Retrospectiva das melhores histórias do Superman – Era Pós-Crise

 


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Retrospectiva melhores histórias do Superman (Era de Ouro) - https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/06/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html

Retrospectiva melhores histórias do Superman  (Era de Prata) - https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/06/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html

Retrospectiva melhores histórias do Superman  (Era de Bronze) - https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/06/retrospectiva-das-melhores-historias-do_30.html

O ano de 1985 foi um período importante para DC comics, sendo a data em que teve-se inicio a Crise das Infinitas Terras, uma mega-saga envolvendo os heróis do universo DC se reunindo para salvar toda existência do Anti-Monitor. Além de contar uma história épica, esse evento foi feita com o propósito de agir como um reboot para continuidade da DC, permitindo acesso mais fácil para novos leitores.



Uma vez que a crise foi concluída, o multiverso deixou de existir e as histórias da DC passaram a se passar em uma realidade só, com uma nova linha do tempo e versões dos personagens. Foi nessa época que tivemos histórias importantes como o clássico noir Batman Ano Um do Frank Miller e o épico mitológico da fase da Mulher Maravilha do George Perez.




Naturalmente, Superman também foi rebotado pelas mãos do roteirista e artista John Byrne, que criou a versão mais moderna do herói, alterando uns detalhes em sua backstory:  Apagou outros kriptonianos como a Supergirl e o Krypto o supercão, tornando Superman o “último filho de Krypton”; Os Kents estão vivos; Superman era menos poderoso; Clark Kent era mais confiante e profissional, e, a mais memorável de todas, Lex Luthor foi de um cientista louco para um empresário corrupto e intocável.



Quem me acompanha no Ozzy, sabe que já postei um texto expressando como acho fase do Byrne superestimada, com algumas ideias tendo envelhecido mal pra caramba e contrariam o ponto do Superman e suas histórias (ver link abaixo).

Link para texto sobre o Superman do Byrne: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2024/03/por-que-o-superman-de-john-byrne-e.html

Porém isso não quer dizer que a Era Pós-Crise foi péssima. Nem todas as mudanças foram ruins ou mal executadas. Byrne teve umas histórias interessantes (não perfeitas mas boas)  e seu trabalho serviu de base para outros autores criarem quadrinhos de igual qualidade, ou até melhor.

Por isso, essa parte da retrospectiva vai falar sobre essas histórias e como elas ajudaram a desenvolver o Superman nessa nova continuidade da DC pós-crise.

Vamos começar....

Quatro Estações (Superman For All Seasons 1 a 4)



Uma das artes de escrita são as várias formas que uma narrativa pode tomar. As vezes pode ser uma narração direta, outras ela pode ser contada através de um personagem e, alguns casos, uma figura presente na história em si.

Quatro Estações é um perfeito exemplo disso. Essa minissérie, escrita pela dupla do Jeph Loeb e o falecido Tim Sale, reconta os primeiros dias do Clark Kent em sua carreira, mostrando eventos de sua vida como seus últimos dias em Smallville, sua chegada em Metrópolis e o início de suas relações com personagens como a Lois Lane e o Lex Luthor.



A beleza desse arco é que cada capitulo é narrado por um personagem envolvido na história e mostrando tanto suas perspectivas quanto ao Superman, como eles o enxergam e a presença do herói os afeta num nível emocional.







Mas isso não quer dizer que Clark é um personagem passivo. Muito pelo contrário. Ele é o link dessas narrativas, com essas figuras também tendo uma grande influência nele conforme  passa por todo um arco profundo sobre lidar com mudanças na vida.



Não posso falar dessa história sem nem mencionar a arte de Tim Sale, um dos melhores artistas que já trabalhou na indústria. Seu estilo simplista mas chamativo e seleção de cores consegue capturar perfeitamente o tom dos momentos e entregar personagens com rostos bem expressivos.



O Espelho quebrou-se (Man of Steel 5)



Quando se trata de reboot, acho sempre importante fazer mudanças apenas se forem tão interessantes ou melhores do que veio antes, sem comprometer a essência da obra. Embora muitas das mudanças do Byrne acabaram não seguindo essa lógica, tiveram umas exceções, com a melhor de todas sendo reintrodução do Bizarro.

Fazendo sua estreia na 5ª edição da minissérie Homem de Aço, essa nova versão do Bizarro foi reintroduzido como um clone criado pelo Lex Luthor, buscando ter seu próprio Superman que fosse leal a ele. No entanto, por causa da estrutura celular alienígena do azulão, o clone acabou sofrendo alterações físicas, resultando em Luthor o rejeitando.




Abandonado, Bizarro, tendo as mesmas memórias que Clark, começa seguir seus passos no dia-a-dia, levando eventualmente a um encontro entre os dois homens de aço, seguido por puro caos e confusão.



Sob primeira leitura, a história é uma versão moderna da primeira aparição do Bizarro na pré-crise, com as duas histórias compartilhando elementos como Bizarro conhecendo uma garota cega (nessa versão acabou sendo Lucy Lane, irmã de Lois).




Mas a diferença é o próprio Bizarro, que, nessa nova continuidade, é introduzido como uma criatura bem mais selvagem, que nunca fala, apenas faz uns grunhidos, lembrando o Monstro de Frankenstein do Boris Karloff que o inspirou.



Esse detalhe dá uma certa imprevisibilidade para o clone do Superman, tornando os momentos onde ele demonstra ter o mesmo coração bondoso que o herói bem tocante.

Segredo revelado (Superman vol 2 nº2)



Algo que muitos fãs já zoaram o Superman é o fato dele conseguir disfarçar sua identidade com um par de óculos. É difícil de engolir que ninguém conseguiria reconhecer o Clark apenas por ele usar um acessório.



Embora quadrinhos já tinham criado várias explicações, John Byrne foi quem criou a melhor de todas: Pessoas não assumem que Superman tenha uma identidade secreta. Pra eles, porque alguém tão poderoso, que nem usa máscara, iria ter uma outra identidade?

Como demonstração desse conceito, Byrne escreveu essa história engraçada onde Lex Luthor começa a suspeitar de uma ligação entre Superman e Clark Kent. Então o corrupto começa a espionar Clark, chegando a sequestrar Lana e os pais do Clark para obter informações.


 

Depois de muitas investigações, Luthor faz uma análise no seu computador, que revela que Superman e Clark são a mesma pessoa.

Por sorte, Luthor se recusa a acreditar na máquina, dizendo que alguém como Superman nunca escolheria se rebaixar ao nível de “meros humanos”. 



É um perfeito exemplo de como a arrogância de Luthor sempre será responsável por seus fracassos e como falha das pessoas deduzirem a identidade do Superman se deve a incapacidade de conhecerem o homem por trás do símbolo.

A super ameaça de Metrópolis (Superman vol 2 nº10)



Só porque Superman teve seus poderes reduzidos na Pós-crise não significa que ele tenha deixado de ser um alien poderoso, sem preocupação de perder controle de suas habilidades.

Em “A super ameaça de Metrópolis”, o medo de Clark finalmente se concretiza, quando, do nada, seus poderes começam a ativar contra sua vontade.. Ele começa a ver através das pessoas. Sua audição capta vários sons sem direção. Até sua visão calor começa a destruir tudo que ele olha.



Esses incidentes logo são revelados sendo parte de um novo esquema do Luthor para arruinar a reputação do Superman e virar Metrópolis contra o herói.



Sendo alguém que não curte o Lex Luthor do Byrne (pra mim ele é Rei do Crime com roupa diferente), esse um dos casos onde ele demonstra ainda ser o gênio do mal a altura do Superman, usando a maior força do herói contra ele mesmo. Cada momento nessa história é cheio de suspense, com os leitores se questionando como Superman irá escapar dessa situação.

Lágrimas para Titano (Superman Annual 1)



Mais uma história a receber uma modernizada na pós-crise foi o primeiro conflito do Superman contra Titano, um macaco astronauta, que, após um acidente no espaço, acabou sendo transformado num gigante com visão de kriptonita.



Nessa nova versão, Titano é um macaquinho que Lois conheceu, quando entrevistou cientista que estava fazendo experimentos em animais.



Enquanto Lois tentou em vão expor a crueldade do cientista com os animais, o experimento dele com Titano saiu do controle, fazendo essa criatura assustada se torna um macaco gigante e descontrolado. Quando ele tenta matar o cientista, Superman interveio resultando numa luta pelas ruas de Metrópolis.



Com a chegada de Lois no campo de batalha, Titano se acalmou porém acabou sendo morto pelo cientista, para tristeza da repórter e do homem de aço.




Essa revista é um perfeito mix de clássico de monstro gigante com tragédia, abordando tópicos sobre crueldade com animais e como humanidade é capaz de tais atrocidades.



A bolsa de mensagens de Metrópolis (Superman vol.2 nº64)



Uma das características mais simpáticas do Superman é seu altruísmo. Não importa se um problema é pequeno ou grande, ele sempre busca ajudar as pessoas e atender suas necessidades.

Mas o que aconteceria se ele deparasse com alguém que pedisse algo impossível dele conceder, algo além de suas capacidades?

Essa é a pergunta que é explorada na “bolsa de mensagens de Metrópolis”. Se trata de uma história de natal onde Superman passa o dia atendendo a cartas que Planeta Diário recebe para ele, de pessoas pedindo sua ajuda. 



De inicio, ele vai atendendo aos pedidos delas de forma tranquila. Porém o clima muda quando Superman lê uma mensagem de um menino pedindo que ele curasse seu pai de um tumor cerebral.



Arrasado por saber que não pode atender ao pedido do menino, Clark decide ir ao hospital contar a verdade, apenas para descobre que o pai do menino já tinha falecido. 



Enquanto consola a família, Superman descobre outro paciente passando por dificuldades, precisando de doador. Mais uma vez Superman é incapaz de ajudar. Porém, percebendo que que a mãe do menino pode doar um de seus órgãos, Superman a convence a fazer o transplante e salvar a vida do paciente, evitando que sofram a mesma perda que ela e seu filho sofreram.




É uma história bem pesada mas tocante, que demonstra tanto a vulnerabilidade do Superman como também sua habilidade de inspirar pessoas em seus momentos mais difíceis.

O fantasma do Superman (Action Comics 595)



Além de reinventar vilões clássicos do Superman, DC também introduziu novos para o Superman enfrentar. Uma que se destacou na época foi a Banshee Prateada, uma mulher misteriosa com poderes aparentemente místicos. 

Tendo um grito fatal, ela começa a agir em Metrópolis, matando vários inocentes em seu caminho. Quando Superman tenta detê-la, ele acaba sendo pego por seu grito e cai morto no chão. 




Porém algo estranho começa acontecer quando o fantasma do Superman sai de corpo. Seria isso um novo poder do Superman ou ele teria mesmo virado uma assombração do além?



Não só essa edição faz uma perfeita introdução a Banshee, além de dar um foreshadowing para a morte do Superman que aconteceria uma década depois, como também foi quebra o paradigma das histórias do herói, mostrando-o lidando com uma ameaça ligada ao misticismo, algo bem longe da sua zona de conforto, que envolve aliens e vilões sci-fy.

Muito, muito longe...existe uma terra feliz (Action Comics 657)



Um vilão clássico que eu não cheguei falar na retrospectiva até agora foi Winslow Schott, o Homem Brinquedo. Para alguns ele é um personagem bem ridículo e infantil. Porém, dependendo do roteiro, ele pode ser um personagem bem complexo e até simpático.

De todas suas aparições nas hqs, “Muito, muito longe...existe uma terra feliz” nos dá uma abordagem mais interessante. Nessa história, Schott começa a sequestrar os filhos dos empregados da Lexcorp, a empresa que o arruinou. Com suas crianças desaparecidas, eles começam a ficar incapazes de trabalhar, prejudicando os negócios do Luthor.



Seguindo as pistas, Superman eventualmente encontra o esconderijo do Homem Brinquedo. Para sua surpresa, ele descobre que Winslow não fez mal as crianças. Na verdade, ele virou uma espécie de “tio legal” e deixou elas brincarem em seu parque de diversões. Schott expressa ter carinho pelas crianças e o motivo do sequestro não era apenas pra se vingar de Luthor, como ensinar uma lição aos pais das crianças, que ele julgou terem sido negligentes e não dado a devida atenção.



Acho que chamar Homem Brinquedo de vilão nessa história é incorreto, visto que ele acaba sendo um antagonista ingênuo, mas que no final ele protege as crianças e deixa elas reunirem com seus pais, após ver que eles se importam com as crianças.

Considerando o quão fácil seria representar Winslow como um pedófilo perturbado, esse twist foi uma boa subversão de expectativa, demonstrando como um personagem pode ser rico em complexidade quando escrito direito.

O pequeno terror de Tinestown (Adventures of Superman 441)



Como dá pra notar pela lista até agora, o Superman pós-crise tinham histórias um pouco mais pé-no-chão não indo no nível absurdos da Era de Prata/Pré-crise. Mas, isso não quer dizer que todos eles foram abandonados. Tiveram algumas exceções, com uma delas sendo o Mister Mxyzptlk.



Diferente dos outros inimigos, Mxy permaneceu inalterado pela Crise, e suas histórias com o Superman eram a mesma formula de sempre: Mxy causa problema envolvendo cenas bem surreias e Superman tenta manda-lo embora. Porém sua segunda aparição introduziu um novo conceito.

Dessa vez o duende da quinta dimensão mais uma vez aparece para infernizar a vida do Superman. A princípio, o herói o engana para dizer seu nome ao contrário, como fez na última vez. Porém, Mxy revela que a forma de bani-lo muda a cada visita. Nesse caso, para derrota-lo, Superman teria que pintar o rosto do Mxy de azul.

Isso foi um upgrade para um personagem tava precisando, ajudando as histórias do Mxy não ficarem tão repetidas e ainda criando uma situação onde Superman tem que recorrer a sua Inteligência para enganar o malandro místico.

Além disso, essa história abraça o potencial dos poderes do Mxy, com ele chegando a transformar o Superman num cartoon e faze-lo lutado contra paródias de personagens como Fred Flintstone e os Smurfs.



 

O fantasma de Luthor (Action Comics 668)



Como falei antes, uma das mudanças mais populares da Era Pós-Crise foi a reinvenção do Lex Luthor em um empresário corrupto, que vê o Superman como uma ameaça para seu controle sobre Metrópolis. Esses status permitiu que Lex se tornasse um antagonista recorrente nas histórias do Superman, que, apesar de impedir seus planos, nunca conseguia prendê-lo devido a falta de evidências.



Eventualmente pareceu que a rivalidade dos dois chegou ao seu fim, quando Luthor, após ter sido diagnosticado com câncer (causada por um anel de kriptonita), foi dado como morto. Seu reinado de terror sobre Metrópolis finalmente tinha acabado e coisas poderiam melhorar, certo?



Como Roger Stern demonstra nessa edição: Muito pelo contrário. Além de sofrer com pesadelos de Luthor voltando para assombra-lo, Superman tem que lidar com os problemas causados pela ausência de Lex, com muitos negócios sendo fechados e pessoas perdendo o emprego.



Isso foi uma forma astuta de explorar o status do Luthor como empresário, revelando como, mesmo sendo o maior inimigo do Superman, ele ainda era um empresário competente, tendo feito boas ações para o povo de Metrópolis, com alguns o vendo como o heróis deles, não sabendo de seus crimes. Sem Luthor, Metrópolis é deixada num estado pior que antes.

É irônico como Luthor nunca conseguiu derrotar Superman em vida mas em morte (no momento) ele conseguiu obter uma de suas maiores vitórias contra o homem de aço.

Os limites dos poderes (Adventures of Superman 466)



Outro vilão novo que fez sua estreia na era da pós-crise foi Hank Henshaw, o futuro Superman Cyborg.

Chama-lo de vilão nessa sua primeira aparição seria um erro, visto que Henshaw dessa história não é um vilão sádico que os fãs conhecem, mas sim uma vítima. Ele e sua equipe Excalibur (composta por ele, sua esposa Teri Henshaw, o jovem Steve e o piloto Jim Garrison) são astronautas que, durante um vôo no espaço acabam sendo expostos a raios cósmicos.



Numa homenagem ao Quarteto Fantástico da Marvel, Henshaw e sua equipe acabam sendo transformados por causa radiação, mas não da forma como foi para a familia da Marvel: Jim é fundido com os escombros virando um monstro de terra incapaz de se comunicar; Steve vira um ser de radiação e Hank e Teri começam sentir seus corpos se deteriorando.




O grupo vai aos laboratórios da Lexcorp para tentar encontrar uma cura e acabam se encontrando com o Superman. A princípio, tem um mal-entendido e eles acabam lutando, mas, quando percebe o estado deles, Superman decide ajuda-los. Porém logo o homem de aço vai descobrindo que talvez seja tarde demais.

Essa é uma das histórias mais sombrias, com cenas que parecem ter sido tiradas de um filme de terror. É trágico ver o sofrimento da Equipe Excalibur, com Superman sendo forçado mais uma vez a confrontar a realidade, que ele não pode salvar a todos, mesmo com todos seus esforços.



Ela também uma boa introdução ao Hank Henshaw, mostrando-o como um homem dedicado a proteger seus amigos, o que torna sua eventual transformação num inimigo do Superman trágica mas também compreensível.

O que há de engraçado na verdade, justiça e o jeito americano? (Action Comics 775)



Confiram a review completa: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2023/04/superman-vs-elite-o-que-o-homem-de-aco.html

 

Face a face com o ontem (Adventures of Superman 474)



Muita gente tem uma visão ingênua quanto a origem do Superman, assumindo que, quando estava sendo criado no Kansas, teve uma infância 100% feliz e virou um herói só porque os pais dele disseram, ignorando outros eventos que o moldaram no campeão que ele se tornou.




Por isso que eu não sou muito fã da versão do Byrne, visto ele simplificou demais a origem do Clark, tirando vários eventos importantes (ex: seus poderes só surgirem na maturidade ao invés dele crescer com eles, sua amizade com Lex Luthor, ele conhecendo a Legião dos Super Heróis) e tornou num galã jogador de futebol americano.



Isso foi um erro que autores, como Jeph Loeb e Dan Jurgens seguintes consertaram, revelando uns dramas pessoais que o Clark passou em sua juventude.

No caso de “Face a face com o ontem” foi uma edição escrita pelo Dan Jurgens, onde Clark, volta para Smallville para fazer uma visita a um antigo amigo, que estava no hospital desde um acidente de carro. 





Ao encontrar os pais dele, Clark confessa saber que o acidente tinha sido causado pelo fato do rapaz estar bêbado enquanto dirigia, confessando a culpa que ele carregava por não ter conseguindo impedir essa tragédia.



Essa história é uma clara crítica ao alcoolismo, abordando perigos que dirigir bêbado traz para as pessoas. Contudo é também uma história que explora o passado do Clark e como essa tragédia foi importante para ele criar esse senso de responsabilidade que tem pelos outros.



 

A Fúria do Superman (Superman vol.2 nº151 a 153)





Como é a natureza de quadrinhos, claro que os poderes do Superman não iriam permanecer reduzidos para sempre. Eventualmente a DC faria ele voltar ao nível de força das histórias anteriores à Crise. Porém, ao invés de simplesmente ter o Superman já sendo poderoso e agindo como se isso fosse normal na continuidade, a DC optou por algo mais interessante e divertido.

Nessa trilogia, Superman recebe uma visita do tirano Mongul (na verdade é o filho de Mongul, Mongul II) que veio parar na Terra após ter tido seu mundo destruido por Imperiex, um destruidor de galáxias. Superman decide deter esse vilão cósmico, porém Mongul aponta que ele nunca conseguiria derrota-lo em seu estado atual, convencendo Superman a deixa-lo treina-lo para a batalha que virá.



Só a ideia do Superman ter um treinamento, sendo feito por um de seus inimigos ainda, é muito legal, lembrando muito histórias como Dragon Ball Z, Rocky 3 e Cobra Kai.



A história também dá uma boa justificativa para a limitação nos poderes do Clark, sendo revelado que ele tem contido seus poderes devido a um trama em sua juventude, quando ele machucou um valentão. Esse arco é ele aprendendo se o fato dele se segurar é uma fraqueza, como Mongul acusa, ou algo mais importante.

 

A batalha final (Superman 186 e 187, Adventures of Superman 608 a 609 Superman: The Man of Steel 130 e 131, Action Comics 795 e 796 e Superman Ending Battle 1)



Sabem “Batman Silêncio”? A história icônica que envolve o homem morcego tendo que enfrentar vários de seus inimigos enquanto investiga a aparição de um vilão misterioso envolvido nessas lutas?

No mesmo ano que esse arco foi publicado, Superman também teve um arco bem parecido (embora a saga dele tenha terminado antes do Batman silêncio).

A Batalha Final tem como foco o Superman tendo que proteger as pessoas próximas a ele, após descobrir que elas estão sendo caçadas por seus inimigos, todos seguindo ordens de um oponente misterioso que conhece aqueles com quem o Superman se importa.



Tal como “Batman Silêncio”, essa saga é um cartão de entrada para qualquer um que queria conhecer o Superman e seu mundo. Ela tem a presença de praticamente todos os personagens aliados ou inimigos, sejam populares ou até desconhecidos.



Outro destaque é seu clímax, onde o grande conflito do Superman acaba não sendo uma batalha física mas sim ideológica, tornando a história numa sequência de outra citada nessa mesma lista.

Superman vs Darkseid – Apokolips Now! (Superman vs Apokolips Now)



Para encerrar essa parte da retrospectiva, que tal falar de uma história envolvendo Superman e o maior vilão do universo DC: Darkseid?

Hoje em dia, o lorde de Apokolips é considerado por muitos fãs um dos maiores rivais do Superman, muito devido ao seu papel de antagonista no Superman Série Animada



Mas, nas hqs, os dois tiveram poucos encontros, com Darkseid se mantendo um vilão do vasto do universo DC, não se limitando a apenas um herói. No entanto, quando seu caminho se cruzava com o do Superman, os dois tinham combates bem épicos.

Desses encontros, “Superman vs Darkseid – Apokolips Now” é o melhor de todos na minha opinião. Se passando logo após o evento “Nossos mundos em guerra”, Superman descobre que seu falecido amigo, John Henry Irons (o super herói Aço) teve sua alma roubada por Darkseid para usar num dispositivo que o permitiria destruir e recriar o universo. Numa jogada arriscada para salva-lo, Superman desafia o novo deus para um duelo, colocando sua vida em jogo pela liberdade da alma de John.



O resultado é uma das maiores lutas do Superman, muito ilustrada e excelente representações tanto do Superman quanto do Darkseid, estabelecendo que o confronto deles não se resume somente a força física, com Superman tendo que usar sua inteligência e valores para derrotar o vilão que personifica tudo de mal no Universo DC.



Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Superman da Era Pós-Crise? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.