ESCALPO #60 – FINAL DA TRILHA
Parte 05 de 05 – CONCLUSÃO!!!
Créditos da edição #60:
Escritor: Jason Aaron
Desenhista e arte-finalista: R.M. Guera
Colorista: Giulia Brusco
Capa: Jock
Tradução, revisão e diagramação
: Ozymandias_Realista
Finalização e diagramação: Epistarse HQs
“Sem fichas de máquinas ou carros velhos do FBI saindo de trás
de paredes como ratos. Sem disparos. Aqui fora, não escuto nada. Nada além da
Terra girando.”
Talvez no fundo, Escalpo tenha sido um conto complexo, a
apontando sobre como ignoramos o mais simples que temos, até sofrermos medidas
extremas, ou provavelmente, estou me esforçando para tentar sintetizar o
turbilhão de emoções que a série foi, embora eu não seja tão contente com o
final, embora grande parte de mim o aplauda, por justamente não ser um final,
porem um novo começo semelhante a edição #01, uma manobra “serpente de Jörmungandr” de Aaron para nos lembrar da asperidade da vida, fora dos quadros que
tanto prendem nossa atenção. Afinal, na vida real, nem sempre o mocinho vai
casar com a princesa e ser feliz para sempre, e nem o vilão será detido, preso
e pagará por suas injurias. A vida real é um campo bem mais aberto, incapaz de
ser trancada dentro de balões e desenhos, eles nos servem, quando bem
executados, como mais uma janela, e muitas vezes, como uma mesa que podemos
subir para mudar nossa perspectiva de determinados temas antes inflexíveis, tal
qual a turma de John Keating faz em “Sociedade dos Poetas Mortos”.
Hoje
Aaron é muito conhecido pela forma mais “fantástica” que conta suas histórias,
seja seu Thor – puxado para o chão, com sua sutileza de ser indigno – ou o
recente Vingadores, que ainda não li. E não estou aqui com intuito de desmedir
os supers como mero escapismo, a
ilustração serve para assinalar o quanto Aaron pode ter exorcizado grande parte
da sujeira suburbana que deve ter presenciado em sua vida, e como um homem
comum sem super-poderes, coube a ele romantizá-la e mostrar as pessoas que ela
existe. E em tempos –não paro de mencionar, sei disso- onde tudo é “representatividade
ou não presta”, Aaron e Guera (que não é índio, apesar do nome! E ilustrou boa
parte dos números) nos entregaram esse intrigante conto, sobre uma cultura
indígena americana que particularmente eu não conhecia antes de ler esse
quadrinho. Não existe um ponto certo de onde começam os problemas sobre qual
cultura prevaleceu na miscigenação entre os indígenas e os nativos americanos,
bem como não há um começo lado correto na guerra secular entre eles, que mesmo
não estando no auge de pilhagens e escalpelamentos, ainda vivem com profundo
ódio mútuo, passado de geração a geração, e do racismo recíproco. E no meio
disso tudo, uma trama criminal sobre investigação, “padronizando” um pouco o
tipo de enredo bem “fora da caixa”. Mais doloroso que as epifanias finais familiares
entre os protagonistas, só o fato de Escalpo existir no mundo real de pai para
filho, e nos lembrarmos disso só quando lemos um quadrinho.
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Até o próximo.
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