Tirar Porta dos Fundos do ar é tudo o que o Porta dos Fundos quer

O texto a seguir é o melhor que já li a respeito da turminha de filhinhos de papai escrota que atende pelo nome de Porta dos Fundos. O texto é da brilhante autoria de Flávio Morgenstern, do blog Senso Incomum. O texto é relativamente longo, para os padrões da internet, mas vale cada linha. Reproduzo-o na íntegra, inclusive com as imagens originais. Quando eu crescer, quero escrever assim.

"Mais do que um filme, o lixo estúpido feito para estúpidos do Porta dos Fundos é um experimento social para pintá-los como arautos da liberdade de expressão. A última coisa que um Duvivier é."


"Sem querer dar spoiler, mas no filme Se7ven – Os Sete Pecados Capitais, dirigido pelo esplêndido David Fincher, o assassino serial “John Doe” (Kevin Spacey), que mata segundo os sete pecados capitais, se entrega quando ainda só descobriram 5 crimes. A última morte (ira) dar-se-á quando o detetive David Mills (Brad Pitt) descobrir qual é a sexta vítima. Ao invés de matar seguindo todos os 7 pecados capitais, John Doe deixa uma dificílima escolha para o policial evitar que seu trabalho se concretize. Logo um policial completando o trabalho de um assassino que vive de símbolos.


Se o filme é genial, esta dura escolha é colocada de forma muito mais burra por gente de moral e inteligência limitada como a turma do “Porta dos Fundos”, ao fazer “seu especial de Natal” (se é que podemos assim chamar) “A Primeira Tentação de Cristo”. Ninguém viu, a não ser gente que quer lacrar (e que aplaude não por achar as piadas engraçadas, mas simplesmente pelo prazer de escarnecer de “inimigos”). Mas o “filme” do Porta dos Fundos é, na verdade, um experimento social.

Tudo foi cirurgicamente montado única e exclusivamente para ser censurado. O único – reitere-se: único – objetivo do Porta dos Fundos, que definitivamente não era fazer humor (quem ri desses retardados?), era serem tirados do ar. Enquanto isso não ocorresse, não haveria motivo para a mera existência de Gregório Duvivier ir a seu caríssimo estúdio e fingir que tem amigos ou sócios por seu talento, e não por seu caríssimo sobrenome.

Se a direita cresce com grandes homens exemplos de virtude e coragem (de Carlos Magno a Churchill, de Charles Martel a Donald Trump), a esquerda cresce posando-se de vítima injustiçada de supostos “opressores” (da luta de classes de Karl Marx às teorias de “repressão sexual” de Wilhelm Reich, do anti-colonialismo de Frantz Fanon ao feminismo de Judith Butler). Não à toa, pratica os maiores genocídios da história, tratando suas vítimas como “opressores” que finalmente foram justiçados.

No Brasil, ninguém lembra da Coluna Prestes, por exemplo – mas trata-se como heróis os terroristas e totalitários socialistas que fizeram guerrilha armada por “lutar contra a ditadura”. Como um esquerdista tem um pensamento binário (você consegue imaginar Jean Wyllys entendendo Robert Musil?), se os guerrilheiros estavam lutando contra uma “ditadura”, logo, eram arautos da liberdade, puro êxtase de libertação, gente que nunca pegaria em armas a não ser sendo obrigada.

É o “pecado original” da história brasileira. Sem ditadura, sem apelo para a esquerda. Como se os militares transformassem uma democracia em uma ditadura simplesmente porque Marighella pensava demais nos pobres e oprimidos.

O que a turminha do Porta dos Fundos, com a inteligência somada perdendo para a de uma lesma, conseguiu ao ter atendido pela lei (juridicamente coerente) um pedido de retirada do ar de sua diarréia coletiva em forma de filme? Posarem de “oprimidos”. Esses riquinhos sem mais o que fazer.

Jornais, que nunca usam a palavra censura para falar do politicamente correto, de páginas e perfis derrubados, do policiamento da linguagem que proíbe até um termo como “bicha” ou “viado” nas redes sociais (não reproduza), de repente martelam a cada 5 minutos, em qualquer canal, que o Porta dos Fundos foi “censurado”. Oh, pobrecitos.

A Rede Globo, que nunca cita o nome de um concorrente, citou o nome do CQC para comparar o ato do desembargador ao de quando julgou Bolsonaro (sempre ele no meio). De repente, pararam de tratar as decisões da Justiça como a mais fina letra da lei do Estadodemocráticodedireito. Imagens do “atentado” ao Porta dos Fundos passam tantas vezes em uma hora na televisão que se tem a impressão de que vivemos num país sem assassinatos (defendidos pela esquerda) para serem exibidos.

E, mais importante (já que cada vez menos alguém se importa com a grande mídia): o especialzinho de Natal do Porta dos Fundos que ninguém quis ver (quem acha graça em Porchat e Duvivier, for God’s sake?) agora tem propaganda gratuita mais ou menos 25 horas por dia. O famoso efeito Streisand. Eric Hoffer, em seu clássico The True Believer, sabe que massas crescem ao serem proibidas. Bastaria dizer que o comunismo está proibido no Brasil para o PCdoB quintuplicar os filiados no dia seguinte e ostentar orgulhoso que é o grande partido comunista do Brasil (e não que “comunismo nem existe, é paranóia do Olavo de Carvalho”, e disfarçar o nome para “Movimento 65”, como faz agora).

Não à toa, se a empresa estava decadente em buscas no Google, foi saírem do ar que as buscas dispararam sky high.

Buscas no Google pelos fracassados do “Porta dos Fundos”


Você acha que o Porta dos Fundos não calculou exatamente isso, ao catarrar um suposto “filme” para blasfemar Jesus exatamente no Natal? Ou fez isso pensando em, vamos ver, talvez humor? Talvez pensando na graça das piadas! O Porta dos Fundos!!

Blasfêmias contra Jesus têm uma tradição história. O Porta dos Fundos segue Herodes, o primeiro a querer blasfemar contra Jesus. O Novo Testamento inteiro tem um blasfemador contra Jesus praticamente a cada capítulo. De Agostinho a Shakespeare, de Gil Vicente a Dostoievsky, as pessoas admiráveis da humanidade ficaram do lado do salvador. De Nero a Hitler, de Calígula a Mao Tsé-tung, os vagabundos e bandidos sempre escarneceram do corpo de Cristo pregando orgias no lugar.

A única “novidade” de mongolóides como Duvivier, Porchat et caterva é usar linguagem identitária: Scorcese, fruto da revolução sexual, foca visualmente na tentação da luxúria de Jesus, descrita no livro de Nikos Kazantzákis (mesmo estratagema de Je vous salue, Marie, de Godard). Porta dos Fundos, tão original quanto a prostituição (e com tão poucas diferenças desta última), retira o talento e coloca ideologia de gênero no lugar.

Aliás, Porta dos Fundos é o exemplum maximum do que é a esquerda do século XX em comparação a Fritz Lang ou Charles Chaplin: a retirada do talento e a substituição pela ideologia da modinha. Qualquer um pode chamar tais artistas comunistas do passado de gênios, ao menos tecnicamente. Como rir de um Porchat ou Duvivier, que só sabem fazer esquerdistas descerebrados se sentirem representados por esquerdistas descerebrados riquinhos, crendo que algum dia crescerão como eles?

Porta dos Fundos não quis fazer ninguém rir (mesmo porque o único motivo que temos para rir é dos Portas dos Fundos, e não de suas piadas). O grupo, esquerdista em tudo, quer só posar de vítima. E agora, esses energúmenos, estúpidos, cretinos e, pior de tudo, comunistas farão como a esquerda desde a ditadura: se pintarão como os grandes arautos da liberdade de expressão no Brasil. O que eles não são.

Faça uma piada chamando um homossexual de “bichinha” do lado da turma do Porta dos Fundos para vê-los falando em “limite do humor” no segundo seguinte. Faça uma piada com gorda para observá-los de camarote dizendo que isso não é piada, é ofensa. Faça uma piada com Marielle Franco para testemunhar os mais desfrangalhados faniquitos sobre racismo, machismo, tem que processar, que falta de respeito. Ué, com Jesus pode, por que não com Marielle? Só porque na última cena a comunista do PSOL vai arder no inferno por toda a Eternidade ao invés de ressuscitar?

Como seria legal Dante escrevendo a Divina Comédia dando nomes aos bois no Brasil atual, não?

Aliás, experimente chamar um pedófilo de pedófilo perto dessas pessoas para ver o que acontece. Mesmo que você não chame: só pergunte o que um pedófilo é, e os amiguinhos do Porta dos Fundos vão te lembrar que Jesus é zoável, já pedófilos merecem respeito e lei pesada contra seus críticos. E, claro, vão lembrar do Peladão do MAM quase esfregando o mangalho na cara de criancinhas para dizer que você que está praticando censura!

O que é preciso fazer com um experimento social coprofágico como o Porta dos Fundos é lhe tirar a autoridade. É pesar no único órgão do corpo a que dão importância além do ânus: o bolso. É fazê-los perder totalmente a sua influência. É boicotar todos os seus anunciantes – e boicote nível americano, pesado, citando as marcas que anunciam no Porta uma a cada dia nas redes sociais, fazendo campanha contra seus produtos por financiarem o Porta dos Fundos.

É cancelar o pagamento do Netflix (veja quantas séries há nos concorrentes enquanto a plataforma não resolve parar de tomar o seu dinheiro para te tratar igual puta, que pode ser cuspida depois de arrombada). É tratar vermes como Gregório Duvivier, Fábio Porchat e seus asseclas não mais como influenciadores – se podem escarnecer de Jesus, eles podem ser tratados alguns níveis abaixo, não? Onde trabalham? Tire o dinheiro dos seus patrões.

E, claro, agora está liberado fazer piada com tudo – mas sobretudo com tudo o que a esquerda trata como mais sagrado do que uma hóstia ou o túmulo de suas mãezinhas, como gays, macumbeiros, feministas, gordas e qualquer um protegido contra um suposto “discurso de ódio”.

Além de boicote organizado, de fazer as vendas de toda empresa ligada ao Porta dos Fundos ir pro buraco em questão de um mês (a começar pela Netflix – sem sacrifício, não há resultado), é hora de fazer cada esquerdista e cada defensor do “especial de Natal” chorar sangue quando abrir sua caixa de comentários. Agora pode. Agora pode tudo. Melhor começar um regime e evitar a AIDS.

É isso o que o Porta dos Fundos é: um experimento social, não humor. Trata-se de poder, de mostrar quem manda, quem pode e quem não pode. O que esquerdistas querem é poder te tratar como pulga, e ai de você se tratá-los como pinchers. Eles querem tudo, inclusive te censurar, e depois dizer que lutam contra a censura. São comunistas como todos os outros. E comunista bom, querido Porta dos Fundos, é comunista que sabe voar do helicóptero.


Ou acharam essa piada muito ofensiva? Ah, vocês não ressuscitam no terceiro dia, né?"

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