Flash e Zagor - A Machadinha e o Relâmpago - Review - Um crossover inusitado, mas divertido

 


Crossovers existem há muito tempo, e podemos classificá-los em categorias como ruins, esquecíveis, medianos, bons ou muito bons. Flash e Zagor sem dúvida se encontra na categoria "muito bom". Um crossover entre o Homem mais Rápido do Mundo e o Espírito da Machadinha sem dúvida é inusitado, porém não tão absurdo. Apesar de viverem em mundos e épocas diferentes, Flash e Zagor compartilham do mesmo espírito de heroísmo otimista.



Flash pode viajar através do espaço-tempo. Na Era de Prata, por exemplo, ele conseguia visitar a Terra-2 apenas vibrando em uma frequência contrária. O mundo de Zagor é o do faroeste fantástico. Ele enfrenta desde bandidos comuns até cientistas loucos, vampiros, feiticeiros etc. No enredo, Gorila Grodd e o professor Hellingen, o arqui-inimigo de Zagor, unem-se para tomar uma rocha mística que pode conter a Força de Aceleração. A dupla de vilões usa outro vilão de Zagor, Thunderman, para massacrar a aldeia Mohawk, apenas o menino Kohana sobrevive.



No entanto, o garoto é forçado a transitar entre as dimensões de Flash e Zagor, e o velocista consegue viajar no tempo por meio do amuleto de Konoha. Chegando na época e no mundo de Zagor, há o habitual momento em que ambos os heróis se enfrentam para depois se aliarem. É muita forçação de roteiro, mas Zagor consegue acertar uns socos no Flash graças ao deslocamento do ar. Ao mesmo tempo que Flash perde seus poderes porque a Força de Aceleração fica mais fraca.


Enfim, os heróis unem-se para dar fim aos planos de Grodd e Hellingen de fundirem os dois mundos, e o que se vê é o mais puro fanservice. Fã não quer "service"? Pois é isso que se tem aqui. Ocorre a união dos vilões do Zagor com a Galeria de Vilões do Flash. O crossover ainda faz um paralelo temporal, que dá a entender que a Central City da atualidade seria a Darkwood de Zagor nos tempos do velho oeste, ideia bem criativa.

O roteiro de Giovanni Masi e Maureo Uzzeo é simples, mas bem respeitoso com a mitologia de ambos os personagens. A arte de Davide Gianfelice é excelente. Se tem uma coisa que a gente não pode falar mal dos fumetti italianos é da qualidade técnica de sua arte. A HQ termina com um gancho para um novo encontro de Flash e Zagor, e realmente ficamos querendo um bis. A edição da Panini está graficamente bem-feita, no formato grande custando 49,90. Nota 8 de 10.