Nos comerciais da década de 80, foi quando o rock teve uma de suas maiores altas e a companhia tabagista Souza Cruz surfou como ninguém nessa onda. Pergunte a qualquer um com mais de 30 anos qual o comercial de cigarros que ainda se lembra…. 99% vão falar Hollywood! O interessante é que apesar de se tratar de propagandas de cigarro (o que na minha modesta opinião não é algo que preste pra nada), os comerciais do cigarro Hollywood traziam uma temática baseada em “curtir a vida” praticando esportes radicais e ouvindo um som de excelente qualidade.
Uma curiosidade: nestes comerciais o produto era mostrado muitas vezes, mas raramente se via uma cena de consumo, ou seja, alguém efetivamente fumando.
No Brasil, naquela época, as músicas eram tão importantes nos comercias de Hollywood que existiram CDs chamados Hollywood Hits, que traziam coletâneas com algumas dessas faixas e ainda hoje diversos fãs da marca fazem ótimas compilações pela internet com as canções de suas publicidades.
O sucesso destas propagandas rendeu álbuns dedicados exclusivamente às canções executadas nas campanhas e existem algumas bandas covers (Vide a banda Hollywood Jam) que até hoje tocam apenas os hits das propagandas do cigarro Hollywood.
A marca Hollywood nasceu no início dos anos de 1930 com o objetivo de vincular seu nome ao glamoroso mundo da indústria cinematográfica americana. Mas, em 1973, a agência de publicidade Grant, adotou a fórmula de associar o produto com esportes radicais como: motociclismo, asa delta, surf à vela e automobilismo, usando o slogan “Ao sucesso com Hollywood” que em seguida foi simplificado para “Hollywood. O sucesso” e depois mudou para “Isto é Hollywood, o sucesso”.
A campanha da Grant chegou a televisão e os comerciais incluíram um novo ingrediente de sucesso, uma trilha sonora escolhida “a dedo”, ou que já estivesse fazendo sucesso nas rádios, ou algumas músicas que se tornaram sucesso através do comercial, enfim, as melhores canções de Hard e Pop Rock da época. Com o rodízio de marcas realizado pela Souza Cruz, em 1993, a conta do Hollywood coube à agência DPZ do Rio de Janeiro, que desenvolveu a campanha de lançamento da embalagem flip-top, veiculada a partir do mês de julho, com flagrantes de espetáculos de rock e de esportes como a canoagem, salto de paraquedas em grupo, esqui e futebol americano. A atualização da marca continuou com anúncio ilustrado com os rollers blades, patinadores que andam pelas ruas de São Francisco, nos Estados Unidos, e mais o novo slogan “The Hollywood Way”, que passou a ter o lazer como o tema e sintetizou a maneira de ser dos fumantes da marca: alegre, jovial, dinâmica e descontraída.
A década de 1980 foi marcada por canções como “Freeze Frame” do J. Geils Band (comercial Dunas), “Song for You” do John Miles (comercial Powerski), “A Woman’s Got Power” interpretado por The A’s (comercial Sun Sailing), “The Love I Need” do Jimmy Cliff “(comercial Surf), “Eye Of The Tiger” da banda Survivor (comercial Ultraleve e Bugue), “Breaking All The Rules” com Peter Framptom (comercial Ultraleve), “That’s The Reason” com Willie Nile (comercial de Bicileta), “Go Johnnie Go” com Eruption (comercial Patins), “Only Time Will Tell” da banda Asia (comercial Windsurf), “Just For Tonight” com Gilbert Montagné (comercial Sidecar), “All Night Long” do Lionel Richei (comercial Hovercraft), “Get It While You Can” com Gary O’ (comercial Surf), “Love Ain’t No Stranger” da banda Whitesnake (comerial vários esportes), “Burning Heart” do Survivor (comercial Jetski), “Heaven Tonight” do Waysted (comercial Paraglide), “Never Say Die” do King Kobra (comercial Windsurf), “Give Me All Your Love” do Whitesnake (comercial esportes aquáticos), “Did It All For Love” com Phenomena (comercial remo), além de “Don’t Stop Believe” do Journey, “Rosanna”, um grande sucesso do grupo Toto, “Ride Like The Wind” do Christopher Cross e Kansas com a energética “Play The Game Tonight”.
Por falar em festival, a marca de cigarros também patrocinou um grande evento, o Hollywood Rock, que contou com atrações nacionais e internacionais, muitas delas protagonistas da trilha de seus comerciais.
Com a aprovação da Lei Ordinária nº 9.249, que proíbe a propaganda do tabaco em eventos culturais o festival foi extinto e tempos depois (aprovação da Lei nº 3.156 pela Câmara Federal que proíbe a propaganda de cigarro em rádio, televisão, jornais e revistas), os comerciais foram banidos e hoje, depois de anos de proibição, essas peças publicitárias ainda são lembradas.
Então,esqueça o produto e concentre-se nas imagens e na música!
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