Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores.
Hoje faz uma semana que voltei para a Internet após um involuntário afastamento e na madrugada de hoje, navegando aqui pelo blog para ler postagens publicadas durante meu período longe da rede, me deparei com o que ocorreu com Joe Bennett. Minha intenção aqui não é atacar a Marvel ou Al Ewing, nem precisamente voltar a repetir o que já foi escrito pelo Ozymandias com grande competência. Vou acrescentar o meu ponto de vista para algo que me veio à mente logo que li e respondi às duas postagens tratando do assunto.
Eu me lembrei do último capítulo do Tratado Teológico-Político (TTP, abreviando) de Baruch de Espinosa (1632-1677) ou Baruch Spinoza, dependendo da versão corrente nas capas de livros dele atualmente publicados em Português ou não. É o Capítulo XX, intitulado "Onde se demonstra que num Estado livre é lícito a cada um pensar o que quiser e dizer aquilo que pensa". Neste capítulo, o Autor defende que cada cidadão dentro de um Estado Nacional, seja qual for sua tendência política-ideológica ou a falta de qualquer uma, assim como na presença ou ausência de crença, tem o livre direito de expor suas idéias e opiniões. O que posso aqui fazer, agora, é retirar o contexto estatal, já que a Marvel não é um Estado Nacional; e o contexto religioso, visto que Religião não se enquadra neste Caso. O que sobra é o contexto político, o grande problema ocasionador de injustiças e crimes vários do mundo tanto hoje (2021) quanto no ano de publicação da primeiríssima edição anônima do TTP (1670). No contexto histórico do Século XVII, primórdios do Iluminismo, homens e mulheres eram severamente caçados pela Igreja e pelos Estados por exercerem o livre direito de pensar. No atual contexto histórico deste nosso Século XXI, em uma Era que denomino como a do Imbecilismo Social, englobando tudo que é Espectro Político-Ideológico, homens e mulheres ainda são caçados por livremente pensar por instituições religiosas e políticas das mais diversas. E, hoje, podemos ver empresas privadas como parte do ramo de caçadores dos que não se curvam e tem uma opinião própria.
Gosto, porém, de afogar-me em elaborações de textos que concedam-me livre exercício dos conceitos que exponho. Portanto, imaginemos que a Marvel seja um Estado determinado a defender seus conceitos ideológicos de modo a ditar apenas uma maneira de pensar, de criar e de desenvolver histórias. Suponhamos, também, que essa tendência do Estado Marvel adquira um caráter ritualístico, tal como uma Religião a ser cegamente seguida. Não acredito quando dizem que, atualmente, a Marvel possua tendências 100% esquerdistas. Ela, como Megacorporações que assumem funções de um Verdadeiro Estado, se apropriam de determinadas correntes ideológicas para atraírem determinados tipos de grupos. Para mim, Pseudosocialismo é o que a Marvel advoga hoje em dia para ser aceita por grupos nos quais em sua História ela não conseguia alcançar. Se o Estado Marvel advogasse o Nazismo, seria um Pseudonazismo; o Sionismo, um Pseudosionismo; o Positivismo, um Pseudopositivismo; e por aí vai.
Entendam: Socialismo de verdade não condiz com uma Megacorporação, esta nada possui de verdadeiramente interessada em mudanças sociais de verdade. E se valendo do poder discursivo esquerdista, uma empresa ultrapoderosa como o Estado Marvel, que em seu braço midiático visual tem o reforço do Estado Disney, religiosamente segue a pseudomoralista cartilha do "lucrar lacrando" ao infinito. E seus adeptos não devem divergir, dentro ou fora dela, da Pseudoideologia adotada, do casamento de idéias forçadas para conceitos mais forçados ainda. Haverá sempre um grupo dentro de tal Estado Megacorporativo disposto a cegamente adotar a prática interna dela. E este grupo estará disposto a perseguir quem pense diferente, apresentando incongruências para com o estabelecido pelo Pacto Corporativo como Política e Crença.
Joe Bennett foi vítima de um grupo extremista da Pseudoideologia propagada pela Marvel, não foi uma obra apenas do parceiro dele em Hulk Imortal. Crucificar apenas um indivíduo pelo que foi feito contra Bennett é um estrondoso erro. Em redor de Ewing, há um aglomerado de Autores e Desenhistas seguindo rigorosamente o que a Empresa determina como conduta pseudoideológica única. Não são todos que trabalham para a Marvel os extremistas pseudoesquerditas. Mas, quem veementemente protestar contra o que houve no Caso do Bennett pode ter o mesmo destino deste.
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