Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 60)

 



Nesse mês de Julho passado, eu elaborei uma retrospectiva falando sobre as melhores histórias do Superman. Visto como muita gente curtiu aqueles textos, decidi equilibrar as coisas fazendo uma retrospectiva de um herói da Marvel e quem melhor pra começar que o nosso favorito amigo da vizinhança o Homem Aranha?

História de criação

O personagem foi criado nos anos 60, durante o período conhecido como A Era Marvel, quando a editoria ainda estava em seu começou, fazendo sucesso com as hqs do Quarteto Fantástico. Visto o interesse de jovens e adolescentes pelos quadrinhos, Stan Lee decidiu fazer um personagem com quem esse público pudesse se identificar.


Não foi uma ideia fácil de se executar. O editor da Marvel na época, Martin Goodman se opôs por vários motivos (ex: “adolescentes não podiam ser heróis, apenas sidekicks”, “pessoas não gostam de aranhas”, etc). Por sorte, como estavam cancelando a hq Amazing Fantasy na 15ª edição, Stan Lee conseguiu convence-lo a fazer uma tentativa.

Assim em Amazing Fantasy nº15, Homem Aranha nasceu, com seu visual tendo sido criado pelo Steve Ditko, que assumiu a arte da hq, devido a Stan Lee achar que o traço dele combinava melhor com a ideia do herói ser um adolescente, ao invés de ter o físico de super herói mostrado nos trabalho de Jack Kirby.



Mas o que tornou o Aranha tão especial comparado a outros heróis da época? Quais foram suas aventuras mais marcantes nesse período?

É disso que a retrospectiva irá falar. Nesse texto, irei apresentar as melhores histórias do Aranhas dessa época e falar como elas contribuíram para desenvolver o Aranha e sua mitologia.

Lembrando que a lista é baseada em minha opinião e podem discordar nos comentários abaixo.

Vamos começar...

Homem-Aranha (Amazing Fantasy nº15)



A primeira aparição do Aranha é um clássico na mente de vários fãs.

Peter Parker era um jovem nerd que sofria com bullying e rejeição dos populares. Durante uma visita a uma exposição de ciências, ele foi picado por uma aranha radioativa, que lhe poderes aracnídeos.



A princípio, Peter usou suas habilidades pra conseguir fama e dinheiro como estrela de TV. Porém, quando ele escolhe não impedir um ladrão de escapar, o homem acaba vindo a matar seu tio Ben. A culpa por ter sido responsável pela morte de seu tio ensina ao Peter uma lição que definiria pelo resto da vida: Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.

Essa é uma das histórias mais conhecidas de todas. Até mesmo quem nunca leu hqs do Aranha, sabe de sua origem. É uma simples porém bem desenvolvida jornada de crescimento, mostrando Peter indo de um jovem negligente para alguém mais ciente das consequências de seus atos.



No entanto, eu acho que tem detalhes que acabaram sendo alterados em reinterpretações. O maior de todos é personalidade do Peter. Enquanto muita gente vê o Peter como esse nerd tímido e simpático, que ocasionalmente cometia pequenos erros, a hq deixa claro como Peter é um jovem problemático, frustrado com as pessoas e se preocupando apenas com si mesmo e seus tios (os únicos que foram gentis com ele).



É compreensível porquê versões modernas mudaram isso, porém essa abordagem beneficia a evolução do Peter, com ele percebendo o tipo pessoa que ele era, mesmo antes dos poderes, e porquê ele precisa crescer e ser um homem maduro.

 

Homem Aranha vs Camaleão (Amazing Spider Man nº01)



Embora o sucesso do Aranha em Amazing Fantasy não tenha impedido a hq de ser cancelada, ele garantiu que o herói ganhasse seu próprio título solo.

Justo na sua primeira edição, a história continuando de onde última parou, com Peter ainda lidando com a culpa pela morte do tio Ben, enquanto tenta encontra formas de ajudar sua tia May com os problemas financeiros.



Para complicar, o herói se torna alvo de uma campanha feita pelo editor J.Jonah Jameson, que usa seu jornal, o Clarim Diário, para publicar críticas contra o Homem Aranha e virar o público contra ele. 



Se lidar com esse feedback já não era o bastante, o Aranha acaba sendo incriminado pelo Camaleão, um espião que usou a identidade do herói para roubar planos do governo e vender aos russos.



Como podem ver, Stan Lee não perdeu tempo e começou a estabelecer vários elementos importantes do Aranha, incluindo seu elenco de apoio (como a Tia May e J Jonah Jameson), vilões como o Camaleão, momentos icônicos como o primeiro encontro do Aranha com o Quarteto Fantástico e, o mais importante, os dilemas pessoais do Peter.



No lugar de um herói popular como o Quarteto, o Aranha era mostrado como um azarado, um renegado com dificuldades tanto em sua vida heroica quanto civil, mas tendo uma determinação de aço, tornando um personagem relacionável e com o qual o publico torcia por sua vitória.

Homem Aranha contra o Doutor Octopus (Amazing Spider Man nº03)



Já nesses primeiras histórias, Stan Lee colocou o Aranha contra vários de seus inimigos icônicos. Um dos mais populares até hoje é o Doutor Octopus.

Fazendo sua estreia na terceira edição, Otto Octavius é apresentado como um físico, que usava braços mecânicos para realizar experimentos com radiação. Em puro estilo de “quadrinhos de super heróis”, um dia aconteceu um acidente, com Otto sendo atingido por uma explosão, que fundiu seus braços a sua espinha, além de ter causado danos ao seu cerébro.



Despertando como uma personalidade agressiva e megalomaníaca, Otto usa seus braços mecânicos para escapar do hospital e começa sua vida como um gênio criminoso, se tornando um oponente que até Homem Aranha tem dificuldade de derrotar.

Além de introduzir mais um vilão marcante e uma lutas bem ilustradas, essa edição é importante para o desenvolvimento do Peter, com um rapaz ficando inseguro após sofrer sua primeira grande derrota nas mãos do Octopus.



É apenas com umas palavras encorajadoras do Tocha Humana, que Peter confronta seu medo, aprendendo uma dura lição de humildade.

 


Cara a cara com....o Lagarto (Amazing Spider Man nº06)



Enquanto alguns inimigos do Aranha são criminosos com poderes, outros são apenas vítimas de um destino cruel. Um dos maiores exemplos disso é o Lagarto.

Ele fez sua estreia nessa sexta edição, sendo apresentado como um monstro habitando as águas e pântanos da Flórida. Tendo ouvido falar de sua existência, Peter conseguiu convencer Jameson a leva-lo para a Flórida para obter fotos do vilão reptiliano.



Em sua busca, o Aranha acaba descobrindo que o misterioso Lagarto na verdade é o alter-ego do doutor Curt Connors, um biólogo que, ao testar em si mesmo um soro, com o objetivo de regenerar seu braço, acabou se transformando num monstro, obcecado em fazer com que os répteis dominem o mundo.




Essa revelação coloca o Aranha diante um novo desafio, com ele tendo não só que confrontar o vilão num território fora de sua zona de conforto (mostrando como o personagem não precisa ficar limitado só ao cenário de Nova York), mas encontrar uma forma de salvar Connors.



É uma história que demonstra a compaixão do Aranha por outros, incluindo seus inimigos, revelando como Peter realmente cresceu desde sua primeira aparição.

Os executores (Amazing Spider Man nº10)



O Homem Aranha não era chamado de Amigo da Vizinhança a toa. Embora fosse conhecido por enfrentar vilões fantasiados como Octopus, Abutre e Electro, os inimigos mais recorrentes do herói no seu dia-a-dia eram mafiosos e bandidos de ruas. Logo, era natural que teria uma história explorando esse aspecto.

Nesse contexto, “Os executores” é um clássico mistério noir, mostrando o Aranha confrontando os Executores, uma gangue, liderada pelo mascarado Maioral, que está aos poucos controle do submundo. 



Conforme Peter vai interferindo em suas operações, ele começa a desenvolver suspeitas de que o Maioral seja seu chefe, Jameson. Será que ele está certo? Terá Jameson se tornado um vilão?



Claro que nós, fãs e leitores de longa data sabemos que não será o caso, porém o roteiro de Stan Lee cria um mistério que prende a atenção do leitor, com várias reviravoltas e momentos que justificam a desconfiança dos personagens.

Falando no Jameson, esse quadrinho é bem importante pro hater do Aranha, pois tem um momento que expõe o motivo por trás do ódio do bigodinho pelo aracnídeo.

Momento de decisão (Amazing Spider Man nº11)



No começo dessa fase do Stan Lee e Steve Ditko, Peter Parker era um garoto solitário, não tendo sorte com as mulheres. Porém, a partir da 7ª edição, ele começou se aproximar de Betty Brant, a simpática secretária do Jameson. No entanto, durante seu confronto com os Executores, Peter descobriu que Betty estava ligada ao grupo. Assustada e Se recusando a se explicar para Peter, Betty saiu do Clarim.

Mas qual foi motivo desse comportamento?

“Momento de decisão” é quando a resposta para esse mistério é dada. Após ver Betty levando seu velho inimigo, o Doutor Octopus, rumo a Filadélfia, Peter decide segui-los. 



Os dois se reencontram, Betty revela para Peter que ela levou o Octopus como parte de um trato feito entre o irmão dela. Bennet Brant, e o gangster Blackie Gaxton: Em troca da Betty levar Octopus para ajudar Gaxton a escapar da prisão, compensando a dívida de jogo que Bennet tem com o mafioso.



Infelizmente, coisas não saem como planejado. Homem Aranha chega tarde para impedir a fuga de Gaxton, cujo capangas sequestram Bennet e Betty. O Aranha tenta resgatar os dois, mas, durante a luta contra Gaxton, os disparos da arma do bandido acabam atingindo Bennet. Ele morre protegendo sua irmã.



Essa tragédia prejudicaria o relacionamento de Betty e Peter, com a moça culpando o Aranha pela morte do irmão, impedindo Peter de contar a ela seu segredo.

 

A ameaça de Mysterio (Amazing Spider Man nº13)



Dos vilões do Aranha, meu favorito sempre foi Mysterio. Enquanto outros inimigos desafiam o Aranha em força física, Quentin Beck atacava por meio de ilusões, deixando o herói confuso e questionando a própria realidade.

Já nessa primeira aparição é dado uma amostra da inteligência do vilão, com ele assumindo a identidade do Aranha e cometendo uma série de crimes, virando o público contra o herói. 



Se aproveitando da situação, Quentin Beck cria sua própria identidade de Mysterio e aprece diante Jameson, se oferecendo para derrotar o Aranha em troca de uma grande quantia em dinheiro.



É apenas graças a sua inteligência que Peter consegue emboscar Mysterio em seu estúdio e conseguir provas para limpar seu nome.

O Aranha pode até ter vencido, porém Mysterio teve uma excelente introdução, demonstrando seu potencial como antagonista, algo que viria ser explorado muito mais em histórias a frente.

A trilogia do fim do Homem Aranha (Amazing Spider Man nº17 a 19)



Um dos tópicos abordados nas histórias do Aranha era o drama causado pela vida dupla do Peter e como sua vida como super herói acabava interferindo em seus compromissos de sua vida normal. Não importava as escolhas que Peter tomava, outros acabam pagando o preço, incluindo pessoas próximas. É compreensível porque o rapaz ficava frustrado com os problemas que sofria por ser um herói.

Um dos primeiros auges desse drama foi “O fim do Homem Aranha”. Nessa trilogia, Peter descobre que seu colega/rival de escola, Flash Thompson, abriu um fã-clube dedicado ao Homem Aranha. Quando o rapaz decide fazer uma apresentação, a reunião é invadida pelo Duende Verde.

Os dois tem um combate que termina com Aranha, ao descobrir que sua tia May teve um desmaio, abandona o local, fazendo o público achar que ele é um covarde.



Com sua tia em estado de recuperação, combinado com vários outros problemas em sua vida, Peter começa se perguntar se vale a pena ele continuar ser Homem Aranha com sua vida nessa estado tão problemático.



Embora teriam outros arcos que explorariam melhor esse drama do Peter (um incluído nessa lista) essa trilogia merece reconhecimento por ter sido a pioneira a mostrar o Peter passando por essas dificuldade de sua vida dupla e como elas ajudam a torna-lo um personagem relacionável.

Esse arco ganha destaque pelo uso da Tia May, que, apesar de ser uma personagem bem chatinha, tem um momento importante, sendo quem ajuda o Peter a recuperar sua confiança.



A vinda do Escorpião (Amazing Spider Man nº20)



Como demonstrado em exemplos anteriores, um dos antagonistas mais recorrentes do Aranha nas histórias anteriores era o J. Jonah Jameson e sua campanha para tentar arruinar a reputação do escalador de paredes. Nas histórias até agora, Jameson se mostrou apenas um velho rabugento, com uns momentos cômicos. Mas é na vigésima edição onde é mostrado seu lado sombrio.

A trama envolve Jameson contratando um detetive particular, Mac Gargan, para ser cobaia no experimento de um cientista, doutor Stillwell, para se tornar um super-humano capaz de derrotar o Aranha. Como resultado, Gargan se tornar o Escorpião.



Com sua força e agilidade ampliadas, Gargan consegue derrotar o Aranha no primeiro combate. Porém, ele acaba sendo corrompido por sua transformação e se tornar um criminoso, buscando eliminar Jameson para manter seu segredo. Sobra para o Aranha enfrentar esse novo vilão e salvar a vida do homem que o odeia.

Essa foi a primeira de muitas histórias a mostrar o Jameson inclinando para o lado de vilão mais ativo, e como as ações acabam gerando inimigos piores, tanto para o Homem Aranha quanto para si mesmo.



Duende Verde e os gângsteres (Amazing Spider Man nº23)



Não tem como falar do Homem Aranha sem citar seu arqui-inimigo, o Duende Verde. Ao contrário de outros inimigos do Aranha na época, o Duende não teve sua origem revelada. Ele era apenas um criminoso fantasiado com uma obsessão em eliminar o Aranha.

Em sua terceira aparição, nós vemos uma quebra de paradigma: Agora o Duende passa a ter como alvo o mafioso Lobo, iniciando vários ataque as suas operações e fazendo o público achar que ele está ajudando a polícia. 



No entanto, conforme o Homem Aranha vai investigando, ele descobre que tudo não passa de uma farsa, e o Duende está apenas tentando tirar Lobo da jogada para que ele possa assumir controle de suas gangues.



Diferente de suas aparições anteriores, essa é onde o Duende finalmente demonstra ser um oponente tão astuto quanto ameaçador, conseguindo manipular todos, incluindo o próprio Aranha, para atingir seus objetivos.

Homem Aranha enlouquece (Amazing Spider Man nº24)



Já imaginou o que seria se o Homem Aranha perdesse noção da realidade? Se ele começa-se a ver alucinações de seus inimigos por todos os lados?

Esse é o conceito da trama de “Homem Aranha enlouquece”. Nessa história, um psiquiatra vem até o Clarim Diário e revela para o Jameson que Homem Aranha é insano e, cedo ou tarde, ele teria um surto psicológico.

As palavras se provam proféticas, pois logo o Homem Aranha começa a ser assombrado por visões de seus inimigos. Será que o Homem Aranha enlouqueceu, ou tem um significado oculto por trás dessas alucinações?



Não vou dar spoiler quanto ao final, porém leva a uma revelação chocante e um bom uso de um dos personagens do Aranha.

Capturado por J.Jonah Jameson (Amazing Spider Man nº25)



Se achavam que o incidente com o Escorpião ensinou alguma lição para o Jameson, estão muito enganados.

Dessa vez Jameson recebe uma visita de Spencer Smythe, um cientista e inventor, que oferece a ele o Esmagador de Aranha, um robô criado para rastrear e capturar o Homem Aranha. 



A princípio Jameson rejeita a oferta, porém, por causa de sua confiança imprudente, Peter acaba convencendo seu chefe a testar o robô. Para o azar do rapaz o Esmagador de Aranha se mostra capaz de cumprir com sua programação e Jameson aceita usá-lo.

A partir daí a história se tornar uma perseguição cheia de suspense, com Peter tentando despistar o robô antes que Jameson o capture e descubra sua identidade.



Além de momentos bem tensos e dinâmicos, esse quadrinho marca a estreia dos Esmaga-Aranhas, que viriam a ser um dos vilões mais subestimados das histórias do Homem Aranha, que seriam parte de um arco envolvendo seu criador, Smythe, e sua dinâmica com Jameson e o Aranha.

O homem na máscara do Mestre do Crime (Amazing Spider Man nº26 e 27)



Dando continuidade ao conflito do Aranha contra o submundo de Nova York, temos o surgimento do Mestre do Crime, um mascarado que começa a assumir controle das gangues da cidade.



Desconfiado de seu colega de trabalho Frederick Foswell (ex-Maioral), Peter decide ficar de olho nele como um falcão. Sua busca acaba levando a se envolver num conflito entre o Mestre do Crime e o Duende Verde, com ambos vilões disputando o controle pelo submundo.



Esse é mais um mistério divertido, cheio de ação, suspense e momentos que brincam com a expectativa dos fãs, com uma conclusão que reflete a ideologia de Steve Ditko.

É também essa edição que mostra um desenvolvimento surpreendente de Foswell, que se torna um dos personagens mais complexo do elenco de apoio do Aranha.

Se esse for meu Destino... (Amazing Spider Man nº31 a 33)



Depois de 27 edições, Peter Parker finalmente se formou no colégio, ganhando uma bolsa de estudos na Universidade Empire State. Mas, como tudo na vida de Peter Parker, sua nova fase marcou o início de problemas maiores.

Quando voltou pra casa após seu primeiro dia na faculdade, Peter descobre que sua tia May ficou doente e precisou ir para o hospital. É explicado que o estado da May foi resultado de um envenenamento radioativo, causando aparentemente por uma transfusão de sangue que Peter fez algumas edições atrás.



Se sentindo culpado, Peter jura salvar a vida de sua tia. Com a ajuda do doutor Connors, Peter descobre sobre o Iso-36, que pode neutralizar a radiação no sangue da May. No entanto, o produto acaba sendo roubado pelos homens do misterioso Planejador Mestre. 

Isso coloca Peter numa corrida contra o tempo para poder encontrar o esconderijo do Planejador e recuperar o Iso para salvar sua tia.



“Se esse for meu destino...” é considerado por muitos uma das melhores histórias do Aranha. Eu diria que é a melhor da fase Stan Lee & Steve Ditko, cheia de cenas de ação e momentos marcantes, com o mais icônico de todos sendo a famosa cena do Aranha se reerguendo de monte de escombros, com a narração de Stan Lee e a arte de Ditko transmitindo a determinação e esforço do Aranha no momento.









Esse arco é importante pois mostra uma mudança de cenário, com Peter se tornando um universitário e conhecendo personagens populares, como o Harry Osborn e a Gwen Stacy.



O quão verde era meu duende (Amazing Spider Man nº39 e 40)



A partir temos uma mudança na área da arte, com Steve Ditko, após umas discussões com Stan Lee, tendo saído e seu lugar foi assumido pelo John Romita Sr, que viria a ser o artista a definir o traço do Aranha por um bom tempo.

Em seu primeiro trabalho na hq do aracnídeo, Romita ilustrou uma das histórias mais importantes do Homem Aranha com o Duende Verde: “O quão verde era meu duende”

Como o título sugere, a trama envolve a volta do Duende Verde, buscando mais uma vez se vingar do Aranha por tê-lo derrotado nas ultimas vezes. Usando um gás especial, o Duende consegue neutralizar o sentido Aranha do herói, permitindo que o Duende o siga e descubra sua identidade secreta.



Depois de captura-lo numa emboscada, o Duende leva Peter amarrado ao seu esconderijo, onde revela sua identidade: Ele é Norman Osborn, pai do colega de Peter, Harry Osborn. Ele se tornou Duende após uma explosão em seu laboratório tê-lo dado super força e agilidade, mas também o enlouqueceu.



A conversa dos dois resulta em mais um confronto do Aranha contra o Duende, com o herói sabendo que, com sua identidade sendo conhecimento do vilão, ele não pode deixa-lo escapar.

Assim como a presença de Romita marcou uma mudança na arte, essa história marca um ponto virada para a dinâmica de Peter com o Duende Verde, com a rivalidade dos dois passando a ser algo muito mais pessoal.



Essa história também marca uma mudança na vida pessoal do Peter, com ele começando a se conectar com o pessoal de sua faculdade e fazer amizade com Harry e os outros, um grande contraste com a fase do Ditko, onde ele era um estudante mais solitário.



O nascimento de um super herói (Amazing Spider Man nº42)



Eis uma história que eu curto por motivos diferentes da maioria.

Nessa edição, o coronel John Jameson, filho do J. Jonah, acaba desenvolvendo super força, depois ter sido exposto a esporos que trouxe do espaço. Quando ouve que o Aranha roubou um banco, Jameson convence seu filho a ir capturar o cabeça de teia, ignorando os avisos dos agentes sobre não saberem os efeitos dos esporos em John.



Tal como em outras ocasiões, as ações de Jameson acabam se provando erradas. Não só o Homem Aranha se prova inocente (na realidade ele estava se livrando de uma bomba) mas os esporos começam a corromper a mente de John, fazendo ficar mais agressivo e descontrolado. Apesar do Homem Aranha conseguir reverter o processo e salvar John, Jameson ainda culpa o herói, se recusando a aceitar que ele foi responsável por prejudicar seu filho.

No entanto, o motivo muitos fãs conhecem essa história se deve ao fato dela ser a estreia oficial da Mary Jane Watson, o interesse româtico mais importante da vida do Peter, com o primeiro encontro dos dois sendo um dos momentos mais conhecidos nos quadrinhos.



Homem Aranha Nunca mais (Amazing Spider Man nº50 a 52)



Confira a review completa: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2021/09/homem-aranha-nunca-mais-historia-mais.html

A fuga impossível (Amazing Spider Man nº65)



Além de amigos como Harry Osborn e a Gwen Stacy em sua vida pessoal, Peter também conheceu um grande aliado em sua vida como Homem Aranha: o capitão George Stacy, pai de sua namorada, Gwen, e um policial bondoso que defendia o herói, ao invés de acreditar nas mentiras do Jameson.

Um dos exemplos de sua lealdade acontece após o Homem Aranha ser ferido numa luta contra o Abutre e deixado a mercê da população. Ao invés de deixar as pessoas desmascarem o herói, Stacy interveio e pediu para seus homens levarem o Aranha a ala hospitalar de uma prisão local, impedindo de desmascara-lo para preservar os direitos civis.



No entanto, um grupo de prisioneiros acabam tomando controle da prisão e tomando Stacy como refém. Por sorte o Aranha consegue reviver enfrenta todos os prisioneiros para salvar o bom capitão.



A história pode ser simples mas desenvolve bem a relação do Aranha com o capitão Stacy, além de mostrar mais um exemplo da astúcia e a coragem do Aranha para ajudar as pessoas em perigo.

A loucura do Mysterio (Amazing Spider Man nº66 e 67)



Levou um tempo mas finalmente meu vilão favorito fez seu retorno nas histórias do Aranha.

Dessa vez, Mysterio toma controle das transmissões de TV para desafiar o Homem Aranha, sob a ameaça de destruir Nova York caso ele recuse. Aceitando o desafio, o escalador de paredes confronta o mestre das ilusões em seu esconderijo. No entanto, ele acaba caindo em uma armadilha ilusória do Mysterio e é preso em uma maquete de um parque temático.



Agora aparentemente encolhido a um tamanho de um boneco, o Aranha tem que encarar não só um Mysterio gigante como também várias armadilhas espalhadas pelo parque.



Essa hq faz um grande uso das habilidades do Mysterio para criar visuais bem criativos e surreais, gerando várias cenas impressionantes e momentos que surpreende até os leitores, deixando curiosos como o Aranha vai sobreviver.

 

A saga da Tabuleta Antiga (Amazing Spider Man nº68 a 75)





Já imaginou o que seria ter, em suas mãos um objeto de grande poder? Possuir algo que contém um segredo de vida e morte?

Esse é o assunto tratado na Saga da Tabuleta Antiga. Ela se trata de um arco que aconteceu nas hqs do Aranha, envolvendo o herói tentando impedir o Rei do Crime de se apossar de uma tabuleta antiga que vale milhões. 



Entretanto, o Aranha logo se depara com outros vilões buscando obter a Tabuleta. Isso se torna estopim para um novo mistério, com a situação  se tornando cada vez mais pessoal conforme vários conhecidos Peter acabam sendo envolvidos na trama, como doutor Connors e sua família.

Essa saga é uma boa história sobre obsessão e como tal emoção pode levar um indivíduo a sua própria destruição, como também marca a introdução de outros personagens importantes da mitologia do Aranha, como o jovem ativista Randy Robertson (filho do editor-chefe do Clarim, Robbie Robertson) e o mafioso Cabelo de Prata.







O lagarto vive (Amazing Spider Man nº76 e 77)



No final da “saga da Tabuleta antiga” o Homem Aranha conseguiu salvar a familia do Curt Connors. Porém, o doutor tinha sumido. O estresse da experiência acabou provocando uma reação química em seu corpo que o fez se transformar mais uma vez no Largato.



Com o vilão reptiliano solto na cidade, o Aranha vai seu encontro, tentando mais uma vez salvar seu amigo. No entanto, dessa vez tem uma terceira envolvida no conflito dos dois: O Tocha Humana.



Tendo visto o confronto do Aranha com o Lagarto, o Tocha decide interferir. No entanto, por não saber sobre o alter-ego humano do Lagarto, ele não contém seus ataques. Com a vida do Connors na linha, o Aranha é forçado a encontrar uma forma de salvar seu inimigo de seu aliado. Isso é uma situação que é puramente a cara do Homem Aranha, algo que o faz tomar decisões difíceis para fazer a coisa certa.



A noite do Gatuno (Amazing Spider Man nº78 e 79)



Hoje em dia, muita gente conhece o Aaron Davis, o Gatuno e tio do Miles Morales. Porém, o que poucos devem saber é que Aaron Davis não foi o único a usar a máscara do vilão felino.

O primeiro Gatuno nas hqs foi Hobbie Brown, um jovem lavador de janelas, que tinha dificuldade financeiras, com relacionamentos e era subestimado apesar de ser um gênio prodígio.



Depois de ser demitido de seu emprego, Hobbie cria um traje com garras metálicas, que lhe permitem escalar prédios altos. Adotando a identidade de Gatuno ele decide roubar seu chefe abusivo como Gatuno e depois fazer parece que ele, Hobbie Brown, recuperou o dinheiro.




Obviamente, coisas não saem como planejado, com Hobbie sendo visto pelo Peter Parker e, acidentalmente jogando o rapaz pela janela (Peter sobreviveu e se aproveitou do mundo para vestir seu uniforme), fazendo as testemunhas o acusarem de ser um assassino.



 Desesperado e temendo as consequências de sua ação, Hobbie acaba travando uma luta com o Homem Aranha, tentando capturar o herói procurado para poder se redimir de seu erro.

O ponto alto dessa história é a forma como o roteiro cria um paralelo entre Peter e Hobbie, com o cabeça de teia se identificando com o lavador de janelas, vendo-o como um reflexo do que ele poderia ter se tornado se escolhesse-se um caminho diferente.

O final é bem tocante, com Peter, ao perceber essas similaridades, dá a Hobbie a chance de desistir de sua vida como Gatuno, reconhecendo que ele não é um criminoso mas apenas um garoto querendo se redimir.



 Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Homem Aranha dos anos 60? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.