COLEÇÃO QUARTETO FANTÁSTICO - EXTRA!


Além de todas as principais fases do grupo que citamos, o Quarteto Fantástico nunca deixa de marcar presença nas principais histórias da Marvel, como "Terra X", "Marvels", "Guerra Civil" e "Hulk Contra o Mundo". Como ainda haviam outros materiais do grupo que conhecíamos e gostávamos o bastante para recomendar... fechamos nossa coleção em quatro partes e fazemos um extra, preenchido por variedades. Vamos aproveitar pra falar de personagens muito amados da editora que surgiram do lápis do Rei na revista, como Pantera Negra e Surfista Prateado. Desfrute:




Quarteto Fantástico: O Fim


"Destino tinha razão. Sacrifiquei tudo por um sonho utópico."
"Uma realidade utópica! Você guiou a humanidade para fora das trevas que se seguiram às guerras mutantes. Sua tecnologia permitiu que a civilização sobrevivesse e crescesse... muito além de nossos sonhos mais otimistas."

Apesar de fazer parte de um futuro alternativo, Alan Davis escreveu essa história de forma tão magnífica que poderia ser considerada oficialmente a última história do Quarteto Fantástico. Uma trama aparentemente simples, mas com várias amarras e reviravoltas, além de várias subtramas que prendem o leitor para saber o desfecho. O Quarteto Fantástico prova que nasceu para aventuras épicas, basta saber explorar bem esse potencial, coisa que Alan Davis fez muito bem. Ele homenageou toda a mitologia do grupo, vários personagens importantes e com participações importantes na história. Nem todos os heróis da Marvel têm à sua disposição tanto material interessante para ser bem desenvolvido quanto o Quarteto Fantástico. Além disso, Alan Davis retratou a personalidade de cada membro do grupo de forma que eles pudessem ser desenvolvidos dentro da própria trama em si, e destacou de forma brilhante, não só o lado familiar do Quarteto, mas o que eles, de fato são - amigos.



Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?

"Às vezes é preciso chutar alguns traseiros em nome de Jesus."

Na primeira linha de histórias do quarteto, Lee e Kirby já haviam feito o africano personagem Pantera Negra para haver a inclusão de um personagem com características negras. Ele era o rei de Wakanda, uma nação utópica e fictícia da África. Por melhores que fossem as intenções, isso refletia em nada a África, que não possui qualquer país parecido com essa ideia de lugar perfeito que tinha Wakanda, mas em "Quem é o Pantera Negra?", o roteiro se compromete muito mais com questões reais que são pertinentes de discussão. O cineasta Reginald Hudlin junto com Romita Jr. mostra T'Challa e seu reino de Wakanda como uma força imponente, mas há razão pra isso: eles são fodões. O próprio autor disse querer trazer uma atmosfera rock and roll com um espírito de "não mexa com a gente".

Consciente da inexistência de inimigos decentes do personagem, além do Garra Sônica, ele toma a liberdade de usar um bom elenco de inimigos secundários da Marvel, o que ajuda com o desenvolvimento impressionante. Soma isso com a forma que ele demonstra o espírito invasivo do governo dos Estados Unidos, a arrogância das forças militares e a hipocrisia das forças religiosas que destroem em nome de suas crenças... você tem aí uma bela festa.



Pantera Negra: Conheça Wakanda e Morra

"Senhor, as naves estão agora ao alcance."
"Então, vamos lhes dar as boas-vindas no bom e velho estilo wakandano."

Bem... Há algumas curiosidades sobre esse volume. Primeiro que quase metade é dedicado à história mais antiga em que T'Challa estreou na revista do Quarteto Fantástico, por Stan Lee e Jack Kirby, sendo até hoje o herói negro mais legal de todos. Depois vem "Conheça Wakanda e Morra", que é da época da invasão skrull. Possui um clima de guerra sem enrolações, que já começa parecendo um jogo de Batalha Naval. O que surpreende é como eles trabalharam bem o comandante skrull, há até partes em que a narrativa fica do lado dos aliens, com o herói Pantera sendo apresentado apenas como ameaça. A história toda é do combate entre os skrulls e os wakandanos. Lembra "300", de Frank Miller, com as reflexões dos soldados na narração e os quadros cheios de poses de batalha.



A Provação do Arauto


"Divididos, nós somos vulneráveis."

Cansado das constantes decepções com seus antigos arautos, Galactus escolhe Morg como seu novo desbravador. Porém, o atual arauto é totalmente desprovido de moral e humanidade e representa um perigo para todo o cosmo. O Surfista Prateado parte em busca de ajuda para deter Morg. Senhor do Fogo, Nova, Gabriel Lan e Terrax, um a um, cada ex-arauto é convocado para uma batalha final pelo destino do cosmo. Esse arco faz parte de uma série aclamada do Surfista Prateado, escrita por Ron Marz, que começou no final da década de 80. Trazendo um toque de humor em suas histórias, mas mantendo toda a essência de integridade e altruísmo de Norrin Radd. Essa história, apesar de fazer parte de uma série mensal em andamento, pode ser lida e entendida sem problemas. Com cada edição sendo construída aos poucos e que leva ao clímax final da batalha, um recurso bastante usado, mas que funciona quando bem executado. Essa história do Surfista é mais uma bela adição à lista de grandes clássicos do herói. Leitura recomendada.



Série do Coisa

"Sou um homem que sabe como se sente ao ser desprezado pelos outros."

Esse volume reúne as edições #53-58 e 60 da revista Marvel Two-in-One, escrito por Mark Gruenwald e desenhos de John Byrne e George Perez. Nessa história, o Projeto Pegasus é um complexo científico que trabalha com energia e emprega vários recursos, e por isso, necessita de um sistema de segurança reforçado. Quasar é seu chefe de segurança, mas quando os laboratórios passam a ser vítimas de ataques de seres super-poderosos, ele passa a contar o apoio de Ben Grimm, o Coisa. Além disso, um de seus cientistas é Bill Foster, o herói Golias Negro. Juntos, eles defendem o complexo científico contra ataques de Deathlok e Thundra e ainda precisam descobrir a identidade de um traidor dentro do projeto. Contando com as belas artes de John Byrne e George Pérez, o roteirista Mark Gruenwald cria uma história bem elaborada com várias subtramas que acabam levando ao confronto final com o vilão principal. Em cada edição, embora o foco seja em um herói atuando ao lado do Coisa, todos os personagens recebem um bom tratamento e a história flui suavemente. O humor característico das histórias envolvendo o Coisa se misturam bem com os vários momentos de ação. Leitura recomendada.


Esse encadernado ainda contém a edição #51 da revista Fantastic Four, por Stan Lee e Jack Kirby. Aqui, enquanto Ben Grimm tem uma de suas crises de depressão por causa de sua situação aparentemente irreversível, um cientista cria um aparelho para se tornar uma réplica do Coisa. Um contraste interessante que mostra que o verdadeiro homem ou monstro está no coração de cada um e não na aparência externa.


A Derrota de Doom


"Eu precisava mesmo do Homem-Impossível para estragar meu dia de vez."

Depois do Sr. Fantástico perder seus poderes, o Quarteto se debandou. Ben foi morar com Alicia, e recebeu um convite para trabalhar na NASA. Sue e Reed estão juntos, e ele está procurando emprego e acaba recebendo uma proposta financeiramente tentadora. Johnny vai participar de uma corrida de dragstares no pequeno condado de Dade. Lá ele se encontra com um antigo colega de escola - Wyatt Wingfoot. Durante a corrida, Johnny é atacado por Texas Tornado. O mercenário é derrotado, mas fica o mistério sobre a identidade de seus empregadores. O mesmo acontece com o Coisa quando ele vai trabalhar na NASA e é atacado por Diablo. Sue está em Hollywood, mas logo precisa retornar, pois os três percebem que Reed pode estar trabalhando para a pessoa errada. Uma fase que se passa nos anos 70 e é carregada com referências da época clássica de Stan Lee e Jack Kirby, até mesmo na narrativa e nos momentos de ação e reviravoltas. É interessante ver como a trama se desenrola, primeiramente focando em seus membros de modo individual e depois, quando Reed consegue recuperar seus poderes, funcionando como um grupo familiar novamente. Além disso, a segunda parte desse longo arco procura mostrar a eterna rivalidade entre Reed Richards e Victor Von Doom, e principalmente, achei que o Doutor Destino foi o grande protagonista, explorando toda a sua motivação distorcida, seu lado egocêntrico e megalomaníaco. Nesse sentido, valeu muito a pena acompanhar essas histórias.




Invasão Secreta: Inumanos


"Enquanto os laços familiares permanecerem entre os Inumanos, nós não temos fraquezas."

Tony Stark revela o corpo morto do skrull que estava se passando por Raio Negro. Medusa leva seu corpo à Attilan e acaba descobrindo que a cidade havia sido infiltrada por um exército de skrulls. Somente sua família - Crystal, Górgon, Triton e Karnark - poderiam derrotar os invasores e rumar ao espaço em busca do verdadeiro Raio Negro, que estava sendo usado como cobaia para os experimentos dos skrulls, que pretendem roubar sua voz e usá-la como arma. Seria tão somente natural que os Inumanos tivessem sua própria minissérie dentro da saga Invasão Secreta, em vista do skrull que se passou por Raio Negro e da antiga animosidade existente entre krees (criadores dos Inumanos) e skrulls. O núcleo principal permanece, e o escritor consegue trabalhar muito bem as habilidades individuais de cada um, além de explorar vários elementos que fazem parte do sistema governamental dos Inumanos e da família real. A história também teve acontecimentos que acabaram influenciando o rumo dos Inumanos dentro do universo Marvel.



Minissérie dos Inumanos publicada pela Mythos


"Ó admirável mundo novo que nele tem tais pessoas."

Attilan. Uma cidade isolada do resto do planeta, lar dos Inumanos, e governada por Raio Negro. Uma sociedade única, com seres considerados verdadeiros deuses. Como acontece há várias gerações, jovens se preparam para o dia da transformação - o fardo da hereditariedade - quando seus poderes surgirão ao processo. Sem exageros, uma excelente história. O escritor Paul Jenkins explora a sociedade, leis e cultura dos Inumanos traçando paralelos com a nossa própria. Além disso, apresenta os personagens principais e secundários de uma maneira fácil de entender e conhecer, mesmo para novos leitores. Apesar do aparente grande vilão não ser uma novidade, a criatividade do escritor e seu desejo de apresentar os Inumanos não somente como uma equipe de heróis, mas como uma sociedade à parte, fazem dessa série uma leitura altamente recomendada.



1602: Os Quatro do Fantásticko

"Você percebe que Will Shakespeare compartilhará o fim de Von Doom?"

"1602" foi um universo criado por Neil Gaiman representando o Universo Marvel no contexto da Europa de 1602. A série foi muito amada, tendo obrigatoriamente, os membros do Quarteto Fantástico como alguns dos principais personagens. Nesta sequência, pelas mãos de Peter David, se passou algum tempo desde 1602, e o conde Otto Von Doom tem interesse de explorar um tipo de terra prometida com o grupo de vilões, Quarteto Terrível, que é formado por Medusa, Homem-Areia, Mago e Ardiloso. Os Quatro do Fantásticko, então separados, se unem para ir atrás de Doom e seus ajudantes quando ele captura ninguém menos que William Shakespeare!!! A história é divertida e cheia de referências, digna do original de Neil Gaiman, só que dessa vez focado no grupo de Richards em especial.



Hulk&Coisa: Golpes Baixos

"-A gente precisa conversar.
-Você pode ser... Eu não.
-Não você... O outro cara."

O Coisa encontra com o Bruce Banner em um barzinho, as razões são inicialmente desconhecidas. Ele diz que quer conversar, mas com o alter-ego do homem, com o Hulk. O personagem principal é o Coisa, que começa a fazer um tipo de papo sincero entre monstros com a mutação gama, que está com a personalidade transformada em meio-termo do monstro e o homem. O Coisa faz várias revelações interessantes enquanto reflete sobre seus tormentos internos. O final conta com várias surpresas, sendo uma história inteligente que vale muito a pena, vai bem além do que a capa meio apelativa parece oferecer. No Brasil publicaram inteira na boa "Marvel Apresenta". A arte que deixa tudo com esse tom de feiura realista é do já elogiado Jae Lee, de "1234".



Coisa: Show de Aberrações

"Meu pessoal nasceu daquele jeito. Nunca conheceu outro modo de ser. Você, por sua vez... Aprendeu a ser feio. Perdão... Teve que aprender."

A história é escrita pelo Geoff Johns. Se passa numa época em que o Coisa podia reverter seu estado pra forma humana quando quisesse. Acontece que uma parte de suas costas é retirada durante uma luta, o que vai obrigá-lo a ficar na forma rochosa por um tempo. Revoltado, Ben foge sem dizer pra aonde vai, cortando qualquer contato com seus amigos e família. O herói acaba encontrando um circo de aberrações, onde não consegue evitar de lembrar quem era antes de virar o Coisa e ter algumas reflexões. O roteirista Geoff Johns tem várias ideias boas, uma delas é colocar um circo de aberrações como contexto da história; afinal, nunca vemos a aparência do Coisa pelo ponto de vista de outras pessoas que têm aparências assustadoras também. A história é muito engraçada, Johns sabe escrever a personalidade do Coisa muito bem, e há várias surpresas até o final, algumas realmente muito boas. Vale a pena conferir!

"Se minha tia Petúnia pudesse ver isso..."



Hulk e o Coisa


"Hulk esmaga homem-pedra! Hulk esmaga tudo!"
"Espero que isso não inclua artistas plásticos!"

Dois dos maiores brutamontes da Marvel, o Hulk e o Coisa, são teleportados por um alienígena que quer os serviços deles. Se conseguirem o que ele pede, o ser diz que pode realizar dois de quaisquer desejos que eles pedirem. Toda a história tem uma intenção cômica, e é surpreendente como conseguiram deixar o Hulk tão engraçado! Os desenhos do Wrightson, mais conhecido por trabalhos de terror como Frankenstein e Monstro do Pântano, ficaram muito bonitos. De forma geral é uma história descomprometida e divertida, vem de uma época quando o conceito de graphic novel havia sido banalizado e qualquer história simples era lançada como tal. Mesmo tendo Starlin e Wrightson na produção, "Hulk e o Coisa" não deixa de ser uma dessas.



Homem-Aranha e Tocha Humana


"Você está ajudando bastante. Sabe, quando eu tiro essa máscara... Eu não posso contar pros meus amigos normais nenhuma dessas coisas. Mas você...? Bem, você é o único super amigo que eu tenho."

Divertida e genial, essa série mostrava a relação de amizade e inimizade entre o Homem-Aranha e o Tocha Humana conforme o passar da jornada deles. É MUITO legal. Cada edição passa por um período e você consegue perceber facilmente qual é por vários detalhes, seja a posição civil dos personagens (vai desde o Peter Parker estudante até o professor) ou as namoradas que eles têm, tanto do Homem-Aranha quanto do Tocha Humana. Todas as histórias são bem feitas: elas te envolvem e são divertidas demais, mas sem em qualquer momento parecer um pastelão. Há coadjuvantes tanto dos gibis do Homem-Aranha quanto do Quarteto Fantástico: Doutor Destino, Abutre, Pantera Negra, Gata Negra, Kraven e muitos mais! O final é surpreendentemente sensível e emocionante! Aqui no Brasil eles lançaram tudo junto em uma publicação só. Foi baratinho... comprei com o troco do sorvete... Bons tempos... Imperdível!



Os Livros do Destino


"Não há ninguém na Latvéria que não tenha se unido a causa desse lunático?"

A história do Doutor Destino é contada pelo próprio. Eles vão desde quando ele estava no útero de sua mãe cigana, passando pela época que foi estudar nos Estados Unidos, conhecendo Reed Richards, até quando ascendeu ao posto de ditador da Latvéria. Quem escreve é Ed Bruebaker, famoso por histórias do Capitão América. Ele faz uma narrativa muito estilosa com o sombrio personagem recordando sua vida sempre se referindo a si mesmo com grandeza. Também há sempre comentários de pessoas no presente sendo gravados sobre um período antigo quando conheceram o déspota, dando a entender a produção de algum documentário sendo feito sobre o homem. Bruebaker respeita os detalhes da origem do vilão que já haviam sido contados no passado e guarda algumas surpresas pro final. O desfecho é digno de um grandioso filme!



Doutor Estranho & Doutor Destino: Triunfo e Tormento


"Dor? Dor é como o amor, como a compaixão! É atributo de homens inferiores! O que é a dor para Destino?"

Nessa graphic novel de Roger Stern com Michael Mignola (criador do Hellboy), Doutor Destino e Doutor Estranho têm seus caminhos cruzados no mundo do misticismo, tendo Estranho que fornecer um favor a Victor Von Doom. Para sua surpresa, o que o tirano queria não era mais poder e conquista, ele queria ajuda para resgatar a alma de sua mãe do Inferno. A história traz muito bem o mistério da personalidade do ditador, nunca muito clara. O roteiro não é perfeito, saindo da trama principal pra contar as origens dos dois protagonistas, fica fácil perder a atenção na história, mas continua sendo um material que deve ser conferido por todos os fãs da Marvel. Os desenhos de Mignola não falham, tendo pego muito bem a herança de Jack Kirby, Steve Ditko e Walt Simonson. Tudo sai muito charmoso e sombrio, o Mefisto que Mignola faz é digno da ideia de mal absoluto.



Créditos...

Douglas Joker: Pantera Negra, 1602, Hulk&Coisa, Hulk e o Coisa, Coisa: Show de Aberrações, Homem-Aranha e Tocha Humana, Doutor Destino.
Roger: O Fim, Surfista Prateado, série do Coisa, Inumanos, A Derrota de Doom

Postar um comentário

0 Comentários