Lembro-me bem - e isso deve ter 30 ou mais anos e se deu num churrasco de família - de quando um primo, alguns anos mais novo que eu, chegou para o seu pai, absorto com um copo de cerveja e com um velho e arranhado LP dos Demônios da Garoa, e, meio que do nada, sem o menor aviso prévio, lascou a pergunta : "pai, como é que se pega AIDS"?
Meu tio não se abalou. Ou não deu mostras de. Nem mesmo o menor sinal de engasgo com a cerveja. Olhou ao redor, para os lados, para a frente e para trás, feito uma ressabiada coruja, acho que para se certificar de que não havia nenhuma tia, ou mesmo a sua esposa, por perto, enrolou o dedo indicador da mão direita por dentro do respectivo polegar, a imitar a forma de um fiofó, mostrou para o meu primo e respondeu : "é pelo roscofe, AIDS pega é pelo roscofe". E, cumprida a sua função educativa de pai, voltou tranquilamente à sua cerveja.
Mais
pedagógico, didático, lúdico e assertivo, impossível! À época, alguns
veículos de comunicação - já poucos, é verdade - ainda se referiam à
AIDS como o "câncer gay", a "praga gay" etc.
Mas esse meu tio, hoje bem velho e amansado, do alto de toda a sua sabedoria de "tiozão de churrasco", do alto de toda a sua bolsonarice, não estava de todo errado, ou, ao menos, estava parcialmente correto. Uma das vias preferenciais de transmissão do HIV é, de fato, através do toba, do famoso jilozinho. O erro, ou o lapso, ou mesmo a desinformação do meu tio foi não dizer que o HIV não fazia distinção a respeito do sexo ou preferência sexual do dono do cu que infectava, deixando sutilmente explícito que AIDS era coisa de viado.
Mas será que é só o HIV que é chegado num cuzinho? Sempre suspeitei que não. E essa minha dúvida antiga mais do que procede, afinal, quem é que não gosta dum cuzinho?
Pois descobertas recentérrimas, fresquinhas e recém-saídas do forno de cientistas chineses vêm a confirmar as minhas desconfianças : o novo coronavírus também é muitíssimo chegado num cu! Também se sente muito à vontade no conforto e no aconchego de umas pregas.
Sim, meus caros. Não se trata de mais uma azarão news. É a mais pura verdade.
Tanto
que, na China, além do teste realizado com amostras do nariz, boca e
garganta, as populações de vários bairros de Pequim estão também a ser
submetidas a um exame retal para o coronavírus, segundo a emissora
pública CCTV.
É o corona pondo literal e metaforicamente no nosso cu!
O médico Li Tongzeng, do hospital You'an, em Pequim, afirmou à CCTV : "o teste retal aumenta a taxa de detecção de pessoas infectadas porque o coronavírus permanece mais tempo no ânus do que no trato respiratório".
O que não me foi motivo de surpresa ou de admiração; afinal, assim como o HIV, não é o corona, um "retro"vírus?
É o novo novo coronavírus. Antes, disponível apenas em spray. Agora, também na versão supositório!!!!!
Nas redes sociais, alguns chineses têm reclamado do teste : "não é muito doloroso, mas é super-humilhante", escreveu um usuário da rede social Weibo. Outros, reclamam de que o cotonete, apesar de longo, é muito fino.
No Brasil, se a moda pega, os hospitais vão lotar de gente exigindo a contraprova do teste.
A nova medida para a contenção do vírus é válida também para turistas que quiserem desembarcar em solo pequinês. Não bastará ao viajante apresentar os resultados negativos para os exames sorológico e PCR : vai ter que fazer também o teste do cu. Concordo : quem quer ir pra China tem mais é que tomar no cu!
Resta saber agora se, uma vez que tão bem aclimatado ao cu, o coronavírus não possa também ser transmitido por essa via, literalmente de mão dupla. Não sei se algum desses cientistas chineses pensou nisso e está a realizar pesquisas complementares neste sentido. Não sei se alguém já tem essa resposta e, para não disseminar o pânico entre a população, a guarda a sete chaves.
Mas a possibilidade me parece plausível. Afinal, e aquela cuspida, aquela salivada que se dá na cabeça da rola e no enrugadinho antes de sua sumária execução? O corona pode estar lá, na saliva. E o famoso e controverso beijo grego? Se o coronavírus pode ser transmitido pelo beijo frnacês, por que não pelo grego? Duvido que o vírus seja xenófobo.
Perguntado sobre o porquê de permanecer mais tempo no cu do que na boca e na garganta, o corona teria respondido : "um boquetinho é bom, né?, chinês gosta muito, mas cuzinho é "melhol".
Pããããããããããta que o pariu!!!!!
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