HOMEM ARANHA 60 ANOS - MINHAS HISTÓRIAS FAVORITAS DO HERÓI

HOMEM ARANHA 60 ANOS - MINHAS HISTÓRIAS FAVORITAS DO HERÓI

Nesse mês Homem Aranha está comemorando seu 60° aniversário. Durante esse tempo, o cabeça de teia teve vários tipos histórias. Algumas podem ter sido péssimas e que o povo deseja esquecer como Pecados Pretéritos e Um dia a Mais, mas outras são bem emocionantes e marcaram as memórias de vários fãs.

Mas quais dessas hqs foram as melhores?

Para responder essa pergunta, eis o meu top 10 melhores histórias do homem aranha

10) O RETORNO DO SEXTETO SINISTRO

Se enfrentar um vilão já difícil para o Aranha, é um desafio ainda maior enfrentar um grupo de vilões como o Sexteto Sinistro. Tendo sido recrutados mais uma vez pelo Doutor Octopus, os vilões executam um novo plano para eliminar o Aranha, não sabendo que seu líder tem ideias diferentes.

Além de destacar o Octopus como um vilão astuto e manipulador, a história é bem divertida com vários momentos de suspense conforme o Aranha tem confrontar todos os 6 membros de uma vez (diferente de sua luta anterior onde ele enfrentou um membro de cada vez), demonstrando a ameaça que os seis juntos representam para o herói.

A hq também cria um paralelo entre o drama do Aranha com o drama da Mary Jane, que está sendo perseguida por um milionário obcecado, dando um suspense maior pra história e demonstrando como a Mary Jane, apesar de ser vista por muitos como uma donzela em perigo, não é incompetente, sabendo se cuidar sem a ajuda do Peter.

9) A CONVERSA

Um dos roteiristas mais polêmico do Homem Aranha é o J. Michael Straczynski (ou JMS), responsável por escrever “Pecados Pretéritos” e “Um dia a mais”, que os fãs consideram as piores histórias do Aranha. No entanto, a fase dele teve muito pontos positivos, com um dos principais sendo o desenvolvimento da Tia May, com a velha descobrindo o segredo de seu sobrinho.

Ao invés de ser mostrada como velha frágil que só serve pra deixar o Peter preocupado, JMS retratou a Tia May como uma sábia figura materna pro Peter. Ao descobrir seu segredo ela não surta ou desmaia, mas sim tem uma conversa emocionante com Peter, reconhecendo sua importância como um herói pra cidade e se tornando uma aliada mais ativa.

Apesar das críticas, histórias como essa mostram que JMS entende o Homem Aranha e o legal de suas histórias, sabendo focar no drama pessoal do herói e suas dinâmicas com seu elenco de apoio.

8) O LAGARTO ESTÁ VIVO/ NO CALOR DA BATALHA

Um dos aspectos do Aranha que o torna um herói tão inspirador e sua força de vontade para tomar decisões difíceis e lidar com as consequências. Um dos inimigos que testou essa dedicação do Aranha foi o Largato. Apesar de ser um monstro que busca fazer com que os repteis dominem o mundo, ele também é o Doutor Curt Connors, um cientista que foi transformado acidentalmente nessa fera, sendo incapaz de controlar as ações de seu alter ego. Como Connors é um dos seus aliados mais próximos (e também um homem casado e com um filho), o Aranha sempre tem dificuldade de lutar contra o Lagarto, tentando não machucar o Connors.

No entanto, essa história de duas partes leva a situação do Aranha para o próximo nível com a participação do Tocha Humana, que não tem o mesmo conhecimento do Aranha em relação a identidade do Lagarto logo não irá conter seus ataques. Isso coloca o Aranha diante um grande dilema: Para poder salvar seu amigo Connors, ele deve proteger o Largato de seu amigo o Tocha Humana.

7) A MORTE DE JEAN DEWOLFF

Apesar de sofrer com a desconfiança do publico, o Aranha tem muitos aliados que confiam e ajudam ele. Um desses personagens bem marcantes na década de 80 foi a capitã Jean DeWolff, que agia como a “comissário Gordon” do Aranha, com os dois tendo uma boa dinâmica. No entanto a história deles teve um final trágico com Jean sendo morta pelo misterioso assassino Devorador de Pecados, fazendo o Aranha sair numa caça por esse criminoso buscando vingar sua amiga.

O ponto alto da história é a forma como aborda o lado negro do Peter Parker e como a perda de entes queridos é capaz de fazê-lo considerar cruzar a linha.

Por sorte, nessa história, o Aranha tem a ajuda do Demolidor, que não compreende o que o jovem está passando mas essa história marca um grande desenvolvimento na relação dos dois heróis e na confiança que um tem pelo outro.

6) ULTIMA CAÇADA DE KRAVEN

De todos os vilões do Aranha um que nunca foi tão popular entre os fãs era o Kraven, o caçador. Muitos fãs achavam ele um personagem ridículo e inferior a outros inimigos do aracnídeo. Portanto foi um choque para muitos ao lerem essa história onde Kraven aparentemente consegue realizar sua obsessão: Ele derrota e mata o Aranha.

Com o herói morto, Kraven assume seu lugar e passa a combater o crime de forma selvagem e brutal, buscando provar que é superior ao Peter.

No entanto, as coisas não são o que parecem, sendo revelado que Peter ainda está vivo porém enterrado vivo, tendo que usar sua própria força tanto física quanto de vontade para poder escapar.

É uma das histórias mais sombrias do Aranha, com muitas imagens bem pesadas. Porém tem muitos momentos emocionantes, de esperança, que agem em contraste com os momentos sombrios, tornando a história muito mais complexa e memorável, além de uma perfeita despedida de um dos vilões mais subestimados do Aranha.

5) HOMEM ARANHA & TOCHA HUMANA

Além do Demolidor, outro personagem que foi bem próximo do Aranha é o Johnny Storm, o Tocha Humana, com ele e o Aranha já tendo se conhecido na primeira HQ do Amigão da Vizinhança, quando ele tentou se unir ao Quarteto mas foi recusado ao cobrar salário da Familia de Heróis.

Nessa minissérie é mostrado aventuras dos dois heróis durantes as décadas, explorando a diferença do Peter e o Johnny (um é um nerd rejeitado, que tem dificuldade de relacionamento, de pagar contas e sustentar a tia, enquanto outro é um galã super popular cheio de namoradas e carros modernos) e como esses dois heróis aos poucos vão se aproximando e virando amigos, levando a muitos momentos engraçados e tocantes entre a dupla.

4) MELHORES INIMIGOS

Além da “A Ultima Caçada de Kraven”, J.M. DeMatteis também trabalhou com histórias envolvendo outros vilões do Aranha, incluindo o filho do Duende Verde e melhor amigo do Peter, Harry Osborn.

Desde sua primeira aparição na década de 60, o rapaz passou por muita coisa, indo de um rival do Peter na faculdade para se tornar amigo dele e colega de quarto, desenvolver um problema com drogas, perder seu pai, assumir o lugar dele como Novo Duende Verde, perder sua memória e voltar a ser amigo do Peter, se casar e ter um filho, recuperar sua memória e voltar a odiar o herói, etc...

Essa história mostra o resultado final de todo esse arco, com Harry disposto a matar não só Peter mas todos rivais de seu pai. No entanto quando seu plano acaba colocando seu filho, Normie em perigo, Harry tomar uma dura decisão para salvar sua família. O final da história é um dos momentos mais emocionantes das histórias do Aranha e um perfeito encerramento para essa trágica história envolvendo a amizade do Peter e o Harry.

3) HOMEM ARANHA AZUL

Quando se pensa em fases do Aranha, uma que muitos fãs (incluindo este que vos escreve) tem carinho e admiração é a fase do Stan Lee e John Romita Sr na década de 60, quando Peter se formou e foi pra faculdade.

Por isso não é surpresa que uma das minhas histórias favoritas do Aranha seja “Homem Aranha Azul”, feita pelo Jeph Loeb e o Tim Sale (a mesma dupla que fez Batman Longo dia das Bruxas). Essa história se trata do Peter fazendo uma gravação pra sua falecida namorada Gwen Stacy, lembrando de como eles se conheceram e se apaixonaram, com cada história sendo uma homenagem as aventuras clássicas do Aranha da época envolvendo vilões como Rino, Lagarto, Kraven e o Duende Verde.

Além de uma carta de amor a essa fase icônica do Aranha, a história se trata de uma carta de amor ao Peter e a Gwen, mostrando como essa garota teve impacto na vida do Peter. O final é de derramar lágrimas, mostrando o efeito que a morte da Gwen teve no Peter, mesmo após todo esse tempo, com ele já tendo seguido em frente na vida e se casado com a Mary Jane.

2) O MENINO QUE COLECIONAVA HOMEM ARANHA

Ser herói não se trata apenas de bater em vilões e salvar o mundo de grandes ameaças. Tem haver também em ajudar as pessoas em situações que muitos poderiam como algo insignificante, como visitar um fã doente.

É isso que o Aranha faz nessa história. Ao ler uma matéria de jornal falando sobre Timmy, um garoto que o admira e sofre de uma doença terminal, Peter decide fazer uma visita ao rapaz. A partir daí a história é simplesmente os dois conversando, com Peter contando sua origem e vendo o impacto positivo que ele teve na vida do garoto.

O fato de Peter ser incapaz de curar o menino mas passar tempo com ele em suas ultimas horas de vida é bem inspirador e mostra o que torna o Aranha um herói tão legal: Sua força de vontade e determinação para dar seu melhor, mesmo diante falhas e derrotas.

No entanto, existe uma história que captura bem esse aspecto do Aranha. Estou me referindo a...

1) SE ESSE É O MEU DESTINO...

A Trilogia de Galactus marcou o auge da fase do Quarteto Fantástico. A Saga da Eternindade foi o auge da fase do Doutor Estranho do Steve Ditko. Mas, no caso do Homem Aranha, “Se esse é o meu destino...” é o ponto alto da fase do Stan Lee e Steve Ditko.

Nesse arco épico Peter encerrou suas aulas no ensino médio e está prestes a começar sua vida como aluno da Universidade Empire State, quando sua tia May fica doente devido a uma transfusão de sangue que ele fez edições atrás. Se sentindo culpado, o Aranha sai numa busca para encontrar uma cura. Infelizmente, o antidoto para salvar May é roubado pelos homens do Doutor Octopus, fazendo com que o Aranha tenha que confrontar seu grande inimigo para salvar a velhinha que o criou.

O que falar desse arco que já não foi dito? Tem uma história muito cativante e bem escrita e a arte do Steve Ditko no seu melhor nível, conseguindo passar bem os momentos de tensão e os esforços que o Peter faz para escapar das situações que se mete para poder salvar sua tia, com o quadro onde ergue um monte de escombros com sua força sendo um dos momentos mais icônicos do Aranha.

No entanto, o que coloca essa história em primeiro lugar é sua temática. Por trás da ação, aventura e lutas de super herói, as histórias do Homem Aranha se tratam de um drama adolescente, uma história de um jovem crescendo e virando um homem maduro, lidando com as mudanças em sua vida. Antes desse arco, as histórias do Peter seguiam uma formula, seu elenco de apoio era consistente e os dramas eram bem repetidos (ex: Seu triangulo amoroso com a Betty Brant e a Liz Allan, seus problemas financeiros pra sustentar a tia May).

Nesse arco pra frente, tudo mudou. Além de mostrar a entrada do Peter na faculdade, a história mostra o fim do relacionamento do Peter com a Liz, que termina com Peter após ver que o rapaz não tem interesse nela, e principalmente Betty, com rapaz tendo que aceitar que os dois nunca darão certo e decidindo seguir em frente, algo bem raro para os quadrinhos da época.

O fato de Peter passar por essas experiências e conseguir encontrar novos amigos como Harry, a Gwen e Mary Jane reflete perfeitamente a mensagem das histórias do Aranha, sobre encontrar esperança em situações difíceis da vida, seja enfrentando vilões como no caso do Homem Aranha ou encarando decepções e encontrando novos amigos como Peter Parker.

Por essas razões essa história é a melhor histórias de todas do Aranha.