MEMÓRIA MAGAZINE (“western spaghetti”): Trilogia dos Dólares (Sergio Leone - 1964/1965/1966)


Neste MEMÓRIA MAGAZINE vamos falar da já quase esquecida Trilogia dos Dólares (italiano: Trilogia del dollaro), também conhecida como a Trilogia do Pistoleiro Sem Nome que são uma série de filmes do subgênero western spaghetti dirigidos por Sergio Leone. 

De cara vamos explicar esse tal de: “Western Spaghetti”, Faroeste Espaguete, Faroeste Macarrônico ou Bang-bang à italiana que é basicamente um subgênero dos filmes de Cowboy de produção italiana das décadas de 1960 e 1970, muitas vezes com a participação de atores famosos, mesmo em início de sua carreira que mais tarde viriam a tornar-se estrelas internacionais. Eram produções italianas (embora houvessem alemães, franceses e espanhóis na produção) de filmes cuja temática era o faroeste americano. Houve uma explosão desse tipo de filme,por que os EUA já tinham parado de produzí-los.

No caso deste post, estamos falando especificamente dos seguintes filmes: Por Um Punhado de Dólares (Per un pugno di dollari), Por uns Dólares a Mais (Per qualche dollaro in più) e O Bom, O Mal e o Feio (Il buono, il brutto, il cattivo).
Os três filmes foram estrelados por Clint Eastwood. Lee Van Cleef aparece em "Por Uns Dólares a Mais" e "Três homens em Conflito", já Eli Wallach se destaca no terceiro filme da trilogia. E como mencionado no início, todos foram dirigidos por Sérgio Leone.

Sérgio Leone, além de ter dirigido os já citados filmes, também dirigiu outros quatro (4) filmes. Mas, vamos nos focar nestes que marcaram tanto o início de sua carreira, quanto a própria essência do que passariam a ser os filmes de faroeste.
Para melhor explicar o que quero dizer, eis aqui algumas interessantes curiosidades:
O filme Per un pugno di dollari (Por um punhado de dólares) ( 1965)  o primeiro da trilogia dos dólares é considerado o primeiro western spaghetti,mas já haviam sido produzidos outros 25 filmes de western na Itália,mas esse foi o primeiro com lançamento internacional;
Clint Eastwood estrela todos os 3 filmes da trilogia,como um personagem sem nome(quando se referem a ele nos filmes é sempre um apelido);
Sergio Leone dizia que Clint Eastwood só tinha duas expressões faciais:Com chapéu e sem chapéu;
Clint Eastwood não fumava,mas seu personagem fuma em todos filmes da trilogia
Per un pugno di dollari foi baseado no filme japonês Yojimbo (1961) de Akira Kurosawa.O filme era tão semelhante que Kurosawa processou Leone e ganhou 15% do filme em todo o mundo os direitos exclusivos de distribuição e bruto para o Japão, Taiwan e Coréia. Kurosawa disse mais tarde que ele fez mais dinheiro com estes direitos do que ele em Yojimbo
Sergio Leone e Ennio Morricone,o gênio que compôs as musicas dos seus filmes e de vários outros,eram colegas de classe quando crianças;
Além de Clint Eastwood , é claro, os atores Mario Brega , Benito Stefanelli , Aldo Sambrell , e Antonio Molino Rojo são os únicos atores a aparecer em todos os 3 filmes da "Trilogia de Dólares" 
Os personagens de Mario Brega morrem em todos filmes da trilogia,no primeiro filme,o personagem dele morre esmagado por um Barril,no segundo o personagem dele é esfaqueado nas costas e no terceiro ele bate a cabeça contra as rochas numa fuga;
Em Por uns dólares a mais (1965)  Por uns Dólares a Mais ,Clint Eastwood esse personagem chama Lee Van Cleef  de "homem velho ", enquanto Van Cleef chama Eastwood de " rapaz ". Na realidade, Clint já tinha 35 anos e Lee apenas 40 anos quando este filme foi feito. 
O filme Il Buono, il Brutto, il cattivo (1966) foi traduzido no Brasil como Três homens em conflito,mas a tradução literal dele seria "O bom,o mau e o feio".Anos mais tarde foi assim que esse filme foi traduzido
Se você realmente não sabe, mas tem interesse em saber, fique sabendo que a Trilogia dos dólares é baseada em aventuras de caçadores de recompensas no velho oeste americano, com Clint Eastwood interpretando um pistoleiro sem nome que arma planos e truques sofisticados para pegar os bandidos, além, é claro, de possuir uma pontaria das mais certeiras da história dos faroestes.
Como já dito, o primeiro filme é uma versão do japonês Yojimbo, de Akira Kurosawa. No segundo, há duelos e confrontos fantásticos de Eastwood com personagens interpretados por atores que se tornariam astros do gênero (Klaus Kinski e Lee Van Cleef). Também há muitas explosões, com Eastwood fazendo uso de bananas de dinamite. E no terceiro, o famoso "triplo confronto" no clímax final, embalado pela música de Ennio Morricone.
Eastwood exploraria novas variações do seu personagem quando voltou para os Estados Unidos (por duas vezes - The Pale Rider (Cavaleiro Solitário, no Brasil) e High Plains Drifter (O Estranho Sem Nome, no Brasil) o misterioso pistoleiro apareceria em versões que o mostravam como um tipo de estranho vingador "sobrenatural", por exemplo, o que justificaria as capacidades extraordinárias vistas nos outros filmes) - e até mesmo realizaria uma espécie de despedida (amarga), mostrando o que seria uma faceta humana do grande cowboy, no premiado Unforgiven (Os imperdoáveis, no Brasil).

Trilhas sonoras:
Grande parte da emoção provocada nos filmes de western spaghetti, se deve às inspiradas trilhas sonoras compostas pelo compositor italiano Ennio Morricone, que ainda hoje figuram entre as mais belas da história do cinema como um todo.
Ao contrário de trilhas excessivamente vibrantes ou heróicas ou simplesmente mal editadas (vide o tema de Os Sete Magníficos, The Magnificent Seven, cujo belo tema é tocado desnecessariamente e em momentos equivocados até à exaustão) geralmente comuns à maioria dos filmes dos westerns até então, a trilha de Ennio Morricone trouxe substância e sensibilidade: sons de assovio, que remetem à solidão do vaqueiro, sons de guitarra flamenca, que remetem à Espanha e ao deserto do oriente médio, sons de gaita imitando a respiração de um moribundo, suaves sons de xilofone acompanhando à contagem regressiva de um relógio de bolso, corais que remetem ao som dos coiotes e corais angelicais que transmitem redenção espiritual ao meio à aridez do deserto são alguns dos criativos componentes que Ennio Morricone trouxe ao gênero.
Em uma nota mais recente, a trilha sonora do filme Il buono, il brutto, il cattivo, The Ecstasy of Gold, foi interpretada pela orquestra de San Francisco regida pelo maestro Michael Kamen, no advento do concerto do Metallica S&M (Symphony And Metallica) de 1999.
O tema de Once Upon a Time in the West foi também gravado pela cantora de fado portuguesa Dulce Pontes, no CD "Focus" de 2003.
Temas de Ennio Morricone para a trilogia dos dólares também temperaram a trilha do filme Kill Bill: Volume 2, do diretor Quentin Tarantino, que de certa forma homenageia o clima dos westerns.
A Trilogia Mariachi do diretor mexicano Robert Rodriguez, também é uma clara homenagem à trilogia de Sergio Leone.

SINOPSES:
Por um Punhado de Dólares: Joe (Clint Eastwood) é um perigoso e misterioso pistoleiro recém chegado a San Miguel, uma pequena cidade da fronteira, rude e empoeirada onde dois grupos rivais de contrabandistas aterrorizam os cidadãos mais pobres. Rápido no gatilho, o pistoleiro logo recebe ofertas de emprego vindas das duas gangues. Mas, sua lealdade não pode ser comprada, mas mesmo assim ele aceita os dois empregos. Sua intenção é desmascarar os criminosos com um inteligente jogo de confrontos mortais.

Por uns Dólares a Mais: Manco (Clink Eastwood) é um astuto caçador de recompensas, que perambula pelas cidades do velho oeste americano em busca de um novo alvo. Ele o encontra quando, vê o cartaz de procurado de Indio (Gian Maria Volonté), um perigoso bandido que também está sendo procurado pelo coronel Douglas Mortimer (Lee Van Cleef), outro caçador de recompensas. Os dois partem no encalço de Indio mas, sem conseguir capturar o bandido nem eliminar o rival, eles precisam decidir entre unir forças ou serem eliminados pela gangue de Indio. Esta obra-prima do gênero é a segunda, da famosa: “Trilogia do Dólar”, do mestre Sérgio Leone.

O Bom, o Mal, e o Feio: Três bandoleiros "ajudam-se e enganam-se" mutuamente, tentando se apossar de uma fortuna de dólares em ouro, durante a Guerra Civil americana. Belíssimo filme, com a dose certa de humor, divertido, ruidoso, movimentado, bonito, com um final antológico. Um marco inesquecível da história do cinema. Destaque para o trabalho de Wallach. Com uma trilha sonora maravilhosa do grande mestre Ennio Morricone. Sergio Leone mostrou ao mundo nesta produção, mais uma vez, toda sua genialidade. Imprescindível.



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