Alan Wake

 


Texto escrito por: Neófito

Publicado originalmente em outubro de 2020 AQUI. 

 

"Não é um lago; é um oceano." 

(WAKE, Alan)

Continuo com gratas surpresas acerca das possibilidades narrativas oferecidas nos jogos eletrônicos e, claro, com muitas decepções dessa indústria nefasta. 

Há bastante tempo ouvi falar de Alan Wake, jogo da geração anterior (ano de 2010) com boa recepção de crítica e público. Pelo serviço Game Pass (X Box), pude jogá-lo. E como foi divertido. Dividido em seis capítulos, o finalizei em dois dias. Ainda há as DLCs (extras) pela frente. Um dia, talvez as jogue. Mas fico com receio que estraguem minha concepção da trama nuclear.

A história parece simples mas vai se tornando complexa. Alan Wake, escritor nova iorquino de bestsellers, passará uns dias na pacata Bright Falls a fim de tentar relaxar e, quem sabe, conseguir voltar a escrever. Ele ficará hospedado no chalé encravado no meio do lago Cauldron. Logo, coisas estranhas ocorrem: ele às vezes parece ter ido sozinho à pacata cidade, noutros momentos achamos que sua esposa morreu afogada no lago e, noutra oportunidade, ela teria sumido durante um acidente automobilístico. O importante é que Alan deverá buscá-la e, nessa empreitada, será perseguido por "tomados" (figuras violentas envoltas em sombras), tentará decifrar o mistério envolvendo outro escritor que o precedeu no lago (Thomas Zane, cuja esposa Barbara Jagger parece ter sido trazida à vida devido à presença escura do lago Cauldron) e será perseguido pelo ávido agente federal Robert Nightingale.

A gameplay é simples e agradável: você precisa se orientar geograficamente em ambientes de matagais e estradas vicinais enquanto combate os "taken" com luz (lanternas, holofotes, sinalizadores e granadas de luz) e armamentos usuais: revólver, escopeta e fuzil de caça. Puzzles fáceis (mas justos) devem ser resolvidos e, penso, o maior problema é mesmo se orientar nos bosques confusos, para chegarmos ao destino.

Mesmo se tratando de produção com dez anos de lançamento, ele se mostra visualmente bonito, com belos gráficos, como destaco no vídeo abaixo.

A trilha sonora do jogo é impecável, desde as canções produzidas especialmente para ele até mesmo na escolha dos hits executados ao final de cada capítulo, com destaque para In Dreams de Roy Orbison e Space Oddity de David Bowie. Para mim, essas duas músicas se ajustam perfeitamente à trama do jogo. A primeira já nos dá a indicação de que elementos oníricos permearão toda a jogatina e a segunda, durante os créditos, vem em boa hora, pois Alan está imerso numa viagem pelo infinito daquele lago que, agora, lhe parece um oceano de infinitas possibilidades. Aliás, sobre o onírico, é bom destacar que não devemos esperar muitas respostas. Tanto é assim que, logo no início, o próprio Alan cita Stephen King, para quem nem tudo deve ter explicação. Esse elemento onírico, aliás, remete bastante ao seriado Twin Peaks, penso. Vejamos: tanto esta cidade fictícia quanto a igualmente inventada Bright Falls do game estariam encravadas nos rincões de Washington. Em ambas as cidadelas, há pontos obscuros de extremas emanações energéticas. No final de ambas as histórias, o protagonista permanecerá aprisionado nas sombras enquanto seu doppelgänger habitará a superfície. Outra séria de TV que marca presença explícita no jogo é The Twilight Zone - ou Além da Imaginação - com o seriado local intitulado Night Springs.

Você pode jogar nos modos fácil, normal e pesadelo. Obviamente, escolhi o normal devido ao equilíbrio e é o modo o qual sempre escolho em tudo quanto é joguinho.

Posteriormente, joguei, também pelo Game Pass, o Alan Wake's American Nightmare - sombrio e dinâmico, em alguns momentos assustador, mas sem a atmosfera da joia original. De qualquer forma, me diverti bastante e gravei alguns minutos da minha campanha, a qual compartilho abaixo.

Fico por aqui. Abraços despertos e até a próxima.

  
 
 



 

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