A complicada história do Capitão Marvel, o Plagio e o outro Plagio!



Nota do Ozy: Não tô feliz em viver nessa “era de republicações” aqui, mas foi a saída para manter o blog ativo, enquanto espero os demais membros irem postando. Da minha parte, tô numa crise criativa faz meses, começo parágrafos e nunca termino, sobre uma porrada de coisas. Os mais antigos em comentários do Disqus, vão se lembrar do "OMalukodaPizza", também conhecido como "Tia Nerd", que era o nome de seu blog. Entre 2014 e 2015, nos fizemos parceria, eu repostava no blog dele o que eu escrevia, e ele o mesmo para o meu. Faz meses que o Tia Nerd tá parado, hoje em dia o Maluko da Pizza se dedica bastante há um projeto intricado há anos, de um universo interligado entre HQs e Games de personagens que criou, o qual ele chama de TN Comics (http://tncomics.blogspot.com/). Dito tudo isso, tem alguns posts dele bem interessantes, que resolvi passar adiante nesse espaço, lhe dando os devidos créditos. Resolvi começar com essa matéria que esclarece o básico da relação histórica de "plágio/rivalidade" entre o Capitão Marvel (atualmente, Shazam) e o Super-Homem. Logicamente qualquer leitor de quadrinhos de no mínimo alguns anos de leitura já conhece quase tudo isso aqui de cor, mas sempre há pessoas que viram o filme recentemente e podem se integrar mais. Recomendo também um texto escrito pelo membro do nosso time, Giulianno Liberalli:


[Texto da tag “Escritor Convidado”, escrito pelo O Maluko da Pizza, originalmente publicado em: http://tianerd.blogspot.com/2017/11/dc-comics-complicada-historia-do.html]



Ele ja foi chamado de Plagio, ele já teve um Plagio! Conheça Shazam o Capitão Marvel!


Em 1940, durante a chamada “Era de Ouro dos Quadrinhos”, apareceu no número 2 de uma revista chamada Whiz Comics, da editora Fawcett, o Capitão Marvel clássico: aquele sujeito que vestia uma roupa vermelha, com um trovão como símbolo no peito, e uma pequena capa branca com bordas amarelas.

O Capitão Marvel era uma resposta ao Superman, então o herói mais popular (e rentável) dos gibis. Por isso desde cedo foi um rival do Homem de Aço, ameaçando seriamente as vendas da DC Comics (editora do Super). O Superman fazia sucesso em parte por ser “o mais poderoso dos heróis”, então o Capitão Marvel tinha que ser ainda mais poderoso. Seu apelido era inclusive “O mortal mais poderoso da Terra”, como anunciado em muitas capas. Um detalhe: O Capitão Marvel voou antes do Superman. No início, Superman não era capaz de voar, apenas dar grandes saltos. Esse negócio de alguém voar, e sem asas, é uma incongruência científica, e os autores originais do Superman sempre tentaram explicar os poderes originais do Homem de Aço (que não eram tantos quanto hoje em dia) de forma científica. O Capitão Marvel não tinha esse problema: seus poderes eram oriundos da magia, portanto não precisavam de explicação! E foi pelo Capitão Marvel voar que a DC foi obrigada a fazer o Superman voar também, para não perder o apelo.

Tentando tornar a franquia ainda mais lucrativa, a Fawcett estimulou a criação de parceiros para o herói, bem ao gosto do que já acontecia com outros personagens. Assim, apareceram Mary Marvel, a irmã do Capitão, e o Capitão Marvel Júnior, o caçula do grupo. Ambos se tornaram tão populares que ganharam suas próprias revistas. Um dos colecionadores do Capitão Marvel Júnior, aliás, era um jovem de Memphis, Tennesse, chamado Elvis Aaron Presley, que anos mais tarde iria até criar uma roupa baseada no seu herói de infância preferido, além de adotar até um corte de cabelo semelhante! Numa estranha simbiose, anos mais tarde, o Capitão Marvel Júnior é que seria fã do Elvis, nos quadrinhos.

Aquele apelo que faltava ao Superman (Além de Super-Poderoso, uma Criança)


As histórias do Capitão Marvel, de fato, eram bem ingênuas, e orientadas para a criançada, enquanto o Superman flertava muito com o mundo adulto, apesar de ser também uma revista infanto-juvenil. No fim das contas, a DC se viu ameaçada pelas vendas do concorrente e entrou com um processo acusando a Fawcett Publications de plágio. Segundo eles, o Capitão Marvel era uma cópia do Superman.

Eles basearam seu processo em três pontos:

1) Ambos os personagens eram os seres mais fortes do mundo;

2) Ambos os personagens eram jornalistas na sua identidade secreta (o jovem Billy era radialista);

3) Os arqui-inimigos principais de ambos eram cientistas malignos carecas! (Superman tinha Lex Luthor enquanto o Capitão Marvel enfrentava o Dr. Silvana).

Vencida pelo Cansaço!


Ao contrário do que muita gente pensa, e divulga por aí, a DC NÃO GANHOU o processo. O que aconteceu é que no fim dos anos 40 as revistas de super-heróis perderam popularidade e passaram a vender cada vez menos. Enquanto a DC (que na época se chamava National Periodics) soube entrar na onda e lançar gibis que eram moda naquela época, de western, romance, ficção científica e terror, a Fawcett não conseguiu se renovar. E mesmo nos anos 50, Superman, Batman e Mulher-Maravilha continuaram vendendo o suficiente para serem publicados, foram os únicos heróis que não caíram no “limbo”, como chamamos o lugar para onde “vão” os heróis esquecidos.

A Fawcett ficou sem dinheiro para pagar os advogados e decidiu desistir, dando ganho de causa para a DC, que ficou com os direitos do Capitão Marvel e família para pagar as custas. E o que a DC fez com o personagem? Ora, o colocou na geladeira, afinal ele era supostamente um “plágio” do Superman!



Ironicamente, além do voo, com o tempo o Capitão Marvel foi influenciando mais coisas no Superman. Foi criado o Superboy, uma versão infantil do herói (assim como o Capitão Marvel Júnior também era uma versão infantil do Capitão Marvel) e nos anos 50 apareceu a Supergirl, prima do Superman (detalhe: ela foi criada por Otto Binder, também roteirista de histórias clássicas do Capitão Marvel na Fawcett).

A VOLTA DO ORIGINAL!



Com a Marvel publicando outro Capitão Marvel é que a DC percebeu o erro que tinha cometido em manter o personagem na geladeira. Os super-heróis haviam voltado a ficar na moda no fim dos anos 50, e a Marvel cresceu justamente no boom dos anos 60 (a chamada “Era de Prata dos Quadrinhos”). Foi assim que em 1972 eles bolaram um jeito de trazer o Capitão Marvel original de volta.

Mas como fazer se a revista “Captain Marvel” já era publicada e registrada pela Marvel? O jeito era criar uma revista com outro nome, e foi assim que nasceu Shazam! Dentro da revista, no entanto, o herói ainda era chamado de Capitão Marvel, sendo Shazam apenas a palavra mágica pela qual ele se transformava.

Nos anos 70 houve um interesse renovado pelo personagem, que culminou numa série capenga de televisão (que o pessoal das antigas deve lembrar), e numa outra série de desenhos animados, essa mais fiel ao original (e por onde eu e muita gente da minha geração conhecemos o Capitão Marvel na verdade).

Apesar de ser publicado agora pela editora do Superman, o Capitão Marvel continuava sendo o mortal mais poderoso da Terra. É que eles habitavam “terras diferentes”. A DC então dividia seu universo em múltiplas terras, sendo que a do Capitão Marvel era a “Terra-S” (nem preciso explicar da onde veio o S, certo?) onde ficava toda a Família Marvel e também outros personagens esquecidos da Fawcett (como Homem-Bala e Mulher-Bala, o mago Íbis, o agente secreto Espião-Mestre, e outros que nem eu lembro agora).



No entanto, em 1985, com a saga Crise nas Infinitas Terras, a DC limou as múltiplas terras, e o Capitão Marvel passou a fazer parte do mesmo universo do Superman. Nunca ficou bem claro quem era mais poderoso, embora eles tenham se enfrentado algumas vezes. Vale lembrar que uma das fraquezas do Superman é ser tão vulnerável à magia quanto qualquer pessoa, e os poderes do Capitão são fundamentalmente mágicos. Na saga que se passa num futuro alternativo, O Reino do Amanhã, o velho “fraldinha” (um dos apelidos que os fãs deram ao vermelhão) dá uma surra no Homem de Aço, que só não perde a parada, porque Marvel sacrifica sua vida para salvar os demais super-heróis de um ataque nuclear.

Curiosamente existe o Plagio do Plagio por assim dizer, estamos falando de Miracleman, que merece uma matéria exclusiva somente dele.


Basicamente Miracleman, que originalmente se chamava Marvelmam, foi criado em 1053 como substituto para o Capitão Marvel, a série foi publicada até 1963, e foi revivida em 1982 nas mãos do Mago Alan Moore, quando teve sua Melhor e mais consagrada fase!

O Nome Marvelman, foi mudado para Miracleman desta vez, por pressão da Marvel, seja como for o personagem que substituiu capitão Marvel, não teve uma vida fácil e depois de alguns anos deixou de ser Publicado!

Curiosamente hoje Miracleman pertence a Marvel, que promete relança-lo em breve com o nome original Marvelman!

Shazam Brazil!


Pode parecer brincadeira, mas o Cenário brasileiro de revista em quadrinhos também teve um Representante, com Relâmpago no Peito que gritava "Shazam" e ganhava super poderes e sim ele era Negro!

Depois apos passar por uma Breve repaginada, o Grito herói mudou de "Shazam" para "Zumbi", embora ainda recebendo seus poderes de Deuses desta vez do candomblé,

E você sabe mais curiosidades do passado do Personagem? Sobre Miracleman pode esperar que tem uma matéria sobre ele chegando em Breve!

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