Existe um padrão de loucura anormal no mundo do xadrez, muitos jogadores não conseguem terminar a vida com a sua sanidade mental em perfeito estado. É um assunto curioso, então resolvi falar de 3 jogadores que perderam a cabeça...
Bobby Fischer (1943-2008) é o exemplo mais famoso de enxadrista que enlouqueceu.
Fischer sempre foi obcecado pelo jogo desde criança. Quando jovem, sua mãe o levou para um psiquiatra pois começou a se preocupar com a obsessão do garoto. O médico respondeu que existem coisas piores para se ficar obcecado. Ele foi o maior prodígio da história dos Estados Unidos e se tornou Campeão Americano com apenas 15 anos de idade.
Essa obsessão nunca desapareceu, Fischer não andava acompanhado de amigos próximos e não se relacionava com ninguém, sua vida era baseada no estudo do jogo e em treinos físicos para melhorar a performance no xadrez. Análise de um psiquiatra: "Ele mantinha uma luta constante contra o resto do mundo, se comportava da maneira dele e resistia contra qualquer tentativa de socialização, Fischer tinha medo de intimidade. Por isso ele não teve pares românticos até os últimos anos de sua vida". Bobby Fischer se tornou um ídolo americano e popularizou o xadrez no seu país após o seu match em 1972 contra o russo Boris Spassky e atual Campeão Mundial da época. O campeonato foi muito importante, pois foi no contexto da Guerra Fria e simbolizava a disputa esportiva e intelectual entre os dois países. Fischer venceu o match e se tornou uma espécie de herói nacional.
A partir daí, Fischer se isolou do mundo do xadrez e se recusou a defender o seu título de Campeão Mundial contra Anatoly Karpov.
Muito antes de enlouquecer Fischer já tinha sinais de paranoia, ele dizia que o governo Russo o espionava. Após enlouquecer, assim como Paul Morphy, Fischer desenvolveu uma aversão ao xadrez.
Quando questionado durante uma entrevista se ele sempre odiou o xadrez, ele respondeu que sempre odiou o jogo, mas só descobriu isso com o passar do tempo.
Fischer nunca foi diagnosticado com problemas mentais, mas a infelizmente a loucura dele era visível. Ele passou a ter um discurso bizarro anti-semita e defendeu o ataque ao World Trade Center.
O maior enxadrista romântico, Paul Morphy (1837-1884), também tinha uma sanidade duvidosa. Morphy passou a ter atitudes estranhas após o seu 40º aniversário. Para manter a vida pessoal do jogador, a família dele não respondias as dúvidas da mídia sobre a sua condição mental.
Foi em 1875 que David Lawson escreveu uma carta sobre um acontecimento estranho com Paul Morphy. Morphy atacou e desafiou um de seus amigos para um duelo de espadas após afirmar que ele estaria armando uma conspiração com um barbeiro da cidade.
Foi a partir daí que a sua família começou a se preocupar com o bem de Morphy e das pessoas em volta dele, então passaram a pensar em colocá-lo em uma instituição de tratamento. Morphy percebeu a situação e se negou a se tratar. Ironicamente, Morphy passou dizer que nunca teve um grande interesse pelo xadrez e abandonou o jogo nos últimos anos de sua vida. A família dizia que o abandono do jogo não tinha ligação com a sua condição mental.Morphy dizia estar cansado das cartas "estúpidas" que eram enviadas a ele que vinham sempre com as mesmas dúvidas: "Resolva esse problema para mim", "Qual é a melhor forma de começar um jogo?", "Em até quantos movimentos você consegue forçar um xeque-mate?".
Wilhelm Steinitz foi campeão mundial entre 1886–1894 e é considerado o maior jogador do século XIX. Muitos sabem que ele não era um homem que sabia administrar suas finanças, porém poucos sabem que ele também batalhou contra problemas mentais.
A loucura de Steinitz também veio após uma derrota no campeonato mundial Steinitz passou 40 dias em um asilo em Moscou após falhar em defender o seu título de Campeão Mundial em um match contra Emanuel Lasker.
Foi lá que ele afirmou ter jogado, por um telefone invisível, uma partida contra Deus. (Deus perdeu).
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