Anteriormente já trouxe reflexões Do Sr. Scruton por aqui e
para falar da Cultura de Massas e vícios vou Utilizar Uma de suas reflexões
também.
Comecemos pela Ideia do desejo Sexual, as civilizações que conhecemos incorporam o sexo em uniões de longo prazo entre as pessoas. O sexo foi absorvido inicialmente dentro do mundo dos votos, e não no mundo dos contratos, e o sexo contratual da mesma forma que o recreativo foi visto pelas primeiras sociedades como algo a ser condenado de forma esotérica.
No mundo atual temos uma nova norma sexual, a
intencionalidade ampliada das relações interpessoais foram reduzidas. Nesse
caminho o objeto sexual substitui o sujeito sexual, um bom exemplo é o que
acontece na pornografia onde o objeto se torna apenas uma parte do corpo, nada
mais que um ferramenta, seguindo nessa abordagem é totalmente esvaziado o
prazer da relação eu-você, a ação instrumentalizada de substituir um sujeito
por um objeto cancela a realidade.
Do ponto de vista psicológico isso se torna algo viciante, o
"prazer" pode ser obtido sem qualquer esforço, se torna algo que
rapidamente domina o Cérebro. Isto foi um esboço para mostrar como certos vícios
da sociedade se iniciam e funcionam.
Scruton chama a atenção para o campo da
Música que de fato é algo que está mais próximo da realidade de todos nós do
que a problemática da pornografia.
O Novo padrão de música de "ajuste rápido" revelou
que A relação eu-você não é mais
necessária na música também. Um exemplo é a música eletrônica onde a
"magia" da coisa está nos padrões repetidos de ritmos, em geral
sintetizados digitalmente e sem nenhuma performance musical de
"verdade".
O objeto final da música se cumpre, nos levando a um clímax
rápido e egoísta (veja qualquer vídeo de alguma festa rave e vera que isto é um
fato (o mesmo ocorre com o funk e outros estilos de músicas
mais sintéticas).
Não temos Harmonia musical nem melodia, nada que nos leve a
fazer nenhum esforço para tentar entender como aqueles sons se conectam com o
Mundo externo.
Scruton diz em um trecho de seu livro A alma do Mundo que:
" Das danças dos Israelitas ao redor do Bezerro de ouro, até as orgias do
Hip-Hop, as distrações musicais das pessoas comuns fizeram surgir as maldições
de seus sacerdotes".
Independentemente de seu gosto musical, sei que estamos todos
sempre preocupados com as mudanças na Pratica da música no nosso dia a dia da
mesma Maneira que Moisés Ficou preocupado ao ver o povo dançando ao redor do
bezerro de Ouro e ao ver a idolatria das Massas, jogou as tabuas da Lei no
chão. De certo esse foi o primeiro protesto conta a cultura de Massa registrado
na história.
Por exemplo na narração Bíblica Foi Aarão irmão de Moisés que
fomentou a Dança ao Redor do Bezerro. Existe um paralelo entre eles e nós na
sociedade moderna, Moisés representava uma ideia de Cultura, razão e complexa
evolução a longo prazo, já Aarão trazia consigo a Ideia de prazeres curtos e de
comunicações e planos fáceis a curto prazo.
Moisés Mostrava o lado Transcendental Do ser como um poder em
si só, capaz de entender o mundo e as complexidades de suas instituições. Aarão
reduzia o "Ser" a um mero admirador de ídolos momentâneos.
Muitas das preocupações que giram ao redor das imoralidades
da música popular refletem o medo desse segundo caminho, o Caminho de Aarão que
vai rumo a idolatria e de encontro com o templo das falsas emoções.
Ninguém pode Pôr em dúvida a questão da importância musical
em nossa civilização, tanto como sendo uma fonte de vinculo social, como sendo
uma forma de consolação no momento de solidão. As pessoas são moldadas pelas
coisas que ouvem e que nós não venhamos a reduzir o espaço da música e todo seu
potencial a um mero tipo de vicio cativante que culmina na escravidão de todos
os seus ouvintes.
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