Essas últimas semanas estão sendo difíceis, muita gente famosa morrendo. O grande falecimento dessa semana sem dúvida foi do ator norte-americano Val Kilmer, aos 65 anos, no dia 1o de abril (infelizmente, não era mentira), um dos grandes galãs dos anos 80 e 90, mas que, a despeito disso, não foi tão valorizado quanto deveria. A notícia de sua morte não causou tanto espanto porque Kilmer já estava com a saúde muito debilitada em razão de um câncer de laringe.
Val “Edward” Kilmer nasceu
em uma família classe média alta na Califórnia, em 1959. Desde jovem, interessou-se
pelas artes cénicas e, após frequentar uma escola de teatro, teve seu debut
na Broadway em 1983, na peça The Slap Boys. Porém, sua chance cinematográfica
foi protagonizar o personagem Nick Rivers na hilária e nonsense comédia Top
Secret, do diretor Jim Abrahams, em 1984.
Após isso, Kilmer
interpretou um de seus mais icônicos papéis, Iceman, o rival de Pete Maverick,
interpretado por Tom Cruise, em Top Gun, de 1986, filme dirigido por Tony
Scott, que se tornou um marco da cultura pop dos anos 80. Outro papel
pelo qual Kilmer é bem lembrado foi o do espadachim Madmartigan, no clássico de
fantasia Willow, no qual conheceu sua primeira esposa Joanne Whalley.
Em 1991, Kilmer conseguiu sua grande chance de se provar como ator, interpretando Jim Morrison em The
Doors, de Oliver Stone. Apesar de o filme dividir opiniões, a performance
de Kilmer é considerada por muitos a melhor de sua carreira. Em seguida,
Morrison interpretou “Doc” Holliday no clássico western Tombstone,
ao lado de Kurt Russell, de 1994.
Em 1995, Kilmer teve
sua grande oportunidade na carreira, que foi interpretar nada mais nada menos
que o Batman, em Batman Eternamente, uma vez que tanto Tim Burton quando
Michael Keaton tinham deixado a franquia. Porém, o filme divide opiniões até
hoje, e a direção de Joel Schumacher é considerada muito extravagante,
substituindo o tom gótico de Tim Burton pelo neon carnavalesco, tentando fazer
uma releitura da série camp do Batman de Adam West dos anos 60.
Naquele mesmo ano,
Kilmer faria um de seus melhores filmes, Fogo contra Fogo, policial
dirigido por Michael Mann no qual Kilmer dividiria a atuação com duas grandes
lendas do cinema, Al Pacino e Robert DeNiro. Porém, logo após, ele embarcaria
em uma verdadeira bomba, A Ilha do Doutor Moreau, de 1996, baseado no
clássico romance de ficção científica de H.G. Wells. A despeito de ter tido a
chance de contracenar com Marlon Brando, o filme foi um grande fracasso. Também
naquele ano, o ator estrelaria o excelente A Sombra e a Escuridão, ao
lado de Michael Douglas.
Em 1997, Kilmer
estrelaria O Santo, longa inspirado na série de TV com Roger Moore dos
anos 60. Infelizmente, esse foi outro fracasso na carreira do ator. Kilmer
emprestaria sua voz no ano seguinte, dublando Moisés em O Príncipe do Egito.
Em seguida, em 1999, ele faria um drama muito bom chamado À Primeira Vista,
em que interpretaria um cego que namorava Mira Sorvino. Kilmer, como ator de método,
inclusive pesquisou sobre os cegos e viveu como um na preparação para o papel.
A década de 2000 não
foi muito boa para Kilmer, pois ele atuou em vários filmes sem muita expressão.
Porém, houve exceções, como sua atuação como o rei Felipe em Alexandre, o
Grande, de Oliver Stone, apesar de o filme ter sido outro fracasso. Outra
atuação de destaque de Kilmer nessa época foi na comédia policial Beijos e
Tiros, ao lado Robert Downey Jr. No entanto, Kilmer ainda atuaria em bombas
como MacGruber, no qual interpretaria o vilão do filme.
Nessa época, Kilmer
ganharia muito peso, razão pela qual alguns o chamariam pela maldosa alcunha de
“Fatman”. Todavia, o maior drama da sua vida seria quando teve os sintomas do
câncer de laringe. O tratamento foi penoso, Kilmer perdeu muito peso e, também,
a voz. Não obstante ele ter sido teoricamente curado, sua saúde se tornou muito
frágil após isso, até que uma pneumonia finalmente o levou. Entretanto, Kilmer
teve seu canto do cisne em sua carreira, que foi voltar a interpretar Iceman em
Top Gun: Maverick.
Em suma, esse post foi
para homenagear mais um grande ator de Hollywood que nos deixou. O que dá mais
pena no caso de Val Kilmer foram seus últimos anos, que foram muito penosos. Um
ator que tinha potencial para ser o James Dean dos anos 80 e 90, mas cujas tragédias
pessoais e algumas escolhas ruins de projetos não permitiram isso.