(escrevi este texto em 2011 e o lanço agora como um desafio para os aficionados em HQs aqui do Ozymandias : alguém já conhecia o personagem abaixo? Alguém chegou a ler alguma história dele? Quem é o autor dos desenhos?)
Nosso universo, o do Big Bang, obviamente não foi criado por deus nenhum, porém universos fictícios, dentro dos nosso, têm seus deuses criadores, sim. É o caso do Universo Marvel, dimensão onde habitam Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro, Vingadores, Quarteto Fantástico, Demolidor, X-Men, Doutor Estranho, Surfista Prateado, Capitão América e até versões dos mitológicos Thor e Hércules. Todos filhos de um mesmo pai, todos crias de um mesmo deus : Stan Lee.
Stan Lee é o responsável pelo atual formato das HQs de super-heróis, heróis com fraquezas, com problemas financeiros, com desvio de caráter, com duplas (triplas, quádruplas…) personalidades, histórias com sequências e consequências; a continuidade nas HQs de heróis foi dada por Stan Lee, antes dele uma cidade podia, por exemplo, explodir e, na edição seguinte, ninguém nem mais tocar no assunto. O cara engendrou um universo de maravilhas, um mundo admirável.
Contudo é fatal e natural : os deuses envelhecem, perdem os poderes e morrem. Stan Lee está em seu ocaso. Associou-se ao canastrão, dublê de ator e de governador, Arnold Schwarzenegger. O pai dos X-Men e do conceito mutante vai escrever e editar uma série de histórias sobre Schwarzenegger : The Governator.
O enredo mostra um Schwarzenegger aposentado do cargo de governador e que resolve combater o crime construindo um centro secreto high-tech embaixo de sua casa em Brentwood [bairro de Los Angeles],uma espécie de bat-caverna. A Bat-Caverna do governador será equipada com uma frota de carros, diversos super-trajes com uma vasta combinação de truques e uma equipe de ajudantes. E como não poderia faltar, ele terá um pirralho especialista em segurança cibernética.
Vejam abaixo a capa de tal barbaridade.
“Adoro a ideia de um centro de controle debaixo da minha casa, com uma saída para o oceano para barcos e submarinos”, disse Schwarzenegger à revista. “No desenho, minha casa está muito mais próxima da praia do que na vida real. Mas, você sabe, é só um desenho.”
Para Schwarzenegger será uma
honraria ser retratado por Stan Lee; para Stan Lee só pode significar
total desespero de causa, ou a completa perda da noção das coisas, a
senilidade e a demência de um deus. O seu Ragnarok.
Salve, Stan Lee. Agradeço aqui todos os prazeres obtidos em minhas viagens por seu maravilhoso mundo, mas não mais erguerei altares, acenderei círios ou rezarei para Ti.
Descanse em paz, velho deus.
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