Confiram também:
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 60): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 70): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html
Se as histórias do
Homem Aranha dos anos 60 eram um drama adolescente e a dos anos 70 eram sobre
luto, então as dos anos 80 são sobre mudança e maturidade.
Esse foi um período marcado por uma variedade de diferentes histórias e fases do Amigão da vizinhança, como thriller noir do Peter David, o drama psicológico de J.M DeMatteis e o emocionante histórias de ação/aventura de Roger Stern.
Mas algo que elas tinham em comum foi a forma
como desenvolveram o personagem do Peter Parker e seu elenco de apoio, deixando
os personagens crescerem e terem dramas bem mais complexos.
Foi graças a isso que
tivemos várias das melhores histórias do Homem Aranha, assim alguns de seus
momentos mais importantes e lembrados pelos fãs.
Dentre essas histórias,
as que irei falar nessa parte da retrospectiva são:
Vamos
voar essas asas envelhecidas! (Amazing Spider Man nº224)
Nessa retrospectiva, um
vilão clássico do Aranha que não foi citado até agora foi o Abutre. Isso se
deve ao fato que, comparado a outros vilões, Abutre é apenas um cientista louco
que deseja dinheiro ou eliminar o Homem Aranha.
É aí que entra Roger Stern, que conseguiu redefinir o Adrian Toomes. Essa edição revela que o personagem tem vivido numa casa de repouso, tendo se afastado da vida de crime. Mesmo com o conforto oferecido, Toomes se sente frustrado com sua vida atual, as pessoas o tratando como um velho incapaz. Depois de uma conversa com Nathan Lubensky , Toomes se sente inspirado e volta a sua vida de crime, levando a um novo conflito com o Homem Aranha.
Isso foi uma forma
interessante de humanizar o Abutre, dando-lhe drama bem relacionável e criando
uma conexão pessoal entre ele e o Aranha, visto que o amigo do vilão Nathan
Lubensky é noivo da tia May.
A melhor parte é o foco
na amizade dos dois senhores de idade, com narrativa dando um bom tempo
mostrando eles interagindo, o que torna trágico quando Toomes se revela um
criminoso.
Mas
a gata voltou... (Amazing Spider Man nº226 e 227)
Um fato curioso quanto
ao Roger Stern é que ele não era um fã do Peter Parker com a Mary Jane. Isso é
evidente pela personagem estar ausente durante sua fase na hq do personagem. No
entanto, isso não significa que Stern era contra a vida amorosa do Peter, pois
ele teve o herói tendo uns dramas com outras moças. Mas, o mais importante de
todos foi com a Gata Negra.
Depois ter fingindo ter problemas mentais para evitar prisão, a ladra felina faz sua grande escapada. Se reencontrando com o Aranha, Felicia propõe formarem uma parceira. Depois de ajudar o herói num caso, o Aranha acaba decidindo dar uma chance e dois começam um breve relacionamento.
No entanto, não demora muito para a Gata Negra ficar
mais uma vez tenta a voltar cometer roubos, tendo que escolher entre sua vida
de crime e seu amor pelo cabeça de teia.
Esse é mais um exemplo
do talento de Stern em combinar comédia e drama, com as interações do Aranha
com a Gata resultando em vários momentos tensos, mas também bem divertidos.
Nada
pode parar o Fanático (Amazing Spider Man nº229 e 230)
Uma das formas de
testar um herói é coloca-lo diante um desafio que ele não possa facilmente
resolver com seus poderes sobrenaturais.
Então o que aconteceria
se o Homem Aranha se deparasse com um vilão forte e que não ser detido com
força bruta?
Essa é pergunta que
esse clássico do Roger Stern responde.
Nele, o herói é
contatado pela telepata Madame Teia, que pede sua ajuda para protege-la de um
mal que está atrás dela. O que poderia ser uma tarefa simples se revela um
desafio quando o Aranha descobre que “o mal” que a Madame Teia se referia era
ninguém menos que o Fanático.
A partir desse ponto, o
quadrinho se torna uma sequência de ação atrás da outra, com o Homem Aranha
tentando de tudo para deter seu oponente grandalhão. O suspense é intenso e
cada página prende a atenção do leitor, atiçando a curiosidade de como o Aranha
irá derrotar esse vilão imparável.
O
menino que colecionava o Homem Aranha (Amazing Spider Man nº248)
Ser um super herói não
significa só bater em vilões e impedir desastres naturais. As vezes envolve dar
um tempo para visitar um amigo.
No caso dessa história
secundária, escrita por Roger Stern, Homem Aranha faz uma visita a um garoto
chamado Tim Harrison. Esse menino se mostra ser um grande fã do Homem Aranha,
tendo colecionado vários recortes de jornais e itens do herói. Conforme eles
vão conversando o Aranha vai contando ao menino sobre sua origem, chegando a
revelar sua identidade secreta.
Quando se chega na
ultima página e é revelado o motivo do Aranha ter confiado seu segredo ao
menino, é um momento de derramar lágrimas, que demonstra o tipo de herói que
Peter é em sua essência.
A
saga do Duende Macabro (Amazing Spider Man nº238 e 239, 244 e 245, 249 a 251)
Além de escrever
clássicos como “Nada pode deter o Fanático” e “O menino que colecionava o homem
aranha”, Roger Stern também foi responsável por criar um vilão marcante nas
histórias do Aranha, o Duende Macabro.
Tendo sido feito como
uma forma de resgatar o clima das primeiras histórias do Duende Verde, esse
novo Duende foi apresentado como um criminoso misterioso que descobriu um dos
esconderijos do Norman Osborn. Roubando seu arsenal, esse criminoso remodelou o
traje, se tornando o Duende Macabro e começando aterrorizar Nova York.
Em seu primeiro encontro, o Homem Aranha conseguiu derrotar esse novo duende, porém ele conseguiu escapar.
A partir daí o Duende Macabro se tornaria um antagonista recorrente nas histórias do Aranha, desafiando o herói por conta própria ou através de um impostor. Mas, ao contrário de Osborn, o Duende Macabro não era movido por mera vingança. Ele era um gênio criminoso, que secretamente, foi obtendo informações confidenciais de várias pessoas da elite, incluindo Harry Osborn, Wilson Fisk e J.Jonah Jameson, e as usou para tentar chantageá-los, colocando não só Aranha numa corrida para impedir seu esquema, mas também suas vítimas num dilema se elas irão ceder a sua chantagem.
Quem conhece as hqs
provavelmente vai apontar que a Saga do Duende Macabro não termina na edição
251, mas sim uma década depois, na minissérie Duende Macabro Vive, e até lá
tiveram várias pessoas que usaram a identidade do Duende ou foram incriminados
por ele, incluindo Ned Leeds e Flash Thompson.
Porém, não é desse
extenso arco que me refiro, e sim a primeira saga feita por Roger Stern durante
sua fase. Apesar dos problemas com os editores terem atrapalhado Stern de
entregar a conclusão que ele pensou pra história, ele conseguiu fazer algo
satisfatório, com boas cenas de ação, um antagonistas e um momentos de destaque
para vários personagens de elenco de apoio como o Harry e o Jameson.
Também não me incomodo
da identidade do Duende Macabro ter permanecido em segredo. Nem todos mistérios
precisam de resoluções para um personagem legal ainda melhor.
O que importa se o
Duende Macabro fosse um personagem conhecido ou apenas um bandido qualquer
que teve sorte?
Ele continua sendo um
tremendo vilão sem necessitar do leitor saber quem ele é. O mistério de sua
identidade é apenas um detalhe que o torna mais fascinante.
Uma
aranha suburbana (Amazing Spider Man nº267)
Só porque o Homem
Aranha passa por momentos trágicos, não significa que tudo na vida dele é
melodramática. Em algumas ocasiões o azar do Peter Parker resulta em momentos
bem cômicos.
Porém, “Uma aranha
suburbana” é um dos exemplos onde o azar do Aranha é o destaque da história.
Nessa desventura, Peter está a caça de um bandido que fugiu com milhões de
dólares para uma região no subúrbio.
A primeira vista parece
que a captura de um simples ladrão seria algo fácil para o Aranha. Porém,
quando chega na região, Peter passa por um azar atrás do outro, desde de ter
que andar pela região (pois não tem prédios pra se balançar) a se meter em
brigas com moradores.
É uma história bem
descontraída que nunca deixa o leitor esquecer das qualidades que tornam o
Peter tão relacionável.
O
herói do holocausto (Amazing Spider Man nº269 e 270)
Se acharam que o Aranha
encarar o Fanático foi épico, como acham que ele se sairia contra um arauto de
Galactus?
Essa é a pergunta que
tanto o Aranha quanto os leitores fizeram nessa história de duas partes, onde o
Aranha se depara com o Lorde do Fogo, um arauto de Galactus que veio a Terra em
busca de sossego. Infelizmente, devido a um mal entendido, ele acaba atacando
os civis, fazendo o Aranha entrar em ação para protege-los.
Similar a “Nada pode parar o Fanático”, essa é mais uma história que destaca a determinação do Aranha diante desafios. Entretanto, eu acho que ela faz um trabalho melhor que outras quando se trata da caracterização do Peter.
Ao invés do heróis
destemido que ele é em outros exemplos, nesse Peter age como um herói que está
fora de sua zona de conforto, enfrentando algo grande demais. Ele até chega a
considerar fugir da briga e deixar que outros heróis enfrentem o Senhor do
Fogo, o que leva uma breve cena onde ele vê uma foto dele com a tia May e o tio
Ben e recupera sua determinação. Isso foi um momento bem fiel a essência do
Aranha.
Incendiário
(Peter Parker,The Spectacular Spide Man nº63)
É engraçado como Harry
Osborn é um dos personagens de apoio mais conhecidos do Aranha, porém maioria
do público parece só saber os eventos das hqs dos anos 60/70, ignorando dito o
que aconteceu após seu primeiro confronto com o Aranha.
Tendo sido levado para
um hospício e passado um tempo em terapia, Harry perdeu suas memórias como
Duende e reestabeleceu sua amizade com Peter. Assim como seu amigo, Harry
encontrou o amor de sua vida, Liz Allan, e os dois se casaram e se mudaram para
Nova Jersey.
Contudo, a felicidade deles é interrompida quando Magma, o irmão de Liz, retorna e faz o casal de reféns em sua própria casa. Por sorte, Homem Aranha, que estava seguindo pista de um incêndio em Nova York, encontra o casal, resultando em um combate entre o cabeça de teia e o vilão esquentado.
É graças a ajuda de Harry, que Aranha
consegue derrotar o Magma e salvar seus amigos e os vizinhos deles.
Tendo lido tudo que o
Harry passou na década anterior, é satisfatório ver ele finalmente demonstrando
sua coragem e tendo um merecido final
feliz com a Liz.
A
trilogia Manto e Adaga (Peter Parker,the Spectacular Spider Man nº64,69 e 70)
Essa trilogia de
quadrinhos marca a estreia de uma dupla bem subestimada da Marvel: Manto e
Adaga.
Em sua primeira aparição, eles foram representados como antagonistas que o Aranha enfrenta após vê-los executando um criminoso. Conforme Peter vai investigando esse caso mais a fundo, ele descobre que os jovens foram sobreviventes de um incidente onde mafiosos sequestraram uns adolescentes e usaram como cobaias em experimentos de uma droga.
Sendo transformados
nesses super-humanos, Manto e Adaga passaram a se dedicar a se vingar daqueles
que os condenaram esse destino, assim de qualquer criminoso que ameace outros
jovens. Porém, seus métodos e desejos acabam entrando em conflito com os ideais
do Aranha, que tem que proteger não os criminosos dos dois, assim como eles dos
criminosos.
Dá pra fazer muita
comparação da dinâmica do Aranha e o casal com a dele com o Justiceiro na
década passada. No entanto, a história
dá um foco maior não só no conflito ideológico do Aranha contra o Manto e a
Adaga como também na compaixão do herói, com ele salvando a vida dos dois e
tentando convence-los a deixar essa vida que escolheram, com algumas cenas
mostrando o Manto e a Adaga discutindo se eles deveriam ter uma vida normal.
São cenas assim que tornam um debate entre personagens mais interessante, pois
permite ver como um está afetando o outro.
O
coração é um caçador solitário (Peter Parker, the Spectacular Spider Man nº65)
Existe um comentário
errado entre fãs quanto a Kraven, o Caçador. Muitos acreditam que, antes da
Ultima Caçada de Kraven (que eu irei falar daqui a pouco), o personagem era uma
completa piada e sem histórias legais.
Isso está incorreto.
Kraven já era mostrado como um personagem interessante, um caçador com um senso
de honra e capaz de desafiar o Aranha com sua inteligência e força ampliada, e
tiveram histórias bem legais envolvendo conflitos entre os dois antes da Ultima
Caçada.
Um desses exemplos é “O
coração é um caçador solitário”. Nessa breve história, Kraven mais uma vez arma
uma emboscada para o Aranha, desafiando a um duelo.
Como sempre, apesar da engenhosidade do caçador, o Aranha consegue levar a melhor. No entanto, Calypso, amante de Kraven, se aproveita que o Aranha está distraído e o atinge com um dardo envenenado, permitindo que o caçador consiga nocautear o herói.
Mas, quando descobre a causa de sua vitória, Kraven fica enfurecido e impede Calypso de matar o Aranha, acusando-a de ter arruinado sua chance de recuperar sua honra.
Esse final é um dos
melhores momentos do Kraven, mostrando o quão complexo é seu senso de honra e
desejo de querer derrotar o Homem Aranha, algo que o ajuda a se diferenciar de
outros inimigos do escalador de paredes.
A
morte de Jean DeWolff (Peter Parker, Spectacular Spider Man nº107 a 110)
Confira
a review completa:
A
grande questão (Amazing Spider Man nº290 a 292)
Depois de passar um tempo
ausente de fases como do Roger Stern, Mary Jane finalmente voltou as hqs. Dessa
vez a ruiva apresentou uma personalidade bem mais ativa e confiante, com ela
revelando pro Peter saber do segredo dele.
Com os dois se
aproximando, parecia que o próximo passo natural seria os dois se casarem. No
entanto, quando Peter fez o pedido, Mary Jane a principio, recusou, ainda não
tendo lidado com seus traumas que faziam ficar insegura quanto se comprometer a
outra pessoa.
No entanto, quando ela
descobre que sua irmã está presa e seu pai abusivo está de volta, ela teria que
encarar seu passado problemático.
Sendo uma
história do Aranha, naturalmente que o Peter, ao tentar ajudar Mary Jane, acaba
se deparando com problemas de sua vida heroica. Ao mesmo tempo que o casal
tenta provar a inocência da irmã da ruiva, Alyster Smythe, filho de Spencer
Smythe, cria um novo Esmagador Aranha e o usa para caçar o herói, colocando a
vida dele e da Mary Jane em perigo.
O resto da história é
Peter e Mary Jane sendo uma dupla e trabalhando juntos para derrotar Smythe, no
processo percebendo como os dois precisam um do outro e descobrindo a resposta
para seu dilema.
O
casamento (Amazing Spider Man annual nº21)
Como qualquer herói
popular, é claro que o casamento do Homem Aranha com a Mary Jane iria ter uma
revista toda dedicada a ele.
Depois de ter aceitado
o pedido de Peter, Mary Jane e ele começam a se preparar para o grande dia.
Nesse tempo, é mostrado os dois interagindo com seus amigos e familiares,
curtindo suas despedidas de solteiros. Porém, a cada passar do tempo, eles vão
criando mais questionamentos sobre seguir em frente com essa ideia, sabendo que
um casamento mudaria muita coisa na vida deles.
O que torna esse
casamento tão distinto de outros é como isolado foi. Normalmente esses tipos de
histórias teria a presença de personagens de toda Marvel, como os Vingadores e
o Quarteto Fantástico. No entanto David Michellini, editor Jim Shooter e outros
na Marvel mantiveram esse evento centrado apenas no elenco de apoio. Com isso,
a história pode focar no aspecto que torna as histórias do Aranha tão
interessantes, que é o drama humano.
Ao invés de mais um
evento onde o Aranha passa maior parte do tempo lutando contra vilões, temos
uma narrativa focada mais nele e a Mary Jane refletindo sobre sua decisão,
sobre as experiências que passaram, seus medos e inseguranças, dando a decisão
final deles um impacto mais natural.
A
última caçada de Kraven (Web of Spider Man 31 e 32, Amazing Spider Man nº293 e
294 e Spectacular Spider Man nº131 e 132)
Diferente de outros
vilões do Aranha, Kraven não era um megalomaníaco em busca de fortuna e poder.
Seu único desejo era derrotar o herói, a quem ele considerava ser “a presa
digna” de ser caçada. Infelizmente para ele, suas tentativas sempre terminaram
em fracassos, com o herói sempre o derrotando de forma cada vez mais
humilhantes.
A Última Caçada é o
arco onde a ansiedade Kraven vem a tona. Cansado de ser derrotado, Kraven arma
uma nova armadilha para o Aranha e, aparentemente, consegue mata-lo.
Tendo dado um enterro
ao seu inimigo de longa data, Kraven, ainda não satisfeito, rouba a identidade
do Aranha e começa a agir em Nova York, atacando criminosos como forma de se
provar superior ao herói que o derrotou.
No final, é revelado
que Peter não morreu. Foi apenas drogado por Kraven, pois o caçador deseja que
o Aranha vivo, para saber quem o derrotou.
Com sua força vontade e esforço, o Homem
Aranha consegue se desenterrar, porém sua busca por Kraven termina de uma forma
surpreendente, que torna Kraven um dos vilões mais complexos do Aranha.
Além de ser uma
excelente história do Kraven, Ultima Caçada é um bom estudo da mente do
personagem e o paralelo que existe entre ele e o Peter, mostrando como os são
bem parecidos, homens movidos por culpa, vergonha e desejo de se redimirem.
É uma pena que Marvel
insistiu em continuar usando o personagem, pois esse arco foi uma perfeito
encerramento para a história do personagem nos quadrinhos
Ponto
de vista (Web of Spider Man nº13)
Apesar de todos seus
atos heroicos, o Homem Aranha é raramente reconhecido como um herói pela
população. Maioria das vezes o público é facilmente manipulado pelo Jameson e
passa a rejeitar o aracnídeo.
Como leitores, isso
pode ser frustrante para muitos, que sabem que o Aranha é um herói e talvez
pensem que essa atitude das pessoas é muito forçado e cínico. Mas “Ponto de
vista” revela que a situação é bem mais complexa.
Nessa curta história em quadrinhos, um homem acaba sendo atropelado por um caminhão, ao tentar fugir do Homem Aranha. Não demora para a mídia começa a atacar o Aranha, acusando-o de ter atacado a vítima.
A reputação do herói é tão prejudica que Peter fica
tentado a confrontar Jameson e faze-lo pagar por todos os problemas que ele lhe
causou.
No decorrer da
história, é mostrado a perspectiva de outros personagens envolvidos no caso,
revelando que existem pessoas que defendem o Aranha tal como existem aquelas
que são contra. Alguns dos repórteres mostram ter um papel neutro. Não importa
pra eles se o Aranha é inocente ou não. O que importa é apresenta os argumentos
que atraiam atenção da maioria do público. Tem muito mais nesse assunto do que
apenas a rixa do Jameson com o Aranha.
Falando no bigodinho,
ele ganha um momentos de destaque na história, escolhendo publicar uma
retratação, após descobrir evidências que o Aranha é inocente. Jameson pode ser
um ranzinza teimoso, mas ele também tem seus princípios quando se trata de ser um
jornalista.
Venom
(Amazing Spider Man nº300,316 e 317)
Uma das sagas mais
lembradas do Homem Aranha nessa época é a “Saga da Roupa Alienigena”, a
clássica história onde o Aranha, durante o evento Guerras Secretas, ganha um
traje preto que pode mudar de aparência e aumentar sua força de agilidade.
Eventualmente, ele vai descobriu que a roupa é, na realidade, um
alienígena simbiote tentando possuir seu corpo. Depois de várias experiências,
o Aranha consegue se livrar do traje. No entanto, ao alien não tinha
acabado sua obsessão com Peter ainda.
Um tempo depois, é
revelado que o alien sobreviveu ao seu ultimo encontro com Peter e, ao se
separar do herói, encontrou um novo hospedeiro: Eddie Brock, um repórter que
odiava o Homem Aranha pelo herói ter, indiretamente, desmentido uma matéria que
Brock publicou, levando-o a ser demitido e vários outros problemas em sua vida.
Se fundindo com alien, Brock virou Venom, tendo como objetivo a destruição do
Homem Aranha.
Embora eu ache que esse
arco foi melhor em adaptações como o desenho dos anos 90 e Espetacular Homem
Aranha as três primeiras aparições com Venom ainda são bem especiais. Brock é
representado como um stalker, um bicho papão que sempre atormenta o Aranha,
seja em sua vida heroica ou civil.
As lutas são sempre
intensas, com Aranha vencendo por muito pouco. Ao terminar de ler fica bem
claro o motivo de Venom ter se tornado um antagonista tão querido pelos fãs.
Mistérios
dos mortos (Amazing Spider Man nº311)
Se o Homem Aranha tem uma
fraqueza é culpa. Foi a culpa que carrega pela morte do tio que fez o Peter
peceber seus erros e querer ser uma pessoa melhor. Mas, isso também criou nele
um medo grande de falhar com essas responsabilidade para com as outras pessoas,
levando Peter a ter várias dúvidas sobre suas decisões e forma como afetava as
pessoas próximas.
Em “Mistério dos mortos” é mostrado como esse aspecto do Peter pode ser explorado por outros, pois o jovem herói acaba falhando em salvar um civil durante uma luta contra um golem de pedra.
Tomado por tristeza e culpa, Peter fica bem depressivo e tendo
dificuldades na vida por causa desse evento.
É apenas graças a Mary
Jane que Peter consegue confrontar esses sentimentos e descobrir que todo
incidente foi uma ilusão criada pelo Mysterio, em mais um twist bem elaborado.
Além de um bom
aprofundamento da relação do Peter com a Mary Jane e ele lidando com suas inseguranças, essa é
mais uma história que destaca o Mysterio como um inimigo astuto que consegue
mexer com a mente do Aranha.
A
guerra dos duendes (Spectacular Spider Man nº146, Web of Spider Man nº47,
Amazing Spider Man nº312)
Enquanto o arco do
Harry Osborn nos anos 70 foi sobre sua transformação no novo Duende Verde, os
anos 80 centraram-se em sua redenção. As histórias mostraram ele reconstruindo
sua vida, se casando com a Liz e tendo um filho, Normie Osborn. Mas isso não foi
uma jornada fácil, com os erros de Norman ainda afetando Harry e sua familia e
a ameaça dele, algum dia, recuperar suas memórias como Duende pairando sobre a
relação dele com o Peter.
Isso teve seu auge na
guerra dos duendes, uma trilogia onde o Duende Macabro vai atrás de Harry e sua
família, buscando questiona-lo sobre a localização da “formula do Duende
Verde”.
Diante das ameaças do
vilão a sua esposa e filho, Harry veste o
traje do Duende Verde mais uma vez, para derrotar o Duende Macabro.
Isso foi uma
surpreendente reviravolta que demonstra como Harry cresceu como um personagem,
não mais buscando vingança contra Peter e assumindo suas responsabilidades como
um marido e pai.
Vidas
Paralelas (Marvel Graphic Novel nº46)
Para muitos a relação
de Peter Parker e a Mary Jane parece um caso de opostos se atraindo, com um
sendo nerd introvertido enquanto a outra é uma ruiva popular e extrovertida. No entanto, conforme a Mary Jane foi sendo
desenvolvida, foi sendo mostrando como os dois compartilhavam semelhanças.
Das histórias que
exploraram esse detalhe, a melhor de todas foi Vidas Paralelas, uma graphic
novel, escrita pelo Gerry Conway, que reconta tanto o passado do Peter quanto o
da Mary Jane. Por meio dela, é mostrado como ambos foram deixados por seus
pais, criados por seus tios, eles sofreram perda e escolheram escapar de seus
problemas através de “máscaras” (enquanto Peter usa sua identidade de Aranha
para se dedicar a ajudar as pessoas, Mary Jane usava personalidade confiante e
se distraia em festas e encontros).
Alguns podem argumentar
que essa história foi apenas um retcon para encaixar com a Mary Jane com imagem
da personagem mais ativa na época. No entanto Conway faz um trabalho bom com um
roteiro que faz o desenvolvimento da Mary Jane ser algo mais natural, ao mesmo
tempo expondo elementos que conectam Peter com a Mary Jane, tornando o momento
em que eles finalmente se abririam e se casaram muito bonito e emocionante.
Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Homem Aranha dos anos 80? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.
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