Esse post é um oferecimento do Blog Memes Históricos. |
Estamos em janeiro? Não sei, só sei de duas coisas, andei saindo de uma
tensa dor de cabeça, e percebi que eu não cumpri o calendário do começo de
2015. Eu sei que ninguém se importa, mas no fundo, eu me importo, é falta de
disciplina. É a sensação de algo mais que seria feito, e não foi. Antes eu
postava para responder comentários, achava isso bem interessante, hoje em dia
eu escrevo já comemorando se alguém leu um parágrafo. Os blogs ficaram “para
atrás”, o lance dos caras hoje é gravar vídeos de Minecraft no You Tube ou ser pop no Facebook, montando comunidades “pops” de quadrinhos e vivendo 24
horas daquela aparência, mostrando o que comprou, o que tá assistindo, e por ai
vai... Mas não vamos deixar a peteca cair.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
A VERDADE SOBRE MARLON BRANDO
Nunca
gostei do Marlon Brando... Antes desse documentário. Conhecia, claro, o
trabalho dele mais famoso, que é o Don Corleone em “O Poderoso Chefão”, assim
como o grande público conhece “Another Brink on the Wall part 2” e não vai
adiante. Sempre achava no mínimo um exagero, quando em revistas como a SET se
referiam a ele como “o deus dos atores”. Mas esse documentário...
MELHOR DIRETOR: ...
MELHOR LIVRO
Engraçado.
Na última Tertúlia
(29/01/17), quando me perguntaram sobre minhas referências literárias, eu
respondi “Deixa eu pensar numa forma de
responder que não deixe todo mundo frustrado...” E logo depois confessei –
o que não é bem segredo – minha leitura incompleta de livros, tendo lido até o
final, em minha vida, menos que 30, valor que pessoas bem suplementadas
intelectualmente, lêem em coisa de 3 ou 4 meses. Portanto, a lista abaixo, é
totalmente anticlimática:
XEQUE-MATE: A VIDA É UM JOGO DE XADREZ
Li
duas vezes ano passado, e não satisfeito, tenho o projeto de digitá-lo inteiro,
para que até o final desse ano, possa ser um PDF gratuito para a comunidade
enxadrística, bem como pessoas aficionadas por administração e desenvolvimento
pessoal. Essa transcrição está sendo feita em forma de posts, chamado “ProjetoXeque-Mate”. Apesar de ser escrito por um enxadrista, esse não é um
trabalho que visa ensinar xadrez, no máximo usá-lo no campo autobiográfico e
metafórico. Garry Kasparov narra alguns de seus principais confrontos, dentro e
fora do tabuleiro, ao tempo que analisa diversas figuras históricas, e seus
ensinamentos para nosso cotidiano. Foi um livro difícil de achar, que
geralmente é vendido há um valor exorbitante de 77 R$, e ao que me consta,
publicado uma única vez aqui no Brasil, nos idos 2005. Preciso dizer como foi
uma odisseia virtual de 6 meses de vigilância pra encontrar uma única pessoa
vendendo ele?
2001 – UMA ODISSEIA NO
ESPAÇO
Falando
em odisseia... Essa é uma incompleta. Não li o livro até a metade e explico. Eu
havia assisto ao filme brilhante de Kubrick (em co-autoria com o autor do
livro, vale frisar) e precisa de mais. Comprei em um sebo o livro, ainda da
publicação aqui no Brasil dos anos 60 / 70, e fiquei profundamente instigado,
quando notei uma qualidade de narrativa da “origem do macaco sapiente” sobre o
filme. A qualidade do texto era tão excelente, que chegava a reler em voz alta,
como se fosse um poema... Porém, passado esse capítulo, quando temos o “salto
cronológico”, o livro se tornou bem inferior ao filme, dada as imagens
milimétricas daqueles efeitos especiais somado aquela trilha clássica que assombra
e intriga até hoje. Ainda assim, é um livro que vale revisitar em um dia
chuvoso, onde tudo dá errado...
MEQUINHO – O XADREZ DE UM
GRANDE MESTRE
E
aqui um livro de xadrez, onde sua leitura consiste em reproduzir conceitos em
um tabuleiro, tentar entendê-los e questioná-los. Eu tinha esse livro desde
2012, tinha tentado estudá-lo várias vezes antes, mas sempre travava. Isso
porque eu tinha “empolgação” ridícula em querer já ir pulando para jogos
específicos dele contra grandes figuras como Karpov e Fischer. Resolvi pegar
tudo calmamente desde primeira partida, ir fazendo boa parte das variantes,
tudo com bastante calma. Não o reproduzi inteiro ainda, mas consegui fechar
todas as 40 partidas comentadas por ele, e o co-autor Adriano Caldeira. Algumas
coisas merecem ser mencionadas. Primeiro, que já tinha visto algumas das
partidas do livro em computador, mas só as vim enxergar em uma parte
considerável de suas minúcias, ao fazê-las no tabuleiro de xadrez. Outro ponto,
foi que a minha memória com coordenadas e variantes melhorou consideravelmente,
ao ponto de em alguns casos eu conseguir ler a anotação do jogo e o formá-lo na
minha mente, claro que por enquanto,não mais que 10 lances. E por último, me
fez entender princípios da abertura / meio jogo / finais que me passavam
batidos todos esses anos. Me transformou em um mestre? Me fez chegar a 2000 de rating? Não, entretanto me indicou o
começo de um longo caminho sobre perseverança e inteligência.
MARLON BRANDO...
Tem
um trecho dessa obra que transcrevi aqui. Dela, restou algo como 30 páginas
para terminar, mas acabei percebendo que já tinha “o suficiente”. O que dizer
de Marlon com pessoa? Bem, o cara “fazia e acontecia”, em qualquer campo que
entrava, tinha a “aura magnética” que fazia quase todos os amarem, o chamado
“carisma natural”, não qualquer carisma, mas a forma mais pura, que a lógica
não consegue explicar. Além de seu enorme talento para a atuação, que ele usava
apenas quando queria, e se seu preço fosse pago. Viver como um semi-deus, como
ele vivia, causa inveja naturalmente de quase todos, porém nada é perfeito, ter
tudo o que queria tem seu preço, e a história dele é a prova de que há vazios
impreenchíveis... Dizer mais, só estragaria.
MELHOR ENCADERNADO
JUSTICEIRO MAX – FRANK
Compro
seu titubear esses encadernados dessa fase do Jason Aaron / Steve Dillon (que
aliás, morreu ano passado, e eu ainda devo-lhe uma homenagem). É o tipo de
leitura que consegue prender tanto um leitor veterano, quanto alguém que achou
o Justiceiro “fodão” na segunda temporada
do Demolidor, e quer conhecer mais. E esse arco, o “Frank” é sem dúvida
o melhor de todas as 22 edições. A “origem” do mal que habita em Frank Castle
já havia sido contada por Garth Ennis em “Born”, mostrando que o Justiceiro
tinha nascido no próprio Vietnam, sendo o assassinato de sua família apenas um
adendo a isso. Aaron foi mais fundo ainda. Essa história, lida com a devida
atenção, chega a ser traumática, foi sem dúvida uma das mais pesadas que já em
um quadrinho, não devendo nada uma obra prima como Apocalipse Now.
MELHOR HQ MENSAL?!
Eu
estava colecionando ainda “Batman”, “Super-Homem” e “Arqueiro-Verde”, mas
agora, mais nada. Parece que a magia se foi. Se vale dizer algo, nas últimas
semanas até me arrisquei a ir na banca, á procura do Monstro do Pântano #04 da
fase do Moore, pra completar minha coleção e prosseguir minha leitura, assim
como apanhei “Hellblazer Infernal” #03 e #04... Será uma volta? “Mas, Ozy, Hellblazer e Monstro do
Pântano não são mensais...”
MELHOR HQ
Vou
tentar não me estender, já que são quadrinhos que pretendo um dia falar mais, ah
ta, to sabendo... no geral, são as três melhores coisas que li ano passado
e os vós justifico.
SUPER-HOMEM: ENTRE A FOICE E O MARTELO
A
única coisa que venho a reclamar, é sobre o final. Tal qual “Homem-Aranha:
Caído Entre os Mortos”, Mark Millar meio que se desliga nessa parte. Aliás,
preciso mencionar o Mega Post sobre o Mark Millar? O trabalho, tinha tudo para
ser uma subversão doutrinária, e cair na caricatura, mas Millar conseguiu mais,
de uma forma que vi poucos conseguirem. Se em “Grandes Astros” Grant Morrison
conseguiu comprimir décadas de mitologia do homem de aço, fazendo a “ultima
história dele”, aqui temos isso, em menos páginas, e ouso dizer que deixando a
imaginação fluir ainda mais. Vale dizer também que o quadrinho é todo ilustrado
pelo Johnson. Eu só o conhecia por sempre fazer apenas capas, embora seja comum
a arte de um capista cair bastante quando ele se arrisca a desenhar um
quadrinho (certo, Glen Fabry?), aqui ele não decepciona.
LANTERNA VERDE N52 – 01 - 20
Nunca
havia lido nenhum quadrinho solo do Lanterna, de fato, nunca tinha visto
nenhuma graça nele, nem mesmo em nada escrito pelo Geoff Johns, ou mesmo, visto
“algo além” na arte de Doug M. Todas essas três coisas foram remediadas com
essa leitura. Eu, sempre fã confesso de histórias mais reais, e urbanas, me
peguei em uma aventura espacial multidimensional, que por mais fantasiosa que
fosse, estava calcada nos sentimentos mais básicos dos seres humanos (que eram
minoria na revista, enfim). Nem mesmo ousei ler a edição #21, já que a #20,
dita um fim mais que satisfatório para o destino de Hal Jordan e seu
antagonista Sinestro.
SECRET WARS MARVEL
O
Roger, postou agora pouco sobre, podeler aqui.
E
eu havia escrito só sobre o começo,aqui.
PIOR HQ?
BATMAN REBITH
Isso
aqui não é o Bruce Wayne. Isso aqui é o Tom Cruise, disfarçado de Batman, é a
única explicação que eu encontro. Vejo sempre reclamações das pessoas em dizer
que a DC “só tem o Batman” ou “só sabe fodonizar o Batman em níveis absurdos”.
Isso não era uma total verdade ainda na fase de Snyder / Capullo, cujo mote
principal – se existisse um – era mostrar que o Batman não era o real dono de
Gotham, que toda a cidade era maior do que ele. Não li trabalhos anteriores
desse escritor, inclusive o vejo sempre ser elogiado pelas coisas que escreveu
antes. Pretendo escrever um Mega Post sobre essa fase, mas até o presente
momento, até a conclusão do arco “Eu Sou Suicida” (que colaborou para a BOMBA
que foi “Liga da Justiça VS Esquadrão Suicida”) eu não achei interessante. Ou
então, temos aqui um nível de sofisticação intelectual tão alto quanto
“Birdman”, o qual minha mente limitada não consegue acompanhar.
MELHOR DESENHISTA: Greg
Capullo
O
nível de detalhes que esse cara desenha em quadros, mensalmente, é coisa insana,
que até antes “não tava no gibi”. Não digo que Capullo é o mais detalhista e
dinâmico de todos que pisaram na terra (ou na DC...), porém desenhar assim todo
mês? O cara só vai encontrar páreo pra isso no Darick Robertson desenhando
“Transmetropolitian”...
E EXISTE UMA CONCLUSÃO PARA
TUDO ISSO?
Existe.
As pessoas não falam muito mais sobre gibis ou filmes. As pessoas não falam na
verdade sobre nada. Mal lêem algo, e não se permitem usar a massa encefálica
para produzir uma interpretação. Por isso o número de “You Tubers” cresce de
maneira absurda. Não me leve a mal, eu assisto vários deles. Mas me permita
contar uma historinha. Um dia, o Ozymandias aqui, teve que ser uma criança, uma
bem chatinha, com a imaginação + de 9000. Com 10 / 11 anos, eu era tão
pretensioso, que resolvi criar cerca de 60 personagens no mesmo universo,
escrevia história garranchadas sobre eles, sendo cada conto, uma página de um
caderno de desenho. Desenhava eles, coloria, recortava, colava numa cartolina..
Recortava outra vez e pronto, essas eram minhas “actions figures”. Via meu tio, que colecionava gibis, apenas da
Marvel, e toda vez que ele ia lá em casa, ficava importunando ele perguntando
200 coisas sobre a Marvel. Um dia, saturado, ele disse “Vou trazer a
enciclopédia” pra você e pronto!”. E a trouxe, ela era em formatinho, quem é
das antigas lembra que a Abril publicava páginas dela em diversos formatinhos,
e quem comprava toda a linha, como ele, tinha tudo. Após ler toda ela,
economizei a grana, e fui comprando meus gibis. Por quê? Porque eu só queria
ler. Não queria saber de cronologia, de ***** nenhuma, só queria ler. Agora não
precisava de nenhum adulto mais me “ensinando mega sagas”. Já fazem 11 anos, e
nem mesmo acho que li metade do que deveria ler. A diferença do xadrez para os
gibis, é que num debate, vence realmente quem tem mais argumentos e os prova
concretamente, isso ai, xeque-mate. Ao contrário dos gibis, onde os caras
passam todas as semanas discutindo horas sobre como o Goku pode ganhar do
Super-Homem ou o Homem de Ferro do Batman.
E ai? Gostou? Odiou? Deixe nos comentários e compartilhe o post.
Até o próximo.
Me siga no Instagram: @ozymandiasrealista
1 Comentários
Apreciei teu artigo e senti vontade de ler o livro sobre o Kasparov. Conheci teu trabalho através da Tertúlia do Wagner.Eu confesso a vc que me fascina o domínio é a análise apurada que vcs fazem das HQs.Eu de fato não conheço nada...hosyo de ler Tex... tenho vários exemplares...mas leio por puro prazer..!! Uma ótima tarde e obrigada por despertar novos interesses!!
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