FANFIC : Lanterna Verde No dia mais claro - PARTE 6


Capitulo 6 - O preço da decisão

 

BUM! 

Numa explosão de luz amarela, um raio cruza os planetas do setor espacial 1417, indo em direção a um planeta azul. Ao entrar na atmosfera, o raio atinge uma planície próxima a uma cidade. Conforme a poeira baixa, Sinestro se levanta de seu pouso. Ele olha para a cidade, notando uns detalhes diferentes, mas reconhecendo-a como Korugar City, lugar que ele passou anos agindo como  protetor de seus habitantes.

 


Silenciosamente, ele voa pela região, observando as ruas da cidade, estranhando elas estarem desertas, ocupadas apenas por soldados. Deduzindo se tratarem de guerreiros do governo atual, Sinestro considera fazer uma visita ao novo líder de Korugar e lhe ensinar uma lição. No entanto, sua atenção é chamada por um brilho vindo da região oeste da cidade. Ao se aproximar, ele vê uma multidão reunida, com tochas e bandeiras com símbolo dos Lanternas Verdes. Em cima de uma escadaria estaria um homem avermelhado como Sinestro, tendo uma aparência velha e baixa, com cabelos brancos e casaco azul. Ao subir o ultimo degrau, ele se vira para seu povo e fala bem alto :

 

- Povo de Korugar! Esta noite entrará pra história de nosso planeta como a volta da paz e prosperidade que nos foi tirada! - declarou o ancião - Por anos fomos perseguidos pelo governo. Não mais! Para trazer a liberdade que uma vez tivemos sob a proteção da tropa do Lanternas Verdes, está aqui conosco uma pessoa que foi vitima das injustiças imposta por nosso lider. Com seu anel energético ela será nossa protetora. Com vocês, meus companheiros, a doutora Soranik Natu.

 


Os olhos de Sinestro abriram-se de espanto ao escutar esse nome, lembrando-se de uma jovem que ele não via a muito tempo. Ao ver uma lanterna subindo a escadaria, Sinestro ficaria surpreso ao ver Soranik, uma lanterna adulta, com cabelos curtos, pele avermelhada, olhos azuis e lábios vermelhos como uma flor. Só de vê-la a população gritava de felicidade pelo nome da Lanterna, pronunciando seus desejos.

 

- Povo de Korugar, por favor, peço que voltem para suas casas! - implorou a médica korugariana - Não sou politica. Sou uma médica e uma Lanterna. Meu dever é defender a lei e a paz. Não promover a anarquia.

 

Embora sinceras, as palavras de Soranik não teriam tido efeito algum na reação dos korugarianos, que continuavam a gritar seu nome, como seguidores de uma deusa.

 

- Que modesta, não é meu povo? - disse o ancião - Além de corajosa, Natu também demonstra sua grande compaixão.

 

- Não! - protestou Soranik - Escutem. Esse anel me foi dado para proteger o bem de todos. Não posso resolver disputas politicas e...

 

A fala de Soranik é interrompida pelo grito de emoção dos habitantes de Korugar City, incapazes de escutar seu apelo.

 

De repente, a animação da população começa a diminuir conforme Sinestro se aproxima do local. Aqueles que estavam felizes e celebrando Soranik agora estavam em silêncio, chocados e com medo em seus olhos ao perceberem estarem na presença de seu antigo Lanterna. Quando Sinestro pousa no chão, os habitantes se afastam, apavorados enquanto Soranik desce as escadas, encarando o lanterna amarelo.

 

- Ora, ora, ora. Vejam as bandeiras, a multidão ovacionando, todos reunidos diante de sua guardiã... exatamente como nos velhos tempo. - disse Sinestro olhando para os lados e não demonstrando estar impressionado com a reação da população.

 

- Em nome da tropa dos Lanternas, você está preso, Sinestro! - disse Soranik, apontando seu anel para Sinestro, sem desviar o olhar dele.

 

- Ah Soranik. É bom revê-la após todo esse tempo - disse Sinestro. não se mostrando preocupado diante da sua sucessora - Infelizmente, se sua intenção é me prender usando meu próprio anel... Esqueça! -   inesperadamente, Sinestro libera uma onda de energia amarela de sua aura, lançando Soranik, contra um prédio próximo.

 

Nesse momento, duas naves se aproximam do local, iluminando a àrea com seus holofotes e a policia começa a cercar o local com seus veículos enquanto o povo corre pelos lados desesperados. Sem hesitar, os soldados começam a disparar contra Sinestro, que estaria protegido por um campo de energia. "Que decepção" pensou Sinestro, percebendo como seu planeta tinha se transformado num lugar caótico, com rebeliões e policia armada, reconhecendo que seu povo precisava de uma lição.

 

Com seu anel energético, Sinestro começa a lançar raios de energia contra as naves e veículos da policia. Os soldados tentam desviar, porém também são atingidos pelas rajadas.  Ao se levantar, Soranik assiste com horror os guardas sendo massacrados pelo lanterna renegado. Quando nota umas pessoas passando por um veiculo prestes a explodir, Soranik rapidamente pula na frente deles e os protege com um campo de força para depois voltar sua atenção para Sinestro.

 

- Veja isso Soranik! - disse Sinestro - Observe como eles temem a mim mas do que os lideres opressores ! É assim que tem ser! Apenas através do medo que a ordem  poderá voltar a este mundo caótico.

 

Se aproveitando que Sinestro está distraído com os guardas, Soranik usa seu anel para levitar um míssil de um dos tanques e lança contra o opressor. Porém, quando parece que o míssil vai acerta-lo em cheio, seu anel diz:

 

- Lanterna Verde tentando usar força letal. Ação ilegal. Míssel defletido.

 

Sem entender a resposta do anel, Soranik se supreende ao ver o missil desviar de Sinestro, que volta sua atenção para ela. A lanterna olha para seu anel, não entendo como uma ferramenta que foi util durante tanto tempo pode ter falhado.

 

- Mas oque...

 

- É a falha dos aneis verdes, Soranik. A razão pela qual os guardiões me baniram - disse Sinestro - Aqueles panacas hipócritas temem seus próprios seguidores que tornaram os naies incapazes de matar. Mas, sem medo de morte, como espera que qualquer criatura tema e respeite os Lanternas verdes?

 

Por um breve momento Soranik sente uma duvida em seus valores. Após anos de treinamento intenso e dedicação para se torna a protetora de seu povo, teriam seus ensinamentos sido em vãos? "Não" ela pensou, se recusando a deixar Sinestro corromper sua mente. Furiosa, ela avança contra Sinestro, lançando um raio de energia verde. Sinestro facilmente desvia da rajada e rebate conjurando uma mão amarela que agarra Soranik, que por sua vez conjura uma grande mão que a liberta da garra de Sinestro. Ela tenta acerta-lo com o punho verde, porém Sinestro voa para o alto. Rapidamente, Soranik o segue e os dois continuam o duelo no céu.

 


A população de Korugar observa espantada as nuvens que começam a receber o brilho dos choques das duas energia, parecendo fogos de artificio numa noite de ano novo. Sobre as nuvens, Soranik tenta acerta Sinestro, porém ele contra ataca seus construtos.

 

- Impressionante, Soranik! - comentou Sinestro - Você possui habilidade com seus construtos. No entanto, ainda há uma fragilidade. Por que será? - Sinestro desvia de mais um ataque de Soranik, que tenta ignorar os comentários do vilão - Talvez seja pelo fato que sabe que sozinha não poderá superar meu poder. Por que não chama reforços? Não é assim que os Lanternas fazem.

 

- Nós fazemos o... necessário para proteger inocentes.

 

- Quando eu protegia esse setor, não precisava de ninguém. - debochou Sinestro - Por que não chama seus amigos da Tropa? Aposto que se divertiriam muito ao ver sua incapacidade de proteger seu próprio setor.

 

Soranik tentou atacar Sinestro, que se protegeu com um escudo de energia.

 

- Você não quer decepcionar ninguém doutora, mas teme abraçar seu verdadeiro potencial. - continuou Sinestro - você teme o poder do seu anel, não é? Tem medo de ser corrompida por ele? De se transformar em mim?

 

Só de ouvir as palavras de Sinestro fazem Soranik surtar. Como um animal selvagem, ela lança rajadas de energia uma atrás da outro. Ao desviar delas, Sinestro lança uma onda de energia amarela, que lança Soranik para trás, com seu corpo sendo amarrado por aneis de energia.  Enquanto Soranik tenta se soltar, Sinestro se aproxima de sua oponente indefesa.

 

- Sua determinação é admirável, mas você pode ficar melhor. Sugiro que treine com Abin Sur antes de nos encontrarmos de novo.

 

- Abin Sur morreu - disse Soranik, fazendo Sinestro, pela primeira vez desde que voltou a Korugar, brevemente sofrer um choque. Por um segundo ele se sentiu sem palavras, como se uma pequena chama de tristeza brota-se no seu coração. Apesar da tentação de ceder a ela, ele rejeita a pena, evitando demonstra fraqueza perante outros.

 

- Uma perda lamentável. Pensei que ele tivesse aprendido a verdade que servir cegamente os guardiões é tolice.

 

- E você acha que seu jeito é melhor? Impor sua vontade sobre todos como um tirano?

 

- Se significa garantir a ordem do universo... sim!

 

- Você é insano Sinestro! - declarou Soranik - Você pode me matar. Haverá muitos outros lanternas que virão depois de mim.

 

- Soranik... Eu não vim aqui matar você! - disse calmamente Sinestro - Vim apenas garantir que meu planeta esteja protegido e em boas mãos. - Com um gesto, Sinestro transforma os aneis em volta de Soranik numa crucifixo, deixando a Lanterna ainda mais imobilizada do que antes - Até o momento o povo sabe que você é uma melhores médicas, porém, se acharem que me derrotou, pensaram que é uma guerreira imbativel. Ele implorar para que assuma o controle e seja a salvadora deles. Um pedido irrecusável. Não terá escolha a não ser permanecer aqui.

 

- Não - disse Soranik - Eu devo proteger todo o setor. É meu dever como Lanterna verde.

 

- É também seu dever como médica de Korugar proteger e servir a vontade dos habitantes do planeta. Estaria disposta a ir contra seu juramento em favor de seus novos deveres?

 

Apesar de querer dizer não, Soranik ficou incapaz de responder, reconhecendo que  Sinestro tinha lhe colocado numa posição difícil. Ela pode ter jurado lealdade a Tropa porém, como uma médica e habitante de Korugar, ela também fez um juramento de servir e proteger o seu povo.

 

- Mesmo assim... os guardiões não vão permitir.

 

- Ah não se preocupe com eles. - disse Sinestro confiante -  Sabe, enquanto vocês da Tropa estavam ocupados servindo os guardiões, eu estive montando meu próprio exercito. Quando tivermos vencido nossa guerra contra Tropa, não haverá nenhum guardião sequer no universo.

 


Com um gesto, Sinestro apaga seu construto libertando Soranik, que coloca sua mãos no joelho, estando exausta da luta. Apesar do cansaço ela volta sua atenção para o Sinestro, que vira sua costa para ela.

 

- Adeus, Soranik Natu. Cuide bem de nosso planeta, até eu voltar. Não me decepcione.

 

Soranik tenta atingi-lo com um raio, mas Sinestro desaparece num flash de luz amarela. Aos descer até a cidade, Soranik é recebida pelo povo de Korugar. Como Sinestro previu, eles todos gritam por seu nome, elogiam a "salvadora de Korugar" e imploram para que seja sua guia. Ninguém percebe que Soranik está ignorando seus gritos, com seus olhos voltados para o céu e sua mente focada no que Sinestro tinha lhe dito. Apesar de sua situação atual, ela sabe não pode abandonar a Tropa. Ela precisa alertar os guardiões imediatamente.

 

Enquanto isso, numa planície deserta um portal de energia amarela se abriria. Dele sairia Sinestro, seguindo em direção a umas montanhas. Ao passar pelos rochedos, ele chegaria a uma grande fabrica, com chaminés soltando fumaça pra todos os lados e vários armeiros escravos, sendo chicoteados e forçados ao trabalho pelos lanternas amarelos

 

Ao pousar numa plataforma, Sinestro entra numa torre, passando por um corredor onde estaria um lanterna amarelo magrelo, com barba dourada, pele seca e um chapéu lembrando uma múmia egípcia, trabalhando nos monitores.

 


- Enkafos!

 

- Sim, Sinestro?

 

- Arkillo já voltou?

 

- Acredito que sim.

 

- Quero vê-lo em minha sala imediatamente.

 

- Entendido! Vou convocá-lo!

 

Enquanto Enkafos voltou sua atenção para os monitores, Sinestro entrou em sua sala e, de sua janela, observando os lanternas que ele mesmo ajudou a criar. Conforme ele pensava no que Soranik tinha lhe dito, sua mente era tomada por lembranças de uma vida passada. Um tempo quando ele era apenas um recruta da Tropa dos Lanternas Verdes. Ele se lembra da primeira vez que encontrou Abin Sur, que se ofereceu pra treiná-lo.  Por anos ele treinou sob sua orientação, passando pelos testes mais difíceis, sempre sendo inspirado por Abin Sur a se dedicar para ser melhor. Foi uma época onde ele sentiu algo que ele deixou para trás. Ele até mesmo se lembra de quando foi expulso da Tropa. Enquanto muitos o abandonaram, Abin Sur foi o único que buscou defendê-lo. Uma pena não ter tido coragem para se opor aos guardiões e sua hipocrisia.

 

Essas lembranças duram pouco quando Sinestro escuta o som de passos largos se aproximando. Ele nem sequer olha para trás, já sabendo que Arkillo se aproxima.

 

- Divertindo-se com os escravos Arkillo?

 

- Apenas garantindo que eles continuem se esforçando, Sinestro... - disse Arkillo -... e não há nada mais motivador do que medo do castigo.

 

- Nisso nós concordamos.

 

Subitamente, Sinestro se vira e lança um raio contra Arkillo, jogando contra a parede e imobilizando seus braços e pernas. Arkillo tenta reagir porém Sinestro lança relampagos de seu anel. O gigante grita de dor agonizante até que os raios cessam.

 

- Por que...

 

Sinestro conjura uma pequena esfera amarela que assume a forma de Abin Sur.

 

-  Você matou este lanterna.

 

- Como vou saber? Matei vários Lanternas.

 

Mais uma vez, Sinestro lança uma rajada eletrica do seu anel, atingindo Arkillo no peitoral. Mais uma vez os gritos do lanterna dominam a sala até que Sinestro para, deixando respirar.

 

- Agora sabe.

 

- Eu... lutei contra ele. - disse Arkillo, suspirando, com seu corpo queimando de dor - Infelizmente... o inseto conseguiu... conseguiu escapar antes que lhe desse o golpe final.

 

Apesar de não demonstrar emoção alguma exceto frieza e raiva perante seu sargento, Sinestro foi aos poucos deixando as garras mais leves conforme ia obtendo as informações que queria.

 

- Qual o problema?  Pra mim, qualquer Lanterna verde é um bom lanterna mort...

 

Antes que Arkillo finalize a frase, Sinestro invoca uma quinta garra e pega o pescoço de Arkillo, sufocando-o.

 

- Abin Sur não é qualquer Lanterna Verde. - disse Sinestro, com um olhar sério e imponente, como uma fera preste a atacar sua presa - Era um guerreiro honrado e valoroso. Eu teria lidado com ele pessoalmente. Agora essa chance foi tomada por sua imprudência.

 

- Se... Se... Se minha ação o... o ofendeu.. então pagarei o preço de minha decisão - disse Arkillo, sentindo a garra de Sinestro apertar cada vez mais seu pescoço - Aceito morrer por suas mãos, Sinestro.

 

Por um momento Sinestro considera o pedido de Arkillo. Com um pensamento ele poderia arrancar a cabeça dele ou perfurar seu pescoço. No entanto, quando Arkillo fecha seus olhos, esperando por sua execução, ele sente as garras se desfazendo, podendo mais uma vez movimentar seu corpo.

 

- Existem castigos piores - disse Sinestro, deixando Arkillo bem confuso.

 

- Está me mostrando misericórdia, Sinestro? Está me demonstrando fraqueza.

 

- Para os fracos misericórdia é uma uma oportunidade unica nos momentos de desespero, mas para você, será a maldição que carregará por um medo. - disse Sinestro com um tom de voz ameaçador - Um guerreiro como você, Arkillo, jamais aceitaria outro castigo além da morte por isso, não há punição do que viver carregando essa vergonha.

 


Palavras não saíram da boca de Arkillo, que pela primeira vez sentiu medo, vergonha e incapaz de descontar sua raiva no homem a quem ele jurou lealdade.

 

- Retire-se - disse Sinestro, virando suas costas para um humilhado Arkillo, que deixa a câmara envergonhado, tremendo e se perguntando como irá viver com uma mancha em sua honra como Lanterna de Sinestro.

 

Quando Arkillo deixa a sala, a Lanterna de Sinestro começa a brilhar. Ele sente o brilho dela cobrir sua pele, mas não vira, notando pelo reflexo uma figura presente na sala. É Abin Sur.

 


- Surpreendente! - disse Abin Sur - Eu não esperava que pouparia a vida de Arkillo.

 

- Tem algo contra a forma como comando minha tropa...Parallax? - disse Sinestro, reconhecendo a identidade do impostor sendo de um velho conhecido, a personificação do medo. Abin Sur sorri, revelando dentes afiados como uma barracuda e uma aura amarela cobre seu corpo.

 

 

- Muito pelo contrário, velho amigo! - disse Parallax, agora com seu corpo brilhando ainda mais intensamente e seu rosto com cortes e furos, lembrando um zumbi - Eu admiro o medo que você e sua tropa produzem. No entanto devo dizer que senti uma certa preocupação com algo em sua mente. Talvez ter  voltado ao seu planeta e descoberto sobre o destino de Abin Sur tenha trazido arrependimentos.

 

- O único arrependimento que carrego era não ter visto a falha dos Lanternas Verdes. - disse Sinestro, olhando para seu anel - Todo o poder do mundo em um objeto desperdiçado pelas leis dos Guardiões, feita para controlarem suas "armas treinadas".

 

 - Oh... eu sei bem oque isso traz a sua mente! - disse Parallax enquanto mudava a aparência de seu corpo - Quanto progresso poderiam ter feito se não fosse a presença dos guardiões ? Imagine as maldades que poderiam ter extinto, as catástrofes que poderiam ter sido evitadas - a voz de Parallax vai ficando mais fina, tendo um tom suave e familiar para Sinestro - E vidas que poderia ter salvo.

 

Apesar de resistir, Sinestro acaba por um breve momento olhando para Parallax. Ao invés de ver seu antigo mentor, ele vê uma moça de aparência parecida com a de Abin Sur, exceto por seus cabelos pretos e olhos azuis. Só de ver seu rosto trás memórias que Sinestro achou terem sido enterradas nas profundezas do esquecimento, de um tempo onde ele era feliz, com uma mão segurando a sua.

 

- Você teria salvo a mim? - perguntou Parallax, com um sorriso em seu rosto.

 

Nisso, as memórias de Sinestro começam a se tornar uma visão de vários corpos caidos entre ruínas em Korugar, com um lanterna verde no meio deles, segurando o cadáver de um alguém importante para ele, sentido uma parte de si morrer junto com ela. Quando os olhos dela se fecham, o coração do Lanterna é preenchido com tristeza pela perda e raiva pelo fracasso.

 


Subitamente, Sinestro conjura uma espada de luz e ataca Parallax, cujo corpo se transforma num raio de luz amarela que se teletransporta para o outro lado, voltando a assumir a aparência de Abin Sur. Conforme a espada de Sinestro se desfaça, ele aos poucos recupera o controle de si. Só de ver a ação do lanterna diante seu medo traz um sorriso diabólico no rosto de Parallax.

 

- Chega! - declarou Sinestro - Eu estava errado em usar algo fraco como a força de vontade. Não cometerei o erro de novo. Com o poder do medo que você me deu cumprirei minha parte do acordo. Você terá sua influência espalhada pelo universo, enquanto a mim trarei a esse universo caótico uma nova ordem, onde o mal será extinto e todos poderão desfrutar da paz.

 

- E quanto ao sucessor de Abin Sur? - perguntou Parallax, curioso com a reação de Sinestro - A essa altura o anel dele já deve ter encontrado um novo usuário.

 

As palavras de Parallax chamam a atenção de Sinestro, que percebe não ter pensando nesse detalhe de seu mentor ter agora um sucessor, provalmente um recruta inexperiente, sem ideia do legado que ele carrega com o anel de Abin Sur.

 

- Se nossos caminhos se cruzarem, testemunharei suas habilidades. - explicou Sinestro - Dependendo do resultado, ele poderá um lugar entre nós...ou morrerá pela minha mão.

 

- Muito bem! - disse Parallax, cujo corpo começa a se desfazer - Mas lembre-se Sinestro... Apesar do poder que lhe dei, como qualquer arma ele possui uma falha fatal... um ponto fraco que existe em todos os aneis amarelos.

 

- Qual seria? - perguntou friamente Sinestro, evitando demonstrar preocupação.

 

- Seu usuário! - disse Parallax, antes de seu corpo se desfazer em pequenos pontos de luz que voaram de volta para a lanterna de Sinestro.

 

Através de sua janela, Sinestro olhou para o horizonte uma vez mais. Levemente ele fecha seus olhos, deslumbrando as visões de suas lembranças com Abin Sur uma ultima vez. Apesar do respeito que nutria por ele, Sinestro reconhece o preço para atingir seu objetivo e ele está disposto a pagar de qualquer forma possível. Assim, como uma luz de uma vela, essas memorias  desaparecem no esquecimento, conforme Sinestro solta um leve suspiro, carregado pelo ultimo vestígio de remorso e lamento " Adeus, velho amigo!".

 

 


Sinestro aproxima seu anel do rosto e ativa o comunicador.

 

- Enkafos! Todos estão posicionados nos setores espaciais.

 

- Sim, Sinestro. - disse Enkafos - Aguardam apenas seu sinal!

 

- Então chegou a hora! - disse Sinestro - Comecem o ataque!

 



Postar um comentário

0 Comentários