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Inomináveis Saudações a todos vós, realistas leitores.
O Tenente James Gordon (Gary Oldman) é um herói envolvido no mar de imensas lamas corrompidas e corrompedoras em Gotham City, um raro exemplo de homem dedicado ao valoroso empenho de manter a lei, a ordem e a segurança, mesmo que balançadas tantas vezes em sua cidade. Goste-se ou não de policiais, a motivação dele no combate ao crime contagia e nos transporta para uma divagação acerca da possível existência, em nosso mundo que é o mesmo mundo do filme, de um James Gordon. Afora a capacidade fantástica de imaginar maravilhosas e descompromissadas ações em uma Polícia como a nossa, por exemplo, do Brasil, tão corrupta, corrompedora e corrompida, ultraviolenta e despreparada, recheada de analfabetos que, com uma arma na mão, já se sentem “super-homens”, ponhamos os pés no chão e acompanhemos a análise de James Gordon no filme. Pois, assim, poderemos fazer as conclusões analíticas necessárias de um elemento todo de possibilidades acerca do existir de um policial 100% honesto e dedicado ao seu trabalho como ele aqui no Brasil ou em qualquer país do mundo.
No filme, a espécie de trabalho de James Gordon é das mais caóticas possíveis, devido a todo o caso corruptivo de ser das coisas na instituição à qual serve. A atitude de Gordon convence, ele é o único campo de límpidas visões em um reino de sujeiras totais, contando com muito poucos em quem confiar. Dentre estes, está Harvey Dent, que, tal como ocorreu com Bruce Wayne, é visto como uma esperança de salvação maior da cidade. O comportamento todo de Gordon, no filme, é qual a de um perfeito policial, O Cavaleiro Da Lei E Da Ordem, em um pleno estado de exaltação e seriedade no trabalho de permitir-se a concentração máxima na defesa da cidade. É muito densa a interpretação de Gary Oldman, pois, ao mesmo tempo que o personagem remete a um ofício exercido por homens endurecidos demais, vemos que o James Gordon dele SENTE tudo o que ocorre, desde as mortes de inocentes ocasionadas pelo Coringa quanto o peso que tem nas costas por carregar a responsabilidade de ser o líder protetor de Gotham que confia em um paladino a agir contra todas as leis que aprendeu a respeitar. É admiração o que leva Gordon a aceitar o auxílio e a intervenção de Batman na Segurança Pública; e é dor o que vemos ao final do filme enquanto ele empunha o machado a fim de quebrar o holofote com o símbolo daquele que admira, após Batman ter escolhido assumir os crimes de Harvey Dent (que não morreu e pode ser o grande vilão do terceiro filme) a fim de que a imagem deste se torna-se a de um mártir na luta contra o crime. O peso do mundo de Gotham sentimos como pulsante em Gordon durante todo o filme, as referências a Atlas com um mundo a ser seguro nas costas, são claras, o ar trágico é todo envolvente em redor dele. Enquanto seus companheiros policiais vão sendo assassinados, o Caos se erguendo firmemente, ele se mantém firme com as pontuações suas no livro dos justos homens que criou para si; tão justo homem que assumiu, com sinceridade exemplar, a sua culpa pela morte de Rachel diante de um Harvey Dent, já como Duas-Caras, a ameaçar a sua família.
Assim é no filme. O filme. Um filme. E aqui, vejamos, aqui no Brasil? Quantos policiais poderiam ser como James Gordon? Quantos policiais possuem a sincera tenacidade irreprimível de James Gordon? Quantos policiais possuem a tenacidade irreprensível de James Gordon? Quantos policiais possuem a honestidade inquestionável de James Gordon? Quantos policiais SENTEM tudo o que de violento ocorre na cidade, TUDO que é caso de corrupção e de morte, com a sinceridade soberana de James Gordon? Quantos policiais são tão perfeitos em sua combatividade infinita da criminalidade como o é James Gordon? Alguns podem estar pensando: “Esse cara está delirando... Como é que pode comparar um policial visto em um filme com um policial da vida real? Ele é louco, é claro que não existe na vida real um policial como James Gordon! Nunca vai existir! Nunca existiu! Não existe! Esse tal de Inominável é maluco, fica delirando aqui neste blog com esses textos, eu, hein, não volto mais aqui, não volto mesmo!”. Oh, como eu sei que estão pensando assim? Como eu sei? Isso é fácil, eu não sigo as regras quando divago, quando me complemento em pensamentos e meditações acerca do que me chama a atenção no intelectivo olhar; e é claro que alguns de vós, leitores virtuais, que passam ou passaram ou passarão por este blog admitirão que não se sentem bem com o que aqui está escrito acerca de Batman, O Cavaleiro Das Trevas. Pois bem, como não sigo uma linearidade interpretativa comum, posso livremente realizar a ligação de um personagem ficcional com um ser de nosso mundo que é o mesmo mundo do filme; nessa ligação não-linear, então, vejo como possível um James Gordon como policial em qualquer organização policial do mundo. Vamos, no entanto, nos focalizar aqui no Brasil.
Como seria tal policial em um sistema corrupto como o do Brasil? Herói do povo, vilão da sua corrupta organização. Como agiria tal policial diante do aumento diário da criminalidade? Carregando a responsabilidade de diminui-la. Como se tornaria eficiente a ação de tal policial em um sistema que não prepara bem os seus policiais? Quase ineficiente, a passos da eficiência total, na verdade, limitada, apesar da sua boa vontade em agir e reagir contra o poder da criminalidade dentro e fora da Polícia. Como se sentiria tal policial todos os dias antes de adormecer? Um herói clássico dentro de um filme de terror diário. Como se sentiria tal policial todo dia ao se erguer para encaminhar-se ao seu trabalho? Um cavaleiro que pode ser deslocado de sua estrada por uma traição de um inimigo de sua mesma organização ou um tiro na cabeça efetuado por um inimigo que combata. Como se sentiria tal policial vendo a corrupção em sua organização? Um triste cavaleiro de tempos antigos com a espada quebrada e os companheiros nada fiéis ao seu dever de combate ao crime antes de todas as batalhas travadas. Como se sentiria tal policial ao lado de poucos honestos como ele? Um cavaleiro de poucos aliados para a batalha diária de superação da altíssima carga de criminalidade. Valeria a pena, então, que tal policial se sacrificasse pela Lei, pela Ordem e pela Justiça? A Verdadeira Lei, A Verdadeira Ordem, A Verdadeira Justiça: valeria a pena todo o seu sacríficio por esses Princípios? Se, fiel ao seu dever e ao juramento realizado quando de sua formatura como policial, um James Gordon em qualquer organização policial brasileira seria um cavaleiro formidável e raro a pensar apenas em fazer o máximo por ditos Princípios, sacrificando tudo para cumprir esse objetivo. Seria bom? Seria. Seria excelente? Seria. Seria realmente honesto? Seria. Seria realmente interessado em seu trabalho? Seria. Seria realmente responsável com uma arma nas mãos? Seria. Seria realmente incorruptível? Seria. Seria realmente amigo do povo que juraria defender? Seria. Seria realmente inimigo dos criminosos que juraria prender? Seria. Seria realmente perfeito? Seria.
Não gosto de policiais, nunca gostei, nunca gostarei. No entanto, um policial como James Gordon, se existisse aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, eu admiraria.
No próximo post, vamos ao ponto de equilíbrio suave do filme, Rachel, A Amazona Branca.
Saudações Inomináveis a todos vós, realistas leitores.
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Inomináveis Saudações, leitoras & leitores virtuais!
Se este escrito vos agradou, lhes convido para conhecerem meus outros inomináveis universos:
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