Capitulo 4 - O Lanterna Renegado
O sol da tarde brilha sob as planícies devastadas de Debstam IV, no sistema Cygnus, setor espacial 2811. O calor queima até os grãos de terra que cobrem solo, assim como os restos de guerreiros mortos. Todos considerados fracos pelos habitantes de Debstam IV, pois a sobrevivência do mais forte é a única lei que existe para eles. Em seu palácio nas montanhas, 5 Lanternas amarelos estariam passando por um corredor, arrastando em correntes um lanterna amarelo prisioneiro. Ele tenta resistir porém as correntes são fortes demais, puxando seu corpo pelo chão como um boneco de pano velho. Os lanternas o levam para a sala do trono, um salão feito de pedra, com mesas cheias de alimentos servidos por escravos presos em correntes. Sem hesitar, os Lanternas amarelos jogam o prisioneiro no chão.
-
Encontramos mais um! Braach do setor espacial 3064!
Ao olhar
para frente, Braach vê um par de botas pretas. Ele levemente olha para cima,
percebendo que foi jogado perante os pés de um gigante amarelo, trajando uma
armadura azul e roxa, sentado em um trono de pedra. O soberano se levanta do
trono e anda em direção a Braach. Nesse momento, um pavor toma conta de seu
corpo, conforme ele reconhece o gigante como Mongul II, soberano de Debstam IV,
herdeiro de uma família de conquistadores e assassinos e um dos seres mais
temíveis do universo.
- Tão pequeno! tão insignificante! Perante outros não passa de uma formiga, j
á perante mim é o equivalente a um verme - disse Mongul, observando o lanterna - Apesar disso, você tem em suas mãos um artefato de grande poder. Energia capaz de trazer impérios aos seus pés - disse Mongul, revelando ter vários anéis amarelos em suas duas mãos - Um potencial grande demais para ser desperdiçado. Eu posso lhe dar uma direção, se estiver disposto a aceitar uma oferta.
- Vai pro
inferno! - disse Braach irritado, cuspindo no rosto. Mongul voltou seu olhar
para o prisioneiro, encarando o com um predador preste a atacar sua presa
indefesa.
- Que desperdício! - disse Mongul, que estava preste a esmagar Braach com seu enorme
punho. Porém, nesse momento, uma luz amarela atravessa o teto, causando uma
enorme explosão. Ao olhar para cima, Mongul e os lanternas vêem outros 4
lanternas amarelos descendo pelo buraco feito no teto. Arkillo e Karu-Sil
estariam presentes. Após eles, desceria
do céu um lanterna amarelo magro, de postura elegante e uma aparência humanóide, com pele roxa, olhos amarelos como de uma
serpente, um cabelo curto e liso e um bigode fino. Quando seus pés tocam o
chão, os lanternas de Mongul são tomados por uma sensação de medo e angustia. Mongul
por sua vez não demonstra nenhum um sinal de preocupação com a chegada dos
novos lanternas.
- Parece
que estamos interrompendo alguma coisa. - disse o Lanterna com uma voz calma e
fria.
- Muito
pelo contrário - respondeu Mongul - Todos vocês são bem vindos a se juntar a
nós.
- Nós todos sabemos que bom anfitrião não faz
o seu tipo, Mongu!
- Oh! Ouviu
falar de mim? Estou lisonjeado! - disse Mongul - Então, gosta do que vê?
- Na
verdade estou bem decepcionado. Não com desertores. Isto era algo já esperado.
- disse o lanterna, olhando friamente para os lanternas de Mongul - Oque me surpreende é eles terem escolhido vir
até você.
- Não pode culpá-los!
- disse Mongul - Desde que consegui esse anel de um Lanterna que matei, tenho
procurado outros pelo universo. mas foi aí que eu pensei "por que me conter com apenas os
anéis, quando os próprios lanternas seriam de grande utilidade?". Apenas
imagine, um exercito de lanternas amarelos sob meu comando. Só foi preciso dar
a eles uma oferta : se juntarem a mim... - Mongul mostrou sua mão com vários anéis
- ou terem o destino dos que se recusaram. Essa oferta também está aberta a
vocês.
- Seu pedaço
de carne estragado! - rosnou Karu-Sil - Nós não respondemos a ninguém exceto a
Sinestro, o maior de todos os Lanternas.
Quando
Arkillo aponta para Sinestro, Mongul observa o lanterna, surpreso, reconhecendo
o nome, e aí ele solta uma grande gargalhada.
- Ah...
sim. Agora tudo se encaixa- disse Mongul, se aproximando de Sinestro - Já ouvi
muito sobre você. O "pária de
Korugar". Um desesperado rejeitado pelo próprio povo que amaldiçoa o seu
nome. Não é supresa a facilidade que seus Lanternas se submetem a mim. É tudo
herdado da liderança.
- Como se
você fosse um exemplo de liderança! Um brutamontes idiota!. Mas se deseja
liderar os lanternas, podemos resolver assim... apenas eu e você... num duelo!
Mongul
ergueria sua cabeça, sorrindo pela oferta de Sinestro. Por um segundo ele até
considera ordenar a execução dos Lanternas, porém decidiu fazer de Sinestro um
exemplo. Ele se virou para seu oponente e deu sua resposta.
- Pois
bem... - disse Mongul com seu sorriso sádico - Que assim seja.
Subitamente,
Mongul dá um salto em direção ao céu. Percebendo a ação do oponente Sinestro dá
um salto para trás e os Lanternas presentes também se afastam, enquanto Mongul
atinge o chão, como um meteoro colidindo a Terra, criando um buraco na sala do
trono. Os lanternas olham espantados a força de Mongul, que dizem ser capaz de
esmagar até mesmo as maiores feras da galáxia.
Usando a
velocidade concedida pelos anéis, Mongul voa em direção a Sinestro, que desvia
dos socos de Mongul, até que é atingido no peito, sendo jogado contra uma
janela. Porém ao invés de cair, ele consegue se manter no céu. Vendo Mongul
avançando para um novo ataque, Sinestro se esquiva e, com o anel, acertando a cara
do gigante com um punho amarelo.
Porém
Mongul nem mesmo sentiu o impacto do ataque, e parte para mais um ataque contra
Sinestro, que por sua vez não desvia mas também avança contra Mongul. A cada
ataque, o choque de energia dos dois anéis provoca explosões de luz amarela. Os
outros lanternas presentes e todos os habitantes de Debstam IV observam
espantados a luta entre os dois rivais. Por um breve momento Karu-Sil e os
outros lanternas até pensam em interferir, mas são impedidos por Arkillo, que
observa o duelo atentamente, com a expressão em seu rosto não passando uma sensação de aflito e ansioso porém confiante, como se tivesse certeza de qual seria o resultado do duelo.
- Essa é
minha Tropa! Minha criação! - declarou Sinestro, avançando contra Mongul como
um relâmpago cortando os céus. - Quem ousar desafiá-los, usando um anel amarelo
ou não responderá a mim, como você fará Mongul, em sangue!
Com um
movimento Sinestro atinge Mongul com uma poderosa rajada de seu anel, lançando
o gigante contra o chão da praça abaixo. O impacto provoca uma enorme cratera e
o chão treme como se fosse atingido por um terremoto. Sinestro desce para
confirmar se derrotou o gigante. A fumaça ainda estaria se espalhando,
impedindo qualquer um de saber o resultado da luta. Ao se aproximar do buraco,
Sinestro é surpreendido por Mongul, que o acerta com seu cotovelo, derrubando
ele no chão.
- Uau! Que
palavras inspiradoras! Definem bem quem você realmente é : Um falador. - zombou
Mongul, enquanto andava em direção a Sinestro, como se não tivesse sofrido nada
com o rajada de energia - Você fala de seus planos e ideias, fazendo propaganda
de sua liderança. Já eu sempre opto pela ação. Faço um exemplo meus inimigos e
faço outros se ajoelharem perante mim.
Quando se
levanta, Sinestro é atingido pelo soco de Mongul no sua barriga, sentindo sua
força nas pernas diminui. Depois ele é
atingido por outro soco de Mongul direto em seu rosto, ferindo seu
nariz. Ele cai no chão e Mongul se aproveita para pisar sua cabeça. Porém o
anel de Sinestro cria uma aura para protegê-lo. Mongul então agarra o inimigo
pelo braço e acerta sua cabeça com um punho energizado pelos anéis. Quando o
corpo de Sinestro está preste a cair para trás, Mongul agarra sua cabeça com
suas duas mãos gigantes e o acerta com seu joelho. Confiante da vitória, Mongul
ergue Sinestro pela cabeça, para ver sua expressão de pavor perante a morte
certa. No entanto, ao invés de ver medo, Mongul vê uma expressão fria e séria,
sem sinal nenhum de preocupação, deixando-o bastante enfurecido.
- Você é
fraco como eu suspeitava. - disse Mongul - Após te matar, seu crânio partido
será um excelente enfeite no meu trono e um símbolo doe meu domínio sobre minha
tropa. A Tropa Mongul!
Porém,
Sinestro nem demonstrou reação a ameaça de Mongul, levantando seus braços e
tocando nas mãos do gigante.
- Acredita
mesmo que poderá impedir minhas mãos de esmagarem sua cabeça?
- Você pode
ser um guerreiro selvagem, Mongul mas no fundo não passa de um bruto idiota -
disse Sinestro - Você pode saber liberar a energia do medo dos anéis, porém eu a domino.
De repente,
os anéis de Mongul disparam várias estacas de energia, que atingem todo o corpo
de Mongul. Sinestro consegue se soltar enquanto o conquistador grita de dor
agonizante.
- Pensou
mesmo que eu era tolo o bastante criaria uma arma que poderia ser usada contra
mim? Algo que eu não pudesse controlar? - disse Sinestro conjurando um martelo
e acertando Mongul no ombro, ainda ferido pela estaca.
- Você pode
parecer poderoso, mas na verdade não
passa de uma criança impulsiva e arrogante, vivendo nas sombras de uma família
que gastou seu tempo com brigas ridículas - disse Sinestro, acertando Mongul no
rosto com uma maça conjurada pelo anel - Isso é o poder do medo pode realmente
fazer!
Sinestro
ergue seu anel, criando um construto de um gigante. Observando a forma do
construto, Mongul se apavora ao reconhecer a imagem de seu pai, Mongul I, o único
ser que ele mais teme. Sua mente é tomada por terríveis lembranças dele sendo
espancado e ouvindo os gritos de seu pai sobre ser fraco e indigno de um
soberano. Sem conseguir se mover com o corpo ferido, Mongul não pode fazer nada quando as mãos do gigante o esmagam contra o
chão, acertando ele como um martelo gigante, quebrando grande parte dos ossos
de seu corpo.
- Parece
que o exército é e sempre será Tropa Sinestro! - disse Sinestro, usando o anel
para ergue o corpo de Mongul, prendendo em algemas e correntes.
- Eu...
vou... vou te...te matar! - sussurrou Mongul enfurecido.
- Ainda
pode falar? Que bom - disse Sinestro - Sabe Mongul daquele lanterna que você
matou? Não foi por coincidência que você o encontrou. Eu o enviei para caça-lo.
Tenho uma pergunta que apenas você saberá responder.
- Só sob
meu cadá...- antes que Mongul completa-se a frase, Sinestro conjurou um grande
dardo, perfurando a cabeça de Mongul e atravessando seu cérebro. O sangue verde
escorreu de sua testa até o queixo e seus olhos mal piscavam quando seu grande
corpo caiu no chão feito um tronco de uma arvore.
Ao se virar
Sinestro viu os Lanternas de Mongul se aproximando, vendo chocados o corpo
caido de seu antigo mestre.
- Mais
alguém? - disse Sinestro com frieza, olhando para os Lanternas assustados.
Então, eles se curvaram perante o vencedor
- Salve
Sinestro! Nós juramos lealdade a você e a Tropa Sinestro! - disseram os lanternas ao seu novo mestre,
que sorri com o resultado da vitória.
Nesse
momento, chegam no local os lanternas liderados por Arkillo.
- Salve
Sinestro, o maior Lanterna de todos!
- Que bom
que chegaram, meus lanternas.
- Estávamos
aguardando sua vitória, mas também preparados para vinga-lo caso caísse. -
disse Arkillo.
- Sua lealdade
é admirável, Arkillo, assim como de todos os demais - disse Sinestro, voltando
sua atenção para os seus lanternas - Pois bem, eis o meu comando: Antes de
voltar a Qward, anunciem a morte de Mongul para todo Debstam IV e passem a
mensagem que este planeta está sob nossa
proteção, Qualquer ação cometida aqui irá responder a nós. Quero que essa
mensagem seja ouvida por todos os habitantes desse pequeno planeta e que eles
passem para todos seus conhecidos nessa
- Sim
senhor! - disseram os Lanternas de Sinestro, partindo para os vários cantos do
planeta.
Vendo seus
homens partirem, Sinestro voltaria sua atenção para o corpo de Mongul, com
Karu-Sil circulando o corpo, como uma fera preste a se alimentar dos vestígios
da presa.
- Karu-Sil!
- disse Sinestro - Ainda não!
- Ah eu
estava pronta para alimentar a mim e minha familia.
- Terá sua
chance, mas não antes de eu conseguir as respostas que procuro. - disse
Sinestro, observando o corpo de Mongul.
- Que
respostas espera conseguir? - perguntou Karu-Sil confusa - Mortos não falam!
- Esse irá!
- disse Sinestro, apontando o anel para o corpo de Mongul. Nessa hora, ele
libera uma energia amarela que entra pela ferida na cabeça do cadáver e começa
a se espalhar pelo seu corpo. Os olhos e boca de Mongul começam a brilhar e,
para o choque de Karu-Sil, ele começa a respirar.
- Eu sei
que não pode se mover Mongul.- disse Sinestro - Eu lamento!
Os olhos de
Mongul se voltaram para Sinestro e ele soltou uma voz agora fria e ecoante como
um espirito - Mas oque...?
- Está
morto Mongul - explicou Sinestro - Eu matei você!
Karu-Sil
mal conseguia acreditar no que via.
- Ele está
vivo!
- Por
enquanto. - disse Sinestro para Karu-Sil - Apenas religuei as sinapses mentais
para obter informação.- o lanterna amarelo volta sua atenção para o corpo de
Mongul - Agora, Mongul, me conte sobre o Planeta Bélico.
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