Hoje em dia, está muito em voga o termo “gordofobia”, que em tese seria preconceito contra obesos. Inclusive, a galera “do bem” do Twitter já organizou até alguns cancelamentos contra quem considera “gordofóbico”. No entanto, na Era da Prata, a DC realmente não dava a mínima para isso e fez uma história que sem dúvida alguma daria margem para muita gritaria no Twitter se tivesse a publicado hoje.
Em
Lois Lane: Superman’s Girlfriend no 5, foi
publicada a história The Fattest Girl in Metropolis, escrita por Otto
Blinder e desenhada por Kurt Schaffenberger. Esta se inicia com Lois dirigindo
por uma estrada na colina e testemunhando um crime: um ladrão de jóias jogando
um carro estrada abaixo com seu parceiro dentro, a fim de não dividir o saque.
Infelizmente,
Lois não consegue identificar o criminoso por ele ter uma aparência comum
demais. Apesar disso, Perry White celebra o “furo” de Lois. Mais tarde, ela é
enviada para entrevistar um tal professor Colby, que havia criado um raio de
crescimento para plantas. Porém, acidentalmente o professor aciona o raio de
crescimento e atinge Lois em cheio. A despeito disso, o professor a tranquiliza
e diz que o raio de crescimento não tem efeito em humanos.
Não demora muito para Lois descobrir que isso não é bem verdade. No dia seguinte, ela descobre que ficou gorda. Na verdade, não apenas gorda, mas megagorda, com obesidade mórbida. Desesperada, Lois telefona para o professor Colby, e ele diz que infelizmente não poderá encontrar um jeito de reverter seu peso ao normal em menos de um mês. Ao ver que nenhum de seus vestidos lhe serve, Lois pede um vestido emprestado para sua vizinha que também está acima do peso e recebe a indicação para procurar uma loja de roupas para gordas.
Com pavor de o Superman encontrá-la com sua aparência atual, Lois entra em um sistema pesado para perder peso, por meio de dieta, exercícios (já existia spinning naquela época) e sauna. Ela consegue emagrecer um pouquinho, mas logo recebe uma caixa de bombons do Superman de aniversário e simplesmente não consegue comer só um; logo volta a seu peso normal. Lois está tão gorda que nem consegue tirar do pulso seu bracelete que ganhou de presente do Superman, no qual há uma jóia espacial que acusa a presença de kriptonita.
Lois
lembra que prometeu ser dama de honra no casamento de uma filha de um policial e que o Superman estaria lá, entre os convidados. Ela resolve cobrir o bracelete
com uma luva, pois assim poderia estar presente na cerimônia e não ser
reconhecida. Obviamente, o Homem de Aço a nota, mas resolve não falar nada
para não a constranger. No fim, tudo é em vão, pois a pulseira de Lois começa a
disparar, e ela encontra um pedaço de kriptonita dentro da caixa de anéis dos
noivos. Apesar de ter se livrado da rocha fatal, denuncia-se e todo mundo no
casamento fica sabendo que ela é a dama de honra gorda. Ao pegar o buquê de
rosas, Lois fica em prantos porque sabe que nunca conseguirá casar com o
Superman naquele estado.
Depois
desse vexame, Lois é enviada para cobrir a abertura de um novo parque de
diversões. Ela resolve passear na casa dos espelhos. Quando nota que um dos
espelhos refletia sua antiga aparência, fica desolada. Naquele exato momento, o
bandido do começo da história enfim a reconhece. Ele estava no encalço de Lois
o tempo todo, para silenciá-la. Mas eis que chega o Superman para salvá-la.
Então, o Homem de Aço expõe seu brilhante plano. Preocupado com Lois sofrer uma
tentativa de homicídio, e não podendo reconhecer o criminoso, uma vez que a
descrição de Lois foi muito vaga, ele combinou um plano com Perry White e o
professor Colby para expô-la a uma versão alterada do raio de crescimento. Megagorda
do jeito que estava, seria impossível para o bandido reconhecê-la.
Lógico que Lois fica furiosa por ter sido intencionalmente transformada em uma baleia, mas Superman a irradia com uma nova rajada de raios de crescimento. Assim, já no outro dia, Lois estaria magra de novo. Apesar disso, ela aproveita que ainda teria um último dia como gorda para ir jantar com o Superman e comer que nem uma leitoa.
Essa
é mais uma história galhofa e bizarra da Era de Prata, mas que, apesar de
pueril, sem dúvida seria muito problematizada hoje em dia, nestes nossos tempos
cheios de mi mi mi.
1 Comentários
Ucefiep_ka Jason Clifford click here
ResponderExcluiratsorole