Capítulos 1 e 2 podem ser lidos AQUI.
Capítulos 3 e 4 podem ser lidos AQUI.
Capítulos 5 e 6 podem ser lidos AQUI.
Capítulos 7 e 10 podem ser lidos AQUI.
CAPÍTULO
11
Antes de subirem ao ringue, Mike
foi calçar as luvas, mas foi interrompido por Jan.
-Mike, por favor, antes de pôr as luvas, gostaria que usasse o protetor de cabeça.
-Mas eu estou acostumado a treinar sem, na realidade o Cus me acostumou assim,
porque na opinião dele, quanto mais o treino simular a realidade, será melhor
para mim.
-Eu entendo Mike, mas ainda assim gostaria que usasse, porque o treino será um
pouco diferente, e não quero mesmo que você se machuque em hipótese alguma,
porque isso poderia atrasar nosso cronograma de treinamentos.
-Tudo bem Jan, mas você não vai colocar o seu?
- Não é necessário Mike, já que você não vai me golpear hoje.
Com tudo preparado, os dois subiram ao ringue.
-Bom Mike, o que vamos trabalhar aqui serão aqueles tópicos discutidos na nossa
análise de sua luta. A movimentação com os pés, e a maneira de você encurtar a
distância para o seu oponente, poupando o máximo de energia. Então, quero que
você simplesmente entre no meu raio de ação e me golpeie.
-Mas Jan....- Mike tinha uma expressão de assustado- você disse que eu não te
golpearia...
- E é verdade Mike.... Não se ofenda, mas tenho certeza que você não vai
conseguir.
Por mais que essas palavras possam ter parecido arrogantes ou prepotentes, em
momento algum o semblante de Jan se modificou, ele disse isso com a mesma calma
e gentileza que sempre mostrava. Isso deixou Tyson um tanto confuso. Mas ele
resolveu obedecer ao pedido do seu novo treinador.
Mike fez um sinal positivo com a cabeça e então passou a perseguir Jan dentro
do ringue, assim que se aproximou soltou um cruzado de direita que passou
no vazio, e mal Mike terminou de desferir o golpe, percebeu que Jan havia
sumido do seu campo de visão. Ele estava à sua direita , e imediatamente
Mike fez o movimento de rotação com os dois joelhos em direção ao seu oponente
(esse trabalho de movimentação com os pés era treinado exaustivamente por Cus, e
uma das funções era justamente essa, se adequar rapidamente ao movimento
adversário, uma das famosas adaptações que Cus pegou emprestado de outras Artes
Marciais). De frente para Jan, fez uma nova tentativa de ataque agora foram
dois cruzados, de direita e esquerda, que acertaram só o vento. Mais uma vez
Jan se encontrava a uma distância segura de Mike. Uma nova investida do jovem,
o mesmo resultado, Jan estava do outro lado do ringue.
- Vamos lá Mike. Estamos vendo como esse trabalho de pés pode ser fundamental
numa luta. Ajuda na defesa e no ataque. Se enfrentar alguém que domine esse
expediente, você entrará naquele campo perigoso que conversamos: estará
gastando sua energia e o oponente também pode usar isso para psicologicamente quebrar
a sua vontade. Mas como qualquer coisa na vida, pra poder remediar isso,
precisa entender o que está acontecendo. Entender o processo. Tem alguma ideia
do que eu fiz?
Mike além de um prodígio no boxe, também era um ávido estudante da arte. Já
tinha passado muito tempo conversando com Cus sobre os aspectos técnicos de
boxe. Mas mesmo assim, ele não sabia explicar como Jan conseguia fugir com
tanta facilidade das suas investidas.
- Eu realmente não sei explicar Jan. Parece mágica, você escapou de mim
por 3 vezes, e por questões de milímetros.
- Está bem Mike. E te digo que ainda deixei você se aproximar tanto pra golpear
justamente pra causar esse efeito em você. Deixar o oponente confuso a respeito
das suas habilidades também é uma excelente prática. Estamos falando aqui
de ângulos. Sei que entende isso no que diz respeito à sua ofensiva, com sua
movimentação de tronco com o pêndulo você é capaz de encontrar os melhores
ângulos para golpear. Então nesse caso, usamos a melhor angulação para
fugir. Quando você vem em minha direção, numa linha reta, basta que eu
crie um ângulo de 90 graus com 3 passos. Com minha perna direita dou um
passo para trás, junto com o tronco, em seguida minha perna esquerda faz o
movimento para a lateral e no próximo passo eu já estou praticamente de costas
para você. Esse é apenas um dos movimentos possíveis. Mas seguramente é o que
menos gasta energia. Vamos continuar, mas agora fique atento porque vou inserir
novos elementos na nossa dinâmica.
Mike entendia essa dinâmica dos ângulos, isso não era novidade para ele, Cus já
havia passado algumas minúcias sobre esse tipo de movimentação, o que o
intrigava era como Jan com todo aquele tamanho poderia se movimentar com
tamanha agilidade.
O jogo de gato e rato recomeçou, e agora Mike acreditava que poderia prever
melhor os movimentos de Jan, e assim que avançou em sua direção, foi
surpreendido por um upper de esquerda que o fez dar 3 passos para trás.
- Mike, se lembre que seus adversários não se limitarão a escapar de você, eles
estarão lá também para te golpear em qualquer oportunidade. O que você espera
me atacando dessa forma? Com os olhos fixos nos meus pés?
- Desculpe Jan.... mas precisava entender melhor sua movimentação....
- Você terá tempo pra isso, mas saiba que numa luta, tudo é precisamente
equacionado e equilibrado, as ações ofensivas e defensivas. Quando um
componente dessa equação é negligenciado, as brechas aparecem. Portanto,
comporte-se como se realmente fosse uma luta de verdade. Em outro momento, você
poderá analisar melhor os meus movimentos sem o risco de ser golpeado. Vamos
recomeçar.
E assim eles prosseguiram, agora Mike redobrava sua atenção, pois sabia que o
contragolpe de Jan poderia vir sem aviso algum. E pouca coisa mudou, Tyson
avançava, mas Jan sempre conseguia se safar, e na maioria das vezes era bem-sucedido
em golpear o jovem boxeador. O exercício prosseguiu por mais 20 minutos, nessa
mesma tônica, e vendo a exaustão de Tyson, Jan resolveu dar a prática por
encerrada.
-Muito bem Mike. Nosso exercício termina aqui. Acredito que foi muito
produtivo. Depois do banho, podemos conversar sobre os ajustes e detalhes para
irmos corrigindo sua movimentação.
Mike ficou em silêncio. Apenas retirou o protetor de cabeça e desceu do ringue,
cabisbaixo e sem falar nada.
CAPÍTULO
12
À noite, Mike e Jan iniciaram a conversa para que pudessem debater o que
havia se passado no seu primeiro treino juntos. E Jan solicitou que o bate
papo ocorresse dentro do ringue, com os dois sentados no centro, iluminados por
uma fogueira acessa por Jan e pelo lindo céu estrelado que se descortinava
perante eles. Sem dúvida, uma cena inusitada, mas belíssima.
Mike ainda conservava uma expressão de desalento. E Jan achou melhor que Mike
pudesse falar abertamente sobre isso.
-Bom Jan. Eu venho de uma derrota frustrante pra um cara que eu não tenho dúvidas
de que sou melhor do que ele. E há anos que eu não tomava um atraso num treino
como eu tomei hoje, me fez lembrar a época que comecei, quando Cus contratou um
sparring que chutava a minha bunda todo santo dia, o Marvin Stinson.*(1)
-Conheceu o Stinson?-Jan se mostrou surpreso, pela primeira vez desde que Mike
o conhecera.
-Sim, ele foi um ótimo sparring pra mim, eu aprendi muito com ele, apesar das
surras que ele me dava. Você também o conhece?
-Posso dizer que sim, já tive a oportunidade de lutar com ele, na época de
amador. Um bom lutador e um cara muito legal. Fico feliz que tenha treinado com
ele.
Aquela era a primeira menção de Jan a algo relativo à sua vida ou ao seu
passado, e Mike ficou feliz de pelo menos saber um pouco mais sobre o seu
misterioso treinador.
- Que legal Jan. Onde vocês lutaram?
-Foi na Europa, no campeonato mundial amador. Já faz um tempo, mas ele foi um
adversário duro. Daqueles que você jamais esquece depois de ter lutado.
Desenvolvemos um respeito muito grande um pelo outro depois disso. E pelo que
eu sei, ele trabalha como sparring de Holmes, não é?
-É sim, na realidade ele treinou comigo apenas poucas semanas, num período em
que o Larry não tinha nenhuma luta marcada, mas não chegou nem a completar 1
mês, mas como eu disse, eu aprendi muito com ele. Foi o melhor parceiro de
treinos que eu tive. E como você também falou, a gente não se esquece de caras
como ele. O legal foi que o Cus perguntou a ele se eu tinha condições de
enfrentar o Holmes, e o pior foi que ele disse que sim. Cus adorou ouvir
isso....
-O Cus tentou fazer você treinar com o Holmes?
-Ah, ele tentou sim, mas daí ele disse que não treinava com amadores, imagina
só a raiva que o Cus não ficou ao ouvir isso, ele que já não suportava o Larry,
ficou ainda mais rancoroso com isso. Hahahahahaha.
-Que interessante Mike. Esse mundinho do boxe é muito pequeno mesmo. Mas veja
bem, não precisa se sentir assim. Você está aqui pra se aprimorar, pra se
tornar um profissional que será extremamente bem preparado. O que Cus está
exigindo de você hoje fará com que o início da sua carreira seja avassaladora.
Seus adversários serão brincadeira de criança. Estamos te preparando para
o mais alto nível do boxe. Pra você já ter condições de enfrentar os melhores
do ranking. E isso se faz necessário, sabemos que nosso amigo Cus já não tem
mais tanto tempo assim, e ele quer muito ver seu sonho se realizar. Ele não diz
que o raio caiu duas vezes no mesmo lugar?
Tyson ficou um pouco abalado com aquelas palavras. Cus sempre falava que ele
não tinha muito tempo de vida, e esse era um assunto que sempre o perturbava,
afinal Cus era o seu grande porto seguro. Ele não conseguia se imaginar
prosseguindo no boxe sem seu mentor ao seu lado.
- Assim Mike- Jan prosseguiu- o treino que estamos conduzindo aqui é a última
etapa disso, podemos dizer que é a última etapa na sua educação pugilística. E
por isso, será um treino intensivo, não se preocupe com seu desempenho, deixe o
orgulho de lado. O momento de errar e de tropeçar é agora, para logo à frente
você reinar de maneira soberana.
A maneira gentil e amigável de Jan falar acabou por enternecer o jovem Mike. Na
realidade ele agora começava a entender melhor o motivo de estar ali. Começava
a ter uma consciência mais elevada do que precisava aprimorar para que seu
objetivo se tornasse realidade.
- Tudo bem Jan. Aprecio o que está fazendo por mim, e quero realmente
progredir, quero ser o melhor boxeador que já subiu num ringue. E gostaria que
me explicasse o que aconteceu hoje, por favor. Por que conheço toda essa teoria
da angulação com os pés, mas você fez isso de um jeito que eu nunca vi ninguém
fazer antes.
-Está certo Mike. Assim como Cus provavelmente já deve ter ensinado, são
pequenos detalhes que fazem toda a diferença na utilização de uma técnica.
Esses detalhes determinam quem será um grande campeão. Confio na sua capacidade
de observação, pois sei que Cus o treinou para ter um bom olho. Então acho mais
interessante que você entenda isso melhor dentro do ringue comigo, mas um
aviso: não fique afoito procurando matar logo essa charada, e saiba que a partir
de amanhã também usarei outras técnicas ofensivas que irão expor as aberturas
que você oferece na sua guarda. Então esteja com a atenção redobrada.
NOTAS:
1-
Marvin Stinson: Mike declarou que Stinson foi seu
melhor parceiro de treinos, que apesar das surras que levava nos treinos,
aprendeu muito com ele. Ele enfrentou a lenda cubana Teófilo Stevenson e
representou os Estados Unidos em muitos campeonatos como Amador.
CAPÍTULO 13
Mike voltava agora à sua antiga rotina de treinos, acordava cedo para correr,
ao retornar fazia um
a sessão de boxe sombra,
(conforme orientado por Jan, com os exercícios de relaxamento, visualização,
para aí sim partir para a sessão de sombra.). Depois tirava um cochilo, e ao
acordar se aquecia para poder subir ao ringue com Jan.
-Ok Mike, hoje a dinâmica será um pouco diferente. Minha movimentação será mais
variada, e fique atento também porque atacarei de forma a evidenciar as brechas
que você me proporciona. Então sempre alerta!
Os dois deram início ao jogo de caça e caçador, porém dessa vez Mike procurou
ficar mais contido, por mais que Jan o alertasse para ele não prestar excessiva
atenção ao seu jogo de pernas, por diversos momentos Tyson acabava por se
descuidar, e de maneira impiedosa Jan tratava de desferir potentes golpes no
jovem, e sempre após isso, recebia uma reprimenda:
- Mike, equilibre suas ações, atenção demasiada em meus pés não te fará
melhorar aqui dentro. Se concentre em entrar no meu raio de ação e se defender.
Conforme o tempo foi passando, Jan começou a variar sua movimentação, ora ele
circulava ao redor de Mike jabeando, ora ele se movia pra trás e se safava em
segurança dos ataques adversários. Em determinado momento, quando Mike avançava
em linha reta, ele simplesmente esticou a mão esquerda no rosto de Mike, o que
o cegou temporariamente, mas foi suficiente para que desferisse um potente
upper de direita que acertou em cheio o queixo de Tyson, que imediatamente
acusou o golpe e foi à lona.
Jan achou que era melhor encerrar as atividades.
Os 2 dias seguintes transcorreram de maneira semelhante, Mike perseguia Jan
pelo ringue em vão, e Jan continuava sendo hábil em expor as aberturas na
guarda de Mike. Os knockdowns começaram a ser uma constante no dia de Tyson. Mike porém, não se deixava dominar por nenhuma
emoção negativa. Aproveitava essa oportunidade para amadurecer emocionalmente,
algo que Cus sempre enfatizava em seus treinamentos. Ele entendia que quanto
mais caísse ali nos treinos, sem se abalar, desenvolveria a força mental
necessária para chegar ao topo.
Vendo como o jovem assimilava aquilo tudo muito bem, naquela noite Jan quis
falar sobre como Mike poderia melhorar:
-Mike, quero te parabenizar pelos seus esforços. Trabalhamos intensamente nesses
2 últimos dias. Talvez você não perceba o progresso que fez, então amanhã quero
que você durante o exercício na primeira metade, se concentre apenas em me
perseguir, sem a preocupação em me acertar. Ok? E quero que hoje à noite, faça
os exercícios de relaxamento, em seguida faça uma visualização demorada sobre
todo esse trabalho que fizemos em cima do ringue. Pode ser?
Mike fez que sim com a cabeça e se recolheu para o seu quarto.
No dia seguinte, antes de iniciarem os trabalhos, Jan pediu permissão à Mike
para que pudesse filmar o treino:
-Dessa maneira podemos utilizar a gravação para comparar com seus desempenhos
anteriores, e você também poderá analisar melhor minha movimentação com os pés.
A sessão iniciou, e Mike se lembrou da recomendação de Jan, para não se preocupar
tanto em tentar acertá-lo, e dessa forma tratou de persegui-lo dentro do
quadrilátero. E conforme o tempo foi passando, Jan iniciava seus ataques, e
Mike sentiu que conseguia se desviar dos golpes até com relativa facilidade,
dando a entender que seu tempo de reação começava a entrar naquele processo de
automatização que Cus sempre almejava. Jan procurava explorar as
principais aberturas de Mike, principalmente o upper de direita sempre que Mike
se aproximava demais, mas agora ele conseguia bloquear com o uso dos
antebraços, se movimentando lateralmente ou então movendo a cabeça no último
segundo. Já a movimentação circular de Jan jabeando também já era anulada por
Mike com o seu hábil movimento de pêndulo.
Tyson ficou bem contente com seu desempenho, já que não havia recebido nenhum
golpe forte do treinador. E vendo o progresso de Mike, Jan se afastou e deu o
seguinte comando:
-Agora Mike, vamos equilibrar a equação, eu quero que se concentre em me
golpear, e vamos ver como se sai.
Mike partiu com fúria em direção à Jan, que habilmente se esquivou e lançou um
poderoso contragolpe, fazendo Tyson também se desviar com precisão
milimétrica. Imediatamente o jovem respondeu com outra sequência de
direita e esquerda. Mike tinha a certeza que dessa vez conseguiria acertá-lo
tão rápido havia sido seu contragolpe, mas mostrando um reflexo sobre humano
Jan se esquivou de ambos os golpes
praticamente se agachando e antes de levantar já havia feito o movimento de
rotação a fim de sair do raio de ação do seu perseguidor. Uma pena que não
havia nenhum espectador presente para testemunhar uma cena tão bela de dois
pugilistas demonstrando uma perícia poucas vezes vista, já que se tratava de
dois homens grande e pesados, mas que se moviam com a graciosidade de pesos
leves.
Mike ficou atônito, tinha certeza que conseguiria acertar aqueles socos. A
movimentação de Jan era quase sobrenatural. Mas passado o assombro, recomeçou
seu árduo trabalho de caça. A tônica da luta permaneceu igual, o jovem no seu
papel de perseguidor e Jan se safando e contra golpeando, mas dessa vez Mike era
capaz de se defender de todas as ofensivas, até o ponto em que ambos estavam
exauridos, mas muito satisfeitos, e resolveram encerrar a sessão.
- Foi ótimo Mike, você encontrou o timing perfeito da sua defesa, e
praticamente todas as suas falhas defensivas foram ajustadas. E você quase me
acertou...foi por muito pouco.
Tyson estava tão exausto, que não conseguia falar, mas seu sorriso dava a
entender que também estava feliz com o próprio progresso.
-Mike, sua tarefa para hoje à noite é assistir a gravação da nossa luta. Será
fundamental para a parte final do nosso treino.
CAPÍTULO 14
Mike estava ansioso para assistir a fita. Assim que deu o play não pode conter
a excitação de poder analisar a sua movimentação bem com a de Jan, esperava com
isso encontrar a chave para desvendar os truques utilizados por seu treinador.
E ao começar a assistir à luta, não pode deixar de notar, como sua movimentação
havia mudado, e como estava rápido! Ele não podia acreditar que havia
desenvolvido aquela velocidade, em tão pouco tempo.
-Está notando Mike? Seu jeito de andar dentro do ringue mudou, e sua velocidade
aumentou de maneira considerável. Ao aumentar a intensidade do exercício sem
perceber, você acabou forçando seu corpo a acompanhar o ritmo veloz que eu
comecei a impor. E a forma como me movimento também o forçou a caminhar
de maneira mais dinâmica, você consegue cortar o ringue com muito mais
velocidade, desperdiçando muito pouca energia nesse processo.
Tyson estava exultante com o que via. Incrível como podiam manter aquele ritmo
frenético durante tanto tempo.
- Seus movimentos defensivos também estão irrepreensíveis, você não só
conseguiu evitar meus ataques como já prontamente contra golpeava. Nesse
quesito Mike, sua educação está completa. Se tornou um lutador muito difícil de
ser acertado, tanto na ofensiva como no contra-ataque. Posso dizer com
segurança que nenhum peso pesado hoje no mundo domina isso como você.
-Isso é ótimo Jan, estou maravilhado com o que vejo. Só falta duas coisas
então....
-Falta decifrar o meu jogo de pernas, e conseguir me acertar um golpe limpo,
perfeito. E também falta uma terceira coisa Mike....
Mike olhou com cara de surpresa para seu treinador.
- Lembra o que conversamos no primeiro dia? Falta definir qual história quer
escrever no boxe. Não é mesmo?
Mike ficou um pouco perturbado com isso. Ele estava tão imerso no duro
treinamento que aquela conversa de apenas alguns dias atrás parecia ter
ocorrido há meses.
- Mas não precisa se preocupar, o que vamos fazer agora te proporcionará essa
resposta. Me acompanhe até a parte da frente da casa.
Continua...
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