Alice Cooper&David Bowie: artistas no FULL POWER


"Eu quero fazer isso, mas quero fazer melhor. Quando todo mundo é normal, eu sou estranho, quando todo mundo é estranho, eu sou mais ainda." Alice Cooper

"Não sei pra onde vou daqui, mas prometo que não será entediante." David Bowie

Melhor já começar esclarecendo uns pontos... O que David Bowie e Alice Cooper atualmente têm em comum? Não quero confundir ninguém, então vamos já deixar claro que diferente do Bowie, Alice Cooper NÃO está morto. Também houve nenhuma colaboração fundamental entre os dois; seja alguma homenagem específica ou mesmo nas suas artes. Apesar de serem ambos reconhecidos como roqueiros e serem da mesma época, não é totalmente errado afirmar que eles são de movimentos bem diferentes.



Viu?

O cara é de outro rolê.

Então por que um post do tipo? Falando bem dos dois se não há qualquer tipo de dueto clássico executado por eles ou coisa assim?

Bem... é porque ambos os alienshomens compartilham de uma expressiva característica em comum...


 Eles compartilham de um infinito e fascinante...







FULL POWER!!!




Aberrações dos Anos 70... No more Mr. Niceguy!


"Eu queria ser um músico porque... parecia rebelde, parecia subversivo." David Bowie

Não dá pra negar que a primeira coisa que os dois faziam no início de suas carreiras era de primeira chocar com suas aparências. Depois influenciaram todo um movimento os tornando menos diferentes na multidão. Do lado do Alice tem todo o shock rock, com caras como KISS e Twisted Sister; o David Bowie tem todos esses freaks do mundo fashion pop, como a mais recente Lady Gaga, que até usava aquela maquiagem no rosto em homenagem a ele.


Mas antes de tudo, a primeira coisa que eles pareciam ao bater do olho eram aberrações. Não eram a princípio o tipo de músicos que estão tentando ser sexy e atraentes. Engraçado, faz pouquíssimo tempo saiu uma música do Rob Zombie que fala bem isso (de forma cômica); se chama "The Life and Times of a Teenage Rock God/A Vida de um Deus do Rock Adolescente", onde no refrão ele diz "Sou um deus do rock adolescente! Todos os esquisitos vem me venerar!". Até engraçado usar esse exemplo, já que Zombie é assumido fã de Alice e considerado por muitos uma versão moderna dele, até introduziu a sua banda no Rock and Roll Hall of Fame em 2011.


Claro que Bowie no caso era uma fera no mundo da moda, desenhando seus próprios figurinos; observando todo o percurso da sua carreira dá pra ver várias performances dele todo elegante. Mas no princípio não era assim... Enquanto Alice parecia uma bruxa corcunda e magrela saída de um filme de terror, Bowie chegou até a usar um alienígena como persona...



Can you hear me, Major Tom?


"Não consigo pensar em termos conceituais. Pra mim é automático. Eu faço um trabalho conceitual dentro da minha cabeça." Alice Cooper

Os trabalhos conceituais são uma das características mais cativantes de ambos. É interessante começar pelo David Bowie, pois os dele refletem nos próprios personagens que ele ficou tão famoso incorporando. O principal deve ser Ziggy Stardust, que ele declarou ser... um alienígena andrógino. Bowie misturava o fascínio pelas viagens espaciais que tinham começado na época junto com os tabus de sexualidade, fatores que o marcaram pra sempre. Mais do que músicas como "Starman" e "Space Odditty", é só ver o nome do álbum "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars". Que raio de nome é esse, cara?! Parece até o nome de uma estória e não é por pura coincidência! O cara criou toda uma fantasia em torno de sua música, é só conferir vídeos dele fazendo atuações até hoje apaixonantes caracterizado como Ziggy.


No caso do Bowie um dos melhores exemplos é o clipe "Ashes to Ashes" em que ele mesmo vive vários personagens e chega a mencionar o "Major Tom" da famosa "Space Oddity". Um exemplo irado é o "Diamond Dogs"(1974), baseado em um dos livros preferidos de Bowie (e de quase todo mundo), o distópico "1984", de George Orwell. As menções são tão claras que nem parece certo chamar de referências. Uma das melhores faixas se chama justamente "1984", entre outras como "Big Brother" e "We Are The Dead". Também há a famosíssima "Rebel Rebel".


Já Alice quando largou da banda original (identificada como "Alice Cooper Band", pra não confundir com a extensa carreira solo do vocalista) já lançou logo um dos álbuns conceituais mais famosos da época: "Welcome to My Nightmare"(1975). Alice pode não ser um instrumentista versátil como Bowie, mas estava (como sempre esteve) muito bem acompanhado merecendo também o título de camaleão da música. Em Nightmare vemos Alice passar por vários estilos musicais conforme narra a desventura de seu alter-ego que ficou preso em um mundo de pesadelos. Apesar do visual de terror contando com músicas como "Killer" e "Ballad of Dwight Fry", em Nightmare ele se consagra como o rei do território, contando com faixas como "Black Widow", "Devil's Food" e a inesquecível "Steven", sobre um garoto que é atormentado pelo fantasma de seu irmão mais novo que morreu ainda bebê. Há até uma caricata introdução de Vincent Prince! Ícone do mundo antigo de terror!

Alice Cooper sendo guiado por Vincent Price em seus pesadelos. Na época foram feitos vários vídeos de divulgação misturando música, terror e humor.

Nesse álbum que houve a tocante "Only Women Bleed", sobre abuso e violência doméstica contra mulheres (cuja qual meio que recebeu "sequências" em outros trabalhos conceituais, as igualmente competentes "Take It Like a Woman" e "Every Woman Has a Name"). Em "Hey Stoopid", dos Anos 90, Alice menciona o personagem Steven novamente em "Wind-Up Toy", que é sobre o tormento de uma criança mais uma vez. Sem falar que todo o álbum foi sequenciado com "Welcome 2 My Nightmare"(2011).

Até que é simpático. Fala a verdade? Você não entraria no pesadelo se ele te convidasse?


I purpose a toast... to Jimi's soul!


É mais difícil de identificar com o David Bowie, mas apesar de todos os personagens, as vidas pessoais dos artistas também foram propositalmente refletidas em seus trabalhos conceituais e com excelentes resultados! Com David é mais difícil de notar pois ele muda de personagem muito constantemente, personagens que tem até outro sexo, então fica mais claro quando são músicas sobre o seu irmão, que tinha esquizofrenia (era um problema comum na família dele) e quando adulto se matou. Músicas como "The Bewlay Brothers", "Aladin Sane" e "Jump They Say" são sobre a complicada situação presente em sua família, e principalmente no seu irmão, que era mais próximo.


Na já mencionada "Ashes to Ashes", Bowie também não deixa de fazer breves comentários sobre a dependência química que ele estava tentando superar na época "Time and again I tell myself I'll stay clean tonight (...)/We know Major Tom is a junkie". Dizem que ele quase foi dessa pra melhor com o costume de usar cocaína que tinha quando era mais jovem.




Alice apesar de não ter tido problemas com drogas mais graves, como cocaína, era um grande viciado em álcool, bebendo tanto que chegou a um ponto que vomitava sangue todos os dias. Após o pedido de divórcio de sua parceira Sheryl ele concordou em ir se tratar. Mas na época... ainda não haviam se desenvolvido serviços especializados e dependentes químicos iam pra manicômios... aqueles mesmos onde vão PSICOPATAS! Daí saiu "From The Inside", o bem humorado álbum conceitual em que Alice narra sua experiência internado. Todas as músicas são sobre as pessoas que ele conheceu por lá, fazendo um de seus trabalhos mais notáveis. O próprio nome das faixas deixa claro se tratar de personagens: "Jacknife Johnny", "Nurze Rozetta" e Millie and Billie". Na faixa-título ele ainda propõe "um brinde à alma de Jimi", se referindo ao falecido amigo rei da guitarra. "How You Gonna See Me Now" também era claríssima, sendo a transcrição da carta que ele escreveu à sua mulher quando estava para receber alta e voltar pra casa.


Após as experiências chocantes, Alice virou viciado em golfe (de verdade...) e procurou se fortalecer em religiões, se convertendo como cristão, doutrina que ele mantém até hoje. Sei que é egoísta falar assim, com os caras passando por essas coisas, mas pros fãs muitas vezes costuma ser decepcionante quando alguns músicos se convertem, veja um exemplo brasileiro, o Rodolfinho que acho que virou crente e tudo indica que nunca mais voltará pro Raimundos.


No caso de Alice ele também não escondeu suas crenças, mas isso alterou em nada a natureza de seus trabalhos criativos. A mais expressiva deve ser "Salvation", mas há outras em que ele fala sobre valores e metáforas bíblicas de forma bem forte e até engraçada. Há por exemplo uma série de músicas que ele fez sobre pessoas no purgatório, prestes a ir pro Inferno, como "Disgraceland" em que ele narra a morte do Elvis chegando até a imitar a voz dele em "Dragontown"(2001). Mas sobre esse álbum é melhor já abrir outro tópico...


Time may change me!


"É isso que eu faço melhor. Eu sou um sintetista." David Bowie

Mesmo sendo ícones do rock and roll, a quase indiferença que os dois demonstram à estilos é impressionante! Por toda a carreira dá pra notar totais reinvenções de seus conceitos e personas, mas isso já alcançou níveis bem imprevisíveis. Em "Brutal Planet"(2000) e "Dragontown" Alice entra de cabeça no metal industrial e faz álbuns pesadíssimos! Após isso ele entrou em uma fase comum de artistas de sucesso quando entram aí na casa dos 50 anos, meio que um "vou fazer o que eu estiver afim, quem quiser que me acompanhe", surgindo álbuns quase nada comerciais, muitos nem chegaram a ter clipes, além de colaborações com cantores que provavelmente não chamariam atenção alguma do público do Metal, como a cantora pop Ke$ha e o rapper Xzibit (Xzibit...).

Ke$ha canta "What Baby Wants" do último álbum de Alice.

O Bowie se reinventou praticamente em todos os álbuns, mas um exemplo que eu acho curioso é o nem tão famoso "EART HL I NG", de 1997. Ele é extremamente alternativo, tudo foi feito de forma exageradamente experimental, tanto a musicalidade quanto as letras. A ideia era registrar o que estava se passando no final dos Anos 90, mas seu estilo abstrato e às vezes até surreal (consequência do experimentalismo intenso) faz parecer mais uma viagem por metáforas de difícil compreensão.


Já no último álbum de Bowie, o "Blackstar"(2016), o produtor confirmou que a ideia era justamente procurar fugir do rock, tomando o máximo possível de vertentes musicais diferentes. Mas esse ponto da carreira "de coroa" é o único em que a carreira dos dois seguiu de forma um tanto diferente. O Alice não parou de gravar e tocar ao vivo NUNCA. O David Bowie deu um curioso sumiço por uns anos, no século XXI. A última vez que ele foi visto tocando ao vivo foi em 2006, mas em um evento beneficente especial, antes disso já estava tocando menos. Em 2004 no último show completo, apesar de ter tocado 21 músicas, após terminar "Ziggy Stardusrt" ele teve um colapso ao sair do palco por causa de um problema arterial que o estava fazendo sentir forte dor no peito. Ele chegou a passar por uma cirurgia cardíaca e depois nunca mais se apresentou, não dá pra ter certeza se foi por problemas de saúde, ou ele realmente quis sumir dramaticamente.


Enfim, isso talvez tenha até colaborado pro tamanho status de lenda quando ele morreu. Não que não houvessem razões de sobra, mas por um bom tempo o cara realmente ficou desaparecido, sem notícias, depoimentos ou coisas assim. Quando tiravam foto dele na rua virava até notícia! O álbum de retorno, "The Next Day"(2013) teve sua primeira faixa, "Where Are We Now?" lançada sem que houvesse QUALQUER rumor ou mínimo murmurinho sobre o lançamento. Assim como o "Blackstar" que lançou esse ano, o álbum foi extremamente bem recebido, mas não se encontra comentários do cantor sobre a produção, o desenvolvimento, o sumiço ou os resultados. Tudo foi feito pelos assessores dele ou produtores do álbum. Não é por nada que quando ele morreu cedendo ao câncer dias antes do último lançamento, todo mundo foi pego de surpresa. Não foi como, por exemplo, Lemmy Kilmister do Motörhead, que já apresentava um mal estado de saúde há muito tempo.



You welcome to my nightmare... I think you gonna like it...


"Você olha Shakira, Rihanna, Katy Perry, Lady Gaga - elas estão fazendo Alice Cooper." Alice Cooper

O Alice não tem muito porque de ficar marcando os pontos já que ele começou se utilizando de teatralidades, não é por nada que é considerado o pai do shock rock. Muitas de suas apresentações inclusive são repetidas desde o início da carreira, como cantar usando uma camisa de força em "Ballad of Dwight Fry" e se vestir de Tio Sam em "Elected". Mas claro que ele não deixa de colocar algumas coisas novas de tempos em tempos, sempre tem alguma novidade. Um dos auges é que sempre quando já está chegando no final do show, Alice "morre", seja em uma forca ou uma guilhotina, como uma espécie de punição pelas maldades que ele vai interpretando durante todo o espetáculo.



O Bowie se caracterizava como um de seus personagens, como Ziggy Stardust ou Thin White Duke, mas começou a entrar nessa de misturar teatro com show na turnê do "Diamond Dogs". Não conheço muitas gravações assim dele, mas acredito que a mais famosa seja aquela "Glass Spider", onde há muita dança, teatro e a aranha gigante de vidro que deu nome à turnê. Há toda uma ambientação extraterrestre e Bowie chega a cantar em cima da aranha, à frente de duas asas brilhantes, passando uma impressão de anjo. Também há muitas performances excelentes gravadas em que você pode vê-lo fazendo performances unicamente musicais, como ele seguiu por muitos anos. O curioso é que houve um final de turnê em que ele anunciou que seria não só o último show da turnê, mas o último que ele faria. Neste ele estava caracterizado como Ziggy Stardust e realmente depois nunca voltou a se apresentar com as excêntricas características do personagem.


Já o Alice quase nunca deixa de fazer uma performance teatral, mas acredito que os melhores exemplos são o "Brutally Live", meio difícil de ser encontrado, e o "Theater of Death", de 2009, mais fácil de achar, já vi até em Blu-Ray há pouco tempo.

"Toda vez que você vai a um show meu é diferente do anterior".


Alice é nome de mulher!



"Ela me perguntou porque o nome do cantor era Alice. Eu disse, ouça querida, você realmente não ia entender." Be My Lover, de Alice Cooper

A questão do gênero é interessante de ser abordada também. O Alice precisa nem falar, ele usa nome de mulher!!! Há versões diferente de onde ele tirou esse raio desse nome... Alice Cooper... O nome verdadeiro do cantor é Vincent Damon Furnier. Há quem diga que o nome veio daquelas tábuas de ouija de falar com espíritos e as letrinhas teriam formado "Alice Cooper", supostamente o nome de outra encarnação do vocalista quando ele era uma... bruxa. Bem, é muita viagem pra minha cabeça, mas é o que dizem. Também tem quem acredita que tem um filme da antiga aí que ninguém lembra mais e tinha alguma personagem com esse nome que ele pegou pra ele. A segunda opção me parece mais provável, haha. O nome de mulher já chegou a fazê-lo receber o apelido de "titia Alice", haha, mas ele não vai além disso. Não é o caso de nosso amiguinho... Ziggy Stardust, por autodefinição um guitarrista canhoto andrógino... do espaço! O Bowie sim abraçou esse papo de androginia e o acompanhou por muito tempo na carreira. Na capa de "The Man Who Sold The World" foi o golpe forte, com o cantor aparecendo de vestido. Na época que lançou "Hunky Dory", o álbum que tem "Changes", ele chegou a declarar para a mídia que era gay. Bem, o Bowie já foi casado mais de uma vez e teve dois filhos, durante toda a carreira sempre o faziam perguntas sobre a sexualidade e ele respondeu de formas diferentes. Então... ou ele era muito doido, ou só aproveitava pra criar polêmicas. Ou... os dois, né?



Claro que isso é a imagem, que em ambos os artistas é bem forte, mas como fica nas músicas? O Alice já retratou personagens femininas nas suas músicas sim, mas não faz muita diferença não porque a maioria era sobre humor, tirando aquelas três já citadas em que ele já usa propositalmente mais sensibilidade para cantar sobre o sexo feminino.



No caso do David Bowie chama mais atenção, ele tem umas músicas muito femininas e outras que também são muito masculinas. Deve ser o lado ator dele que é fortíssimo. Há as músicas feitas pra filmes, as que falam sobre o irmão e tantas outras, claro que então ele não demonstra dificuldades para composições que seriam "protagonizadas" por personagens femininas, como "Life On Mars?" e "John, I'm Only Dancing".





"Nós não merecemos! Nós não merecemos!"



O Alice ainda tá por aí, mas o Bowie foi embora sendo lembrado como um artista muito além. Além da música, o que mais me fascina é a diversidade de ambos em outros meios. Como se já não bastasse todos os estilos que eles trabalham nos seus álbuns de música, ainda marcam com excelência em outros campos. O primeiro filme com David Bowie foi "The Image", onde ele interpretava um trágico desenho que ganhava vida. Não demorou e em 1976 ele já fazia um extraterrestre em "O Homem Que Caiu na Terra", perfeito pra um artista que tanto ficou lembrado com músicas sobre o espaço. Com o cabelo todo vermelho ele dá vida a Newton, que veio à Terra para conseguir levar água ao seu planeta decadente, mas na sua jornada vai conhecendo a ganância e hipocrisia humana, dando em um trabalho bem crítico e surpreendente. Bowie já foi de tudo, em "Fome de Viver" ele interpretava um vampiro e como sempre foge do usual. Foi um soldado no meio da Segunda Guerra em "Furyo, Em Nome da Honra" (Merry Christmas, Mr. Lawrence). Já trabalhou em um filme do Christopher Nolan em "O Grande Truque", de 2006, quando ele já tava andando meio sumidinho... Já fez Poncio Pilatos, um personagem histórico, assim como Andy Warhol, em "Basquiat". É incrível como ele faz papeis tão dramáticos! É diferente de... por exemplo, os Beatles, que já fizeram um monte de filmes, ou até mesmo o Ozzy Osbourne já apareceu em alguns. Eles praticamente fazem cameos, tipo o Stan Lee. O David Bowie não, ele era ator mesmo! Além dos clipes, os filmes mostram a tamanha competência que ele tinha nisso.



Até no teatro ele já trabalhou, fazendo grandes adaptações, como o drama do "Homem Elefante". Dizem que antigamente não era raro ter gente que reconhecia o David Bowie como ator, mas nem sabia que ele era músico! Creio que o mais cult seja "O Labirinto", em que ele faz o Jareth, rei dos gnomos. Os melhores exemplos de suas capacidades de atuação na música foram justamente os dois últimos álbuns. Tanto "Blackstar" como "The Next Day" contaram com clipes inesperados! Quem imaginava que o velhinho (quase 70 anos) ainda tava com tanto?! Nos clipes de "The Next Day" ele até conta com atores famosos como Gary Oldman (que também atua no "Basquiat"), Marion Cotilard e Tilda Swinton co-atuando. Todos clipes com milhões de visualizações no YouTube.


E a titiiiiiiia? Alice também tem uma baita filmografia! Mas ele passa uma impressão de zona de conforto quanto aos filmes, porque ele não foge muito da área dele. Na música Alice sempre foi o cara do "filme de terror" e é bem por aí que você vê ligações com ele, em todos os cantos dos clássicos do horror trash. Na infinita série "Sexta-Feira XIII" Alice gravou a "The Man Behind The Mask" para a trilha sonora do filme. Em um dos filmes de "A Hora do Pesadelo" ele atua como padrasto do Freddy Krueger e na música "Lock Me Up" há uma introdução que é feita pelo próprio ator que viveu o monstro por anos. Em "Feed My Frankenstein", do álbum "Hey Stoopid"(1991) há uma curta presença da Elvira (aquela mesma do filme da Sessão da Tarde) nos back-vocals. O mais atual é o filme "Sombras da Noite", do Tim Burton, em que ele não só aparece como toca "No More Mr. Niceguy" e "Ballad of Dwight Fry". O mais legal mesmo foram os filmes relacionados à cultura do rock.



Na clássica comédia "Quanto Mais Idiota Melhor" Alice surge em um show seu e depois fala com os protagonistas no backstage. No filme "Suck" (acima), em que ele faz o lorde dos vampiros, deixa seu lado ator realmente à vontade junto com outros roqueiros famosos, como Iggy Pop. Apesar de não mostrar tanta versatilidade na atuação como o David Bowie, o Alice de forma divertida também se mostra bem trabalhando com filmes. O Stan Lee já chegou a escrever HQs com ele tentando torná-lo um personagem do Universo Marvel. O Neil Gaiman também escreveu uma HQ sobre seu álbum conceitual "The Last Temptation" e mais recentemente ele também teve seu nome como título de uma série da editora Dynamite. O que é engraçado, é que mesmo com todo o tom de personagem que tem, ele quase não teve expressividade em videogames. Sejam games que contavam com vários ícones do rock/metal, como "Brutal Legend", ou "Guitar Hero". Maaaaaaaas! Não é o caso do David Bowie!!!! Ele apareceu no primeiro jogo da Quantic Dream, o Omikron!


Além disso, em "Metal Gear", de Hideo Kojima, uma das séries de maior sucesso do mundo dos games, Bowie é constantemente homenageado. Às vezes é de formas mais sutis do que em outras, como o personagem Major Tom, o grupo rebelde chamado Diamond Dogs e até a música "The Man Who Sold The World", que é tocada no último título. É possível ver como a criatividade do cara influenciou cantos de todas as vertentes artísticas! Além da música, por filmes, HQs, moda e até jogos!



Como bom vinho...


...bons artistas só ficam melhores com o passar do tempo. E é claro que foi assim com o Sr. Bowie e a titia Alice. Cooper formou uma banda em homenagem a ícones falecidos dos Anos 70 como John Lennon, Keith Moon, Jim Morrison e tantos outros, eles foram os "Hollywood Vampires", contando com outros grandes astros de rock como Joe Perry, Brian Johnson, Johnny Depp e até o Paul McCartney! Afirmando que não pensa em se aposentar, Alice continua excursionando com todos os seus efeitos e teatralidade, além de já ter um novo CD para lançar!


Nosso querido David Bowie faleceu de câncer no início do ano, na mesma época que foi lançado seu último álbum, o "Blackstar". Ele impressiona a todos com a forma que manteve a criatividade e qualidade dos seus trabalhos! O clipe da faixa-título tem DEZ minutos!

E em sequência saiu Lazarus...

O impressionante clipe em que o próprio se apresenta moribundo...


Dois artistas no full power. Praticamente espectros de infinita criatividade...

















-Quem é você?
-Eu... não sei, posso ser muitas pessoas.
-Não somos todos?

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