ESCALPO #56 – FINAL DA TRILHA Parte 01 de 05





Créditos da edição #56:

Escritor: Jason Aaron
Desenhista e arte-finalista: R.M. Guera
Colorista: Giulia Brusco
Capa: Jock
Tradução, revisão e diagramação : Ozymandias_Realista
Finalização e diagramação: Epistarse HQs

“Ele que espere. Tô apelando a um conselho superior.”

O aspecto mais interessante do primeiro arco de “Pulse” de Brian M. Bendis são os quadros sem um único diálogo, com um cadáver emergindo das correntezas das águas, para a superfície, em uma ensolarada manhã, para centenas de pessoas. Lógico, que o objetivo maior do arco, era a “revelação pública” de Norman Osborn do Duende Verde, além do careca ser bem conhecido por suas “metralhadoras” de diálogos, entretanto ainda prefiro essa sutileza narrativa. É intrigante, incomoda, e consegue passar muitas vezes mais inquietação do que a própria cena explicita de assassinato, que de tanto usada em tantas histórias, acaba sendo banal, ou por vezes, virando até parte do humor no enredo, como em Kick Ass, Preacher ou Deadpool.


Esse recurso, também é usado de maneira anos luz mais brilhante, pelo famoso barbudo, Alan Moore, com os cachorros brigando por certos ossos, que quando descoberto o motivo pelo vigilante Rorscharch, seria algo irreversível. A mensagem, fica é passagem de forma inconsciente: há muita sujeira no mundo que não queremos ver, mas mesmo ignorando que ela exista, e não a mencionando, ela está lá, aguardando uma chance para “transbordar dos bueiros”, como assimilariam os diários, ainda nas primeiras páginas de Watchmen. Após o arco anterior passar uma convicta mensagem de “chega de segredos”, Aaron complementa com o gancho deixado  com quase um assinado “Você mal perder por esperar”. Quem agora tem de forma literal “esqueletos no armário” é Dash Cavalo Ruim, enquanto lida com toda uma reformulação social, devido a ter cumprido sua principal missão, entretanto os custos por essa “paz”, vão se mostrando como uma estrutura que não se sustenta. Novamente, a sujeira saindo de onde não pode ser escondida. Em contra-ponto, seu tio Corvo Vermelho, e agora detento, tenta a todo custo não sair ilicitamente de onde se encontra, encarando sob suas palavras “como um homem bom, e não um cão”, seu castigo que veio de uma forma tardia. Afinal, o velho índio havia chegado onde chegou por décadas atrás matar um agente federal, e incriminar outro em seu lugar. Ainda assim, Aaron não resiste a caricatura fácil, e mostra tanto Corvo Vermelho, quando Cavalo Ruim, como homens que mesmo cruéis, ainda tentam buscar iluminação na espiritualidade, e terem até um mínimo senso de que merecem serem punidos, apesar de tanto manobrarem para que isso não ocorra. A edição termina, com uma possibilidade da situação dos primeiros quadros, acabar por se inverter, de forma... Cruel.


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Até o próximo.



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