Texto da tag “Escritor Convidado”, escrito por Neófito, publicado originalmente em: AQUI.
Achei o meme acima divertido e podemos facilmente inverter as falas ao sabor de seu ideário. Para mim, serve como está, já que não sou eleitor da extrema-esquerda. Então, por visão de mundo, votarei em quem mais se aproxima da direita liberal-conservadora. Voto em quem menos se meta em minha vida privada, familiar, comunitária, religiosa etc, em menos Estado e burocracia. Logo, descarto candidatos da extrema-esquerda, como Lula, Ciro Gomes etc.
A esquerda soft também não me serve,
pois apenas promove agenda progressista de maneira enrustida, a exemplo de
Dória, Tebet, "Danones" etc. E, no final das contas, o que a esquerda
faz é pacto de tesouras: metem cinco candidatos fingindo disputar algo quando,
no final, tanto faz qual deles chegará ao poder, criará cinquenta Ministério
para os partidos coligados e botará para frente qualquer bobagem made
in ONU e suas agências. Recordo quando o próprio Lula, em 2014,
destacou em um evento que tanto fazia o resultado eleitoral, pois não havia
candidato de direita. O Lula passa bem longe de ser burro, diferentemente de
seu eleitorado. Lula sempre falou abertamente que partidos como PFL (DEM), PSDB
e assemelhados são de esquerda. Quem os rotula de "direita" é o jovem
militante de apartamento.
Tenho um amigo de
trabalho que nem o convidamos mais para tratar de assuntos funcionais. Sempre
que estávamos em alguma reunião ou bate papo discutindo ações práticas, todos
davam seu ponto de vista, assumindo posições, viáveis ou não. Ele, não. Sempre
dizia ser favorável a "juntar todas as proposições e chegar a um
denominador comum que agrade a todos os interessados". Sim, essa é a
resposta padrão do cara: solta lugares-comuns e posa de equilibrado. Ele pensa
que isso cola. Mas, para nós, trata-se de um bobão e, assim, nem pedimos mais a
opinião dele. É um cara "iluminado", acima do bem e do mal, acima de
meras convenções práticas. É alguém com cérebro tão evoluído - ante nós, que
queremos apenas tentar tomar decisões práticas - que estamos aquém de suas
ilações sobre sexo dos anjos.
Na vida política
estamos vendo o isencionismo. Ele se promove com o voto nulo ou com o voto em
quem, certamente, não terá chance nenhuma de vitória. É a conduta
antipragmática e anti-utilitária de fingir que se tomou partido de uma decisão
viável - mas lavando as mãos, na prática. Assim, por exemplo, posso votar
em Luiz Felipe d’Avila, um representante do Novo (cujas ideias são velhas
e estatistas ao ponto de dar inveja ao PCdoB). Ele não terá nem 0,25% dos votos
válidos. Obviamente, se meu candidato não for para o segundo turno, anularei!
Depois, a partir de 2023, lavarei as mãos quando der merda: "Não votei
em nenhum desses, escolhi a terceira via, mas não deu, não tenho culpa disso,
tenho consciência política, luto por mudança etc e tal".
O isencionismo é um
modismo conveniente, para quem quer ficar bem na fita. É o efeito manada do
momento, dentro daquele argumento inteligentinho: "Ah, o mundo está
polarizado, mas eu não, estou além disso". Nunca haverá uma
"solução" dentre nossas opções políticas, isso é óbvio. Não existe
político ideal. Aliás, não existe "ideal" quando o assunto é vida
política em geral e precisamos tomar decisões sobre um país com dimensões
continentais. Mas precisamos ser pragmáticos e utilitaristas.
Abraços "nem
sim nem não" e até a próxima. Talvez.
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