Cobra Kai: Primeira Temporada

 



EUA

2018

Cor

Teleplay: Jason Belleville, Joe Piarulli, Luan Thomas, Stacey Harman e Michael Jonathan Smith

Roteiro: Josh Heald, Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg, Stacey Harman, Michael Jonathan Smith e Jason Belleville

Direção: Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg, Steve Pink, Josh Heald e Jennifer Celotta

Produção: Ralph Macchio, William Zabka e Will Smith

Elenco: Ralph Macchio (Daniel LaRusso), William Zabka (Johnny Lawrence), Courtney Henggeler (Amanda LaRusso), Xolo Maridueña (Miguel Diaz), Tanner Buchanan (Robby Keene), Mary Mouser (Samantha LaRusso), Jacob Bertrand (Eli "Hawk" Moskowitz), Gianni DeCenzo (Demetri Alexopoulos), Ed Asner (Sid Weinberg), Nichole Brown (Aisha Robinson), Hannah Kepple (Moon), Rose Bianco (Rosa Diaz), Diora Baird (Shannon Keene), Bret Ernst  (Louie LaRusso Jr.), Dan Ahdoot (Anoush), Joe Seo (Kyler Park), Annalisa Cochrane (Yasmine), Griffin Santopietro (Anthony LaRusso), Bo Mitchell (Brucks), Owen Morgan (Bert), Susan Gallagher (Homeless Lynn), Terayle Hill (Trey), Jeff Kaplan (Cruz), David Shatraw (Tom Cole), Ken Davitian (Armand Zarkarian), Randee Heller (Lucille LaRusso) e Martin Kove (John Kreese)

Rede original: YouTube Red

Rede atual: Netflix

Idioma: Inglês 


Sinopse


A trajetória de reabilitação de Johnny Lawrence no mundo das Artes Marciais, na vida pessoal e em sua relação consigo mesmo. Revisitando velhos fantasmas, todos os dramas e traumas de um homem que tenta reerguer-se. Em colisão direta contra ele, Daniel LaRusso e todas as histórias que um nasceram a partir do encontro dos dois na adolescência. Duas visões do Karate em conflito dentro de suas respectivas visões sobre a mais importante de todas as filosofias: a da Vida





Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores!


Karate Kid é uma parte muito especial da minha existência e grande lembrança da minha infância. A Trilogia de filmes com Ralph Macchio tenho como influência em meu modo como histórias simples devem ser desenvolvidas: sempre se guiando pelas vias do coração que pontuam unicamente os instrumentos da realização final de uma obra. Não me animou assistir antes Cobra Kai porque tinha a impressão que esse revival nada traria de novo para a Mitologia criada nos Anos 80. Ler comentários negativos e assistir aqueles resumos horrorosos de Séries no YouTube aumentaram a minha desconfiança relacionada à produção. Mas, como acontece na maioria das vezes comigo, com vocês ou com quem vocês conheçam, quando as palavras de outras e as informações recebidas sobre algo são apagadas para se conferir o mesmo in loco, o resultado da experiência é exatamente o contrário do que se pensava antes dela.






Foi por uma recomendação do Ozymandias que assisti à  Primeira Temporada de Cobra Kai. Receoso, entretanto, de encontrar algo que não me agradasse, me aventurei na jornada de um anti-herói chamado Johnny Lawrence. O rosto cansado e amargurado do ator William Zabka, sua interpretação com um empenho visceral de um homem atormentado pelos erros do passado, são a marca de uma Série que encontrou seu caminho dentro daquela simplicidade de se contar uma história. Como Ator, Zabka melhorou demais, apesar de eu somente tê-lo visto atuar no primeiro Karate Kid; com um jeito duro e agressivo, pontuado por um bom coração, ele carregou seu personagem com uma vibração única de chamas que se ergueram rumo à incêndios maiores que o reabilitaram como homem. E sua visão do Karate figura como a de uma prática de Força e Poder para dinamizar os que se sentem oprimidos, fracos e menores. Como ele era na infância, um ponto infinitamente positivo no Roteiro que me surpreendeu muito. Minha opinião sobre Johnny Lawrence mudou, antes eu pensava que ele era apenas um bullie de merda.







Daniel LaRusso venceu na vida e se tornou o dono de uma concessionária de carros, casou com uma mulher que o ajuda nos negócios e é pai de dois filhos. Inicialmente, o Roteiro entrega uma certa pegadinha no espectador porque fica parecendo que ele esqueceu a filosofia ensinada pelo Sr. Kensuke Miyagi (Noriyuki "Pat" Morita) e se tornou um empresário qualquer como tantos outros cuja única "filosofia" é o lucro. Porém, até mesmo no modo como ele atende os clientes na Sede da empresa dele, a forma como divulga esta e a maneira de ver o mundo vão dando dicas de que o Sr. Miyagi ainda está presente na caminhada dele. O espírito filosófico do Karate como um meio de fluir como água nas estradas da vida não foi esquecido por Daniel, está ativo com consciência plena nele. Ralph Macchio trabalha todas as nuances da personalidade do personagem, muitas vezes fazendo lembrar o quanto este era esquentadinho e fazia muita coisa sem pensar inúmeras vezes. Quase que ele se perdeu, retomou o controle, seguiu o legado das orientações recebidas do Mestre e se portou digno do que lhe foi ensinado. Ele não é perfeito, não é um santo e nem um homem exemplar. O passado ainda se reflete próximo demais e cada lembrança é uma maré que traz de volta fatos que deixaram-lhe feridas interiores que nunca cicatrizaram.







Muitos dos leitores aqui do blog já assistiram esta Série que estou aqui comentando no texto, por isso vou me abster de entrar em detalhes que todos já sabem. O último episódio é o ápice para muitos, mas para mim o mesmo se dá na conversa em um bar entre Johnny e Daniel. Estes dois homens, imensuravelmente diferentes, são atraídos um pelo outro devido a suas incoerências, diferenças, contrastes, desavenças e inimizade. Naquela conversa, tudo se expandiu para o Passado em Karate Kid, o Presente em Cobra Kai e o Futuro além de Cobra Kai. Por que eu interpreto assim uma conversa que quase ninguém comentou, preferindo se concentrar nas cenas de efeito e frases de impacto? Porque, acima de ser uma obra que demonstra o confronto entre duas heterogêneas formas de contato com o Karate em si, Cobra Kai trata de Existencialismo. Há toda uma Filosofia Existencialista até no modo como a adolescência é retratada e isso foi feito sem que fosse preciso tornar tudo como uma Série papo-cabeça ao estilo Dark (a Série de Ficção Científica alemã) de ser. Simplicidade, como falei acima,  é  isto que fez com que este início da Série fosse elogiadíssimo e rendesse Temporadas posteriores também elogiadas. E as existências de dois homens conversando em um balcão de bar, esquecendo por um momento que eram inimigos, foi o momento que mais me chamou a atenção nesta Primeira Temporada. Revejam essa cena ou a sequência inteira dela no nono episódio, até seria melhor assistir a este por inteiro. O potencial de toda a Mitologia criada na Trilogia é muito maior do que a redução de tudo a lutas em um tatame.











O Johnny, por morar sozinho e lembrar que estou na mesma situação; o Miguel, por fazer me lembrar algo da adolescência; do Daniel, por pensar na Filosofia em lugar da Pancadaria nas Artes Marciais; a Samantha, por causa da energia do carisma da Atriz e aquela cena Dominatrix com o Miguel; do Robby, que tem um histórico de tensão com o pai; e da Aisha, pelo puxão da calcinha e por ter superado o Bullying: aqueles com os quais mais me identifiquei. Somente não gostei do Falcão e da Amanda, mas isto pode mudar conforme eu for assistindo às próximas Temporadas, nada é fixo porque Atores e Atrizes se aprimoram por esforço próprio (lembro que muitos personagens em uma Primeira Temporada de Série não me agradaram e depois me conquistaram; por outro lado, tomei antipatia por um personagem logo na Primeira e continuei com o mesmo sentimento até a Última). O que me incomodou muito foi ver aquele menino, o Anthony, filho do Daniel, sempre focado em jogos no smartphone; nada contra a atuação da criança,  que eu não critico (e considero uma escrotice tremenda adultos e adultas falarem mal das atuações de Atores e Atrizes mirins como se fossem Diretores de Elenco), mas um incômodo por ver que na nossa realidade há muitas crianças como ele que preferem ficar no Virtual ao invés de brincar com outras crianças. Ozymandias me deu um pequeno Spoiler de que o Anthony vai mudar bastante nas Temporadas seguintes e vou adorar assistir isto porque Internet não é a base de tudo na nossa tão curta vida.


























Sem misericórdia, assistirei a Segunda Temporada e resenharei igualmente.


Saudações Inomináveis a todos vós, Realistas Leitores!



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