Uma
vez que acabamos de passar pelo período natalino, vale a pena relembrar das
vezes em que o Motoqueiro Fantasma, o Espírito da Vingança da Marvel, encontrou
o aniversariante dessa data, Jesus Cristo de Nazaré, o filho de Deus. Um crossover
dessa proporção é algo meio estranho, mas eram os anos 70. Além disso, era um bom
contraste, pois as histórias do Motoqueiro sempre eram envoltas de satanismo.
O
Motoqueiro Fantasma sempre foi particularmente um dos meus personagens preferidos
da Marvel, pois sou fã dos gêneros de super-heróis e terror, e ele une os dois.
Nos anos 70, terror era um gênero rentável. Como a Marvel não é boba, tratou de
criar várias HQs neste estilo, como Tumba do Drácula, Werewolf By Night
(Lobisomem), Frankentein, Zumbi, Homem-Coisa e, claro, nosso amigo de cabeça
flamejante, o Motoqueiro Fantasma, que é uma recriação do Ghost Rider
original, do western.
Para
salvar Crash Simpson, seu mentor e pai de sua namorada, Roxane, Johnny Blaze
faz um trato com Satã; não é Mefisto, é Satã. A Marvel tem mais de um capiroto,
como Mefisto, Satã e Belasco, mas o mais importante é Mefisto mesmo. Satã é um diabo
secundário. Claro que Satã mentiu para Johnny e Crash morre em um acidente motociclístico.
Johnny, por sua vez, recebe o poder do demônio Zarathos e se transforma no flamejante
Motoqueiro Fantasma.
Em
Ghost Rider no 9, escrito por Tony Isabela e desenhado
por Jim Mooney, o Motoqueiro Fantasma tem de ir atrás de Satã, pois ele
sequestrou Roxane. Enquanto enfrenta o lacaio de Satã, o demônio Inferno, o
Motoqueiro recebe uma ajudinha dele mesmo, o próprio Jesus, como a sequência a
seguir revela.
Não
seria a primeira vez que o Espírito da Vingança encontraria o filho de Deus, em
Ghost Rider no 15, Jesus volta a dar as caras.
Porém,
logo o Motoqueiro percebe que está em uma região que lembra Nazaré da época de
Cristo, o que o deixa com a pulga atrás da orelha. Ele logo topa com um casal
indígena e um bebê na manjedoura.
Momentos depois, o Coisa aparece. Ele estava no rastro de uma estrela cadente pilotando um jato do Quarteto Fantástico. O Coisa confronta o Motoqueiro, que diz não saber o que está acontecendo. Na verdade, quem iria pilotar originalmente o jato era Reed Richards, mas Ben preferiu ir em seu lugar, pois não queria que Reed deixasse sua família sozinha em pleno Natal. O Coisa reconhece o Motoqueiro como o célebre astro da motocicleta Johnny Blaze, mas não sabe que na verdade o que ele usa na cabeça não é um capacete flamejante, mas seu próprio rosto.
O fato estarrecedor é que o Motoqueiro Fantasma e o Coisa se disfarçam como os dois outros reis magos, a fim de descobrir o que estava acontecendo. Não demora para descobrirem que quem estava por trás de tudo é um velho inimigo do Quarteto Fantástico que quase ninguém conhece, O Homem Miraculoso. O plano do vilão era recriar a reserva indígena como Nazaré, e assim fazer nascer uma criança imaculada para ser o novo messias. Dessa forma, o Homem Miraculoso poderia bancar Deus e ter seu poder como absoluto.
É
óbvio que o Motoqueiro Fantasma e o Coisa conseguem derrotar o Homem Miraculoso
e quase tudo volta ao normal, com exceção do bebê, que continua existindo. Ao final
da história, quem aparece é Wyatt Wingfoot, o amigo de Johnny Storm que costumava
pegar a Mulher-Hulk antigamente. Eles chegam à conclusão que criança existe por
uma razão especial. Seria ela o novo messias? Steve Gerber, o criador de
Howard, o Pato, era um escritor bastante provocador
Enfim,
deixo assim minha contribuição ao período natalino com essas estranhas
histórias do Motoqueiro Fantasma. E vamos nos lembrar sempre do aniversariante.
Feliz Natal!
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