Capitulo 5 - O sol esmeralda
Ao nascer do sol, os Lanternas habitando OA, despertam para o inicio de um novo dia. Após tomarem um café da manhã na lanchonete, todos os recrutas se reuniam num campo aberto no setor leste do planeta. No campo de treinamento estaria Tomar Re, olhando para o céu, aguardando a chegada da nova recruta. Sua espera é recompensada quando ele vê Jessica se aproximando do campo. Ela por sua vez fica surpresa ao ver o lanterna na entrada.
- Chegou bem na hora! - disse Tomar
re - Já é um bom começo!
-
O anel me indicou o caminho. - disse Jessica apontando para o anel em
seu dedo.
- Então, já tomou sua decisão?
-Eu... - por um momento Jessica
hesita, sabendo que sua resposta mudará completamente sua situação atual, porém,
lembrando-se do que pensou na noite passada, ela dá continuidade a sua fala
-...Eu decidi ficar por aqui. Quero saber como usar esse anel.
- Muito bem então! - disse Tomar Re,
apontando para o campo - Dirigia-se para o campo e aguarde o instrutor chamar
você e os recrutas.
Apesar de estar meio nervosa,
Jessica tentou se acalmar e seguiu em direção ao campo, quando Tomar Re pôs
levemente a mão em seu ombro.
- Vá com calma e tente não chamar
muita atenção. - aconselhou Tomar Re - Boa sorte, Jessica!
Conforme Tomar Re tirou sua mão do
seu ombro, Jessica passou pela entrada do campo, andando no meio dos recrutas.
Apesar de se lembrar das palavras de Tomar Re, ela olhou para os lados
percebendo que sua chegada tinha chamado a atenção. Por onde passava, cada
recruta olhava para Jessica, estranhando a lanterna terrestre. Ironicamente Ela
também sentia o mesmo ao olhar para cada um dos Lanternas, espantada com
aparência de cada um deles. Ao olhar para um dos lados, Jessica se espanta ao
ver entre os lanternas um... humano, de aparência jovem, com cabelos curtos e
negros e olhos escuros. Seria possível que ele também fosse da Terra? Mas não
poderia ser, visto que os outros lanternas não parecem se incomodar com a
presença dele. Jessica então considerou que ele era um alien de aparência
humana, como o herói de Metrópolis.
Enquanto perdida nos seus
pensamentos, ela acaba esbarrando em alguém bem alto e musculoso. Era um
gigante feito de pedra cuja presença deixou Jessica paralisada.
- Ei! - disse o lanterna - Olha por
onde anda, terráquea!
- Me desculpa...Desculpa...Eu não
prestei atenção e...
- Você é
uma aberração, sabia?
- Olha quem
fala - cochichou Jessica
- É o que?
- Nada -
disse Jessica apavorada - eu...
- Quer
dizer alguma coisa? - disse o gigante dando um leve toque em Jessica, que
sentia como se estivesse recebendo um empurrão - Vamos, diga!
- Ei,
para...
- Por que
não deixa disso e reage, heim? Vamos, me encara...
De repente
o gigante de pedra sofre é empurrado para o lado pelo jovem que Jessica tinha
visto.
- Ei -
disse o jovem - Mete com alguém a sua altura, "moleque"?
O gigante
de pedra encarou o jovem e sua expressão de raiva mudou para um sorriso de
deboche e arrogância.
- Oi, meu
nome Sodam Yat. Também sou novo aqui! Você deve ser o valentão da Tropa - disse
o jovem - Tu é burro que nem uma porta...
Sem
hesitar, o gigante dá um soco na cara de Sodam, que nem mesmo desvia. Quando
punho atinge o rosto do recruta, o gigante grita de dor e dá uns passos para
trás. Jessica se espanta ao ver que Sodam não tem nenhum arranhão e que o
gigante está tocando na mão como se tivesse batido numa parede de tijolos.
- O que...
-
Invunerabilidade. Muito legal não é? - disse Sodam, ainda confiante perante seu
oponente. - Vamos fazer um trato ok? Não mexe comigo, nem com ela e ficamos
numa boa. Que tal?
Antes que o gigante reagi-se, os dois são interrompidos pelo som voz grossa e grave - RECRUTAS, SENTIDO
Nesse momento todos os Lanternas no
local se alinharam, formando um fileira. Todos estariam com uma postura rígida,
mãos espalmadas juntas às coxas e os braços ligeiramente curvos. Observando
eles, Jessica fez o mesmo. Logo ela começou ouvir passos vindo na direção
deles. Ao olhar levemente para direita, ela viu um Lanterna observando os
recrutas por onde passava. Ele é alto, quase tão musculoso quanto o gigante de
pedra, tendo uma aparência rosada, um queixo grande, orelhas puxadas e um
focinho chato, lembrando um porco. Ao lado dele estaria um outro lanterna,
magrelo, com quatro braços e uma cabeça triangular.
- Sou Sargento Kilowog, Lanterna
verde do setor espacial 674 e instrutor dos Lanternas Verdes. Bem vindos à
"introdução ao uso do anel". Para uns isso será uma grande oportunidade.
Para outros o pior dia de suas vidas.
O comentário do sargento passa um
arrepio na pele de Jessica, que mal consegue pensar nos teste que ela terá que
passar.
- Vocês poozers estão aqui porque
foram considerados dignos pelo anel. Mas armas não fazem um lanterna. É o guerreiro
por trás deles - disse Kilowog olhando para Jessica, que tentou não tremer
perante o olhar sério do sargento. Suas palavras apenas aumentavam ainda sua
mente com duvidas sobre a escolha do anel e sua ansiedade voltava para
assombrá-la.
- Para que possam se unir a Tropa,
vocês devem se tornar os melhores guerreiros. Nossa meta é treiná-los para se
tornarem esses guerreiros - continuou Kilowog, desviando seu olhar para Jessica
e olhando para os outros recrutas - Vão se apresentar nessa ordem e silêncio
todas as manhãs. Qualquer um que desobedecer, vai se ver comigo.
Enquanto uns recrutas evitavam
demonstrar preocupação, alguns olhavam levemente para os outros ao seu redor,
buscando ver se algum deles estaria sentindo preocupação e ansiedade. Então Kilowog
deu seu comando :
- Agora vamos começar...
O sargento Kilowog ergueu seu punho
para o céu e disparou um raio de energia, que começou a se contorcer, assumindo
várias formas diferentes. Só de ver aquilo trazia para Jessica memórias da
história de Avra e dos construtos que ele forjou com o anel.
- O anel pode fazer qualquer
instrumento que precisarem. Campos de força, rajadas de energia. - explicou Kilowog
- ENTENDERAM?
- SIM, SENHOR! - responderam todos
os Lanternas, como soldados respondendo ao comando do seu líder.
- Pois bem, agora é a vez de vocês -
disse Kilowog - Quem será o primeiro?
Killowog olhou para os lados, para
ver qual dos Lanternas seria voluntário. Nessa hora, uma jovem loira, com
orelhas pontudas, vestindo um traje branco com saia e botas verdes deu um
passado para frente. Pela aparência, Jessica julgou que ela deveria ser um ano
ou dois mais velha que ela.
A jovem ergueu seu anel para frente
e liberou um raio de energia que se transformou numa espécie de cata-vento.
- Bom! - disse Kilowog - O próximo!
Logo cada Lanterna foi se
apresentando, um atrás do outro e montando seu primeiro construto, seja uma
coisa simples como uma arvore ou uma esfera ou algo complexo como uma nave ou
um prédio. Embora estivesse impressionada pelos construtos, Jessica acabou
ficando tensa ao perceber que era sua vez agora. Ela olhou para os lados,
observando os Lanternas que olhavam estranhamente para ela. Dava para ouvir
alguns expressando curiosidade sobre qual construto uma humana como ela ia
fazer, outros expressavam falta de confiança que uma terráquea seria capaz de
usar o anel. Para Jessica, olhos deles pareciam raios de calor penetrando a
pele. Ela estava sentindo sua ansiedade voltar a subir. Ao segurar seu pulso, ela
deu uma leve respirada e pensou "Está tudo bem!", "Você
consegue!", "É como no Bob Espoja, só usar imaginação!".
Ela voltou seu olhar para a Tropa e apontou seu anel, ela fechou os olhos e
tentou pensar em o que poderia criar. Talvez uma flor ou um passaro ou talvez
um pokemon como os dos jogos. Por um segundo o anel dela começou a piscar,
parecendo que ia liberar a energia. Jessica estava animada, sentindo orgulhosa
que ela ia conseguir. No entanto, o anel apenas lançou o rápido flash de luz e
se apagou, surpreendendo todos incluindo Jessica, incapaz de entender o que
tinha acontecido.
- Força de vontade insuficiente -
disse o anel.
Só de ver os lanternas olhando para
ela, discutindo o evento ou rindo dos eu fracasso, fazia Jessica se sentir
tensa, com dificuldade de respirar. Ela apontou seu anel seu anel e tentou de
novo liberar a energia dele, porém nem uma faísca saiu.
- Força de vontade insuficiente -
disse o anel mais uma vez.
- Como assim? - Perguntou Jessica,
quase se desesperando - Onde foi que errei? O que houve? Anel?!?
- Isso não é jeito de tratar teu
anel poozer. - disse Kilowog, se dirigindo em direção a Jessica.
- Isso é um erro! Esse anel deve ter
quebrado!
- Não há nada de errado com seu
anel, humano - disse um recruta, com uma aparência de esquilo - Você não está demonstrando força de vontade o
bastante para ativa-lo.
- Não é nada surpreendente pra mim -
disse um Lanterna ao lado, bem alto, com ombros largos uma pele alaranjada,
chifres e um cavanhaque preto - Na minha opinião, a Terra é um mundo muito
atrasado. Normal que seus habitantes possuam falta de imaginação. Do contrário
estariam bem mais desenvolvidos.
Por um segundo Jessica quis
protestar porém, nem reagiu percebendo a presença de Kilowog, que virou sua
atenção para ela.
- Qual seu nome poozer?
- Jessica Cruz, senhor.
- Diga-me, Cruz, qual o seu dever?
- Eu... não sei o certo... combater
o mal e lutar pela justi...
- "Proteger e servir seu
respectivo setor e todas as vidas ali presentes!" - corrigiu Kilowog -
Repita!
- Proteger e servir meu respectivo
setor e todas as vidas ali presentes!
- MAIS ALTO! - ordenou Kilowog.
- PROTEGER E SERVIR MEU RESPECTIVO
SETOR E TODAS AS VIDAS ALI PRESENTES, SENHOR!
Killowog se virou para os outros
recrutas - Lembrem-se dessas palavras. Elas são nosso principal objetivo. Elas
servem para nos lembrar pelo que estamos lutando. Nunca se esqueçam disso. -
Kilowog voltou sua atenção para Jessica - Volte para seu lugar!
Atendendo as ordens, Jessica
retornou para o seu lugar, respirando aliviada por não ter se metido num
problema maior. Por um segundo ela sentiu que Kilowog teria algo reservado para
aqueles que falham nos treinos.
Sua preocupação logo se confirmou conforme vieram os próximos exercícios. Durante o resto do dia, Kilowog passava uma prova nova e diferente, que testava os Lanternas fisicamente mentalmente, incluindo vôo por um cinturão de asteróides, combate contra robôs num simulador e construção de montanhas de rocha com o uso do anel. Para Jessica cada tornava seu dia cada vez pior. Ela se sentia cansada e seu corpo estava bem dolorido.Em sua mente, ela ficava implorando para si mesma "Não faça mais isso!", "Eu odeio isso", "Eu quero ir pra casa", antes de ignorar esses sentimentos e voltar ao treino. Após um teste de combate, Kilowog gritou para os recrutas :
- ATENÇÃO!
Todos os recrutas pararam o
treinamento e se reuniram em fileiras.
- Intervalo para o almoço! Vocês tem
meia hora! Depois disso se reunião aqui no campo para continuar os treinos -
disse Kilowog - Dispensados!
Sentindo fome, Jessica decidiu ir a
lanchonete, estando bem cheia com outros recrutas. Ao pegar seu lanche, ela
olhou para os lados procurando um lugar para sentar. A cada mesa que passava,
os lanternas olhavam para ela com um olhar de desaprovação. A popularidade dela
continua não sendo uma das melhores. Ao se virar para o lado, Jessica viu o
jovem lanterna sentado numa mesa, ao lado da elfa e de um esquilo. Notando um
lugar vago, ela se aproximou da mesa e, apesar de suspeitar que eles também a rejeitariam,
fez uma pergunta:
- Com licença? Se importam se eu
sentar com vocês? As outras mesas tão todas lotadas.
- Claro, sem problemas! - disse a
elfa, enquanto o jovem e o esquilo continuam sua refeição.
Apesar de estranhar a atitude fria e
desinteressada de Sodam, considerando como o próprio a defendeu durante o
treino, Jessica não deixaria passar essa
oportunidade, e se sentou.
- Meu nome Jessica. Jessica Cruz.
- Sou Arisia Rrab.
-
Eu sou meu nome é Ch'p. - disse o esquilo -. Prazer em conhecer.
O esquilo levantou a mão pra
cumprimentar Jessica, que estava chocada com o fato do esquilo poder falar e
agir de forma tão civilizada. Para não ofendê-lo, ela levemente ergueu seu
dedo, deixando que Ch'p a cumprimenta-se.
- O silencioso aí é Sodam Yat.
Por um
momento, Sodam olhou para Jessica, e acenou com a cabeça antes de voltar sua
atenção para sua comida.
- Nós meio
que já nos encontramos.
Jessica
olhou se ajustou na cadeira e olhou para o lado, percebendo aliviada os
lanternas não se sentirem incomodado com sua presença.
- Espero
que minha presença não acabe estragando a reputação de vocês.
- Deixe
isso pra lá - disse Arisia - É difícil aceitarem um novo integrante na tropa,
ainda mais sucessor de um veterano como Abin Sur.
- Faço
ideia! - disse Jessica - Ele deve ter sido um dos melhores lanterna.
- Abin Sur
era mais que um Lanterna.- disse Ch'p - Ele era um amigo para todos nós. Sempre
nos treino eles nos ajudava e dizia para nos esforçamos cada vez mais. Me
ajudou a invocar meu primeiro construto. - Por um breve momento, Ch'p sorriu
com a conversa lhe trazendo memórias marcantes porém se conteve ao perceber a
expressão de tristeza e saudade no rosto dos seus colegas, embora eles
tentassem esconder - Ninguém foi tão próximo de nós quanto Abin Sur.
- Acho que fazer uma boa impressão vai levar um
bom tempo.
- Não se
preocupe - assegurou Sonda Yat - Cedo ou tarde eles se acostumam.
- Até lá o que
lhe fará melhor mesmo é uma dose de Gnizzum. - disse Ch'p se levantando e indo
em direção a lachonte.
- Já eu vou
pegar mais uma bebida. - disse Arisia, saindo junto com Ch'p.
Estando
sozinha com Sodam, Jessica ficou nervosa sobre oque poderia falar com ele. Ao
olhar para seu prato, ela viu a refeição cuja aparência grotesca não lhe
agradou nem um pouco.
- Eu
realmente não vou comer isso? - disse Jessica enojada - você quer?
- Ah... Sim,
claro! - disse Sodam Yat, já pegando o prato de Jessica e provando da comida,
sem sentir incomodo algum com a refeição.
- Hã...
obrigado por sinal! - disse Jessica, chamando a atenção de Sodam - Por ter me
ajudado contra o grandalhão lá no campo.
- Sem
problemas. Não sou muito fã de caras assim - disse Sodam - Somos todos de
mundos diferentes. Alguns tem dificuldade de interagir com outros, seja por
medo ou um sentimento de superioridade.
- Racismo -
disse Jessica, reconhecendo esse tipo de atitude como algo presente em seu
mundo.
- Algo
assim. - disse Sodam, demonstrando interesse pela palavra racismo, que ele
nunca ouviu antes - De qualquer forma, se quiser fazer parte dessa equipe,
melhor estar disposta e aberta a trabalhar com caras bem estranhos.
- Na
verdade, talvez pudesse começar com você... - disse Jessica, que sentiu que
suas palavras não foram bem executadas, ficando um pouco constrangida -
digo...podiamos passar um tempo juntos... não que devemos mas...
- Eu
adoraria - disse Sodam Yat, o que alegrou Jessica, sentindo-se aliviada por não
sentir mais sozinha entre os recrutas.
Quando
Arisia e Ch'p voltaram, os dois terminaram sua refeição, antes de se reunirem com
os outros recrutas no campo onde Kilowog os aguardava para mais treinos.
Os dias seguintes foram bem mais
difíceis para Jessica e os outros recrutas. Eles tiveram que passar por
treinamentos mais intensos. Sempre que o dia acabava, Jessica e os recrutas,
todos exaustos, eram dispensados e recarregavam seus anéis na "Grande
Bateria Central", uma grande lanterna verde que passava sua energia para
os anéis deles. No segundo dia de treinamento, cada um dos recrutas recebeu
também uma bateria portátil, que, de acordo com Killowog, seria útil em caso de
emergência, com eles devendo apontar seus anéis para as lanternas e absorvê-las,
mantendo elas seguras e sempre por perto.
No 10º dia de treinamento, Kilowog,
ao lado dos Lanternas Ke'Haan e Laira reuniu os recrutas no campo, todos em
fileiras esperando o comando do sargento.
- Atenção, poozers. Se achavam que o
treino até agora estava quase no fim, pensem de novo. Hoje o treinamento de
verdade começa, não aqui em OA mas ali. - disse Kilowog apontando para o céu.
Todos os recrutas olharam surpresos ao deduzirem o que o sargento estaria
planejando - O teste de vocês será sobreviver na natureza. FICOU CLARO!
- SIM, SENHOR!
- Pois bem, poozers, PARTIR!
Kilowog voou em direção ao céu e os
recrutas o seguiram. Jessica estava bem aflita ao sair da atmosfera, lembrando
que sua ultima viagem no espaço não foi bem realizada. Se não tivesse sido por
Tomar-Re ela teria ficado perdida. No entanto, logo sua insegurança diminuiu
conforme ela foi se acostumando a voar pelo espaço, admirando as estrelas e
planetas que via no caminho.
Sua paz infelizmente foi
interrompida quando os treinos começaram. Cada ponto ou planeta que paravam
tinha um teste mais difícil que o outro, seja passar por um cinturão de asteróides
desviando das rochas, sobreviver a areia movediça de um deserto ou encarar o
frio de montanhas de neve. Durante o treino sobre um vulcão ativo, os tremores
da montanha fizeram Jessica perder o equilíbrio, quase caindo na lava, se não
tivesse rapidamente se segurado na beirada do precipício com uma de suas mãos.
Vendo isso estaria Kilowog, que não levantou a mão para ajudá-la e fez um gesto
para que os recrutas também não interferissem.
- Vai ficar aí pendurada o dia
inteiro, Cruz? - perguntou o sargento - VOCÊ QUER SER UMA LANTERNA VERDE OU
NÃO?
- Sim...- disse Cruz frustrada.
Enquanto antes ela sentia medo e insegurança, agora ela sentia frustração e
raiva. Ela odiava ter que passar por isso. Ela queria estar em casa, comendo
umas panquecas e jogando pokemon go, porém algo dentro dela impedia ela de
desistir. - ... SIM SENHOR! - gritou Jessica, usando a força que tinha para
subir o precipício.
- Volte ao seu lugar. - ordenou
Kilowog, antes de virar sua atenção para os outros recrutas - Acabamos por
aqui, poozers. Temos 5 minutos de descanso antes de irmos ao próximo planeta.
Aproveitem enquanto podem. Vocês vão precisar muito.
Aproveitando o intervalo, os
recrutas se sentaram no chão e tomaram copo d'agua e um lanche que trouxeram da
lanchonete. Enquanto descansava, Jessica se aproximou de Ch'p.
- Ei, Ch'p! Por que o sargento nos
chama de poozers? O que essa palavra significa?
- "Recruta inútil"
Jessica soltou um leve riso de sarcasmo.
Era obvio que significaria algo assim. Considerando o recorde dela até o
momento, o que mais ela seria do que uma inutil na Tropa. Brevemente ela pensou
se realmente valia a pena continuar a insistir em fazer parte de um grupo que
nem mesmo acredita nela.
Após o intervalo, os lanternas
seguiram sua jornada pelos planetas, passando por novos testes de
sobrevivência. Com seu corpo doendo e cheio de marcas, Jessica sentia como se a
qualquer segundo fosse desmaia, rezando para que aquele dia termina-se.
Durante a viagem, Kilowog decidiu
dar mais um descanso aos recrutas. Portanto eles foram planeta habitado no setor 2156, parando num
vilarejo próximo para recarregar suprimentos. Enquanto Arisia e os outros
ficaram descansando na vila, outros sairiam para explorar o planeta. No caso de
Jessica, ela aproveitou o momento para se afastar do grupo e ter um momento
sozinha. Ao chegar numa floresta, ela encostou numa arvore, quase vomitando.
Ela estava exausta, suspirando o tempo todo. Suas costa estavam matando ela de
dor. Ao ver uma sombra na arvore além da dela, Jessica se virou e viu Kilowog
se aproximando. "provavelmente veio dar mais um esporro em mim" ela
pensou.
- E aí? - disse Kilowog num tom mais
leve e calmo, surpreendendo um pouco a Jessica.
- Fala.
- Como tá o treino?
- Me matando!
- Uau...Isso é animador! - disse
Kilowog, com seu sarcasmo causando estranheza na Jessica, que estava habituada
com a atitude ranzinza e autoritária do sargento.
- Tá, tá. Qual o grilo contigo?
Por um momento Jessica queria
gritar, liberar toda a frustração que ela estava sentindo. No entanto, ela se
controlou e, após respirar, falou calmamente :
- Eu... Isso não tá dando certo. Eu
achei que ia conseguir dominar esse anel e leva-lo de volta pra casa. Mas não
consigo focar. Não consigo fazer ele brilhar. Apenas piscar. Tentei encontrar
minha força de vontade mas eu acho que ela acabou...ou talvez nunca tenha
existido.
- Cê tá indo pelo caminho errado! -
disse Kilowog - Força de vontade não é algo que você tem que encontrar. Você já
tem. Sempre teve.
- Eu... acho difícil de acreditar!
-
Já ouviu falar do sol esmeralda?- perguntou Kilowog, deixando Jessica
curiosa - É uma antiga lenda da Tropa que algum velho poozer costuma contar. -
Kilowog apontou seu anel e projetou um brilho verde, parecendo uma estrela ou
um cristal. O queixo de Jessica caiu e seus olhos mal piscavam com o que via.
Ela estava impressionada.
- Imagine uma grande e robusta
estrela verde, que brilha forte e intensamente. Sua luz é tão clara e poderosa
que atinge vários planetas ao seu redor. - explicou Kilowog - No entanto quando
as coisas esquentam nesses planetas, suas nuvens cobrem o céu, nublando a visão
do sol. Não dá para ver nada. - nesse momento, o construto de Kilowog se
desfez.
- É como a força de vontade!- disse
Jessica.
- E, assim como o sol, quando as
coisas ficam dificeis, ela é coberta por uma nuvem chamada "medo". -
disse Kilowog, complementando a dedução da recruta - Ele é denso como uma forte
tempestade. Nos assusta tanto que não conseguimos pensar em mais nada e nos
esquecemos de muitas coisas, incluindo de algo importante.
- O que?
Ao invés de responder Jessica,
Kilowog se levantou e fez um gesto com a mão, pedindo para Jessica segui-lo. Os
dois voaram pelas nuvens, passando da atmosfera do planeta. Conforme chegavam
no espaço, Jessica se espantou ao ver vários pontos brilhantes ao seu redor,
percebendo se tratarem de estrelas. Ela olhou ao seu redor vendo cada uma mais
brilhante que a outra. Eram muito bonitas
- As estrelas continuam aqui, assim
como o Sol Esmeralda. Você só precisa abrir seu caminho além das nuvens para vê-las. - disse
Kilowog - É o mesmo com a força de
vontade. Ela nunca nos abandona ou se perde. Está sempre presente em nós. Não
só em batalhas, mas em toda nossa vida.
Jessica olhou para o seu anel
pensando no que Kilowog falou. Será possível que a força de vontade e nunca
percebeu?. Ela sentiu Kilowog dando um toque em seu ombro
- Feche seus olhos.
Não sabendo o que ele ia fazer,
Jessica deu uma leve respirada e obedeceu ao comando de Kilowog, fechando seus
olhos, bem devagar. Ela não via mais nada, apenas ouvindo o som da respiração
dela e de Kilowog, que sussurrou em seu ouvido.
- Agora concentre-se...e oque você
vê?
Jessica franziu a testa, pensando na
imagem do sol coberto pelas nuvens. Cada
vez que tentava pensar nele, mais nuvens apareciam e suas duvidas
preenchiam o vazio de sua mente.
"Será que ela está por trás
dessas nuvens?"
Jessica pensou.
"E se não tiver nada?"
Ela se sentiu mais uma vez insegura. A pressão em seu cérebro aumentava
conforme pensava nas nuvens.
"Não... tem... Se
controla... Se concentra..."
Ela pensou mais no que tinha além
das nuvens, ignorando suas duvidas e inseguranças
" Se concentra...Se
concen..."
De repente, ela começou a abrir seus
olhos e viu algo brilhante em sua frente. Era um brilho intenso, parecendo os
raios do sol da manhã. Logo ela percebeu que o brilho estava vindo de uma
grande estrela verde. Sua boca ficou aberta e seus olhos mal piscavam. Ela não
tinha palavras para o que estava vendo. "Ela conseguiu!" pensou
Jessica ansiosa. Ela sentiu a umidez de uma lagrima escorrendo por sua
bochecha.
- É lindo! - disse Jessica admirada
com o construto.
- É! - disse Kilowog - É muito linda
mesmo.
Aos poucos o brilho foi reduzindo o
sol foi se apagando e desaparecendo.
Jessica se virou para Kilowog, chocada e confusa com o que aconteceu.
- Aquilo era minha força de vontade?
- É o que dizem! - disse Kilowog -
Bem, aproveitei os 5 minutos que tem. Esteja presente com os outros quando
formos retornar a OA.
- Espera Kilowog... senhor! - disse
Jessica, corrigindo a forma como se refere ao sargento - o sol esmeralda... é
real?
Um silêncio tomou conta de Kilowog,
que por um momento parecia que iria responder a pergunta de Jessica.
- Só... não deixe a opinião te
colocar pra baixo, tá bom?
Kilowog voltou para a superfície do
planeta, deixando Jessica para trás, com ela olhando para o local onde o sol
tinha aparecido. Ela olhou para suas mãos e depois para seu anel, pensando no
que ela tinha conjurado. Pela primeira vez ela sentiu confiança, determinação,
coisas que ela não sentiu por um bom tempo. Ela retornou ao planeta, com um
sorriso de confiança. Apesar podia não
saber quais desafios Kilowog teria para ela e os recrutas, algo ela tinha
certeza : Ela ir conseguir se tornar uma Lanterna Verde... pelo menos assim ela
esperava.
0 Comentários