Oh Dae-su - Salty Goodness
Este ensaio foi publicado aos 04/09/2009 em meu blog O Mundo Inominável. Fala sobre o famoso filme coreano Oldboy (2003), de Park Chan-wook, uma obra que, infelizmente, não teve o reconhecimento merecido da parte de Hollywood. Diferente do que ocorreu no Oscar 2020 com Parasita, que surpreendeu muita gente e está dividindo pela Internet opiniões. Eu não assisti ainda Parasita (2019), de Bong Joon-ho, mas julgo pertinente afirmar que Oldboy também mereceria ser consagrado em TODAS as principais categorias da premiação. No entanto, o filme é historicamente parte de uma das grandes injustiças do Oscar, premiação que abandonei há muito tempo e nem dou mais nenhum crédito. Também, comentando hoje de manhã no Grupo de Autores do blog considerei pertinente igualmente republicar hoje este Ensaio, escrito de um modo mais intuitivo e diferente do que muitos de vocês devem conhecer dentro desse estilo de escrita. Então, lhes convido a partir de agora para a leitura do mesmo, leitores virtuais.
Este ensaio foi publicado aos 04/09/2009 em meu blog O Mundo Inominável. Fala sobre o famoso filme coreano Oldboy (2003), de Park Chan-wook, uma obra que, infelizmente, não teve o reconhecimento merecido da parte de Hollywood. Diferente do que ocorreu no Oscar 2020 com Parasita, que surpreendeu muita gente e está dividindo pela Internet opiniões. Eu não assisti ainda Parasita (2019), de Bong Joon-ho, mas julgo pertinente afirmar que Oldboy também mereceria ser consagrado em TODAS as principais categorias da premiação. No entanto, o filme é historicamente parte de uma das grandes injustiças do Oscar, premiação que abandonei há muito tempo e nem dou mais nenhum crédito. Também, comentando hoje de manhã no Grupo de Autores do blog considerei pertinente igualmente republicar hoje este Ensaio, escrito de um modo mais intuitivo e diferente do que muitos de vocês devem conhecer dentro desse estilo de escrita. Então, lhes convido a partir de agora para a leitura do mesmo, leitores virtuais.
Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores!
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio....
O mais sombrio....
O mais sombrio....
O mais sombrio....
O mais sombrio....
O mais sombrio....
O mais sombrio....
É no impacto ainda da apreciação de Oldboy (2003) que desenvolverei o início deste tópico. Antes de comprar ontem o DVD do filme li críticas positivas e negativas acerca do filme. As duas tendências de críticas apenas abordavam os aspectos ultraviolentos do filme, como coisas que chocaram aos mais sensíveis, aos que sempre querem ver a realidade atrás de lentes cor-de-rosa. O filme é, sim, ultraviolento. Vejam algumas das fotos abaixo com o personagem principal empunhando um martelo... Aquele martelo é utilizado para uma sessão de tortura na qual sete dentes de um sujeito são arrancados e como arma para uma antológica cena de luta em um corredor estreito, no qual o personagem a erguê-lo tão ameaçadoramente enfrenta sozinho mais de vinte marginais, vencendo-os, mas saindo bastante ferido.
As cenas ultraviolentas do filme, porém, possuem um sentido dentro do próprio contexto do roteiro desenvolvido pelo próprio diretor, Park Chan-wook, baseado no Mangá de mesmo nome escrito por Garon Tsuchiya e desenhado por Nobuaki Minegishi. Oh Dae-Su (Choi Min-sik) é aprisionado durante quinze anos em uma prisão particular sem nenhuma justificativa aparente, tendo como companhia apenas uma televisão. Durante todo esse tempo aprende a lutar apenas observando lutas pela televisão, que ele vem a definir como uma grande escola. Durante o tempo em que permaneceu aprisionado, apenas não enlouqueceu porque a sua vontade em buscar as respostas para seu aprisionamento instigavam-no a continuar são. Durante esse período, o responsável pelo seu aprisionamento ordena o assassinato de sua esposa, na casa onde residia, deixando suas digitais em um copo que fora recolhido em seu quarto-prisão. Solto, ele vaga, perdido, pela cidade, até encontrar o auxílio de Mi-do (Kang Hye-Jeong) na busca pelo paradeiro de sua filha, pelos motivos que o levaram a ser aprisionado por quinze anos e do responsável pelo aprisionamento.
O restante da trama, apenas assistindo ao filme, para aqueles que ainda não conhecem. Esqueçamos agora o termo ultraviolento e pensemos em uma grande dança na qual moralismos são esquecidos, passando a fluir simplesmente uma visceral rotina da mais natural das tendências humanas após uma desgraça proporcionada por outrem: a vingança. Mas, não aguarde apenas assistir a mais um filme de vingança, desses produzidos sempre por Hollywod nos quais o "grande machão ianque" mata centenas de bandidos durante toda a película e ao final do filme se sente feliz, nobre, grandioso! Esqueçam esses tipos de filme e assistam a Oldboy com um olhar incondicionado relacionado a filmes que falem sobre vingança. Garanto que jamais esquecerão a esse filme.
As interpretações de Choi Min-sik, Kang Hye-Jeong e Yu Ji-Tae (que interpreta o vilão do filme, Lee Woo-jin) são fenomenais, brilhantes, nas quais entregam-se de corpo e alma, mais do que literalmente aos seus personagens. Esses três atores, realmente, conduzem o filme, e seu trabalho é de causar inveja a muitos atorezinhos estelares hollywoodianos que se sentem o máximo (por exemplo, George Clooney) e envergonhar aos canastrões das malhações e RBD's da vida. Choi Min-sik é o destaque, é a peça fundamental do filme, fazendo de seu personagem um anti-herói carismático, profundo, verdadeiro, sedutor e especial. Afora tornar famoso um martelo e comer um polvo vivo, Choi Min-sik demonstrou que ainda existem atores de verdadeiro e inegável talento na face da Terra. Especial ao representar o que de mais primal há no ser humano, o que de mais sombrio há no ser humano.
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O Monstro temperado.
O Monstro absurdo.
O Monstro possibilitado.
Temperado pelo poder, humano poder, de perder-se no abismal laço da brutalidade.
Absurdo em uma civilização que se diz "civilizada".
Possibilitado pelo crescente humano desinteresse pelo Outro.
Claro, O Monstro Sabe!
Claro, O Monstro Visualiza!
Claro, O Monstro aplaude!
Não está sendo menos criminoso o pedófilo estuprador do que aquele que aborta para salvar a uma menina vítima do abuso daquele?
Não estamos vendo que os crimes maiores apenas são vitimizadores dos criminosos menores?
Não estamos vendo um egoísmo detonador de nosso pequeno estado tão alarmante?
Tu não estás vendo, Oldboy?
Tu não estás vendo, Oldgirl?
Tu estás vendo, Oldboy?
Tu estás vendo, Oldgirl?
Tu vacilas ao não encarar O Monstro, Oldboy?
Tu vacilas ao não encarar O Monstro, Oldgirl?
Tu abordas teu Monstro, Oldboy?
Tu abordas teu Monstro, Oldgirl?
Martelos erguidos contra O Monstro?
Martelos abaixados contra O Monstro?
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Abaixados!
Uma chacina, mãe, pai, filhos, mortos...
Um estupro de uma menina...
Um estupro de um menino...
Uma bomba em Bagdá explodindo...
Um míssil em Gaza caindo...
Uma bomba em Jerusálem explodindo...
Um presidiário espancado pelos carcereiros...
Um favelado morto pelos que são pagos para proteger-lhe...
O Monstro vencendo está, Oldboy!
O Monstro vencendo está, Oldgirl!
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
O mais sombrio...
Saudações Mórbidas a todos vós, Realistas Leitores!
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Inomináveis Saudações, leitoras & leitores virtuais!
Se este escrito vos agradou, lhes convido para conhecerem meus outros inomináveis universos:
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