E não é que bendito do Deadpool completou 30 anos no ano passado? Desde sua primeira aparição, em The New Mutants no 98, em 1991. Poderia dizer que Deadpool é um personagem que divide opiniões, mas isso não é verdade. Na realidade, ele é muito mais amado que odiado, e seu sucesso prova isso. Não estou entrando no mérito se ele é um bom personagem ou não, apesar de que, sim, gosto do Deadpool, aprendi a gostar com o tempo. Anos atrás, eu o considerava um refugo do pior dos anos 90, ao lado de Venom, Carnificina, Cable, Maverick (não é o do Tom Cruise), Gambit e outros personagens da Marvel do período. No entanto, graças à fase escrita por Joe Kelly, nos anos 90, passei a apreciar o mercenário tagarela.
Não obstante, compreendo quem tem ojeriza ao personagem, até mesmo por conta de seu criador, Rob Liefeld, considerado um dos maiores picaretas da indústria dos quadrinhos. A questão é que, desde a fase de Joe Kelly, houve um esforço para dissociar Deadpool de seu criador. Inicialmente relacionado ao universo dos mutantes, o mercenário passou a ser agente de paródia de todo o universo Marvel. Ele em si já é uma paródia de Slade Wilson, o Exterminador da DC, tanto que seu nome verdadeiro é Wade Wilson. Junta-se a essa mistura a irreverência do Homem-Aranha, e temos o Deadpool. Hoje em dia, muito em razão dos filmes com Ryan Reynolds, dá para dizer que Deadpool está no top 3 de personagens mais populares da Marvel, com certeza, ao lado do Homem-Aranha e dos Vingadores, sendo que estes são populares como equipe, mas individualmente nem tanto. Ouso dizer que Deadpool é mais popular que o Wolverine atualmente. Basta ver o tanto de gibis que o Deadpool tem nas bancas, é Deadpool, Deadpool Extra, Deadpool Clássico etc., fora as edições especiais e encadernados.
Dessa
forma, para comemorar o aniversário do personagem, reuniram alguns dos
criadores que foram representativos ou de importância na trajetória do mercenário
tagarela; entre eles, Joe Kelly, Fabian Nicieza, Gail Simone, Gerry Duggan e, claro,
Rob Liefeld. A revista já abre com uma a insana A imaculada concepção,
escrita por Joe Kelly e desenhada por Gerardo Sandoval; Skottie Young e Aaron
Conley narram outra história muito louca com Deadpool recém-nascido, O
primeiro Cable do bebê; o primeiro encontro de um Wade Wilson adolescente
com Wolverine é mostrado em retrospectiva em O melhor no que faz, com
roteiro de Kelly Thompson e arte de Kevin Libranda e Bob Queen; Deadpool lembra
seus tempos de cobaia de experimentos no projeto Arma X em Eis que lá vem um
herói! Ou não..., escrito por Fabian Nicieza e ilustrado por Patch Zircher;
Deadpool une-se ao Agente X em Pequenos contos, grandes roubadas, com
argumento de Gail Simone e arte de Michael Shelfer; um cientista desenvolvedor
de drogas tem um encontro fatal com Deadpool em Fica frio, cumpádi,
escrito por Daniel Way e desenhado por Paco Medina; Deadpool faz uma homenagem
a seu interprete, Ryan Reynolds, em uma história estilo Enterrado Vivo,
em Festa para um, com roteiros de Gerry Duggan e arte Scott Koblish; e,
por fim, o criador de Deadpool, Rob Liefeld, faz uma retrospectiva em pin-ups
do personagem, em que podemos apreciar seu estilo de desenho tosco, que nunca
evolui.
Enfim,
para uma edição que comemora o aniversário de Deadpool, está de bom tamanho. Vale
a pena perder meia hora de seu tempo para ler. Esse review também ficou curto porque a HQ é curta e não tem mais tanto a ser comentado. Quer dizer, na verdade, tem, sim. A capa é ilustrada por Eddie McGuinness, que ficou famoso desenhando o Deadpool, na fase de Joe Kelly, e ele tampou a cara do Justiceiro com o Deadpool, só para a gente ver como a Marvel não anda querendo mesmo dar destaque para Frank Castle ultimamente. O preço da revista está salgado,
14,90 por meras 48 páginas. Mas HQ barata pela Panini, nunca mais. Nota 7 de
10.
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