Estava eu, “a
toa” no Facebook (pois é,
reativei, aparentemente muitos novas parcerias tem que ser buscadas lá...),
quando notei entre os amigos online, ninguém menos que um dos meus ídolos dos
quadrinhos: Glen Fabry. Mas calma, eu não lembro nem de metade das centenas de
pessoas que tem adicionadas ali, pode ser um fake, não é possível que o próprio
estivesse ali. Acenei para ele no chat... E ele acenou de volta!
Como o
print acima atesta, perguntei se ele era real, e após longa checagem de seu
perfil, de fato falei com o eterno capista de Preacher! A seguir seguem cinco
perguntas que fiz a ele sem esconder meu lado fã daquelas pinturas, além de ser
“histórico” para mim e para esse blog, é a primeira vez que falei com algum
ícone das industria. Vale mencionar que nunca fui em nenhuma “CCXP" ou
algo que o valha, nosso correspondente Douglas Joker já logrou sucesso nessa parte. Vale lembrar que uma das capas do cara está na minha lista de capas dos quadrinhos preferidas de todos os tempos.
ENTREVISTA
TRADUZIDA:
1 - Qual trabalho você teve mais orgulho de
fazer? Quero dizer, eu lhe conheci pelas suas capas no selo Vertigo. E até hoje fico feliz em ver as
histórias completas ilustradas por você. O último vislumbre que tive de suas
capas, foi em "Jacked",
infelizmente ainda não publicado no Brasil.
Oi Brasil!
Voltei de São Paulo há alguns meses atrás. Bons tempos. A melhor da coisa
Vertigo, além das capas, foi fazer Kev, em Authority, com Garth Ennis.
Eu cheguei a ver essas capas de Kev, embora
eu ainda não tenha lido a Authority
completamente. Fiquei mesmo surpreso ao ver Ennis escrever "supers", embora Kev seja uma forma
de zombar do gênero. O Brasil gosta do seu trabalho, recentemente reimprimiu "Thor - Vikings" após sua
aparição na "Comic Con". Eu
sempre tive uma pergunta, como você conheceu Garth Ennis e como essa longa
parceria funcionou? (pergunta 2, desculpe, estou um pouco nervoso).
Isso ainda na década de 90? Ou antes?
Realmente no
fim dos anos 80.
3 - Revisando todo o trabalho com o Hellblazer (sua fase com suas capas mais
para Ennis / Dillon), é possível perceber uma "mudança de tom". A
revista foi praticamente formulada, tornando-se tudo o que é sinônimo de uma
boa história do Constantine, que até hoje, com várias reformas da DC não foi igualada.
Quais foram suas referências? Uma coisa em comum era o olhar penetrante de
Constantine no primeiro plano, ou mesmo as cenas de humor negro, que
anteriormente não estavam em capas que apresentavam o tom mais "sério"
e "de terror".
Concepção de Fabry para Constantine nos anos 90. |
Foi o meu
primeiro trabalho para a América, acreditei ter tido uma boa impressão. Além
disso, eles são cartoons realmente,
então haverá algo engraçado neles em algum lugar.
4- Você se usou como uma referência
fotográfica como fez com Cassady em algumas capas do Preacher? Ou algum ator particular para dar esse rosto a
Constantine? Percebi que anos depois, quando voltou a desenhá-lo, fez ele um
pouco diferente. Foi para demonstrar um personagem "envelhecido", ou
simplesmente viu o de forma diferente?
Constantine
sempre deveria se parecer com Sting, do “The Police”, mesmo quando Alan Moore o
escreveu pela primeira vez em “Monstro do Pântano”. O Cassidy eu estava
tentando fazer parecer Robert Carlyle,
um ator escocês de “Ou tudo ou nada”.
Naquela época, eu parecia o irmão de Robert Carlyle, mas por todas essas coisas
eu posava no espelho para expressões. Então, você teria um irmão mais velho de “Sting
Carlysle” vindo de Streatham.
5- Para concluir, (e já agradecendo o seu
tempo com este ilustre estranho que você fala), existe algum personagem atual
que você gostaria de desenhar? Um mini, por exemplo. Algo como um Justiceiro,
Demolidor, Wolverine ou algum outro personagem mais urbano, com espaço para uma
história mais adulta, e cenas muito divertidas para desenhar? E há algum
trabalho que tenha feito a capa, e se arrependeu de não ter desenhado a edição
completa? E o que você acha dos quadrinhos "politicamente corretos"
hoje em dia? Você acha que muitas de suas obras dos anos 90 seriam bem aceitas
se fossem feitas hoje? Ou essas pessoas seriam implicadas em tudo?
Na verdade, todas as minhas coisas foram muito legais realmente, graças aos escritores e assim por diante. Slaine com Pat Mills para 2000 AD, Juiz Dredd e Batman com Alan Grant e John Wagner, Preacher com Garth Ennis (e Hellblazer e Thor) e Lugar Nenhum, Sandman – Noites sem Fim, e Deuses Americanos para Neil Gaiman (ainda trabalho para Dark Horse), mais outros pedaços e peças nesse lado. Comissões e assim por diante. Este ano eu vou acabar com as coisas de outras pessoas, então depois de algumas convenções eu vou cumprir algumas velhas promessas. Saúde, Ozymandias!
Na verdade, todas as minhas coisas foram muito legais realmente, graças aos escritores e assim por diante. Slaine com Pat Mills para 2000 AD, Juiz Dredd e Batman com Alan Grant e John Wagner, Preacher com Garth Ennis (e Hellblazer e Thor) e Lugar Nenhum, Sandman – Noites sem Fim, e Deuses Americanos para Neil Gaiman (ainda trabalho para Dark Horse), mais outros pedaços e peças nesse lado. Comissões e assim por diante. Este ano eu vou acabar com as coisas de outras pessoas, então depois de algumas convenções eu vou cumprir algumas velhas promessas. Saúde, Ozymandias!
ORIGINAL INTERVIEW:
1 - What job were you most proud to do? I mean, I knew their covers, the Vertigo seal.
And to this day I am glad to see complete stories illustrated by you. The last
glimpse I had of their covers, was in "Jacked", unfortunately not yet
published in Brazil.
Hi Brasil! Just back from São Paulo couple of months
or so ago. Good times. Best Vertigo
thing, other than covers was Kev Authority, with Garth Ennis
I got to
see these covers of Kiev, although I have not yet read Authority completely. I
was even surprised to see Ennis writing "supers", although Kiev is a
way of fooling the genre. Brazil likes their work, recently reprinted
"Thor - Vikings" after their appearance in "Comic Con". I
always had a question, how did you meet Garth Ennis, and how did this long
partnership work? (question 2, sorry, I’m one little nervous).
I went to a meeting at 2000 AD , and was told , when
it was over, that the editor was meeting with some American people from Marvel.
Went to the local bar and there he was talking to two young men with funny
accents, so I thought they were the American guys, but it turned out after a
couple of pints that they were Garth Ennis and John Macrae from Belfast.
That still
in the 90's? Or before?
Really late 80s.
3-Reviewing
all the work with Hellblazer (its phase with its covers more to Ennis /
Dillon), it is possible to perceive a "change of tone". The magazine
was practically formulated, becoming all that is synonymous of a good history
of Constanine, that until today, with several reforms of the DC has not been
matched. What were your references? One thing in common was Constantine's
pervasive gaze in the foreground, or even scenes of dark humor, which had not
previously been in covers that had the most "sullen" and
"terror" tone.
It was my first work for America, felt I had to make a
good impression. Also , they’re cartoons really, so there’s going to be
something funny in them somewhere
4- Did you
use the sim yourself as a photographic reference as you did with Cassady on
some covers of Preacher? Or some particular actor to give that face to
Constantine? I noticed that years later when he came back to draw it, it made
him slightly different. Was it to demonstar an "aging" character, or
just saw it otherwise?
Constantine was always supposed to look like Sting,
from the Police, even back when Alan Moore first wrote him into Swamp Thing.
Cassidy I was trying to make look like Robert
Carlisle, a Scottish actor from The Full Monty. Back then I looked like
Robert Carlisle’s brother, but for all of this stuff I’d pose in the mirror for
expressions.So you’d get a Sting Carlisle’s older brother from Streatham.
5- To
conclude, (and already thanking your time with this illustrious stranger that
you speak), is there any current mainstream character that you would like to
draw? A mini for example. Something as a Punisher, Daredevil, Wolverine, or
some other more urban character, with room for a more adult story, and really
fun scenes to draw? And is there any work that has done the cover, and has
struck a regret of not having undone some edition? And what do you think of the
"politically correct" comic books these days? Do you think that many
of your works of the 90's would be well accepted if they were made today? Or
would these people be implicated in everything?
Actually all of my stuff has been pretty cool really,
thanks to the writers and so on. Slaine with Pat Mills for 2000 AD, Judge Dredd
and Batman with Alan Grant and John Wagner, Preacher with Garth Ennis ( and
Hellblazer and Thor ) and Neverwhere , Endless Nights, and covers for American Gods
for Neil Gaiman ( still going for Dark Horse )plus other bits and pieces on the
side. Commissions and so forth. This year I’m going to run out of other
people’s things, so after a few conventions I’m going to fulfill some old
promises. Hash tag smiley face. Cheers, Ozymandias!
E claro,
algumas das artes FODAS do cara, que acredito terem feito parte da adolescência
de muito colecionador nos anos 90!
Off! |
E ai? Gostou? Odiou? Deixe nos comentários e compartilhe o post.
Até o próximo.
Me siga no Instagram: @ozymandiasrealista
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