Meu outro eu, aquele que não é tão descolado quanto este que vos fala
virtualmente acabou de voltar de uma competição de xadrez. Não jogou, apenas
assistiu. Ele está um tanto machucado emocionalmente após tanto esforço, e tão
poucas vitórias, e resolveu se aplicar inteiramente aos gibis, como forma de
fugir do problema, o típico comportamento do covarde, que cogita que só por não
mencionar um entrave, ele deixará de existir.
Chegou
lá, no meio da competição, e cumprimentou a todos, meio sem jeito. Ao fim da
premiação, se ressentiu por ter dedicado tempo a treinar vários dos que
jogavam, e não receber nenhum crédito, entretanto após refletir, retrucou a si:
crédito pelo quê?
E é esse o ponto hoje, crianças leitores. Nossa busca por
aprovação e reconhecimento das pessoas é o que acaba por tirar o objetivo de
nossas missões, que é puramente o de concluir sua missão estabelecida. É duro,
é frio, solitário, mas realista. Devemos fazer aquilo que nos estabelecemos,
tentando não fazer de forma imoral a prejudicar deliberamente quem não merece,
e sem ficar como uma menininha querendo um obrigado em troca. Lógico, é ótimo
quando somos ovacionados pelo que somos bons, e pessoas nos agradecem por
termos proporcionado alguma coisa positiva a elas, mas se não superarmos essa
cobrança, cederemos a ser chorões invejosos, sem saber guiar a raiva de forma
produtiva.
Porque a raiva existe, isso deve ser estabelecido. Seres humanos são
competitivos, territorialistas e raivosos. Eu sou um ser humano na amplitude
disso, e o primeiro passo é admitir minhas falhas, e o que vou fazer em relação
a isso antes que seja tarde demais, no caso, que algum adversário em qualquer
campo da vida, faça uso dessas debilidades emocionais. O que me faz citar o
Aranha.
Sim. O Homem-Aranha. O cara que mesmo sem existir, me ensinou mais do
que muita gente de carne e osso. Ao contrário da mais recente versão
cinematográfica, Peter Parker em sua essência, em Amazing Spider-Man, foi antes de tudo um cara que queria aprovação
até perceber que “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. Isso o
fez não ceder a tentação da fama fácil e combater inimigos invencíveis, ao
tempo que sempre saia como errado na história, e mesmo diante dessa abominável
pressão de saber que por mais que desse o seu melhor, ele sempre seria “a
ameaça”, ele não cedia do que devia ser feito. Não esperava uma roupa
tecnológica, algum outro herói famoso fazer sua média, ou ser agradecido pelas
pessoas nas ruas, ele apenas cumpria a missão que se estabeleceu. Porque ele
era realista. Em tempos onde a maioria ignora caráter dos personagens, em pró
de pautas segregacionistas, às vezes vale a pena lembrar dessas coisas.
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Até o próximo.
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