E não é que maratonei a série The
Witcher na Netflix? Assim que soube que o serviço de streaming iria produzir uma série do Bruxo, cheguei a acalentar
uma tênue esperança de que a série poderia ser muito promissora. E, após
assistir à primeira temporada, posso dizer que realmente é.
Eu, até alguns anos atrás, não conhecia
nada de The Witcher. No entanto, um amigo que é casado com uma polonesa e
chegou a morar na Polônia me falou dos livros escritos por Andrej Sapkowski. Um
pouco depois, o game de The Witcher bombou, o que contribuiu para a Martins
Fontes publicar o Bruxo em terras bananenses.
Sou apreciador de literatura de fantasia
e espada e magia. No entanto, não sou grande expert no gênero. Sou fã do Conan de Robert E. Howard e de Elric de
Melniboné de Micheal Moorcock. Esses são meus personagens favoritos do gênero.
Na verdade, são três, pois Geralt de Rívia se juntou a eles.
Comecei a ler os livros de The Witcher e
não consegui parar. A não ser o penúltimo livro, no qual estou empacado, mas
vou tentar correr com a leitura. A texto é simples, de fácil leitura, mas bem
envolvente. Inclusive, até gamers começaram a ler os livros de The Witcher por
causa dos jogos, e olha que esse povo não gosta de ler muita coisa.
Mas sobre o que é The Witcher, vocês me
perguntam? Bom, é a respeito de Geralt de Rívia, que no caso é um bruxo. Mas,
no universo de The Witcher, bruxo não tem exatamente a mesma acepção que tem no
sentido conhecido. Os bruxos nesse universo são basicamente caçadores de
recompensa de monstros e criaturas. São crianças que são submetidas a cirurgias
e poções, e são transformadas em mutantes, cujo ofício é matar monstros por
dinheiro.
Geralt de Rívia é o protagonista de The
Witcher. Ele é um protagonista fodão? Sim, é, mas não necessariamente
invencível. Nos livros, ele passa poucas e boas e sua para derrotar monstros e
criaturas, além de determinados inimigos. Mas obviamente um bruxo é muito mais
forte que um homem comum.
Quando não está matando monstros e
criaturas, Geralt está enchendo a cara e comendo prostitutas. Peraí, é o Geralt
ou o Conan? Bom, ambos gostam de bebedeiras e prostitutas, mas acho que Geralt
é um pouco mais taciturno que Conan, não que o cimério também não seja. Geralt
é muito cínico também. Nos livros, fica bem evidente seu cinismo. Como ele é
estéril, pode comer mulheres sem engravidá-las. No entanto, por essa lógica, Conan
nunca foi estéril, mas nunca se preocupou se engravidaria ou não as inúmeras
mulheres que passaram por seus braços.
Enfim, vamos parar com esse nariz de
cera e falar logo da série. É boa? Na minha opinião, sim. É uma das melhores
séries que assisti neste ano. O problema é que vi poucas séries este ano, mas
arrisco a dizer que The Witcher é uma das melhores, sim. É uma livre adaptação
dos dois primeiros livros, O último
desejo e A espada do destino.
Povo fala mal do Henry Cavill, que ele
não é um grande ator, e realmente não é. No entanto, ele é carismático. E acho
que incorporou bem o personagem. Está certo que a única concorrência de Cavill
como Geralt é o ator polonês que interpretou o personagem na série polonesa de
The Witcher, no começo dos anos 2000, então realmente não há muita base de
comparação.
Ainda temos no elenco Anya Chalotra como
Yennefer, a feiticeira que é o amor da vida de Geralt. Ela está excelente no
papel. É fácil a melhor interpretação de toda a série. E é lindíssima também. Será
a nova musa dos onanistas. Freya Allan interpreta Ciri, a princesa de
Cintra e filha adotiva de Geralt. Joey
Batey faz o papel de Jasker, o bardo melhor amigo de Geralt.
Tecnicamente, a série
também está muito bem-feita. A fotografia está ótima. Os figurinos estão
excelentes. As cenas de lutas, apesar de não tão frequente, estão muito bem
realizadas. As coreografias estão caprichadas, e Cavill faz tudo sem dublê. A
série também não poupa putaria e nudez, apesar de não chegar aos pés de Game of
Thrones.
Quanto à ordem dos episódios,
ela difere da estrutura dos contos dos livros. O primeiro episódio da série
equivale ao terceiro conto do livro O
último desejo, O mal menor, que é a história da Renfri, a Branca de Neve
maligna. O segundo episódio diz respeito ao quinto conto, Os confins do mundo, que introduz Jasker. O terceiro episódio
corresponde ao primeiro conto, O bruxo,
que é a respeito do confronto com a estrige. O quarto episódio adapta o quarto
conto, Uma questão de preço, que é a
história de Ouriço e Pavetta, pais de Ciri. O quinto episódio equivale ao sexto
e último conto que nomeia o livro, O
último desejo, a respeito do encontro de Geralt com Yennefer. O sexto
episódio transcreve o primeiro conto do segundo livro, A espada do destino, que é No
limite do possível, a história do dragão. Os dois últimos episódios adaptam
o último conto que nomeia o segundo livro, A
espada do destino, que descreve o massacre de Cintra e a perseguição a
Ciri.
A galera tem reclamado
muito da linha do tempo da série, que é considerada confusa, mas é porque a
série seguiu a ordem dos contos dos livros, e a história de Geralt e Yennefer
se passa muito antes da de Ciri. É uma bola fora da Netflix, que poderia ter
contextualizado melhor a cronologia, mas na realidade não é algo que não seja
possível de depreender.
Então, sim, acredito
que o saldo final da série foi positivo e que agora a popularidade do Lobo
Branco irá para as alturas, para a alegria de Sapkowski, que deve estar
enchendo a burra de dinheiro. Nota 8 de 10.
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