Não
elaborei a lista, mas a endosso, e estou disposto a seguir os itens dela que
ainda não estou a usar. É certo que não existe “receita para o sucesso”, porém
certos pontos levantados podem sim fazer a diferença no xadrez e na vida. A
lista pertence ao canal do You Tube “Partidas Inmortales de Ajedrez”, e o
vídeo a qual elas pertence, apesar de estar no idioma espanhol, é perfeitamente
compreensível graças a ótima locução do cara. Resolvi comentar abaixo de cada
tópico, o que funcionou ou não para mim. Como se alguém liga-se.
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Vídeo das 11 dicas:
01 – DIAGNOSTIQUE QUAL SEU
ESTILO DE JOGO
Ainda
acredito em estilos, mas não tanto quanto antes, hoje compreendo que por mais
que aja predominância, não existe extremos de dizer “jogador x é só de ataque,
e x é só de defesa”, isso é no mínimo uma falta de vontade em se aprofundar nas
partidas de um determinado atleta, e tecer esses comentários prontos em
rodinhas de clube de xadrez. Um exemplo comum são as pessoas que dizem “Ah,
Karpov era um excelente posicional defensivo, enquanto Kasparov era um tático
agressivo impagável”, é certo que há uma boa fatia de ambos que atestem isso,
mas nenhum dos dois chegaria onde chegou seguindo apenas isso. Entra aqui o
fator adaptação, em vários momentos, ambos tiveram que “contrariar seus
estilos” ou perderiam feio. Uma posição de xadrez é mais complexa que qualquer
egolatria estética, portanto o ideal é compreender em que tipo de posição se
quer chegar, e como a vai administrar.
02 – RESOLVER EXERCÍCIOS DE
XEQUE-MATE E TÁTICA
Mate em 2 das brancas, posição que todo jogador que se preze deve conhecer... |
Isso
é excelente, e me fez evoluir mais do que apenas ficar reproduzindo partidas e
jogando Blitz na internet. A partir do momento que resolvi resolver exercícios
no Lichess (com meta diária de 200 por dia, até atingir 10 mil), minha
velocidade de processamento de jogadas aumentou, e o mais importante, minha
qualidade de escolhas cresceu subitamente, porque em muitas partidas eu
reconhecia padrões, e aniquilava.
03 – JOGUE XADREZ “AS CEGAS”
Ainda
não encontrei adversários físicos com paciência, mas é excelente. Comecei a
tomar com seriedade esse método, após ler o livro “Psicologia e Xadrez” do
Prof. Júlio Lapertosa, além de aumentar sua concentração, lhe melhora a
confiança, lhe permitindo calcular linhas mais ousadas, as quais antes nem
sonhava em atingir. Hoje em dia consigo ler até dez jogadas iniciais quando
concentrado, montando na minha mente, isso se deu também por eu imaginar as
variantes do livro, antes de tocar nas peças e fazê-las.
04 – JOGUE CONTRA JOGADORES BEM
MAIS FORTES
Estou
competindo no clube do meu estado, em média dois torneios por mês, e por mais
duro que seja enfrentar “o rei” de lá ou similares, estou melhorando minha
confiança. Antes eu chegava lá, e perdia ou todas, ou quase todas, e rezava
para ser emparceirado com alguém mais fraco para não sair “de mãos abanando”,
entretanto isso é um pensamento covarde, em que nada vai contribuir para o
crescimento. Como um dia ser o nº 1, se já vai entrar contra um mais forte
pensando perder? É só uma autossabotagem psicológica, perca, e vá percebendo
padrões seus de erro, não espere um dia o adversário mais forte errar, se
prepare para ele, ou seja atropelado e desista.
05 – ENCONTRE UM JOGADOR FORTE
(GM?) COM ESTILO SIMILAR AO SEU, E REVISE SUAS PARTIDAS
Altamente
recomendável, mas não só isso, recomendo ir aprendendo sobre a própria história
do xadrez, para ter uma compreensão mais ampla. Não fique só no em uníssono com
“Fischer”, “Tal”, “Capablanca”, “Carlsen” ou “Kasparov”, logicamente que um
desses é quase sempre o preferido de quase todos que leem isso, mas se faça
perguntas como “onde ele jogou isso?”, “como jogaram aberturas similares”, “que
idade tinha?”, “quem eram seus principais antagonistas?”, “qual era seu método
de treino? E sua equipe técnica?” e outras. É uma forma de imersão maior.
06 – DESENVOLVER UM ESTILO DE
ABERTURA, QUE SE ADAPTE AO SEU ESTILO
Um
dos maiores mitos para iniciantes é o de que ele vai num belo dia inventar
várias aberturas. Eu mesmo, quando mais jovem acreditava nisso. Acontece que já
existe um acervo de milhares de aberturas, a chamada “ECO” (Encycloped Chess
Openings), divididas de A á E, cada qual com incontáveis variantes e
subvariantes. Vai lhe caber aprender a jogar o máximo que conseguir aprender e
lhe parecer aplicável. As seguintes perguntas vão ter que ser feitas “Eu me dou
melhor em campos abertos ou fechados?”, “Costumo trocar as Damas com frequência?”,
“qual final eu costumo jogar com mais assiduidade?”, “ter meus peões dobrados
costumam ser uma séria deficiência na minha posição?”, “eu jogo melhor tomando
o centro de imediato, ou o conquistando a contragolpes de forma gradual?”.
07 – ENCONTRE UM LIVRO QUE
SATISFAÇA AS SUAS NECESSIDADES
Seguindo
os passos anteriores, digamos que seja um jogador a moda antiga, que não se
satisfaça em ficar como os 9vinhos 1000º que ficam apenas correndo lances com
seus Chess Bases e colocando as
engines pra pensar por eles. O que ler? Essa é a questão mais delicada desse
tópico, porque assim como exercícios de musculação para ganhar massa muscular,
entra aqui o jargão “o que funciona para mim, pode não funcionar para você”, o
ideal, creio eu, é buscar livros que tenham comentários nas partidas, porém
comentários sérios, de preferência de treinadores ou GMs. No começo será
difícil, eu mesmo vivia errando as coordenadas na hora de montar, ou mesmo “caçando”
onde estaria determinada letra e número, mas persistência é a palavra chave.
Não se constranja em terminar de estudar uma partida, e ter de o fazer
novamente, por ter ficado com dúvidas, nem mesmo os mestres aprendem todas
sutilizas de uma partida com apenas uma olhada.
08 – REVISE SUAS PARTIDAS
Foi-se
o tempo em que para jogar era necessário ir em clubes ou casa de amigos, com
bloco e caneta na mão para se anotar lances. Hoje jogando pela internet, todas
as coordenadas já ficam salvas. Revisar o que está sendo feito, é um processo vitalício,
e sempre inacabado. Como diz um famoso livro que nem precisa ter seu título
mencionado “Se você conhece bem a si mesmo e a seu inimigo, pode entrar em cem
batalhas sem temer seu resultado”.
09 – ANALISE E DIAGNOSTIQUE SUAS DERROTAS
É
um processo natural de toda revisão de partidas, dificilmente quando se usada a
razão, você ficará “nossa, como fui impecável nessa partida”, pelo contrário,
ficará atônico quando perceber que “grandes performances” que teve, poderiam ter
simplesmente sido detidas por linhas que nem você, nem seu oponente viram na
hora. Se fez algo bom hoje, não sorria e ache que está ótimo, foram assim que
muitos campeões caíram de uma hora para outra. Há sempre o que melhorar.
10 – TENHA UM BOM DIÁLOGO
CONSIGO
Como
um amigo ontem me disse: “A diferença do xadrez para o futebol, é que quando se
perde, não há outros para culpar, foi a falha de um, e somente dele”. Ter um
bom diálogo consigo é antes de tudo, administrar as próprias emoções. Eu particularmente
sou explosivo ás vezes, não consigo muitas vezes após uma partida tensa, me
concentrar na próxima que está vindo, mas é preciso ser frio, por mais que doa
perder, além de que esmurrar as coisas (mesmo que na hora seja a única coisa
que vem a mente) não vai criar lapsos no tempo espaço, fazendo a oportunidade
voltar. Xadrez é antes de tudo respeito: a própria inteligência e a de quem se
combate.
11 – CONTINUE VENDO O CONTEÚDO
DESSE CANAL!
O
canal é excelente, e eu recomendo, mas observei algo, notei tardiamente, e lhe
dou esse toque. Há pessoas com talento natural, que apenas assistindo essas
partidas aprendem bastante, mas se você for do tipo esforçado sem talento –
assim como eu --, não adianta apenas se vislumbrar com a beleza das sequencias
que essas partidas imortais demonstram. É preciso para uma aprendizagem
complementar, buscar mais sobre a abertura jogada, temas táticos e estratégicos
usados,e se possível, a refazer em um tabuleiro, de forma lenta, sentido lance
por lance, caso contrário, tudo “vai entrar por um ouvido e sair por outro”.
1 Comentários
Parabéns pela divulgação dos conselhos. Continue com esse trabalho de excelência!
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