In Memoriam: James Caan

 

Bom, meus amigos. mais uma vez venho escrever um obituário a pedido do Ozymandias. Dessa vez, o contemplado é James Caan, um grande ator norte-americano, cuja carreira remonta da década de 60, mas que ficou mesmo mais célebre nos anos 70, década do “cinemão” norte-americano. Então, sim, James Caan é mais um ator que viveu essa excelente década, talvez a melhor do cinema norte-americano, que nos deixou em 6 de julho, aos 82 anos.

Nascido em Nova York, em 25 de março de 1940, James Caan frequentou a Universidade de Michigan e depois a Hofstra University, onde se tornou colega de ninguém nada menos que Francis Ford Coppola. Durante essa época, passou a interessar-se por atuação e enveredou pelo teatro. Não demorou muito para que ele migrasse para o cinema e a TV. Seu debut foi no filme Irma la Douce, em 1963, em um minúsculo papel. Em 1969, atuaria em Chove no meu Coração (The Rain People), dirigido por Coppola.

 

Porém, apenas em 1972 é que James Caan se tornaria realmente famoso, graças ao papel de Sonny Corleone, irmão de Michael Corleone, interpretado por Al Pacino, no clássico O Poderoso Chefão de Coppola. Esse papel deixou Caan em evidência e o alçou a um dos atores mais prestigiados daquele período. Outro filme em que atuou e que é um dos mais antológicos de sua carreira foi Rollerball –­ Os Gladiadores do Século XXI, de 1975, dirigido por Norman Jewlson, em que interpreta Jonahtan E., um astro do esporte violento conhecido como rollerball, em um futuro distópico dominado por grandes corporações.

Vale ainda mencionar o pequeno papel que James Caan tem na adaptação do clássico dos quadrinhos, Dick Tracy, de 1990, com atuação e direção de Warren Beatty. Ele interpreta o mafioso Spud Spaldoni, em um pequeno papel. Também em 1990, James Caan teria ao meu ver a melhor atuação de sua vida, como o escritor Paul Sheldon em Louca Obsessão (Misery), dirigido por Rob Reiner e baseado no romance de Stephen King, em que, após um acidente, termina abrigado na residência da enfermeira Annie Wilkes, interpretada magistralmente por Kathy Bates, uma fã ardorosa. No entanto, quando Annie consegue pôr as mãos no manuscrito de Sheldon e descobre que ele matou sua protagonista Misery, sua vida passa a ser o Inferno na Terra, e ele come o pão que o Diabo amassou, sofrendo tortura física e psicológica.

Como todo ator que precisa pagar suas contas, James Caan fez suas porcarias. Um dos filmes ruins em que atuou que merece foi destaque foi Queima de Arquivo, dirigido por Chuck Russel e estrelado por Arnold Schwarzenegger. Caan interpreta o vilão agente Robert DeGuerin. Também é importante mencionar outro pequeno mas marcante papel dele, como o gângster pai de Gracie, vivida por Nicole Kidman, em Dogville de Lars Von Trier.

Por essa retrospectiva, é possível perceber que James Caan, apesar de ter sido um excelente ator, nos últimos anos andou sendo um tanto subaproveitado e fazendo papeis menores ou sem muita expressão. Ele certamente mereceria papeis melhores, mas fica aqui a lembrança de outra lenda de Hollywood que partiu.