Seu nome é Arthur Curry, ele é o
soberano dos oceanos, o único herói que tem quase toda vida marinha sob o seu
comando, herdeiro do trono da mítica Cidade Perdida de Atlântida, seu uniforme
é um dos mais icônicos dos quadrinhos e um dos mais satirizados, pelo menos até
agora.
A criatura que tem o domínio do reino que ocupa a maior parte do planeta
tem que ser mais respeitada, mas tudo o que ele quer é ser aceito, conquistar a
confiança e andar entre um povo que nem é inteiramente o seu. Esse é o grande
fator que diferencia Aquaman de Namor, da Marvel, enquanto Namor defende os
mares contra os humanos com unhas, dentes e guelras, Aquaman quer fazer parte
da humanidade e criar um elo de amizade entre esses dois mundos.
Criado por Paul Morris e Mort
Weisinger em 1941, ele é um personagem da chamada Era de Ouro dos quadrinhos e
um dos membros fundadores da Liga da Justiça na década de 60. Antes disso, suas
histórias eram complementares de vários títulos populares como na More Fun Comics,
Adventure Comics, Detective Comics e World’s Finest Comics dividindo os títulos
com o Superboy, era uma situação muito comum heróis sem grande apelo dividirem
a mesma publicação, pois eram tempos que só os medalhões das editoras tinham
revistas inteiras dedicadas a eles. Ele só veio a estrear um título próprio
após a estreia da Liga da Justiça em 1960, quase 20 anos após a sua criação
(agradecimentos ao Wikipédia por reunir essas informações).
Seus poderes são a capacidade de
respirar abaixo da água, obviamente, força e velocidades sobre-humanas e o dom
de se comunicar com espécies marinhas. Inicialmente, seu dom era descrito como
uma telepatia que o permitia se comunicar com a vida marinha no seu próprio
‘idioma’. Sutis alterações em sua aparência e dons foram feitas com o passar do
tempo como o fato de que, inicialmente, ele era o filho de um explorador
submarino que viveu no fundo do mar e ensinou ao seu filho, humano, a respirar
e viver embaixo da água.
Logo sua origem foi mudada para a
que conhecemos, ele é filho de uma princesa atlante com um faroleiro, Tom
Curry. Portanto, seus dons são de nascença, não adquiridos através de um
processo de treinamento como na primeira versão. Como um meio humano e meio
atlante, Arthur possui características e fraquezas de ambos, porém seu lado
atlante prevalece e por consequência, precisa de contato regular com o mar ou
corre risco de morte. Depois da morte de sua mãe, seu pai casou-se de novo e
teve outro filho, ORM, que cresceu com inveja pelos poderes de Aquaman e sempre
acreditando que o pai preferia o filho atlante. Desapareceu por um tempo e
depois ressurgiu como o Mestre do Oceano, seu arqui-inimigo.
Seu nome atlante é
Orin e sua vida passou por vários altos e baixos, sua companheira é Mera, um
ser aquático de outra dimensão que, antes da atual reformulação, chegou a se
casar com ela e tiveram um filho que acabou morrendo. As publicações de Aquaman
nunca chegaram a um número expressivo, sendo a mais numerosa publicada a partir
de 1994, sob o comando de Peter David que trouxe várias revoluções para o
personagem ao longo de 75 edições, uma das mais marcantes foi a luta contra o
vilão Charybdis, que bloqueia sua telepatia mergulhando sua mão em uma piscina
infestada de piranhas, sua mão é devorada e ele coloca um arpão no lugar. Ele
já se encontrava em uma espécie de retiro de meditação sobre sua vida e
deveres, essa onda de acontecimentos o levou aquela aparência de ‘gladiador’
que ficou famoso e inspirou seu visual no vindouro ‘Batman VS Superman’.
A telepatia de Aquaman também mudou
com o tempo, inicialmente só poderia se comunicar com peixes próximos e depois
seu alcance se estendeu consideravelmente. Nos Novos 52 ficou definido que o
seu dom consiste em entrar em contato com o cérebro dos peixes e os convencer a
lhe ajudar. A Panini lançou o encadernado ‘Aquaman - As Profundezas’, com suas
primeiras histórias dos Novos 52, para antigos fãs do personagem é um material
muito bom e, para os que não o conhecem, um ótimo ponto de partida. Determinado
momento, quando Aquaman é questionado sobre sua comunicação com os peixes, ele
explica o contato cifrando que com os golfinhos é diferente, cientificamente o
cérebro dos golfinhos é um mistério quanto ao seu desenvolvimento e aptidões
surpreendendo os cientistas até hoje e na saga literária ‘O Guia do Mochileiro
das Galáxias’ são citados como a forma de vida mais evoluída do planeta.
Também nesse encadernado o vemos
tendo que enfrentar, além dos bandidos e ameaças, as constantes piadas sobre
seus poderes e sua vestimenta. Apesar de membro fundador da Liga, Aquaman meio
que ficou relegado ao segundo plano, atrás até mesmo de Lanterna Verde e Flash,
acredito que até hoje suas características não receberam um tratamento a altura
da proposta do personagem. Particularmente, sempre gostei muito dele, para mim
a vida marinha é fascinante. Certo, correr em super-velocidade é o sonho de
qualquer garoto, ter um anel que faz todas as suas vontades, nem se fala, e
respirar embaixo da água? Não seria incrível percorrer todos os sete mares e
ver todas as suas maravilhas, descobrir se realmente Atlântida é mito ou a
verdade sobre o Triângulo das Bermudas?
Seu relançamento nos Novos 52 pelas
mãos de Geoff Johns e Ivan Reis é uma homenagem as origens do personagem,
trazendo para a modernidade características clássicas que só o abrilhantam
mais, espero que o encadernado ganhe uma merecida continuação, o Aquaman
merece, só faltou um texto mais inspirado da Panini na edição. Também recomendo
o DC Especial 07, da Editora Abril, lançado em junho de 1991 comemorando seu cinquentenário
em uma emocionante história que o reaproxima do seu povo atlante, o combate
contra uma enlouquecida Mera que o culpa pela morte do filho e relembra sua
origem e crescimento no farol ao lado do pai, Tom.
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