SUPERMAN #01 – NOVA MENSAL DA PANINI



[Texto da tag “Escritor Convidado”, escrito por OLAVO CARVALHO, em breve um membro fixo do blog.]

Nessa edição, começa a fase de Brian Michael Bendis escrevendo o Superman, e a Panini fez uma jogada muito safada para aproveitar o hype. Renumerou novamente a revista, mas manteve a numeração original no verso. Ou seja, para o leitor novato, esse é o número #01. Para o veterano, é o #24. E a safadeza não foi só nisso, com a capa cartonada e o papel melhorzinho, a revista ficou com o preço de 11,90.
Bem salgadinha. Santa cara de pau, Batman! Mas e essa fase do Bendis, começa bem? Bom, pior que devo dizer que começa, sim. Ele já inicia apresentando o Planeta Diário, e o Clark Kent de Bendis tem bem o jeitão pateta de Christopher Reeve. Não sei por que, mas às vezes os escritores gostam de voltar com o Clark pateta por puro saudosismo, ignorando o Clark de John Byrne e Dan Jurgens, que era um cara mais seguro. Até o Geoff Johns voltou com o Clark pateta, alguns anos atrás. O grande mistério é que Lois e o filho dela com o Superman, Jon, desapareceram, e talvez o herói até saiba alguma coisa sobre isso. Só mostra em flashback um clarão e uma nave que talvez tenha levado Lois e Jon. Perry White até oferece a sala de Lois para Clark, que se mostra constrangido. Além disso, mais uma vez o Planeta Diário está com problemas financeiros e pode até ter sido vendido. E duas novas jornalistas prometem dar dor de cabeça para Clark, Robinson Goode e Trish Q. Esse negócio da Lois sumir já foi usado como plot antes, inclusive na saga Pelo Amanhã, de Brian Azarello e Jim Lee, que é uma saga que tenho um pouco de amor/ódio, pois ela começa interessante e termina uma bosta. Espero que a história não desande com Bendis nos roteiros.
Também surge um novo vilão misterioso, Rogol Zaar, que pode ter alguma relação com a destruição de Krypton e está atrás da cabeça do Superman. Para um começo de fase, a história do Bendis está boa. Infelizmente, a DC esperava que as vendas dessa nova fase fossem melhores, e parece que foram um pouco aquém do que a editora queria. Nem o Bendis ajudou a fazer o Superman vender mais que o Batman. Mas recomendo essa HQ, sim. A fase do Bendis parece promissora, a despeito do preço salgado para o leitor brasileiro. E essa edição tem os competentes desenhos de renomados artistas como José Luis García-Lopez, Ivan Reis e Steve Rude. 
Nota 8 de 10.