A última notícia relacionada à cultura pop do Oriente, particularmente ao universo de filmes e vídeo games, foi a entrevista da ex-jornalista do IGN, Alana Pierce, que deu declarações um tanto quanto constrangedoras sobre a empresa chinesa de games Tencent. Segundo ela, um amigo propôs à empresa, que é uma das investidoras de jogos como League of Legends e outros, produzir um filme de uma de suas franquias de jogos. A condição da empresa foi a de que o filme não deveria ter negros nem mulheres de peito grande. E ela disse que essa regra também vale para os jogos da Tencent.
Não sei bem qual a intenção que essa jornalista teve ao jogar merda no ventilador, mas acho pouco provável que os virtuosos do Twitter façam algum ataque coordenado contra a Tencent. Ou, ainda que façam, acho que a empresa não vai se importar. Basicamente, são preferências estéticas da tal empresa, e a cultura chinesa é bem diferente da nossa. O que acho curioso é o fato de os chineses preferirem mulheres de peito pequeno, mas cada povo tem suas particularidades estéticas e culturais. Os ocidentais, particularmente os americanos, gostam de mulher de peito grande. Nos últimos anos é que tem havido muito shaming das feministas do Twitter, que passaram a constranger não apenas empresas de games, mas também estúdios de Holywood e editoras de quadrinhos. Nos anos 90, havia várias heroínas peitudas nas capas dos comics, mas foram rareando. Hoje em dia, é difícil ter uma revista da Poderosa da DC. Essas feministas, em vez de inveja do pênis, têm inveja dos peitos das personagens femininas de ficção. E, como eu disse, essas preferências estéticas variam de povo para povo. Nós, brasileiros, por exemplo, gostamos de peito, mas apreciamos mais ainda uma bunda.
Quanto aos chineses não gostarem de negros, infelizmente acredito que isso seja verdade. Não só os chineses, mas também os asiáticos de modo geral já manifestaram que têm sim certo preconceito contra africanos. Racismo nunca é justificado, mas deve-se destacar o fato de que os asiáticos de modo geral são um povo geneticamente homogêneo, com pouca miscigenação. E há racismo entre eles próprios. Os japoneses, por exemplo, achavam-se superiores aos chineses e coreanos durante a época do imperialismo japonês na Segunda Guerra. Se você for ver alguns animes, quando aparece um personagem negro, é bem estereotipado. Um exemplo é o Chocolove de Shaman King, que teve até o design refeito, principalmente por pressão do Ocidente, porque os japoneses mesmo cagam e andam para isso.
O
filme do Pantera Negra foi um fracasso de bilheteria na China e no Japão, e,
para ir bem na Coreia do Sul, teve de filmar um bom trecho lá e fazer
propaganda da Hyundai. Ou você acha que aquela cena do Pantera Negra na Coreia
não foi só para vender carro coreano? Claro que alguns mangás e animes e outras
obras orientais fazem reflexão sobre o racismo; esse é o caso de Color of
Rage, por exemplo, em que um dos personagens é um ex-escravo negro que vai
parar no Japão feudal e sofre preconceito.
Enfim,
acredito que essa entrevista da jornalista não vai dar em nada e foi só para
causar. Mas quem quiser conferir o link da reportagem original, está
aqui:
A verdade é que é um tanto complicado julgar países como a China por nossos olhos ocidentais, até mesmo porque lá vigora um regime comunista, apesar a economia ter se aberto nas últimas décadas, e lacração não pega lá, não. Ao contrário, eles odeiam isso.
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