White Metal e a capacidade de ser Heavy Metal falando da Bíblia (ou 3 grandes bandas de Metal que merecem atenção)

Dave Mustaine, um dos principais nomes do Thrash Metal, se revelou recentemente como Cristão.


INTRODUÇÃO

Como escrevi no texto anterior, tenho um grande fascínio pelo Metal, sendo o meu gênero favorito de longe na música. A medida que fui me interessando pelo estilo, acabei encontrando temas dos mais diversos nas letras, como morte, vida, amor, filosofia, sociedade, politica, sexo, drogas, etc. Porém ao me adentrar nesse universo, acabei ouvindo muito daquela máxima de que Metal é algo pagão e que não fala sobre religião, o famoso "Metal é do Diabo", algo muito proferido pelos cristãos por aí desde sempre.

Sendo um pouco mais pessoal, sou um rapaz cristão que passou uma boa parte da vida afastado de igreja, principalmente por ter nascido numa família muito religiosa, então cresci com certa aversão ao cristianismo pela inserção muito cedo a um ambiente que normalmente crianças acham monótono. Mas de uns tempos pra cá voltei a ir para igreja e a me conectar mais com o cristianismo (não fui pegue pelo sistema, ainda adoro Constantine rsrs), com isso, acabei me interessando em procurar essa temática no mundo Metaleiro.

Na minha procura me surpreendi com a quantidade de conteúdo sobre um tal de movimento White Metal, mas que por não ter uma divulgação adequada, acaba morrendo no ostracismo do Mainstream de Heavy Metal (se é que podemos dizer que há um Mainstream). Porém encontrei diversas bandas e álbuns que merecem uma atenção mesmo aquele que não seja cristão, pois acredito que a arte sendo apreciada como tal, não influencia na crença individual de cada um. 

Então segue a lista de algumas:

BANDAS CRISTÃS


Vou começar com uma mais hypada dentro dessa cena, a banda de Glam Metal Stryper.

Stryper com o visual no mais puro suco do Hard Rock farofa oitentista.

Stryper é uma banda oitentista em seu estilo, bebendo bastante da fonte do Glam Metal produzido por bandas como Poison, Motley Crue, Dokken, Skid Row, entre outros. Sendo a banda mais conhecida de White Metal, acaba também sendo bem polemica por consequência, pois vale citar que alguns anos atrás um integrante dela afirmou que não eram uma banda cristã e que não queriam ser taxados assim, mas com a discografia clássica versando sobre tais temas se torna difícil não assimilar eles a tal temática (até o nome da banda é uma referencia bíblica).

O grupo por muito tempo foi liderado pelo vocalista Michael Sweet, que junto com seu irmão baterista alçaram bonitos voos com os outros integrantes. Porém de 90 pra cá a formação deu uma mudada, não sendo mais a original.

O álbum que recomendo da banda é o clássico To Hell With The Devil, que possui faixas extremamente memoráveis como Calling On You, Self Titled e Rockin The World. Também recomendo o álbum seguinte, In God We Trust que possui a linda faixa Believe in You (que aqui no Brasil foi parte da trilha da novela Salvador da Pátria).

Estão na ativa até hoje e vale a pena dar uma olhada nos últimos lançamentos.

Capa do Disco To Hell With The Devil (só eu que lembrei das artes de Hellblazer?)


A segunda da lista é a Tourniquet, que é a minha favorita da lista e uma das minhas favoritas do metal em geral.

Formação do Tourniquet.

Tourniquet é uma banda de Thrash Metal bem no estilo Metallica (primeiros álbuns), Megadeth, Testament, Slayer, etc. Vou logo salientar que esse é meu estilo favorito de Metal, discos como Ride The Lighting, Countdown to Extinction e The New Order foram essenciais pra minha caminhada nesse tipo de sonoridade, então foi bem fácil me empolgar com a banda de inicio. 

A formação mudou bastante durante os anos, porém vale citar que o integrante mais marcante é o falecido Ted Kirkpatrick, baterista (ele ganhou 10 vezes consecutivas o premio de melhor compositor pela revista Heavens Metal Magazine, então dá pra ter noção de sua qualidade)

O álbum que irei recomendar é o próprio debut Stop The Bleeding, que já mostra o potencial da banda em faixas porradas, como em "Ready or Not" (o vocal de Guy Ritter nessa música me lembra o Rob Halford em Painkiller) e também a minha favorita "Ark Of Suffering" que versa sobre o que Deus acharia do tratamento que nós homens damos aos animais, possuindo um excelente solo no final e um refrão bem grudento. As outras faixas do disco são muito boas, parecendo uma coletânea de boas canções. Os primeiros álbuns são incríveis, com várias influências que vão desde o hip hop até música latina, trazendo um ar de diversidade nas composições, que tornou-se marca registrada da banda, que todo lançamento atirava para vários lados, pegando muitas influencias e por consequência tornando a banda mais única. Psycho Surgery e Pathogenic Ocular Dissonance estão no meu coração, mas indico também o primeiro com Luke Easter nos vocais, chamado Vanishing Lessons, que é um excelente disco (e bem fácil de assimilar a um novo público).

Vale citar que nos mais recentes discos, houveram diversas participações de grandes nomes da cena de metal em geral, inclusive Marty Friedman (conhecido pelo Megadeth)

 

Capa do álbum Stop The Bleeding da banda Tourniquet


A terceira e ultima do post é mais pra quem curte Death metal, Mortification.

Integrantes da banda Mortification.

Banda australiana que mescla em seus trabalhos o Thrash e Death Metal, sendo algo extremamente pesado dentro do mundo cristão, principalmente tendo em vista o vocal sendo gutural, estilo bastante atribuído ao estereotipo de Musica satânica. Sendo assim, pode-se esperar músicas bem "dark" mas com mensagens cristãs.

A formação clássica do Mortification consiste em Steve Rowe como baixista e vocalista, Jayson Sherlock na batera e o guitarrista Michael Carlisle. Com o fim da LightForce, Steve Rowe decidiu criar a banda junto com Cameron Hall (saiu antes do primeiro disco), baseado nas respectivas vontades dos dois em fazer metal com mensagens cristãs.

Os álbuns que mais aprecio, é tanto o primeiro (Self Titled) que diga-se de passagem me surpreendeu de primeira pelo peso colocado, com um vocal realmente assustador, porém o segundo Scrolls Of The Megilloth, é o meu favorito, principalmente pela quantidade assustadora de riffs bem feitos, trazendo um ar de auge e maturidade para a banda, com o vocal ainda melhor do Steve. Para quem curte musica extrema, é um álbum imperdível, principalmente se cada faixa for ouvida em sequência (pois possuem uma atmosfera que faz um maior sentido e imersão apreciadas em ordem). Esse disco me fez interessar pelo Death Metal, que eram um tipo de sonoridade que eu não curtia tanto, agora tô muito interessado em bandas como Bloodbath,  Death, etc (Ando ouvindo suas indicações Darkling Pinhead rsrs). 

 

Capa do Disco Scrolls Of The Megilloth


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não coloquei todas as bandas que fui conhecendo a na pesquisa pois encontrei uma infinidade de bandas interessantes que renderiam mais posts como esses, por exemplo Whitecross, Rob Rock, Deliverance, Impellitteri, etc. 

Bem, com esse texto quero trazer uma maior reflexão sobre a temática cristã dentro de um universo que normalmente é bem estereotipado, vale citar que os próprios cristãos guardam um enorme preconceito com as bandas de White Metal. Acredito que temas religiosos assim como qualquer outro, não devem ser temas tabus em nenhum tipo de arte, podendo ser apreciada tanto por quem acredita ou por quem não tenha a mesma religião. A arte deve ser aproveitada, principalmente quando é bem feita. 

Eu ando tendo muito interesse em explorar esses cantos mais undergrounds e encontrar o tipo de coisa que infelizmente é pouco divulgado, pretendo trazer mais textos sobre bandas, quadrinhos, filmes, entre outros que sofrem da mesma injustiça de serem ignoradas. Esse tipo de tema sempre me deixou mais interessado em pesquisar sobre e produzir textos, principalmente pela quantidade baixa de informação fácil por aí.


Obrigado pela leitura, e até o próximo post.

 


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