Sei Não Se Votarei em Ciro Gomes

O cabra da peste Ciro Gomes, o Cangaciro ou, ainda, Dercírio Gomes, como acho, se não me falha a velha memória, que o pessoal do Casseta e Planeta o chamava, fazendo alusão ao fato do presidenciável ser tão desbocado e muitas vezes boca suja quanto Dercy Gonçalves, está a soltar a sua verborragia giratória contra Lula e o  PT e contra Bolsonaro.

Votei nele nas duas últimas eleições e pretendo/pretendia repetir meu voto nessa que se avizinha. Mas fora o meu desânimo e descrédito em relação a tudo, Ciro Gomes andou falando umas besteiras por aí.

Na sexta-feira (29/07), durante um evento na Universidade de Brasília, Ciro Gomes cuspiu fogo inimigo pra tudo quanto foi lado.

Falou que Lula é o "grande corruptor da vida brasileira". Tudo certo, até aí. Também que gabinete do ódio não é exclusividade, muito menos invenção, dos apoiadores do Mito : "o comportamento da militância do “gabinete de ódio do PT e do Lula é um dos mais fascistas e execráveis do Brasil”, e ainda, "o ambiente de lacração, de cancelamento, de grosseria, de violência política, não é só o Bolsonaro que promove". De novo, confere. E é só lembrar de quem foi vítima da facada.

Seguiu : "Lula fica posando de bonzinho, mas a canalhice, a falta de respeito, a falta de escrúpulo, os insultos, as agressões, as mentiras que ele promove no Brasil são tão graves quanto aquelas que Bolsonaro promove". Beleza.

Mas, feito o personagem Sandoval Quaresma, da Escolinha do Professor Raimundo, quando Ciro Gomes estava para tirar aquela nota 10, cagou no saco. Disse que Lula, ao contrário de Bolsonaro, é uma boa pessoa, mas que se corrompeu : "que ele [Lula] é uma boa pessoa, eu não tenho a menor dúvida. Porque o Bolsonaro não é uma boa pessoa. Agora, o Lula se corrompeu, é um grande corrupto e um grande corruptor da vida brasileira, e o grande responsável por essa tragédia que o Brasil está vivendo".

Aí, Ciro Gomes revelou a uma das faces mais execráveis da esquerda, a de justificar a falta de caráter, a canalhice, a bandidagem, jogando a responsabilidade no meio, na sociedade. Não só de justificar, de usá-la também como um atenuante para o comportamento criminoso.

Fica parecendo que Lula, nordestino pobre, homem puro do sertão, uma alma simplória mas honesta, foi corrompido pelo sistema político em que se meteu. É a mesma balela do bom selvagem do tal do Rousseau. O homem é bom, mas a sociedade o corrompe. O caralho. Se Lula fosse uma pessoa boa, não teria se corrompido. E o bom selvagem do esquerdista marxista é o proletário. O proletário, o coitadinho, o explorado.

Não aguento e não posso aceitar mais esse tipo de conversa. Não posso. Sei muito bem do que o tal coitadinho, do que o tal oprimido é capaz. Sofro com isso todos os dias.

Ciro Gomes ter dito que Lula é uma boa pessoa, demonstrar um laivo de simpatia, quiçá de admiração enrustida pelo Sapo Barbudo, pode ter tirado o meu voto dele.

Anulei meu voto para Presidente em 1998, 2002, 2006 e 2010, só voltando a votar em alguém em 2014, na eleição que deu o segundo mandato à Dilma Rousseff, e o quarto a Lula. E, depois, também em 2018.

Cada vez mais estou inclinado em votar nulo de novo, em retomar o comportamento que tive no passado. Ganhe quem ganhe, o que sei é que continuarei na mesma merda de sempre, continuarei tendo que trabalhar (trabalho desde o 16, nunca fiquei desempregado por mais de 2 meses desde então), um trabalho desvalorizado monetária e moralmente e sabendo que terei ainda cinco anos a mais do que pensei para me aposentar. Terei que continuar a pagar altas contas e altos impostos sem nunca receber nenhum serviço público que preste de volta. 

Sei que para mim, ganhe quem ganhe, nada mudará. Afinal, eu não sou um coitadinho, não sou um oprimido, não sou um excluidinho, uma vitiminha do sistema. Afinal, eu nunca cavei minhas próprias oportunidades, né? Sou um privilegiado, sempre bateram à minha porta me oferecendo trabalho, faculdade etc, não é isso? 

Ganhe quem ganhe, continuarei a trabalhar para que meus impostos continuem a pagar as eternas e intermináveis "dívidas históricas" deste país de merda e de merdas, a pôr comida na boquinha de uma legião cada vez maior de encostados e de improdutivos, de parasitas sociais. Incluso nela, os próprios políticos.

 


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