Por: RiptorBR
Obs: isso nĂŁo pretende ser tanto um review e sim mais uma opiniĂŁo,usando ainda o tema para uma coisa extra.
Obs-2: Sem spoilers.
O que parecia apenas um "anĂșncio ao vento" acabou se tornando real: Venom, uma das figuras mais clĂĄssicas da mitologia do Cabeça de Teia... Tem um filme solo pra chamar de seu. Ă algo que Ă© difĂcil de alguĂ©m ter imaginado, ainda mais notando que agora a Marvel e a Sony "andam" de mĂŁos dadas quando o assunto Ă© o AmigĂŁo da Vizinhança. Mas o projeto foi "parido", embora a Marvel nada tenha a ver com ele.
Contudo, nĂŁo Ă© novidade que a recepção, dias antes do lançamento do filme, foi um desastre: o longa foi pisoteado, esmagado, triturado, esquartejado, desmembrado, apunhalado... e tudo mais que termine com "ado" no sentido negativo. Mais ao assistir (no Ășltimo domingo) sinceramente nĂŁo vejo por qual motivo eu deveria apenas chutar a boca do Simbionte. O filme Ă© mediano? Sim, mas foi atĂ© agradĂĄvel (mesmo que a parte do "agradĂĄvel") seja uma maneira carinhosa de falar que existem momentos bem.."osso" de qualidade.
Ao abrir mão de ganhar sozinha com os direitos do Homem-Aranha (apesar das bilheterias dos filmes do personagem ainda irem para ela), a Sony claramente decidiu "fuçar" os 900 personagens que tem direito para criar projetos dentro do universo do mesmo, mesmo que isso signifique "não poder" o usar, e mesmo que isso não tenha necessidade nenhuma.
Nasce assim Venom: um filme com um Eddie Brock mais velho com toda uma carreira jĂĄ estabelecida no jornalismo, um vilĂŁo sem medo, sem freio e sem sentido com aquela motivação de sempre, um romance (afinal o âmocinhoâ precisa de uma motivação qualquer) e por fim, toda a sequĂȘncia de reaçÔes que um Simbionte poderia gerar em uma pessoa. O filme nunca se esconde do que foi projetado para ser: um produto comercial escancarado, mas interessado em explorar a popularidade do personagem-tĂtulo do que propriamente desenvolver muito algo. Mesmo que ele tenha de se contradizer.
NĂŁo entendeu? Preocupa nĂŁo, que vocĂȘ vai entender: por mais que traga alteraçÔes substanciais, a origem (por exemplo) dos simbiontes Ă© aceitĂĄvel. O problema Ă© a sucessĂŁo de "explicaçÔes cientĂficas" furadas pelo prĂłprio roteiro: primeiro Ă© dito que ele "apenas sobrevive em um hospedeiro que consuma oxigĂȘnio". Blz. Mas logo em seguida tal condição Ă© esquecida. "O simbionte consome os ĂłrgĂŁos internos de seus hĂłspedes". Ok. Mas com Eddie tal condição torna-se uma ameaça controlĂĄvel. "A dificuldade em encontrar a simbiose perfeita em laboratĂłrio Ă© de fato difĂcil". EstĂĄ cer.. Ah Ă© mesmo: lĂĄ pode ser, mas Ă© algo absolutamente corriqueiro mundo afora, seja nas desventuras asiĂĄticas de um deles ou mesmo nas transiçÔes do Venom quando esta longe de Brock. Ou seja, a coerĂȘncia jĂĄ morreu faz tempo aqui. A histĂłria (alĂ©m dessa falta de coerĂȘncia) no final das contas tem de sobra para lembrar apenas as cenas de ação em que o personagem aparece, alĂ©m de algumas boas ideias, sobretudo as que envolvem o relacionamento de Brock com o simbionte, visto que o resto sĂł existe para compor uma linha do tempo que possa ser entendĂvel, senĂŁo, seria uma bagunça ainda maior.

Isso sĂł mostra que o principal problema do filme fica no script, que parece ter sido mutilado pela edição. E quanto a fidelidade, uma quantidade Ă© (claramente) alterada, tudo para caber em uma histĂłria que supostamente "nĂŁo tem" vilĂ”es ou herĂłis, apenas "caras meio termo". Embora seja um filme mediano, Venom ainda foi a oportunidade de ver esse "cidadĂŁo" de uma forma BEM melhor que aquela coisa de Homem-Aranha 3. Venom estĂĄ ai, mais intimidador, causando destruição (mesmo com um CGI que hora Ă© positivo, hora Ă© negativo) ao usar seus poderes. Outro ponto de destaque (e um dos poucos pontos que a crĂtica atĂ© gostou, e que jĂĄ foi dito) Ă© a atuação de Tom Hardy. NĂŁo Ă© de fato um dos seus melhores trabalhos, ele mostra novamente que Ă© um ator com recursos. Entretanto,Ă© a batalha interna dele com Venom e a colaboração forçada entre os dois que Ă© a grande cereja do bolo: a voz monstruosa do Simbionte e as reaçÔes de Eddie podem ser o grande "bĂŽnus" ao ver este filme.

Pior Ă© que hĂĄ quem quer enfiar (de certa forma) guela abaixo que vocĂȘ tem de odiar filme x, jogo y, livro quadrado, mĂșsica, cĂrculo. NĂŁo estou a me referir quanto a "assuma: isso Ă© mediano ou ruim". Isso eu assumo, dependendo do caso (como o do Venom). Estou falando do: "vocĂȘ admitiu, mas vocĂȘ deve odiar tambĂ©m".
Um exemplo? Guerra Infinita. O filme Ă© bom? Pra mim Ă© Ăłbvio que Ă©. Mas se vocĂȘ discorda (de forma civilizada), hĂĄ quem vai tacar pedra em vc por vc "nĂŁo seguir a massa","nĂŁo concordar com a maioria". Se nĂŁo vc Ă© o "diferentĂŁo",o isso,o aquilo. Afinal,"atire a primeira pedra na lagoa" quem nunca se divertiu ou gostou de algo que vc sabe que Ă© mediano ou ruim (ou que Ă© considerado ruim ou mediano de forma geral),acho que todo mundo tem sua "lista" disso.
Ă algo jĂĄ recorrente na internet, e fora dela. A pessoa que nĂŁo pode ouvir um "olha, EU acho",ou um "nĂŁo concordo", ou um simples "eu respeito sua opiniĂŁo",ou um mero respeito..Ă© uma pessoa que nĂŁo vai longe,convenhamos. Eu me importo com esse tipo? NĂŁo,faz tempo. Esse tipo Ă©,de certa forma,um Simbionte: ele irĂĄ sair do seu pĂ© se vc nĂŁo for compatĂvel (ou no caso,se vc nĂŁo dar atenção) e irĂĄ "pular" para outro que dĂȘ isso.
O melhor disso? Ă que nĂŁo hĂĄ esse tipo nesse canal, e mesmo que tivesse,nĂŁo duraria muito.