Top 10 filmes de/com adolescentes

 

E vamos para outro top 10? Planejava escrever uma crítica sobre o Snydercut, mas essa vai dar um pouco de trabalho, e meu dia foi meio atribulado. Para manter a meta de escrever ao menos um post por semana, resolvi tirar um dos temas “curinga” que tinha planejado, sobre filmes de/com adolescentes.

Ah, filmes de adolescentes, todo mundo tem seus preferidos. Apesar de ser via de regra um gênero imbecil, há alguns que se salvam. E nem todos os filmes da lista são filmes “de adolescentes, alguns são filmes “com adolescentes”, mas que não tratam necessariamente desse gênero. A ordem também será decrescente, e não pelo critério de qualidade, mas de afetividade. O primeiro lugar da lista é uma bosta de filme, mas é meu preferido do gênero, por razões que explicarei. Então, sem mais delongas, vamos lá.

10) Juno (1997) – Não sou um grande fã de Juno, mas acho um filme diferenciado a respeito do tema “gravidez na adolescência”. Ellen Page, antes da fase lésbica, é a protagonista do título, Juno, uma menina inteligente, irônica e sarcástica, que engravida do amiguinho, Paulie, um completo imbecil, interpretado por Michael Cera. A solução que ela encontra é doar o bebê para o casal Mark e Vanessa Loring, cujos papéis ficaram a cargo de Jason Bateman e Jennifer Garner. Meu problema com esse filme é que, apesar de abordar com sensibilidade e humor o drama de uma adolescente grávida, é difícil de comprar que uma menina presumivelmente inteligente como a Juno transasse sem camisinha com um amiguinho imbecil e engravidasse. Na verdade, ela foi muito burra. Juno também é uma personagem bem chatinha; tenta ser uma irônica inteligente, mas é uma pentelha. O melhor personagem do longa é o pai de Juno, mas apenas porque é interpretado por J.K. Simmons, o eterno J.J. Jameson da trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi. A direção de Ivan Reitman é bem competente.

9) As Vantagens de Ser Invisível (2012) – Esse é o típico filme adolescente “sensível”, mas há algumas particularidades. O longa tem como protagonista Charlie, cujo papel é realizado por Logan Lerman, mais conhecido como Percy Jackson, um jovem muito afetado pelo suicídio do melhor amigo. Além disso, ele também tem um trauma do passado. Então, ele é como no título, um garoto “invisível”, que não se destaca em nada. A mudança em sua vida é quando ele encontra dois outros adolescentes “invisíveis”, a garota Sam e seu meio-irmão, Patrick, interpretados por Emma Watson e Erza Miller, a Hermione de Harry Potter e o Flash da Liga da Justiça que todo mundo odeia, respectivamente, e assim começa uma bela amizade. Obviamente, Charlie apaixona-se por Sam e fica o filme inteiro “gadando” por ela. Por sua vez, Patrick é o gay sensível que arrasta uma asa para o protagonista. A direção de Stephen Chbosky (que também assina o roteiro) é digna de nota. Destaque para a trilha sonora também.

8) Diário de um Adolescente (1995) – Antes de Titanic, esse filme deu notoriedade para Leonardo DiCaprio. Nele, ele interpreta Jim Carroll, um astro em ascensão do time de basquete de seu colégio. Porém, Carroll gosta de viver tipo o Rimbaud, no limite, abusando de álcool, drogas e sexo. Quando o jovem entra na heroína e mete o pé na jaca, sua vida torna-se um inferno, e ele vai decaindo mais e mais, até passar do fundo do poço da degeneração. Direção ok de Scott Kalvert.

7) Porky’s (1981) – O antecessor de American Pie, quando se compara com o que veio depois, até que é um filme bem-comportado. Em sua época, foi considerado o ápice da baixaria. Na verdade, não dá para defender muito Porky’s; venhamos e convenhamos, o filme é uma bela de uma bosta. Mas, apesar disso, nutrimos afeição por ele. O enredo é bem simples: um bando de jovens do ensino médio só pensa em transar o tempo todo, principalmente Pee Wee, que é o “virjão” do grupo. Há outros estereótipos, o bad boy, o judeu que sofre preconceito, a garota promíscua que anda com os garotos etc. O Porky’s do título é um bar que os garotos tentam frequentar, em busca das prostitutas. No entanto, eles são tremendamente humilhados pelo próprio Porky e seus amigos caipiras. Depois disso, planejam sua vingança. Direção e roteiro de Bob Clark.

                                             

6) Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1978) – Esse é um candidato meio óbvio a estar nesta lista. Grease é outro filme que não tem lá um grande enredo. A jovem Sandy (Olivia Newton-John) conhece Danny (John Travolta) na praia, e ambos se apaixonam. Porém, quando Sandy começa o ano letivo no colégio, reencontra Danny, mas ele a trata diferente para não pagar de gado na frente dos amigos. Apesar do roteiro fraco, o filme sustenta-se pelo carisma dos atores e pela força das canções, o que inclui Summer Nights e You’re The One That I Want. O filme ficou à frente das bilheterias de 1978, ultrapassando Superman de Richard Donner. A direção é mérito de Randal Klaiser.

5) Curtindo a Vida Adoidado (1986) – Outro candidato óbvio a estar na lista, o clássico de John Hughes era sempre presença na Sessão da Tarde. O enredo (bem simples) é a respeito de Ferris Bueller, interpretado por Matthew Broderick, um garoto descolado que finge estar doente, mas em vez disso coopta sua namorada Sloane (Mia Sara) e seu amigo Cameron (Alan Ruck) para matarem aula. No entanto, o diretor do colégio e a irmã de Ferris estão em seu encalço. Filme em que o diferencial é o carisma do trio principal e direção de Hugues.

4) American Graffiti (1973) – O destaque desse filme é a direção de George Lucas, pré-Star Wars. Entretanto, além disso, American Graffiti tem um charme particular. O longa tem nomes que ficariam famosos, como Richard Dreyfuss e Ron Howard. No enredo, Curt (Dreyfuss) e Steve (Howard) são dois amigos que estão concluindo o colegial. Curt obteve uma bolsa para uma universidade, mas Steve não tem maiores expectativas, e uma cisão entre os dois ocorre. Além do drama de Curt e Steve, ocorrem vários subplots centrados em outros personagens. Vale dizer que Harrison Ford faz uma ponta no longa, no papel de um caminhoneiro.

3) Eu, Christiane F, 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981) – Indubitavelmente, o filme mais pesado dessa lista, mais que Diário de um Adolescente. Christiane é uma menina de 13 anos filha de mãe solteira e fã de David Bowie. Como sua mãe trabalha muito e não para em casa, Christiane aproveita para se divertir com seus amigos junkies. Não é um filme que indico para todo mundo, porque a sucessão dos acontecimentos vai indo em uma progressão cada vez pior e é de partir o coração. No entanto, o longa tem um final até esperançoso, vá lá, e vale pela participação de David Bowie. A interpretação da tão jovem Natia Brunckhorst é soberba e a direção de Uli Edel, impactante.

2) A Última Sessão de Cinema (1971) – Se fosse para considerar a lista em termos qualitativos, esse filme ficaria em primeiro lugar. A Última Sessão de Cinema é um exemplo do “cinemão dos anos 70”. O enredo até lembra um pouco American Graffiti, pois também é a respeito de jovens sem perspectiva em uma pequena cidade asfixiante e decadente. No entanto, a profundidade e o desenvolvimento dos personagens são sem comparação, bem como a direção de Peter Bogdanovich. Sonny (Timothy Bottoms) e Duane (Jeff Brigdes) são dois jovens da cidade de Anarene, no Texas, que estão concluindo o colegial e não sabem muito bem o que fazer da vida. Ambos são apaixonados pela bela Jacy, interpretada por Cybill Shepherd. A desesperança e os dramas têm seu ápice na última sessão do decadente cinema da cidade.

1) O Último Americano Virgem (1982) – Esse filme fica em primeiro lugar na lista não por sua qualidade intrínseca, mas por critérios afetivos. Ele não deixa de ser um filme imbecil de adolescente, como vários da época. Mas há um diferencial: o final. Se não fosse por esse final, o longa seria esquecível. No enredo, Gary, interpretado por Lawrence Monoson, é um jovem de bom coração, mas que só pensa em perder a virgindade e, com esse intento, ele acaba fazendo várias presepadas com seus amigos. Gary conhece a bela Karen, vivida por Diane Franklin, por quem se apaixona perdidamente. No entanto, ela namora Rick, um dos quarterbacks do colégio. E é basicamente isso. Não vou dar spoilers do filme, mas, em uma época em que se fala tanto de “homem alfa” e “homem beta” e “mulheres hipergâmicas”, ele é assustadoramente atual. Direção de Boaz Davidson.

Bom, assim se finda a lista. Certamente, há outros filmes de/com adolescentes que são memoráveis. O problema é que, se formos dar uma garimpada, encontraremos vários medíocres, porque filmes de adolescentes conseguem ser pior em qualidade que filmes de super-herói, piores até que os filmes da Marvel, por incrível que pareça. Mas digam aí nos comentários se há algum filme de adolescente específico que vocês curtem.