Foi ela,
A rede de segurança que me seduziu ao salto
E minha queda não amorteceu;
Foi ela,
O deus que me fez virar ateu.
Foi ela,
A fogueira que me fez jogar fora meus agasalhos,
Demolir meu chalé
E me abandonou em hipotermia;
Foi ela,
Que me comissionou e me acomodou em sinecura de escravidão vitalícia
E, depois, me exonerou com a alforria.
Foi ela,
O assoalho que ruiu e se riu sob os meus pés,
Carcomido pelas formigas;
Foi ela,
Que pingou em meus olhos,
Quando estes lhe estenderam as mãos,
Duas gotas em cada um
De um colírio de urtiga.
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