrar alguma ajuda.
Guido ainda se ressente de ter matado um inocente enquanto estava sob o efeito de uma lavagem cerebral; Layal Miller compara sua participação no X-Factor como a de um peão do jogo de xadrez; Rictor continua se perguntando sobre a perda de seus poderes; Theresa Cassidy ainda não conseguiu admitir a morte do pai, o Banshee; Monet tenta lidar com a Síndrome de Estocolmo que adquiriu depois de seu sequestro anos atrás; Madrox ainda está em choque depois de descobrir sua verdadeira origem; Rahne vive em constante conflito depois de uma visão sombria do futuro.
Uma história que penetra no fundo da mente dos integrantes do X-Factor com diálogos afiados. Uma bela obra-prima oferecida por Peter David.
Nota: 9,4.




02) Liga da Justiça Anual #1 – Guerra ao Germe, com roteiro de Giffen / DeMatteis e desenhos de Bill Willingham, lançado em 1987.


A Liga da Justiça “cômica” de Giffen / DeMatteis foi uma das coisas mais bacanas que eu li nos anos 80, com um tom leve e bem humorado onde a relação entre seus personagens era bem trabalhado. Nesse anual, a Liga terá de combater uma célula viva mutante que foi criada sem querer nos laboratórios das Indústrias Kord. Esta célula se espalha como um vírus e consegue controlar as pessoas deixando-as como se fossem zumbis. Essa infecção se espalhou em quatro grandes cidades quando a Liga é convocada.
O Gladiador Dourado e Canário Negro rumam à Paris, Besouro Azul e Senhor Milagre voam até Lós Angeles, Caçador de Marte e Senhor Destino se transportam para Sidnei e Batman e Guy Gardner vão até Tóquio. Um a um todos os heróis são contaminados e controlados, com exceção de J’onnz devido a sua estrutura celular alienígena. E é justamente por isso, que o marciano se torna a última esperança de salvação de seus companheiros e da humanidade.
Um detalhe me deixou bastante impressionado nessa história, e que foi justamente no final, depois que o Caçador de Marte faz um grande sacrifício para salvar a humanidade do vírus. Ele até mesmo compara a salvação da Terra com a de seu planeta natal, rendendo momentos bem dramáticos, diferentes do tom normal dessa série.
Quando seus companheiros, já recuperados, perguntam como ele (o marciano) estava se sentindo, J’onnz responde:
“Nós fazemos o que achamos certo e aguentamos as consequências”.
Numa história dessa fase da Liga, que normalmente é bem engraçada, foi um final e uma citação bem séria e sombria, o que deixou a história bem marcante.
Nota: 9,6


01) Demolidor #191 – Roleta Russa, por Frank Miller, lançado em 1983.


O desfecho da passagem de Frank Miller na fase de ouro do Demolidor não poderia ter sido mais marcante. Uma história para ficar horas refletindo sobre o que é ser um herói vigilante no estilo Demolidor.
O Mercenário está no hospital completamente imobilizado depois de seu último confronto com o Homem Sem Medo, e o herói começa um jogo de roleta russa com o vilão. Para saber mais sobre o que é roleta russa, o próprio Demolidor explica isso nas primeiras páginas. Mas você começa a se perguntar: Por que Matt pratica o jogo da roleta russa, ou seja, atira contra ele mesmo? Será que ele surtou de vez com a morte de Elektra? Essa história foi bem antes da Queda de Murdock, então, o que teria levado o Demolidor a chegar a esse ponto?
Durante a história ficamos sabemos da verdadeira motivação do herói cego, quando ele conta um caso recente envolvendo Hank Jurgens e seu filho Chucky. Praticamente a trama principal dessa história gira em torno do que aconteceu com Chucky e o envolvimento do Demolidor, em como sua existência influenciou a vida do menino.
A citação abaixo dá uma ideia do tom dessa história clássica e sensacional.
“Quando Chucky apertou o gatilho, ele estava sendo o pai, você, Mercenário, ou eu?”.
Há uma cena quando o Demolidor aperta o gatilho pela primeira vez na cara do Mercenário, onde Frank Miller conseguiu desenhar toda a expressão de terror mórbido e medo que o vilão sentiu apenas pelos olhos. Isso é sensacional!
Esqueçam as histórias de ação desenfreada e lutas espetaculares e entre no mundo psicológico, conturbado e confuso de Matt Murdock, ao refletir sobre o motivo de sua verdadeira existência como o Demolidor.
Nota: 9,8


E essa é minha lista do Top de HQs com histórias fechadas – Parte 2.

Talvez alguns irão estranhar a falta de Batman – Piada Mortal, A Morte do Capitão Marvel, Superman – Para o Homem que Tem Tudo, Homem-Animal – Evangelho do Coiote, entre outros.
Mas acho que essas histórias estão num patamar acima e com certeza, devem estar em todas as listas de Top 10 de histórias fechadas, por isso, decidi apresentar as que estariam numa lista logo em seguida, e o resultado você puderam conferir.

Espero que tenham gostado e fiquem à vontade para comentar o que acharam.
Mais uma vez, agradeço ao Ozy pela oportunidade de poder compartilhar algumas de minhas histórias favoritas da Marvel e DC.

Por Roger


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