Existe um grupo
sobre xadrez muito interessante no Facebook
chamado Xadrez: Teoria e Prática.
Lá sempre tem informações e discursões interessantes sobre xadrez. Resolvi
transcrever esse texto sobre Anatoly Karpov, considerado um dos maiores
enxadristas da história, bem como nêmeses número 01 de Gary Kasparov. Logo abaixo, pedi permissão ao enxadrista
Leandro Sousa para usar aqui seus comentários a respeito do texto abaixo.
Anatoly Evienvich Karpov (23 de Maio de 1951, Slatoust,
Rússia) foi campeão mundial de xadrez, de 1975 a 1985, ficando durante dez anos
consecutivos com o título mundial. É considerado por muitos como um dos maiores
jogadores de todos os tempos.
Sagrou-se
campeão mundial juvenil em 1969 e obteve o título de Grande Mestre em 1970. Ao
vencer o Torneio Interzonal de Leningrado (1973),
qualificou-se para disputar, no ano seguinte, o Torneio de Candidatos, que
consistia em uma série de matches eliminatórios cujo vencedor apontaria o
desafiante ao título mundial. Karpov derrotou, sucessivamente, a Lev
Polugaevsky, Boris Spassky e Viktor Korchnoi, obtendo assim o direito a um
match pela coroa suprema contra o então campeão, o legendário estado-unidense Bobby Fischer.
Fischer,
todavia, desistiu de disputar a final, pois não concordava que o match tivesse
um número determinado de jogos. A proposta de Bobby Fischer era de que se
sagrasse campeão quem obtivesse primeiro nove vitórias, sem limite de número de
jogos. Diante da desistência do campeão, o presidente da FIDE (Federação
Internacional de Xadrez) à época, o ex-campeão mundial Max Euwe, proclamou
Karpov campeão. Karpov tornou-se, assim, o primeiro campeão mundial de xadrez a
ganhar o título sem disputar uma final.
Nos anos
seguintes Karpov foi um participante assíduo nos principais torneios,
vencendo-os quase sempre. Confirmava, desta forma, que merecia o título de
campeão. Em 1978, em Baguio (Filipinas) e em 1981, em Merano (Itália), Karpov
manteve o título máximo derrotando a Korchnoi, que fora o vencedor do Torneio
de Candidatos em 1977 e em 1980.
Em 1984
Karpov defendeu seu título diante de seu compatriota GarryKasparov. O match não
chegou ao final. Depois de 48 partidas realizadas, já no início de 1985, Karpov vencia por 5 jogos a 3, com 40
empates, precisando de mais uma vitória para manter o título. Diante da
perspectiva de a luta prolongar-se, e tendo em vista o estado de exaustão de
ambos os jogadores, o então presidente da FIDE, FlorencioCampomanes, em circunstâncias até hoje não inteiramente
esclarecidas, deu o match por encerrado, com a condição de que um novo match
seria disputado ainda em 1985.
Neste
segundo match Karpov foi derrotado por Kasparov, perdendo assim o título
mundial após dez anos de reinado. Tentou reaver o título por três vezes diante
do mesmo adversário, em 1986, 1987 e
1990, sem sucesso.A despeito dessas derrotas, todas bastante apertadas, ao
longo da década de 1990,Karpov seguiu sendo um dos principais jogadores do
mundo. Conseguiu o feito histórico de alcançar o rating performance de 2984, no tradicional torneio de
Linares, ficando 2,5 pontos à frente de Kasparov.
Em 1993
Kasparov retirou-se da disputa do título mundial da FIDE e criou uma nova
associação, como resultado da qual o título mundial de xadrez permaneceu
dividido por 14 anos. Com Kasparov fora da disputa, Karpov recuperou o título
da FIDE, que manteve até 1999. Nesse ano foi sua vez de retirar-se da disputa,
por discordar do novo formato estabelecido pela FIDE para determinar o campeão.
Portador de
um estilo único de jogo, Karpov foi bastante influenciado por três campeões
mundiais: foi responsável pelo estudo
científico de aberturas em desuso na sua época (as mesmas jogadas pelo seu
ídolo, José Raúl Capablanca); desenvolveu conceitos de superproteção de casas
agudas e estudos sobre reposicionamento das peças (estudo iniciado por Tigran Petrosian); e por fim tornou-se o
jogador de maior conhecimento em finais de jogo, sendo assim considerado por
atletas notáveis, como GarryKasparov, junto a VassilySmyslov.
Comentários de Leandro Sousa acerca de
Karpov:
Eu vejo ele "terminar" as
partidas e fico sem sacar como é que alguém desiste numa posição daquela.
Muitas peças no tabuleiro, parece haver muitos recursos....
Monto a posição, jogo contra a máquina
e nada de ganhar.... Antes de existir a máquina eu achava que os adversários
desistiam de medo ou nem sei o que mais... As partidas dele parecem tão frias,
se considerarmos o modo como acabam... Pra mim Karpov é um dos grandes gênios
do xadrez, parece um solitário (repare que os jogadores posicionais não há um
que jogue parecido com ele, nem mesmo Kramnik).
Já dei meu depoimento aqui sobre o que
eu fazia em momentos de muita depressão... repito... nesses momentos em que o
cérebro não reagia, eu reconstituía partidas do Karpov, todas me eram muito
particulares.
Claro, todo mundo aqui sabe que meu
jogador favorito de todos os tempos é Kramnik,Kramnik
também descreve o gênio Karpov, fala em seu site de uma partida que ele perdeu
que simplesmente não havia nenhum motivo pra ele perder, chegando em casa
estudou a partida e se sentiu mais humilhado ainda ao não descobrir um único
erro que ele cometera...
Kramnik derrotou Kasparov em seu
primeiro encontro; já ele só venceria Karpov quando o Mestre já estava em sua linha
descendente. O jovem Kramnik jamais teve vez contra Karpov.
Se sobrar tempo, posto aqui a sua máxima,
que é contra Tinman ...Outra contra Unzicker ... Um saque de torre que ele faz
contra um tal de Sax.... simplesmente sacrifica do nada, dá pra entender que
ele deu bobeira, simplesmente não tem um motivo posicional pelo qual ele
sacrifica...
A gente imagina que os jogadores
posicionais vieram de Säemisch, Capablanca, Nimzowitsch, Petrosian. Mas Karpov
parece ser único, ele vem de Karpov mesmo.
O jogo "feio" dele me chamou atenção, primeiro que consegui
notar um estilo definido.
Ficava um amontoado de peças e eu não
entendia nada, muito menos ainda porquê tanta gente desistia com tantas peças
no tabuleiro.
Pensava eu que ele jogava lento,
pausava longas horas pra planejar tudo.... Mas Keene diz que ele joga blitz. Leia
melhor... eu falei "feio", querendo, a quem conhece um pouco da
história, relembrar de Botvnik ao dizer que ele não tinha nenhum talento pro xadrez.
O jogo feio dele não foi só Botvinik quem falou, outros,,, O próprio Kasparov
fez críticas pesadas ao seu estilo...
Kasparov já foi assessor de Karpov,
não sei por quanto tempo... sei que foi em uma ocasião.
0 Comentários