Thunderbolts* são os Vingadores whanna be (review com spoilers)

 


Ontem, fui assistir ao filme dos Thunderbolts* da Marvel na pré-estreia, e como não esperava muita coisa, até que achei razoável. Não é o melhor filme da Marvel, mas também não é o pior, perto de bostas como Capitã Marvel,  As Marvels, Homem de Ferro 3, Thor Amor e Trovão e Homem-Formiga Quantumania, até que é um filme passável.

Negócio é que os Thunderbolts sempre foram uma equipe de terceira categoria da Marvel, e sua formação mudou bastante ao longo dos anos. Minha fase preferida da equipe nos quadrinhos ainda é a primeira, escrita por Kurt Busiek. Originalmente, os Thunderbolts eram uma equipe criada pelo vilão Barão Zemo, em que vilões fingiam ser heróis para ganhar a confiança da opinião pública. Essa equipe dos Thunderbolts do filme, creio que não tem versão nos quadrinhos, mas também nem sei. Não duvido que a Marvel faça um gibi com a formação dos Thunderbolts idêntica ao do filme.


O enredo do filme é até bem simples. Valentina Allegra de Fontaine, interpretada por Julia Louis-Dreyfus, a chefe da CIA, está sendo investigada pelo congresso norte-americano por muitas de suas operações sujas. Engraçado que nas HQs Valentina é uma agente da Shield e não é vilã. Tem até um caso com Nick Fury, mas também arrastava a asa para o Capitão América, o que deixava Sharon Carter, a namorada do Capitão, fula da vida.

Um dos congressistas que está investigando Valentina é Bucky Barnes, vulgo Soldado Invernal, vivido por Sebastian Stan. Com medo de sofrer impeachment ou ser presa, ela arma um plano para assassinar seus agentes, o que inclui Yelena Belova, a Víúva Negra (Florence Pugh), John Walker, o Agente Americano (Wyatt Russel), Ava Starr, a Fantasma (Hannah John-Kamen) e a Treinadora (Olga Kurylenko). Todos lutam entre si, a Fantasma mata a Treinadora, mas então todos percebem que tudo era uma armadilha de Valentina. Conseguem escapar, mas levam com eles o misterioso Bob, interpretado por Lewis Pullman.


Sim, Bob é nada mais nada menos que Bob Reynolds, o Sentinela da Marvel. E o que fazem com o personagem é uma palhaçada. The Sentry é uma das melhores HQs que já li da Marvel, e o que fazem com o Sentinela é uma vergonha. Uma falta de respeito com o personagem, sem mais.

Ao saber que existe um dos sobreviventes do Projeto Sentinela por aí, Valentina manda sua equipe atrás de Bob e dos outros, ao mesmo tempo em que Bucky e Alexey, o Guardião Vermelho, vivido por David Harbour, também estão em busca deles. Alexey fica sabendo que Yelena, sua filha adotiva, está em perigo, pois trabalha como motorista de limosine e escuta a conversa de Valentina com sua assistente. E, assim, a confusão está instalada.

Thunderbolts* tem alguns problemas, apesar de ser tecnicamente bem-feito, com uma competente direção de Jake Schreier e com boas cenas de ação. Há também boas atuações, principalmente de Florence Pugh e Sebastian Stan, que têm os personagens que apresentam mais profundidade. Os demais personagens são bem rasos; o Guardião Vermelho é o mais imbecil e o alívio cômico.

O longa também tem um roteiro fraco, com inconsistências, e carrega muito nas piadinhas, marca dos filmes da Marvel. Também há a falta de um vilão de verdade no filme; primeiro, seria a Valentina, mas depois Bob se torna a ameaça, quando de transforma no Vácuo. Os Thunderbolts são os Vingadores whanna be, e até o longa deixa isso claro. Eles seriam os Vingadores da série B. Outra coisa que talvez afaste o espectador médio é a obrigatoriedade de ter assistido a outros filmes e séries da Marvel para entender este filme, como todos os Capitão América, Homem-Formiga e Vespa, Viúva Negra, Falcão e Soldado Invernal e outros.

Há duas cenas pós-créditos. A primeira é bem idiota, e a segunda é besta, mas é importante apenas por causa da última cena. Quem for assistir ao filme, recomendo pegar uma matinê no cinema, para o dia em que estiver mais barato. Ou então esperar chegar no Disney Plus. Quem se recusar a dar dinheiro para a dona Disney, pode alugar na “videolocadora do Paulo Coelho”. Para quem está curioso se o filme tem conteúdo woke, ele até tem, mas não é nada que salte aos olhos. Nota 6 de 10.